quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Retrospectiva Azarão 2014

Tenho até uns dois ou três textos já escritos, prontos para serem digitados - sim, primeiro os escrevo à mão, à dura pena -, mas estou com uma preguiça fudida de. Assim, vou dar uma vagabundada e colocar os links para alguns textos publicados ao longo do ano, alguns dos que eu mais gostei de ter escrito.
O primeiro e o segundo são, sem dúvida, os meus hors concours, os outros vêm na ordem em que fui me lembrando deles, não estão classificados por preferência.
A eles:
E, claro, todos os Pequenos Contos Noturnos, as aventuras e desventuras de Rubens.
Divirtam-se. Eu me diverti escrevendo-os.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Avis Rara ou Pássaro Cativo?

Asas para enfeitar tua própria gaiola
- as superficialidades das grades
forjadas e chumbadas
uma a uma
por ti mesma -,
Ou pesos de chumbo
À tua cintura e aos teus pés
E pulmões de escafandrista
- para voares além da tua própria estratosfera,
Girares
Tonta de espaço,
Embriagada de éter sideral
Além da tua órbita
E gravidade ?

Canoro canto para encantares a ti mesma,
Para não ouvires a ti mesma,
Os teus desatinos e desafinos
- gravado em mídia de um CD pirata,
brilhante, jovem, liso, volátil, volúvel -,
Ou a paciente e melodiosa mudez
- Arada sob o sol,
Sulcada, 
Como quem risca os pulsos à gilete,
Nas rugas e na sabedoria fóssil de um confiável vinil -
À espera da tua própria voz,
Do teu próprio tom?

Que tipo de pássaro cativo,
De assum preto com os olhos vazados,
És?
Que espécie de avis rara
Julgas que sejas?

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O.R.M.I.s - Objetos Religiosos Mal Identificados

Indubitavelmente, Jesus Cristo foi o campeão de aparições em 2014, o rei dos reis dos avistamentos doidões, o messias das ilusões de (idi)óptica.
Cristo apareceu mais que disco voador na Cidade do México, mais que o Chupa-cabras na América Central, mais que o ET de Varginha em...Varginha, mais que o Lula na campanha da Dilma.
É o OMRI, o objeto religioso mal identificado! Pããããta que o pariu!!!
Algumas das principais visões do bom nazareno:
Para Erica Scheldt, o rosto de "Jesus" apareceu em uma arraia vista perto de James Island (Carolina do Sul, EUA); os donos da Posh Pizza, em Brisbane (Austrália), afirmaram que a face de "Jesus" surgiu misteriosamente em uma pizza de três queijos da casa.
Para Karen Hendrickson, o rosto de "Jesus" apareceu em uma panqueca servida na última Sexta-Feira Santa em uma cafeteria da cidade de Norco (Califórnia, EUA); "Jesus" também foi visto em um ferro de passar roupa em Massachusetts (EUA).
Testemunhas de um incêndio em Fresno (Califórnia, EUA) disseram ter visto o rosto de "Jesus" na cortina de fumaça provocada pelas chamas, em outubro. "Você vê Jesus na fumaça e então uma pessoa é salva. Isso não é uma coincidência", disse à agência UPI uma das testemunhas (provavelmentge de Jeová), identificado como Wyatt Forker. Quer dizer que foi a fumaça em forma de Jesus que salvou o cristão? A fumaça era real, né? Ilusão de idiótica eram os bombeiros. E uma vez que Cristo tanto gosta de aparecer, por que não "apareceu" antes do infausto e impediu o incêndio? Teria sido de mais utilidade; e para Paula Osuna, de Silver City (Novo México, EUA), "Jesus" se manifestou no corpo dela. Mais precisamente no seu pé direito: uma mancha roxa decorrente de uma contusão que ela sofreu ao cair de uma escada.
E a minha preferida, a mais oportuna, a mais bem localizada:
No toba de um cachorro!!! É mesmo o rei dos judeus!!! Sem tirar nem pôr!!!
Diante de tantos avistamentos, de tantos OMRIs, um certo medo começa a me rondar. Vá que eu esteja lá, prestes a degustar uma boa xavasca, daquelas cabeludíssimas, e o rosto do Cristo se me aparece, todo barbudão? Eu broxo! Na hora! Pããããta que o pariu!!!
Em tempo : no Brasil, são mais comuns as "aparições" de Nossa Senhora, feito a do brócolis :
Virgem Maria da Hortaliça.

