Sempre gostei pra caralho dos textos de Diogo Mainardi. Aprendiz de feiticeiro e herdeiro de Paulo Francis, Mainardi me divertia muito em sua coluna semanal na revista Veja, sobretudo quando marretava o condenado Luis Inácio Sapo Barbudo Lula da Silva. Mainardi fez de Lula a sua anta, o seu animal de caça de estimação.
Depois, não sei a partir de quando e nem por quais cargas d'água, Mainardi, felizmente para ele e infelizmente para mim, abandonou o jornalismo brasileiro e se mudou para a Itália, para Veneza. Se eu tivesse como, também não pensaria meia vez em fazer o mesmo.
De Mainardi, sei que hoje ele compõe a equipe do jornal/revista O Antagonista, que oferece de forma gratuita apenas pequenos trechos de notícias. Ficando guardados, acredito, os textos mais consistentes e argumentativos de Mainardi, apenas para os assinantes.
Sei também que ele faz pequenas participações no programa Manhattan Connection, outrora (até um dia desses) conceituadíssimo dominical e, agora, comprado (literalmente) pelo João Doria e exibido na TV Cultura.
E foi no último Manhattan Connection, exibido ontem, 28/04, que Diogo Mainardi mostrou que continua digno de toda a minha admiração e o meu respeito, que mostrou que é um macho das antigas.
Um dos convidados do programa foi o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, do qual eu nunca tinha ouvido falar, e que atende pelo mimoso apelido de Kakay. Eu nunca ouvira falar do sacripanta, mas o sujeito é famosíssimo e muito requisitado em Brasília. Sua especialidade : tirar político corrupto da cadeia. O que convenhamos, num país de bandidos, de merda e de merdas como o nosso, não deixa de ser um enorme serviço de utilidade pública.
Num dado momento, não conseguindo, não tendo estofo suficiente para debater de forma séria com Mainardi sobre a questão do absurdo do corrupto não ser preso nem após condenação em segunda instância, quando, na maior parte dos países civilizados, o canalha já vai pro xilindró logo após condenado em primeira instância, o tal Kakay resolveu partir para a pândega, se sair com gracinhas e pilhérias para cima de Mainardi, tentar desqualificar o jornalista, uma vez que incapaz de refutar os argumentos do mesmo.
Disse, o pústula, que nem sabia que Mainardi era jornalista, que sempre pensara que ele fosse um humorista. Disse ter ouvido, certa vez, da boca de Chico Anysio que todo humorista é um mal-humorado, um mal-humorado inteligente, que tem um visão ácida do mundo. Completou dizendo que Mainardi, no caso, parara só no mau humor.
Ao fim do programa, o âncora Lucas Mendes perguntou a Kakay se ele absolveria o Manhattan Connection. No que o pulha respondeu : “Eu acho esse programa quase perfeito. Tem 3 pessoas extremamente preparadas, pessoas que vivem no mundo, e tem um mau humorado pra poder falar, gritar, xingar, isso tudo é alegria, faz parte. Humorista que tem mau humor é tradicional, mas que tem mau humor e não tem inteligência, vocês são muito corajosos”,
Claro que Mainardi poderia ter respondido dignamente a Kakay. Mas um indigno não merece ser tratado dignamente. Mas um biltre desse, um borra-botas que tira ladrões de dinheiro público da cadeia - assassinos que matam o povo de fome, por falta de assistência médica, educação e segurança - e que defende a prisão para o "bando de Curitiba" (referindo-se à valorosa equipe da Lava-Jato), não é merecedor do verbo de Mainardi, não vale a sua prosa de fina ironia. E Mainardi sabe disso, sabe da inútil perda de tempo que seria.
Mainardi não teve dúvidas. Fechou o programa com chave de ouro : "Como diria Olavo, vai tomar no cu!!! Lucas Mendes e Caio Blinder riram, talvez Mainardi tenha dito o que eles também estavam com vontade de. O outro integrante da equipe, Pedro Andrade, moçoila politicamente correta, pôs a mão à testa, abaixou a cabeça e a balançou negativamente, em sinal de consternação, de vergonhazinha alheia.
Claro que a imprensa filha da puta e "certinha" já deve estar a falar horrores de Mainardi, o que só legitima ainda mais a fala do jornalista.
Diogo Mainardi é macho das antigas! Terá sempre um lugar de honra no Marreta.