terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Evangélicos Querem Legalizar A Cura Da Viadagem

O sujeito, de livre e espontânea vontade, procura um psicólogo e lhe diz que não quer mais ser gay. O psicólogo deve oferecer seus préstimos e ajudá-lo em sua intenção?
Para o Conselho Federal de Psicologia, a resposta é categórica : não. Desde 1999, os psicólogos são proibidos de se manifestarem publicamente sobre ou de abordarem o homossexualismo com seus clientes como se ele fosse um transtorno, um problema.
Para a bancada evangélica da política nacional, é resposta é igualmente categórica : sim. O homossexualismo é um transtorno a ser tratado se for da vontade de seu portador, deus criou o homem e a mulher, garantem eles. 
O deputado evangélico João Campos (PSDB-GO) quer reverter a decisão do Conselho Federal de Psicologia e legalizar a "cura gay", por considerar que o conselho "extrapolou seu poder regulamentar" ao "restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional".
De um lado, os evangélicos e sua certeza cega, fundamentada em sua ilógica bíblia, de que a viadagem é uma doença; de outro, os psicólogos e sua certeza cega, fundamentada em sua falsa ciência, de que a viadagem é um comportamento normativo e não deve, em hipótese alguma, ser encarada diferentemente disso, ou sofrer qualquer intervenção de ordem terapêutica.
Os dois estão equivocados. Erradíssimos em se meterem na vida alheia e quererem decidir sobre aspectos íntimos e intransferíveis de outrem, padronizando-os.
Do alto de seus posicionamentos opostos, evangélicos e psicólogos mostram que têm muito em comum. Arraigados a seus dogmas, ambos são igualmente intolerantes e preconceituosos.
Acredito que a questão nem seja regularizar o "tratamento" para a rosca frouxa. A questão é, por que proibí-lo? Por que é proibido? Quem define que comportamentos são transtornos a serem tratados ou não? Com base em quê? A quem cabe o julgamento moral em estabelecer quem é passível de uma assistência terapêutica ou não?
O direito de decidir se algo é um transtorno, deveria ser dado, única e exclusivamente, à pessoa que vivencia uma situação que a incomoda, bem como o direito de procurar o auxílio que ela julgar conveniente.
A ninguém mais deveria caber tal decisão. Nem ao Conselho de Psicologia, nem ao Estado, e muito menos a um bando de evangélicos escrotos.
Para o ser humano, tudo pode se transformar num transtorno, num foco de conflitos pessoais. Tem aquele que é complexado porque é gordo demais, ou porque é magro demais, ou muito baixo, ou muito alto, ou porque tem o cabelo "ruim", ou porque usa óculos fundo de garrafa, ou porque tem orelhas de abano, ou porque tem o pinto pequeno etc etc.
Qualquer dificuldade em aceitar a própria natureza, por mais boba que possa parecer, pode gerar sérios transtornos. 
Por que ser gay - descobrir-se gay - tem que ser motivo de alegria e júbilo para todos que o são? Por que ser gay não pode gerar dúvidas e inseguranças iguais às que possuem o magro demais, o gordo demais, o que tem acnes demais?
E por que esse sujeito não pode receber uma orientação profissional, se é de sua livre vontade?
Claro que não há uma cura para a homossexualidade, uma vez que em doença ela não se configura. Se o cara for gay dos legítimos, psicólogo nenhum do mundo mudará isso.
Mas permitindo que ele procure um profissional com a intenção de se curar, o bom psicólogo poderá, ao longo do processo, conscientizar o viadinho de sua condição natural, ensiná-lo a melhor aceitar, conviver e, por que não?, usufruir do que não pode ser mudado.
O bom psicólogo não vai - e nem poderia - mudar a orientação sexual inata ao sujeito. Pode curá-lo, porém, da rejeição que ele nutre por sua própria condição natural. Lentamente, o psicólogo vai mudando o enfoque das consultas e promove a autoaceitação do indivíduo. Findo o processo, ele nem se lembrará de que foi lá atrás de uma "cura". É bem capaz que, em agradecimento, o viadinho até acabe dando a bunda pro psicólogo.
No entanto, se o tema homossexualismo como foco de conflitos for tornado em tabu, o sujeito não terá a oportunidade nem de aprender a se aceitar.
E notemos como a coisa é incoerente, mesmo hipócrita. A medicina aceita tranquilamente a cirurgia de mudança do sexo físico como um procedimento ético e moral, mas taxa de preconceituosa a tentativa de mudança da orientação sexual. Permite que o cara corte o pau fora, mas impede que ele queira restaurar e preservar as pregas do cu.
De qualquer forma, o que deveria ser proibida, é essa tamanha ingerência dos Conselhos de Psicologia, do Estado e, agora, dos fanáticos religiosos no âmbito pessoal da vida do cidadão.
Não tem que proibir nem legalizar, o assunto tem que ser deixado à livre decisão de cada um. O que deveria ser proibida, é essa fiscalização do cu alheio. 
Aproveitando essa onda toda de proibições - e também para não perder a chance de marretar dois de meus alvo prediletos -, duas outras coisas podiam ser proibidas a bem da nação : o cara se tornar evangélico e se formar em psicologia.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A Hóstia Do Capeta

Corpo de Cristo é o caralho! Em Campobasso, região central da Itália, a hóstia consagrada virou foi o corpo do capeta, do demo, do Mefistófeles.
Tudo transcorria bem durante a missa do último domingo próximo passado, dia 19/02. Até que chegou a hora da hóstia, e as beatas fizeram fila para receber o corpo de cristo em suas bocas, sempre rezando para serem sorteadas com a parte da benga.
Passados alguns minutos, as beatas ficaram muito loucas, algumas abraçavam e esfregavam os crucifixos nas tetas e nas pombas do espírito santo, outras começaram a ter visões de santos, outras, ainda, começaram a bater no padre e gritar que ele era o demônio.
O incidente nada teve de possessão demoníaca. Nem tampouco foi ocasionado pelo excesso de calor na bacurinha das beatas; afinal, não eram os padres Marcelo Rossi e Fábio de Melo a cantarem suas musiquinhas safadas e a provocarem descargas de progesterona na velharada.
Foi um simples caso de ergotismo. A farinha de cereais usada no preparo da hóstia estava contaminada por esclerócios, massas compactas de fungos ricas em alcaloides psicoativos, que podem causar alucinações em menos de um minuto depois de sua ingestão. O mais famoso desses esclerócios é o do fungo Claviceps purpurea, produtor do ácido lisérgico, o LSD.
Assustado com o capeta em ação dentro de sua igreja, Don Achille, o padre da igreja do Santo Espírito de Campobasso, homem de muita fé e devoção, fez o que qualquer homem de deus faria em seu lugar : escondeu-se na sacristia e esperou a chegada da polícia.
A retirada dos fiéis não foi tranquila, muitos estavam extremamente alterados. Um dos oficiais comparou a cena com aquelas ocorridas durante o G8, quando os militantes agarravam-se aos postes para não serem retirados do local. 
As beatas queriam mais, queriam se esfregar loucamente nos santos, derramar o vinho do padre entre as tetas, fornicar no altar-mor. A hóstia do tinhoso é o ecstasy católico.
Horas depois, a assessoria de imprensa da diocese desmentiu o ocorrido, atribuiu o "boato" a um ataque contra a Igreja Católica. Do mesmo jeito que desmentem os casos de pedofilia.
Para não perder o estoque das hóstias do capeta - e ainda lucrar uns trocados -, a paróquia de Campobasso pensa em negociá-las com o pessoal do Santo Daime.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Governador Alckmin Convoca Professores Semianalfabetos Para Darem Aulas