domingo, 28 de dezembro de 2014

ANTIMATÉRIA

Há muito não se enraízam e avermelham 
Flamboyants em minhas mal irrigadas coronárias. 
Há muito o estilhaço radioativo do desejo em mim não se alastra, 
Não me percorre, lobo famélico, armadurado para a batalha. 
E toda essa ausência 
Nem me acalma nem causa aflição.
 

Há muito não revoam e se incendeiam 
Tucanos em meus baços olhos 
Há muito a metástase onírica da utopia em mim não se acampa, 
Não me sacode, bocarra gosmenta, guarnecida pra triturar. 
E todo esse vácuo 
Nem me relaxa nem provoca insônia.
 

Há muito não se adensam e menstruam 
Coringas em minhas circunvoluções. 
Há muito o corisco do SER em mim não se alça 
Não me infla cadáver afogado equipado pra assombrar. 
E toda essa antimatéria 
Não me move nem me faz querer morrer.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Eu Vou, Mas Eu Volto

Ausentar-me-ei por alguns dias. Natal na casa da sogra e coisa e tal. Para um mal-humorado de nascença, como eu, Natal, alegria obrigatória, é uma tristeza, é um bode só, sempre foi.
 Não bastasse, sou ateu, um ateu convidado, ou melhor, intimado, a comparecer na festa de aniversário do Cristo.
Ateu é penetra no Natal. E já que é para ser penetra, eu preferia sê-lo na xavasca da Scarlett Johansson, mas enfim...
Deixo-vos, então, com as verdadeiras renas do Papai Noel. Estão todas aí, Rodolfo (a rena do butão vermelho), Corredora, Dançarina, Empinadora (essa é a melhor!!!), Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago.
Só não sei por que elas estão segurando as tetas, regulando essas mixarias...
Feliz Natal!!! 
Porque, como eu mesmo digo, de duas coisas, ninguém escapa nos fins de ano : natal na casa da sogra e exame de próstata!!!

Todo Castigo Pra Corno é Pouco (8)

Dia desses, recebi uma reclamação quanto ao suposto conteúdo machista da seção Todo Castigo Pra Corno é Pouco, uma vez que, segundo a querelante, exclui as cornas, como se somente o homem traído sofresse.
Não conheço pessoalmente a reclamante, a queixa me chegou por terceiros, não sei se ela é corna, mas, dada a natureza da reivindicação, certamente já o foi. E não é nada disso, meninas. Julgam-me mal.
Não é que a corna não sofra. É que ela tem como dar maior vazão ao padecer que deveras sente. À mulher, é dado o direito de por tudo se sensibilizar, fragilizar-se, chorar.
Teve um dia ruim no trabalho? Pode chorar à vontade : o chefe é que é um canalha, um insensível, ou a chefa é que é uma mal comida. Se é o homem : é um frouxo. Tá na TPM? Pode chorar à vontade. O homem broxou : é um frouxo. Tá triste, liga para as amigas, desabafa, pode chorar à vontade. O homem liga choramingando para os amigos : é um frouxo, e viadinho. E a coisa por aí vai.
E o homem vai acumulando tudo, represando, coagulando as tristezas e os contratempos. Aí, quando o velho chifre aflora na testa, o dique se rompe. De uma só vez. Com estardalhaço. Um tsunami. Aí, o corno berra feito mau cabrito, chora pra cacete, bebe até o fígado jogar a toalha no ringue da desilusão, alardeia sua dor aos quatro ventos. E o melhor : faz música de corno.
Corno faz melhor música de corno do que corna, música de corna. Honrosas exceções feitas a Dolores Duran, Maysa - talvez inspiradas por um semideus metade homem, metade touro - e Ângela Rô Rô, que, essa sim, por motivos óbvios e notórios, sofre mesmo feito homem.
E tem mais, a coisa pro lado do corno só piora : quando é a corna que leva sua galhada, ela é a vítima, todos se apiedam e ficam ao lado dela : isso vai passar, foi melhor assim, você acha fácil coisa melhor, ele não te merecia etc. Até os amigos do pulador de cerca ficam do lado da corna. O Universo fica do lado da corna.
E do corno? Quem se apieda do corno? Ninguém. Nem a mãe dele (experiência própria, meninas). Pelo contrário. O corno será motivo de troças e chacotas. Ele é que não deve ter dado conta do recado, para a mulher ter lhe presenteado com um boné de viking.
Por essas e por outras, não duvidem : ninguém sofre mais que o corno macho.
Não obstante, e para dissipar qualquer dúvida quanto a um possível machismo de minha parte, colocarei hoje uma música interpretada pela Alcione, a Marrom, cantora da MPB com um vasto repertório de músicas de corna. A minha escolhida para hoje, prometo que outras a sucederão, foi Menino Sem Juízo.
Menino Sem Juízo, além de ser boa música de corna, traz um dos mais belos versos que já escutei em nosso cancioneiro : "e quanto à minha dor, não se importe, amor, já se fez minha amiga, me dói devagar..."
Pããããta que o pariu!!! Isso é bonito pra caralho!!!!
Alcione, contudo, não é compositora, é intérprete. Uma puta duma intérprete, é verdade. Alcione não escreveu um único verso de Menino Sem Juízo nem colocou único acorde, mas com sua interpretação, irretocável e definitiva, pode ser considerada uma terceira autora da canção : Menino Sem Juízo perderia totalmente o sentido se por outra (ou outro, uiiii...) interpretada. 
Menino Sem Juízo foi composta especialmente para a voz de Alcione, escrita no eu-lírico feminino. Mas por quem? Por Chico Roque e Paulinho Rezende. Dois cornos machos.
Menino Sem Juízo
(Chico Roque e Paulinho Rezende)
Sabe
Meu menino sem juízo
Eu já aprendi a te aceitar assim
Já me acostumei a perdoar você
E já nem sei porque
Seu mal faz bem prá mim
Chega, mal me beija e vai embora
Sabe Deus a hora que voce vai voltar
Juro que na volta já não me encontra mais
Mas logo volto atrás
Meu mundo é seu

E vá se procurar
Vá se desamar
Que as esquinas da vida
Te fazem voltar
E quanto à minha dor
Não se importe, amor
Já se fez minha amiga
Me dói devagar

Por Que Você Só Dá os Parabéns Para Cristo?