Seja qual for o cargo público, ou o grau de instrução que cada um requeira, ninguém é admitido pelos munícipios e estados sem ter sido aprovado num concurso de provas e títulos. Policiais, lixeiros, médicos, secretários, serviços gerais, engenheiros, advogados etc etc.
Todos, ou são aprovados em um concurso ou, simplesmente, não exercem sua profissão no serviço público.
Quase todos, na verdade. Todos menos um, desgraçadamente. Há uma categoria que é absorvida pelo Público sem estar capacitada a tal. Há um tipo de profissional que não precisa ser aprovado em um concurso para trabalhar. Pior que nem ser aprovado : nem precisa mais prestar o concurso para trabalhar.
Atualmente, do total dos 210 mil professores que compõem o quadro de magistério do estado de São Paulo, 100 mil são docentes não concursados. 
Quase metade dos professores paulistas nunca foi aprovada em um concurso, muitos já nem prestam a prova, certos de sua utilização pelo governo. E olha que o concurso nem é aquela coisa toda, é uma provinha básica, que cobra o mais raso que é possível de cada disciplina.
Não obstante, esses incapazes são postos dentro das salas de aula devido ao número insuficiente de mão de obra minimamente qualificada. Recebem o nome de admitidos em caráter temporário, mas muitos são os que se aposentam sendo temporários sua vida inteira. Sim, muitos se aposentam pelo Estado sem nunca terem sido aprovados em concurso.
E a coisa não para por aí. Há o tal do eventual, que é um tipo de "tapa-buraco" da escola. O cara, por exemplo, é licenciado em matemática (formado pelo ensino à distância, mal sabe a tabuada), mas é usado pela escola na substituição de professores de qualquer disciplina. 
Falta o professor de História, o cara que não sabe a tabuada está lá, falta o de Biologia, o cara que não sabe a tabuada entra em ação, falta o de inglês, o cara que não sabe a tabuada surge com giz e apagador nas mãos.
Para tentar "moralizar" um pouco essa putaria, o governo do estado de São Paulo criou, há uns 3 ou 4 anos, uma prova classificatória para esses eventuais e admitidos em caráter temporário. Ou seja, foi criado um subconcurso, um concurso destinado àqueles que não conseguem passar num concurso.
O tiro saiu pela culatra. O governo acertou o próprio pé, e revelou um quadro ainda pior do que se supunha. Uma parcela considerável zerou na prova. E zeram até hoje.  Num primeiro momento, esses semianalfabetos diplomados foram impedidos de pegar aulas, classes não mais lhes seriam atribuídas. Nada mais coerente.
A falta crassa de professores, porém, obrigou o governo a reconsiderar, a voltar atrás e readmitir os, literalmente, zeros à esquerda.
Não teve como. Ou era isso ou os início e transcorrer do ano letivo seriam prejudicados. Teve-se que deixar cair a máscara de uma vez por todas. A máscara que tentava ocultar o que todos sabemos ser a marca do brasileiro : a incompetência.
Incompetência do governo estadual (proposital, nesse caso) em não proporcionar condições de trabalho e pagar salário decente ao professor; incompetência do MEC (mais desfaçatez, até) em regularizar o funcionamento de faculdades cada vez piores, faculdades de fim de semana, de beira de estrada; incompetência de muitos que se metem a ser professores sem possuirem o menor talento para tal, que acham que qualquer um pode entrar numa sala e lecionar, um bando de chucros que melhor serviriam à sociedade (e a si mesmos) se portassem uma enxada, não um giz; e incompetência das famílias em não cobrar do Estado uma escola de melhor qualidade, em não darem a devida importância à formação de seus filhos.
Pelo terceiro ano consecutivo, o governador Geraldo Alckmin está a convocar os professores reprovados no subconcurso para docentes. Reprovado significa não ter acertado nem 50% das questões propostas, todas na forma de testes de múltipla escolha. Esgotados os reprovados, Alckmin chamará os que, inclusive, nem chegaram a prestar a prova.
Concursos têm sido realizados com maior frequência, mas parcela significativa dos aprovados nem assume o cargo. E os que assumem, logo pedem exoneração. Pudera, um professor recém concursado irá ganhar pouco mais de mil reais (salário bruto) por uma jornada básica de 25 aulas semanais. O valor divulgado por Alckmin na imprensa, R$ 1989,00, é mentiroso, e ainda que fosse verdadeiro, não deixaria de ser miserável.
Há bons professores na rede pública. Ainda os há. São aqueles que estão na faixa dos quarenta anos para cima, são aqueles que começaram a carreira em época que se pagava um pouco melhor, são aqueles que, já com vistas à aposentadoria, não vão abandonar tudo de uma hora para outra, embora essa seja a vontade muitas vezes. 
Mas não haverá a renovação dos bons docentes. Em quinze ou vinte anos, talvez menos, apenas os zeros estarão à frente de uma sala de aula, apenas os "graduados" em faculdades à distância.
Hoje, o bom aluno e seus pais são submetidos todos os anos a uma roleta russa - um professor ruim pode fazer mais estragos que uma bala na têmpora- , não contam com a certeza de serem servidos por bons profissionais, contam apenas com o acaso, com a sorte de "caírem" com bons professores. Daqui a alguns anos, contarão com a certeza da bala a lhes estourar a cabeça.
Os professores semianalfabetos estão de volta às salas de aula, desarmados até os dentes.
Não há mais como esconder a podridão, a deformidade, a cicatriz. A máscara caiu.
Todavia, para a sorte do governo, muito pouca gente está olhando.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O DNA Da Poesia

Escrever um poema decente
Ou compor uma bela poesia,
Nada tem de pureza ou de serenidade,
Nada tem de transcendência ou de inspiração,
Nada tem de musas a dizerem obscenidades aos nossos ouvidos,
Nada tem de alegria.

Tem é de alívio :
Tem é de limonada em dias de sede,
Tem é de furúnculo vir a furo,
Tem é de dar uma deslizante e quilogrâmica cagada.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Marreta Apoia O Secularismo E O Laicismo

Artigo 19 da Constituição Federal do Brasil
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

Ou seja, o Brasil é laico, o que significa dizer que somos um Estado independente em face do clero e da Igreja, e, em sentido mais amplo, de toda confissão religiosa. 
O Brasil é secular (em oposição a eclesiástico), nega o controle da Igreja e do clero sobre a vida intelectual e moral, sobre as instituições e os serviços públicos.
Mas isso, como quase todas as leis brasileiras, é só no papel. O que vemos na prática é bem diverso, o que vemos no dia a dia é o total desrespeito ao artigo 19. O brasileiro é um criminoso religioso, um fora da lei em nome de deus.
Nossas notas de dinheiro têm a inscrição deus seja louvado, há cristos pendurados em cruzes nas repartições públicas, escolas públicas ministram aulas de ensino religioso, igrejas são livres de impostos, o Censo do IBGE tem a religião como um de seus itens,  aparece a lacuna religião nos dados pessoais das fichas para empregos, a ser preenchida pelo candidato.
Contrariando o parágrafo III do artigo, os religiosos são diferenciados pela lei : suas igrejas podem fazer barulho à hora que bem entenderem, são imunes à lei do silêncio, jovens do sexo masculino de certas religiões são dispensados do serviço militar obrigatório por força de sua fé, estudantes de outras religiões conseguem dispensa de aulas e de provas se essas ocorrerem numa sexta-feira, outros não podem ser convocados para trabalhar nas eleições etc etc
Onde está o laicismo do Estado Brasileiro? Por que os filhos das putas do padre e do pastor não pagam impostos? Eles não têm renda? O dinheiro deles vêm direto de deus? Qual o interesse do IBGE na religiosidade do brasileiro, se ele é um órgão público e somos um Estado laico? Por que tenho que aguentar a cantoria demente de uma igreja evangélica sem poder reclamar? Pior : se eu reclamar, sou taxado de intolerante, processado e até preso, pois os débeis mentais têm o direito de culto.
É por essas e por outras que o Secularismo tem ganho enorme força nos últimos tempos, sobretudo em países europeus, onde se dava o mesmo desrespeito contra o laicismo do Estado. Alemanha, França, Espanha, Reino Unido e Portugal são os expoentes desse retorno secular.
O Secularismo é um sistema de pensamento racional que rejeita toda forma de fé e devoção religiosa, as quais devem ser sumariamente excluídas da educação pública e  de outros assuntos estatais.
O Papa, pudera, anda pela Europa a manifestar sua preocupação com o ressurgimento secularista. O nazistão alerta para o nascimento de uma sociedade sem religião e extremamente materialista, dedicada apenas às posses terrenas.
O Papa preocupado com o materialismo? Então, passou da hora da igreja católica começar a se desapegar de suas terras, de seus tesouros roubados dos judeus durante a Segunda Guerra, de suas obras de arte etc.
No Brasil, o movimento secularista ainda é incipiente, mas já tem articuladores.
Jovens de cinco estados brasileiros realizarão a 2ª Marcha Pelo Estado Laico, no dia 10 de abril; a primeira foi em agosto do ano passado.
João Alfredo, organizador da marcha no Rio, disse que a manifestação reflete uma preocupação com a crescente influência das igrejas nas decisões de Estado, vide as bancadas evangélicas na Câmara e no Senado. A articulação do manifesto está sendo feita por intermédio do Facebook, onde há uma página para cada local. 
O Marreta do Azarão dá seu apoio e divulga os endereços eletrônicos para os  que quiserem aderir ao movimento.
O Marreta é pelo Secularismo, pelo civil e mundano. Enxotemos da vida pública, a igreja. Enxotemo-na do planeta.
Fonte: Paulopes

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Bem-Vindas As Cinzas E A Calmaria

Passados os temporais,
Consertam-se as telhas quebradas,
Lavam-se as calçadas enlameadas,
Recolhem-se os destroços da enchente,
Põem-se de pé os ossos
(o que se há de fazer?)
E se segue em frente.

Passados os carnavais,
Desentopem-se as calhas das serpentinas,
Colocam-se ao sol os colchões :
Tirar-lhes os ácaros e as colombinas,
Arrancam-se da alma as Venezas,
Despelam-se do rosto as máscaras negras,
Escovam-se os confetes dos dentes, 
Põem-se ao chão as fantasias, os sonhos
(o que se há de fazer?)
E se segue em frente.

Passados os temporais, os carnavais,
Somos retalhos de cetim
E passados atemporais.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

É A Podridão, Meu Velho

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
 É a podridão, meu velho!
 E essa futura
 Ultrafatalidade de ossatura,
 A que nos acharemos reduzidos!
 (Augusto dos Anjos) 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ateus São Melhores de Cama (2)

Já comentei aqui sobre a pesquisa que constatou que os descrentes são melhores metelões. Realizado na Universidade do Kansas (EUA), o estudo concluiu que a ausência do sentimento de culpa, entre outros fatores, torna os ateus mais livres e ousados na hora do rala-e-rola.
Baseados nessa pesquisa, os Ateus dos Estados Unidos, representados pelas organizações a American Atheists e a Backyard Skeptics, anunciaram em outdoors que são melhores amantes. Os outdoors ganharam as ruas no dia 14 de fevereiro, o dia dos namorados lá deles.
Tradução livre do Azarão : Os ateus trepam melhor (afinal, ninguém (deus) está  assistindo).

Estão a duvidar? Pensam ser propaganda enganosa? Experimentem, ora essa. Deem para um ateu!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Robô Cagão