Sim, todos criados pela imaginação humana, pela incapacidade do bicho homem em compreender o universo que o rodeia, pela preguiça humana em solucionar os mistérios de forma racional, pela imaturidade e vagabundagem da espécie, que prefere ter sempre um Pai a conduzi-la pela mão - a castigá-la, inclusive - do que andar por seus próprios pés, planejar suas ações, assumir suas responsabilidades e riscos, a tomar as rédeas de sua vida, enfim.
E como a imaginação humana nem é das melhores, cada novo deus é tão somente uma versão do anterior, um plágio. Pesquisei a história de alguns:
Thamuz : Deus da Suméria e Fenícia, morreu com uma chaga no flanco e, três dias depois, levantou-se do túmulo e o deixou vazio com a pedra que o fechava a um lado. Belém era o centro do culto a Tamuz;
Hórus (3000 a.C.) : Deus egípcio do Céu, do Sol e da Lua; nasceu de Isis, de forma milagrosa, sem envolvimento sexual; seu nascimento é comemorado em 25 de dezembro; ressuscitou um homem de nome EL-AZAR-US; um de seus títulos é "Krst" ou "Karast"; lutou durante 40 dias no deserto contra as tentações de Set (divindade comparada a Satã); batizado com água por Anup; representado por uma cruz; a trindade Atom (o pai), Hórus (o filho) e Rá (comparado ao Espírito Santo).
Mitra (século I a.C.) : Originalmente um deus persa, mas foi adotado pelos romanos e convertido em deus Sol; intermediário entre Ormuzd (Deus-Pai) e o homem; seu nascimento é comemorado em 25 de dezembro; nasceu de forma milagrosa, sem envolvimento sexual; pastores vieram adorá-lo, com presentes como ouro e incenso; viria livrar o mundo do seu irmão maligno, Ariman; era considerado um professor e um grande mestre viajante; era identificado com o leão e o cordeiro; seu dia sagrado era domingo ("Sunday"), "Dia do Sol"; tinha sua festa no período que se tornou mais tarde a Páscoa cristã; teve doze companheiros ou discípulos; executava milagres; foi enterrado em um túmulo e após três dias levantou-se outra vez; sua ressurreição era comemorada cada ano.
Krishna (3200 a.C.) : Trata-se de um avatar do Deus Vishnu – um avatar é como se fosse a personificação ou encarnação de um deus; nasceu no dia 25 de dezembro; nasceu de uma virgem, Devaki ("Divina"); uma estrela avisou a sua chegada; é a segunda pessoa da trindade; foi perseguido por um tirano que requisitou o massacre dos milhares dos infantes; fez milagres; em algumas tradições morreu em uma árvore; após morrer, ressuscitou.

Então, por que você só dá presentes a Cristo, seu ser limitado e tosco de percepção? Por que não canta Parabéns a Você  também para os tantos outros? Por que não põe chapeuzinho, enche balões, sopra língua de sogra e se entope de bolo e brigadeiro também por Mitra, Hórus etc?
Por que não canta, ser estúpido - primeiro por vocação e depois por opção -, derrama Krishna, derrama Krishna, derrama sobre ele o seu amor?
Ou melhor : por que não joga todos eles no lixo, no esgoto e bota essa cabeça pra pensar? Por que não atribui a todos eles as suas verdadeiras naturezas : lendas, mitos, delírios coletivos?

Pequeno Conto Noturno (47)

- Rubens - começa Virna -, hoje foi muito bom, não foi?!?!
- Muito - Rubens a colocar a água no fogo, passar um café.
- Pareciam os velhos tempos, 15, 16 anos atrás, não pareciam, Rubens?
- Não pareciam. Eram os velhos tempos, Virna - e Rubens põe duas colheres rasas de pó no velho e mofado coador de pano. 
- Hoje - continua Rubens -, muito mais do que nós, foram nossas memórias que se reencontraram, que saíram juntas, que encheram a cara naquele bar de rock antigos, que andaram pela madrugada e que, agora, estão aqui, para o clássico e indefectível cafezão do Rubens de todas as noites.
Rubens passa a caneca com o café recém-coado para Virna, que aspira seus vapores, de olhos fechados.
- Huuummm, o cheiro é o mesmo... - prova-o -, o gosto também... sem tirar nem pôr.
- De novo, a memória. Uma memória a tomar o café que outra memória preparou. Acho que nem uso mais a mesma marca, acho que nem a fabricam mais.
- Quer dizer que é isso que somos, Rubens, memórias boas um do outro?
- E há algo melhor que se possa ser, memórias boas para o outro?
Acabam seus cafés. Rubens os serve de nova dose.
- Rubens... se tivéssemos ficado juntos, há 15 anos, sei lá, teríamos sido felizes?
- Muito. Mais do que fui em qualquer tempo.
- E seríamos felizes até hoje?
- Provavelmente não.
- Rubens... e se resolvêssemos, agora, mandar tudo à merda e ficar juntos, seríamos felizes?
- Muito. Como há tempos não sou.
- Para sempre?
- Defina sempre.
- Sei lá, pelo resto de nossas vidas, ou da vida de um, ou da vida do outro, mais uns 20, 30 anos...
- Provavelmente não.
- Felicidade acaba, Rubens?
- Cansa.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Jardins Suspensos da Lua

Vá que eu queira
Mandar-te rosas,
Daquelas que eu cultivo
Junto aos meus queijos,
Aos meus fungos,
No fundo da geladeira,
Nos frigoríficos da alma?
Para que destino? Que CEP?
Para que setor da galáxia?