Vem do Reino Unido o mais recente avanço em tecnologia robótica. Cientistas britânicos desenvolveram o protótipo de um robô que dispensa o uso de baterias, o que reduzirá a intervenção humana nas atividades da máquina, pois não háverá mais a necessidade de troca ou recarga.
O robô, batizado de EcoBot 3, conseguirá a energia para o seu funcionamento, simplesmente, comendo e processando a comida. 
Ele é capaz de gerar sua própria energia através de um dispositivo que converte resíduos orgânicos em eletricidade com a ajuda de micro-organismos; algo análogo ao que acontece com o ser humano. Ele pode processar qualquer tipo de matéria orgânica, mesmo lixo ou matéria em decomposição.
Teve dois predecessores : o EcoBot 1, que era alimentado com açúcar, e bactérias E. coli faziam o resto; o EcoBot 2, que já podia comer frutas e legumes podres, além de restos de insetos. Mas nenhum deles conseguia fazer o que faz todo mundo que come , ou seja, cagar.
O EcoBot 3 consegue. O EcoBot 3 é o primeiro robô cagão do mundo!
Ele é capaz de eliminar os resíduos de seu metabolismo, o que confere a ele o título de o primeiro "sistema artificial autossustentável", segundo os seus criadores. Inicialmente, os cientistas colocaram a comida do robô em locais fixos e específicos; depois de algum tempo, o robô era capaz de ir buscar seu alimento em outros locais.
O projeto foi desenvolvido conjuntamente pelas Universidades de Bristol e West England; os cientistas, animadíssimos, já preveem vários possíveis usos para o robo cagão.
Um deles seria enviar esses robôs a ambientes com alto grau de poluição orgânica, eles comeriam o lixo e limpariam o ambiente das substâncias tóxicas. 
Se bem que, nesse caso, acho que seria trocar seis por meia dúzia. Ou, mais grosseiramente falando, trocar merda por bosta, literalmente. O robozinho vai lá, comendo tudo o que vê pela frente, limpando tudo, daí a pouco, porém, começa a cagar tudo de novo. Limpa na frente e suja atrás.
Outra aplicação para o robô cagão, dizem os cientistas, seria usá-lo em explorações marinhas de águas profundas. O EcoBot 3 poderia passar mais tempo em grandes profundidades do que os equipamentos atuais, pois não teria que ser içado para troca das baterias (a falta de luz em ambientes profundos impede o uso de baterias solares nos equipamentos tradicionais), ele se alimentaria da biomassa dos ambientes abissais.
Até posso imaginar os relatórios dos pesquisadores : "A expedição abissal do EcoBot 3 foi um sucesso, ele realizou uma varredura em solos profundos como nunca antes realizada, e encontrou várias novas espécies, cinco espécies de peixes, oito de moluscos, quatro de crustáceos etc. Infelizmente, essas espécies já foram extintas, o EcoBot 3 precisou comer todas elas para se manter operante em sua missão".
E tem mais. Olhei para a foto do robô, olhei, olhei de novo, e não vi nenhuma estrutura que se pareça com um braço ou com uma mão. O que suscita uma última pergunta, urgente e inevitável : como é que o EcoBot 3 vai limpar o cu?
Fonte : BBC Brasil

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Picada De Abelha Provoca Embichamento

Peter Parker - rapaz franzino, introvertido, cdf, óculos fundo de garrafa - teve sua vida tansformada ao visitar uma Feira de Ciências e ser picado por uma aranha radiativa que havia fugido de um dos experimentos lá expostos.
De alguma forma, Peter Parker teve parte do DNA aracnídeo fundido ao seu, o que lhe conferiu habilidades extraordinárias : poder de aderir às paredes, agilidade e forças sobre-humanas (proporcionais às de uma aranha) e um sentido de aranha que o alerta sobre perigos que sua visão não capta, um ataque pelas costas por exemplo. Peter Parker só não adquiriu a habilidade de fabricar teias e lançá-las pelo cu. Ainda bem.
As teias, bem como seus lançadores, ficaram por conta de sua genialidade em bioquímica e mecânica.
Peter Parker transformou-se num dos mais famosos super-heróis de todos os tempos, o Homem-Aranha.
Mas isso foi lá nas histórias em quadrinhos, no mundo dos finais felizes, onde o bem vence o mal.
A vida real é bem menos heróica, digamos assim, é bem mais inglória.
Ted Prince, 40 anos, era um estadunidense muito bem resolvido, casado há oito anos, pai de dois filhos, feliz e satisfeito de sua vida. Até que foi picado por uma abelha.
Fosse em terras de Peter Parker, um novo super-herói estaria a cortar os céus da metrópole sem lei, o Homem-Zangão, ou coisa que o valha. Dotado de habilidades apídeas, ele poria os criminosos a nocaute com seus ferrões paralisantes, ou confundiria os sentidos dos meliantes  com emissões subsônicas geradas por suas super asas.
No mundo real, o que se deu com Ted Prince ficou muito longe disso. Léguas e léguas distantes.
Segundo relatos do mesmo, a picada da abelha desencadeou reações estranhas em seu corpo, fez seu organismo perder uma grande quantidade de testosterona (o hormônio do macho), o que lhe conferiu algumas modificações físicas peculiares : sua voz ficou mais aguda, sua pele tornou-se mais fina e delicada, e suas formas, mais femininas.
As transformações, porém, não instalaram o pânico em Ted. Antes pelo contrário, Ted se sentiu mais "confortável" em seu novo corpo. Palavras de Ted : "Meus seios começaram a se desenvolver, e minha pele foi ficando mais macia. Minha massa estava mudando, e eu estava gostando do que via".
Resultado : em 2008, Ted passou por uma cirurgia de mudança de sexo na Tailândia e tornou-se Chloe Prince.
Hoje, Chloe mora com a ex-esposa e as "duas" prosseguem na criação dos filhos. Afinal, abelha que é abelha não abandona a colmeia.
Os médicos supõem que Ted seja portador da Síndrome de Klinefelter, que estava latente em seu organismo até a picada da abelha, explicação que, a mim, parece das mais esfarrapadas. Parece-me que Ted, que admitiu gostar de usar roupas femininas quando criança, sempre gostou de ser "ferroado", e usou a picada da abelha para assumir a boiolice, para soltar a argola amparado pela "ciência".
De qualquer forma, vivemos em tempos perigosos, o tempo do não-tempo, segundo os Maias; conveniente, portanto, manter distância segura de colmeias e produtos derivados de mel e propólis, só para não dar sopa ao azar.
Ted não se transformou no Zangão Man, virou a Abelha Rainha (...Ó abelha rainha faz de mim um instrumento de teu prazer...É meio-dia, é meia-noite, é toda hora, lambe olhos, torce cabelos, feiticeira vamo-nos embora...)
Puta que o pariu !!!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Uma Elegia À Cláudia Ohana (2)

"Eu quero me enrolar nos teus cabelos,
Abraçar teu corpo inteiro,
Morrer de amor, de amor me perder"

Jair Bolsonaro Diz : "Haddad É O Candidato Do Kit Gay"

O intrépido e incansável deputado Jair Bolsonaro está sempre atento às investidas do povo da rosca frouxa e de seus simpatizantes e colaboradores.
Está sempre de olho nas tentativas GLS de embichar o país e torná-lo um paraíso para a viadada através da aprovação do PLC 122, projeto de lei que conta com nada mais nada menos que 180 ítens de "apoio" aos coloridos, ou seja, 180 privilégios legais aos gays.
Um desses ítens é o famigerado kit gay, um material "didático" encomendado pelo governo do PT para ser distribuído a crianças de 6 a 10 anos de idade das escolas públicas do país. Teoricamente, o material visa ensinar a tolerância e a aceitação das diferenças; na prática, a verdade é bem outra. Com vídeos que mostram crianças de mesmo sexo se beijando e um confuso travesti mijando no banheiro masculino da escola, o material é uma apologia e um incentivo à homossexualidade.
A distribuição do material, programada para o início do ano passado, foi barrada pela ação de Bolsonaro e seus correligionários. O kit gay, porém, só foi engavetado, não morreu.
Agora, Bolsonaro volta à carga e denuncia : "Haddad - o candidato do kit gay".
Fernando Haddad é o ex-ministro da Educação responsável por toda as cagadas ocorridas no ENEM dos últimos anos, e agora é pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo. Se eleito, pode exercer forte influência na aprovação do PLC 122 e, consequentemente, na liberação do kit gay.
Em uma das paredes de seu gabinete, Bolsonaro mantém um espaço que ele chama de o "mural da vergonha", no qual afixa material sobre assuntos que considera ultrajantes. É nesse mural que ele pregou um cartaz de alerta contra Haddad, no qual se pode ler uma pergunta subscrita : "As crianças de seis anos terão aula de homoafetividade nas escolas?".
Mais uma vez, parabéns pela eterna vigilância, Bolsonaro.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Bienal : Vá, Mas Não Me Chame

Tenho um primo que gosta de arte contemporânea, que diz gostar, que acha mesmo que gosta, que acha mesmo que aquilo é arte.
Sinceramente, eu não sei que tipo de arte alguém pode reconhecer, por exemplo, numa obra que nada mais é do que uma lata de Sopa Campbell's pintada sobre uma tela (Andy Warhol). Ou em colocar a própria merda dentro de latas de conserva e vendê-las como uma "ideia" (Piero Manzoni); no rótulo das latas podia-se ler (já traduzido do italiano) : Merda do Artista, conteúdo líquido 30 g, conservar ao natural, produzido e enlatado em tal data. Ou , ainda, em vacas coloridas de fibra de vidro espalhadas pelas ruas da cidade (sei lá quem é o autor disso). Mas enfim..
Tive contato voluntário com a tal arte contemporânea por uma única vez. Há algum tempo, muito tempo, ainda que não o suficiente para esquecer o que vi, o que é bom por um lado, evita que eu caia em novas arapucas do mesmo tipo, fui visitar uma mostra de arte contemporânea num museu daqui da cidade, o MARP, que exibia, então, obras de jovens artistas locais.
Entrei, assinei o livro de visitas - com o meu nome mesmo, não com aqueles nomes de duplo sentido que as pessoas costumam pôr nesses livros, Jacinto Pinto Aquino Rego, Thomaz Turbando etc -, e subi a escadaria que dava acesso ao recinto da exposição.
Mal galgava ainda o último degrau e dei de cara com uma sala cujo piso estava forrado por um pó branco, farinha de trigo, pude constatar depois. As pessoas entravam e passeavam à vontade pela sala, deixando suas pegadas na farinha, e a "arte" consistia naquilo. Acho até que havia um pequeno cartaz na parede com o nome do autor e sua explicação sobre a obra. Não o li.
Aquilo já minou boa parte do bom humor e da boa vontade com os quais me muni ao resolver pela visita à exposição, mas eu não iria jogar a toalha assim, logo no primeiro round.
Ao sair da sala da farinha, um grupo de pessoas me chamou a atenção, elas estavam aglomeradas ao redor do que me pareceu uma grande caixa branca de madeira. Respirei fundo, enchi-me de espartanas coragem e pertinácia, e aproximei-me do grupo.
Era mesmo uma grande caixa fechada de madeira, um cubo branco com um pequeno orifício em sua face superior, e um fio saía desse orifício, um barbante desses comuns. Aquele barbante era mantido "em pé" por um vento vindo do interior da caixa, produzido por um ventilador oculto ou coisa que o valha. O barbante ficava lá ao sabor do vento, feito aqueles bonecos infláveis de postos de gasolina, e as pessoas a olharem compenetradas para aquilo, buscando entender o profundo significado da obra.
Bastou-me. Aquilo também já era demais. Fui a nocaute. Puta que o pariu !!!
Nem olhei o resto da exposição. Desci as escadas, passei novamente pelo livro de visitas, assinei Thomaz Turbando e fui embora, para nunca mais.
Em uma de suas músicas, o cantor e compositor Zeca Baleiro faz uma divertida e inspirada brincadeira com essa arte "modernosa" e seus admiradores "cabeças". A canção Bienal, gravada em dueto com Zé Ramalho, é uma sátira bem-humorada à arte contemporânea; aliás, uma sátira com muito mais arte que a própria arte que ela satiriza. Abaixo, a letra

Bienal
(Zeca Baleiro/Zé Ramalho)
Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta

Meu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
calcado da revalorização da natureza morta

Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da jia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"

Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno

Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana

Com a graça de Deus e Basquiat
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana

Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina

Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da silibrina
Desintegro o poder da bactéria

Com o clarão do raio da silibrina 
Desintegro o poder da bactéria

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Nova Ministra De Dilma Defende O Aborto

Eleonora Menicucci é amiga de Dilma Rousseff desde a década de 1960 e foi companheira de cela da presidente durante o governo militar, o que significa dizer que Eleonora também era uma guerrilheira, terrorista, fora-da-lei, disposta a tomar o poder através das armas.
E é a dona desse currículo invejável, a nova ministra da Secretaria das Mulheres. Sua primeira declaração já mostra bem a que veio, não nega a sua origem PT. Eleonora declarou que, como sanitarista, considera o aborto um caso de saúde pública no Brasil, colocou tal prática na mesma categoria do crack, da dengue, do HIV e de todas as doenças infecto-contagiosas.
É inadmissível, segundo ela, o número de mulheres que morrem todos os anos no Brasil em decorrência de abortos clandestinos. Com a legalização, as mulheres que decidirem pela interrupção de suas gestações terão uma adequada assistência "médica", que não porá suas vidas em risco.
Ou seja, a pessoa decide praticar um assassinato e o governo se preocupa com a integridade física do assassino, não com a da vítima; o importante é garantir a vida do assassino. É a velha receita brasileira de legislar : se está muito trabalhoso combater o crime, legalize-o. 
O aborto pode até ser cogitado em situações muito particulares, ocorrem-me três delas : a concepção ter sido fruto de um estupro, a gestação colocar seriamente em risco a vida da mãe, o feto apresentar uma malformação congênita que lhe daria pouco tempo de uma sofrida sobrevida.
Fora esses casos especiais, o aborto deve continuar a ser considerado um crime, sim. Pelo simples motivo de que é exatamente isso o que ele é. E nem vou discutir aqui questões científicas, metafísicas ou religiosas. A questão nem é tentar estabelecer se a vida começa no momento da fecundação ou não, nem é discutir se é pecado ou deixa de ser. Nesse caso, quero que a ciência e a religião se fodam.
O fato é que o aborto é uma puta duma covardia, uma agressão das mais calhordas. Um adulto decide matar uma vida que nada lhe fez de mal e que tampouco lhe é de alguma ameaça; decide extirpar a sangue-frio uma vida que não pediu para ser concebida; decide exterminar um ser vivo sem nenhum poder de decisão sobre a própria vida, um serzinho totalmente indefeso, um ser cujo único protesto será berrar e chorar ao ser arrancado do útero, sim, fetos berram e choram em suas mortes.
Aborto é assassinato! Proteger a saúde do assassino lhe dando atendimento médico? Ora, vão à merda, que morra o assassino também, no mínimo. 
Caso a ministra consiga seu intento, o governo não irá pagar um médico à mulher que se decidir pelo aborto, ele irá pagar um carrasco concursado, um assassino de aluguel da União. E tudo com o nosso dinheiro, com o dinheiro público, seremos os cúmplices financiadores dos assassinatos.
Não tem nada que legalizar o aborto, tem mais é que punir severamente o crime, tem que meter na cadeia o sujeito que o executa , e não lhe dar  um crachá de Agente da Saúde Pública, como pretende a ministra.
Mas o que de diferente poderíamos esperar? Para essa turma do PT - ex-guerrilheiros, ex-terroristas, ex-assaltantes de banco, ex-sequestradores -, tirar vidas é a coisa mais normal do mundo, é rotina de serviço, algumas vidas a mais ou a menos pouca diferença lhes fazem.
Falsos democratas, colocam-se publicamente contrários à aplicação da pena de morte para criminosos de alta periculosidade, mas a querem institucionalizar para os inocentes.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A Micareta De Jesus

Que tal rezar um Pai Nosso ao ritmo do afoxé? Um Salve Rainha saracoteando ao som de um frevo? Ou uma Ave Maria conduzida pelo Olodum e Carlinhos Brown? Nunca pensaram nisso? Nem eu. Mas tem que já pensou. Sempre tem um filho da puta que pensa.
O ser humano, como eu já disse aqui várias vezes, nasceu vocacionado para a putaria, tem inclinação natural para o "mal". No dia-a-dia, até por necessidade de uma adequada convivência social, ele mascara e represa seus mais baixos instintos, mas precisa dar-lhes vazão vez em quando.
O carnaval é um desses respiradouros, o sujeito solta a franga sob os auspícios de Momo, escancara bonito. Com a chegada das Cinzas, tudo volta ao normal, e todos os desatinos cometidos são olvidados e relevados, é como se não tivessem acontecido. O cara tira férias dele mesmo.
(Menos a moça do Chico, que viu chegar quarta-feira, acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando, e ela inda está sambando; que viu morrer alegrias, rasgar fantasias, os dias sem sol raiando e ela inda está sambando)
Acontece que o grupo dos religiosos sempre se viu privado dessa salutar libertinagem provisória. Por força de sua fé e, principalmente, para não parecem hipócritas, os cristãos se isolam nos dias do reinado de Momo, enfurnam-se em algum lugar ermo, encasulam-se em seus retiros espirituais. Melhor, isolavam-se.
A cristandade - sobretudo as cristãs e os padres - cansou-se dessa coisa de retiro. Elas não querem retirar mais nada, querem mais é pôr, pôr a coisa pra dentro. Mas como fazer para se render aos espíritos pagãos do carnaval sem se sentirem rebaixadas a pecadoras comuns?
Simples. Mantenha a festa exatamente da mesma maneira, conserve o pecado em sua íntegra,  e acrescente o nome de Cristo no meio.
A arquidiocese do Rio de Janeiro criou o bloco carnavalesco Folia Com Cristo, o maior bloco de carnaval católico do Brasil. A criação do bloco visa aproximar a juventude e a Igreja Católica , e tem vistas ao evento Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013, uma espécie de copa do mundo católica, o bloco é um chamariz , um "esquenta" para o JMJ.
O padre Renato Martins, coordenador do Setor Juventude da Arquidiocese do Rio de Janeiro, declarou :  "a micareta de Jesus surgiu com objetivo de mostrar a face alegre da igreja, aproximando a fé da cultura brasileira". A face alegre da Igreja? Vá dizer isso ao idiota do Cristo pregado na cruz.
O evento ocorrerá entre os dias 17 e 22 de fevereiro, com direito à Santa Missa realizada pelo padre Arísio, recém ordenado (um padre fresquinho); a festividade contará ainda com gincanas, adoração ao santíssimo e muita música e animação. Tudo isso realizado no sítio Maranathá, em Nova Iguaçu, pela módica quantia de 110 reais por cabeça - tava demorando pra vir o "golpe".
A micareta de Jesus contará com shows imperdíveis : a cantora baiana Jake (considerada, sabe-se lá por quem, a Ivete Sangalo católica) e os grupos Alto Louvor (direto de Salvador) e  Promessas de Fátima.
Puta que o pariu!!! Eu, que sou ateu, respeito mais a fé das pessoas que esses segmentos ditos progressistas da igreja. É muita cara de pau, muita canalhice e hipocrisia.
É o trio elétrico do Céu. É o pai, o filho e o espírito santo vestindo abadá. 
Os organizadores garantem que não haverá drogas nem álcool no recinto. Só o Vinho do Padre, muita lavagem cerebral e "apitos de chamar anjo" à vontade para os fiéis.
Duvidam? Acham que estou inventando? Olhem o cartaz do evento :

Que Fossa, Hein, Meu Chapa, Que Fossa...(3)

Ângela Rô Rô - sapata das antigas, comeu muito a Zizi Possi - é uma das maiores exageradas da MPB, é a Dolores Duran das décadas de 1970 e 1980, Rô Rô é o que Cazuza sempre quis ser e alcançar em suas letras de dor de cotovelo.
A música Malandragem (gravada por Cássia Eller), Cazuza compôs para que Rô Rô botasse seu vozeirão, mas ela recusou, achou boba demais aquela coisa de "quem sabe ainda sou uma garotinha... rezando baixo pelos cantos"; Cazuza ficou puto com a recusa e ligava insistentemente para a casa dela, de madrugada, bêbado, xingando, dizendo que, então, ia dar para a Zizi Possi gravar. Coisa de bicha, mesmo.
É de Rô Rô um dos clássicos da fossa, Mares da Espanha, recentemente regravada por Toni Platão no bom disco Negro Amor.

Mares Da Espanha
(Ângela Rô Rô)
Nem que eu caminhasse às três da manhã
Nem que eu me enganasse prá ver o que é bom
Nem que eu caminhasse até o Leblon, não iria encontrar
Você navegando os mares da Espanha
Tecendo prá outra seu corpo com manha
Você navegando o vazio da Espanha e eu no Leblon


Loucura é loucura, não me compreenda
Loucura é loucura, pior é a emenda
Loucura é loucura, não me repreenda
Eu amei demais!


Você quando acorda tem gente do lado
Mas eu quando durmo é um sono abafado
De uísque e vergonha por nunca encontrar você
Ainda insiste na experiência
Pensando que o amor é como a ciência
Amantes diversas não vão trazer nada a mais


Loucura é loucura, não me compreenda
Loucura é loucura, pior é a emenda
Loucura é loucura, não me repreenda
Eu amei demais!


Nem que eu caminhasse de volta prá casa
Deixando as mentiras e os sonhos prá trás
Tentando viver o real de um amor que se deu demais
Nem que eu caminhasse às seis da manhã
Nem que eu me cegasse prá ver o que é bom
Nem que eu rastejasse até o Leblon, não iria encontrar


Loucura é loucura, não me compreenda
Loucura é loucura, pior é a emenda
Loucura é loucura, não me repreenda
Eu amei demais!
Eu amei demais!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Bebê Héracles

Hera, esposa de Zeus, a maior corna de todas as mitologias, mandou duas víboras peçonhentas ao berço do bebê Héracles, enciumada de mais essa cria bastarda de seu marido, resultado de uma pulada de cerca do Todo-Poderoso do Olimpo com a mortal Alcmena.
Mesmo com apenas oito meses de idade, Héracles já era Héracles. Estrangulou as serpentes com as próprias mãos.
Jesus ainda não voltou. Héracles, já. E ressuscitou em Israel.
O menino Imad Gadi, de apenas um ano, arrancou com uma única mordida a cabeça de uma cobra de 35 cm que entrou em seu quarto. 
Ao ver a cena, mãe de Imad começou a gritar, pensando ser do filho o sangue derramado. Um vizinho pulou o muro em socorro aos gritos da mulher, entrou no quarto e tirou a cobra das mãos do pequeno Héracles. Mas já era tarde demais, para a cobra. 
Segundo o herpetologista Eli Cohen, a cobra tinha uns três anos e possuía mordida muito dolorida, ainda que não peçonhenta.
Esse menino tem futuro assegurado no Exército israelense. Com um ano, ele já arranca cabeças de cobras à dentadas; com mais uns 15 anos, estará arrancando cabeças de palestinos. Se tivesse nascido no Brasil, em breve seria destaque da Parada do Orgulho Gay. Vejam o anjinho abaixo:

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Brasileiro É Cordial

Sérgio Buarque de Hollanda, o pai do Chico, em seu livro "Raízes do Brasil", no capítulo "O Homem Cordial", dá destaque a uma característica presente no modo de ser do brasileiro, a cordialidade.
O próprio historiador se arrependeu de ter lançado essa "tese", não pela lapidar frase em si, mas pela errônea interpretação, segundo ele, dada ao seu dito.
Cordial, ao contrário do que muitos pensam e do uso corrente dado à palavra, não é um homem gentil. Cordis, vem da palavra latina cor, que significa coração, logo o homem cordial é aquele que agiria impulsionado pela emoção em lugar da razão.
Sei lá. Primeiro que o coração é um músculo, não têm nenhuma ingerência sobre qualquer decisão humana, seja ela considerada racional ou impetuosa; 
Segundo que, ainda que tivesse, ao coração humano são atribuídas características das mais nobres, bondade, compaixão, amor fraternal, solidariedade etc; agisse pelo coração, e possuísse o mesmo tais atributos, o brasileiro seria cordial na pura acepção da palavra e  também gentil, oficializando seu uso coloquial.
Se o brasileiro age pelo cor e o cor é bom, logo o brasileiro é um povo bom e gentil; de onde me parece que Sérgio Buarque de Hollanda não foi mal interpretado, ele se expressou mesmo mal. 
O brasileiro age sim via cérebro, predominantemente pela região chamada de Complexo R, nosso cérebro reptiliano, nosso centro da agressão/sobrevivência, a região mais velha e primitiva de nossa massa cinzenta.
Sérgio Buarque de Hollanda mal se expressou por, aparentemente, não dominar rudimentos biológicos (isso é comum aos das humanas, e os conduzem às mais disparatadas conclusões sobre o comportamento humano) e por ter sido, talvez, influenciado pelo mito do Bom Selvagem. 
Povos mais avançados tendem a confundir primitivismo com inocência, ingenuidade e bondade. Quanto mais primitivo é um povo, mais  "puro" ele parece aos olhos do civilizado; é como se ele ainda não tivesse sido maculado pela maldade humana, como se ele vivesse em harmonia com o cosmo, no idilismo do Éden.
Primitivo não é sinônimo de bom ou inocente, nem de burro. O ser humano não precisa ser inoculado pela maldade alheia, ele já nasce mau. São os mecanismos de restrição sociais - sobretudo as leis e a religião - que o fazem agir como se fosse bom.
Tirem essas amarras e o ser humano passa a agir, como diria Sérgio Buarque de Hollanda, pelo cor, torna-se verdadeiramente cordial. 
No Brasil, os nordestinos são os nossos bons selvagens : sempre alegres e festivos (quando, na verdade, são preguiçosos), sempre rindo seus risos banguelas para os turistas (não por simpatia genuína, mas para lhes arrancar uns trocados), além de suas praias, sua ignôrancia é um dos pontos turísticos do lugar, compõe o cenário exótico que o turista tanto gosta, é como passear num zoológico a céu aberto.
E é de lá, especificamente da carnavalesca Bahia, que vêm os mais recentes exemplos da verdadeira cordialidade do brasileiro.
A Polícia Militar da Bahia decretou greve no dia 31/01 e a população baiana, sempre acolhedora, está tirando a barriga da miséria. Alguns atos de cordialidade da terra do berimbau, da malemolência e do "meu rei":
Entre a meia-noite de sexta-feira e as 6h deste sábado, 29 pessoas foram vítimas de homicídios em Salvador;
Na quinta-feira, segundo dia após anúncio da greve, a SSP-BA somou 14 homicídios. Já no dia 1°, primeiro dia do movimento, foram confirmadas oficialmente sete mortes decorrentes de crimes;
Cinquenta e cinco é o número oficial de homícidios, até agora;
Assaltos em residências e saques à lojas propagam-se pelas cidades.
Esse é o Homem Cordial, esse é o Bom Selvagem.
Afinal, são vésperas de carnaval. A Bahia nos manda seu axé.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

José Manuel E As Sacolinhas de Plástico

José Manuel (vulgo Zé Mané) vai ao supermercado. 
José Manuel leva a tiracolo sua sacola reutilizável de lona, material reciclado de um encerado velho de caminhão; José Manuel tem uma semiereção só de pensar na agressão que o planeta deixou de sofrer por isso.
José Manuel se tem na conta de cidadão-modelo do século XXI, as metas do milênio são o seu decálogo; José Manuel é politicamente correto e com consciência ambiental, pensa muito na utilização sustentável dos recursos naturais e nas extinções do urso polar e do ornitorrinco da Tanzânia, mas nem cogita em trocar seu carro por uma bicicleta.
José Manuel é ecológico, participa de ONGs, colheu assinaturas contra as sacolinhas de plástico dos supermercados, encabeçou moções e petições pela proibição de sua distribuição e, acredita, venceu a guerra.
José Manuel desfila pelo supermercado como um conquistador em devastado território inimigo, ostenta sua sacola de lona reutilizável feito uma bandeira dos Cruzados Templários : o supermercado livre de sacolinhas é a sua Constantinopla expurgada da presença moura.
José Manuel começa sua compra pelo setor de hortifruti, um brócolis, duas ou três beterrabas, uma dúzia de bananas, uma verdura, meio quilo de batata, cada tipo de vegetal colocado dentro de um saco plástico para ser pesado; José Manuel passa pelo setor de frios e as solicitadas "trezentas" gramas de "mortandela" são entregues a ele dentro de outro saco plástico; José Manuel vira o próximo corredor à esquerda e acrescenta uma garrafa de suco de caju e outra de refrigerante sabor cola à sua sacola de lona reutilizável, garrafas PET; pega um detergente biodegradável com o selo de certificação do GreenPeace, acondicionado em embalagem plástica não-biodegradável; um fardo de 8 rolos de papel higiênico, embalados em plástico; duas pastas de dente, caixa de papel, tubo de plástico; pão de forma integral, mais um invólucro de plástico; quatro iogurtes probióticos, vendidos em uma bandeja de plástico; um pacote de arroz, um de feijão e outro de açúcar mascavo, mais plástico; um cereal matinal, caixa de papel, outro saco plástico internamente; já esperando na boca do caixa, resolve-se por um pacote de batatas fritas, embalagem daquele plástico aluminizado que nem uma guerra nuclear é capaz de degradar.
Ao fim de sua pequena compra, a sacola reutilizável de lona de José Manuel bem se encaixa ao famoso dito popular : por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento. A sacola reutilizável de José Manuel é de lona no corpo, mas de puro plástico na alma; é o ovo do cuco.
José Manuel nem se importa com isso, talvez nem se aperceba de sua hipocrisia : ter adotado uma sacola de lona reutilizável, exime-o de qualquer culpa de consumo posterior.
José Manuel ri satisfeito enquanto espera sua vez, e aproveita para lançar olhares de reprovação e desdém aos outros consumidores, àqueles que ainda não tem suas sacolas de lona reutilizáveis.
José Manuel é homem plugado e antenado ao seu tempo, não anda com dinheiro no bolso; ao ser informado do valor da compra pela moça do caixa, passa seu cartão plástico de crédito a ela, que faz o devido débito.
No caminho de volta, no carro, a sacola de lona reutilizável vai ao lado de José Manuel, no banco do passageiro, de tempos em tempos, José Manuel a olha com orgulho. 
José Manuel inspira fundo e sente sua respiração em ressonância com a do planeta, muito mais desobstruída depois do banimento das sacolinhas plásticas, como um asmático que se vê livre do agente causador de sua alergia. 
José Manuel parece mesmo ouvir uma voz lhe sendo grata, uma voz retumbante saída do âmago do planeta e a dizer : "Obrigado, José Manuel".
No entanto, não é a voz da Mãe Terra que chega aos ouvidos ilusos de José Manuel. São as vozes dos donos das grandes redes de supermercados, que tiveram suas estrondosas margens de lucro ampliadas um tantinho mais.
São as vozes em uníssono de todos os Carrefours, Wal-Marts e Pães de Açúcares do estado de São Paulo; e agradecendo não a José Manuel, a Deus. Agradecendo a Deus, todos os dias, pela existência dos milhares e milhares de Zés Manés.

P.S - Acordem, Zés Manés. Ou, pelo menos, parem de encher os nossos sacos, como eu já pedi uma vez aqui no blog, no idos de 2009, na postagem : Salvem o Planeta, Mas Não Encham o Meu Sacolão

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Força, Wando

O cantor e compositor Wando, macho das antigas, um dos últimos bastiões da heterossexualidade no meio artístico, e notório colecionador de calcinhas, foi internado com graves problemas cardíacos e submetido a uma cirurgia de urgência para desobstrução de artérias.
Quase passou dessa para melhor (ou para pior, vai saber). Apesar da melhora e da estabilização do quadro, sua saúde ainda inspira cuidados, ele permanece na UTI, sedado e respira por aparelhos. Ainda está mais pra lá do que pra cá, ainda tá mais pra meu iaiá que pra meu ioiô.
Mas agora a coisa vai melhorar. Dono de um dos maiores fã-clubes do país, são justamente esses fãs que vêm em seu auxílio, são esses fãs que trazem a cura para Wando, aquilo que é um autêntico elixir da longa vida para o cantor, o próprio Santo Graal : as calcinhas.
Fãs do país inteiro estão prestando sua homenagem a Wando através do blog Lavou Tá Nova, administrado por fãs do artista. Elas estão postando fotos de suas calcinhas no blog, em cada calcinha há um bilhetinho para Wando, desejando-lhe forças e melhoras.
Tem calcinhas de todos os tipos : calcinhas comestíveis e calcinhas bélicas, calcinha framboesa, calcinha antiaérea, calcinha de morango, calcinha Exocet. 
Se tirarem o tubo de oxigênio do Wando e botarem uma dessas calcinhas no nariz dele, bastará uma cafungada, uma cheirada no capricho. Na mesma hora, ele já sairá cantando.
 Wando é uma das grandes figuras da MPB, é um ente folclórico, quase parte do imaginário popular. Já fez - e ainda faz - muita balzaquiana se melar entre as pernas quando canta Fogo e Paixão, faz puta véia chorar de saudade ao escutar Moça (...moça, sei que já não és pura, seu passado é tão forte, pode até machucar).
Não sou fã da música de Wando, nem tenho calcinhas para lhe enviar em solidariedade, mas simpatizo muito com o personagem que ele representa no palco.
Então, vamos lá : Força, Wando.