Também de nada adiantaria saber-te.
Não passa arauto,
Carteiro,
Van do sedex
Nem menino de recados
Por aqui, 
Pela minha desolação.
Tampouco saberias do remetente :
Não há ruas, alamedas,
Avenidas ou travessas,
Só becos sem saída.

Por isso,
Para que possas vê-las,
As minhas rosas,
Cultivo-as,
Nabucodonosor selenita,
Em meus jardins suspensos
À tua órbita,
Em meu satélite sem atmosfera,
Grave
De pouca gravidade.
Semeio minhas dunas,
Minhas crateras,
Meus mares de poeira mortuária .
E quando me enrubesço
É que me vês plena
Ávida
Sedenta
Túrgida
Prenhe
A sangrar nos céus.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

HUM, o Pau Com Inteligência Artificial

Peço aqui uma breve licença aos meus leitores machos das antigas e dedicarei esta postagem aos meus públicos feminino e boiola, este último em franca expansão, já quase maior que o fã-clube gay do deputado Jair Bolsonaro.
A tão afamada Inteligência Artificial é um dos Santos Graals da moderna ciência, uma de suas buscas mais intrincadas e fascinantes - se bem que eu acho que, antes de buscar pela inteligência artificial, deveriam incentivar a natural, mas enfim...
Nenhum modelo ou sistema de inteligência artificial conseguiu ainda reproduzir ou simular fidedignamente a inteligência humana. A humana, não! Porém, a inteligência do macho, sim.
É bem sabido que o macho pensa com a cabeça do caralho. Tal órgão é a sede do pensamento, do discernimento, da tomada de decisões, do estabelecimento de metas para a vida do macho.
Pois o vasto e variado mercado da tecnologia em prol da putaria anunciou, ainda em fase de protótipo e de captação de verbas, o HUM, o primeiro vibrador inteligente do planeta, o consolo dotado (muito bem-dotado) de inteligência artificial.
É o macho de bolso, ou de bolsa, que a mulher carrega para onde quiser. Sem ter que assistir a jogos de futebol para garantir aquela trepadinha no fim da noite, isso se o time dele ganhar, senão é broxada na certa, o time é rebaixado e o pau dele também, e sem ter que aguentar o bafo de cerveja.
O HUM é tudo o que uma mulher pode querer da vida, um pau pensante. A tecnologia pôs a quintessência do macho em forma de artefato.
O HUM promete captar o ritmo sexual da "companheira", ajustar-se às suas necessidades e fazê-la gozar sem que ela precise fazer nada. Seus criadores, os físicos Aaron Hammack e Jonathan Driscoll, e a piloto de provas (é sério) Sunny Allen, explicam que, feito em silicone médico por fora e tecnologia 3D por dentro (grande coisa, meu pau também é 3D), o vibrador tem sensores e circuitos de pressão que vão captando e mapeando as regiões de maior contração da musculatura interna da vagina, memorizando as regiões de maior sensibilidade da parceira. O HUM traça um verdadeiro mapa da buceta e, com isso, passa a responder de acordo com as preferência da mulher, oferecendo diferentes frequências e velocidades de vibração, de acordo com essa ou aquela região.
É o GPS da buceta!!! 
E eu dou o maior apoio ao produto. Quem sabe, agora, as mulheres finalmente não acham o tal do ponto G e dizem logo de uma vez para a gente onde é que fica, ou se convencem de que tal ponto realmente não existe, que é só mais um mito criado para encher divãs de psicanalistas, e param de tentar fazer com que nos sintamos incompetentes em nossa função de provedores do prazer.
Abaixo uma foto que mostra como o HUM responde às variações de pressão a que é submetido.
Pããããta que o pariu!!! É o eletrobucetograma!!!
O HUM nem está ainda à venda nos sexshops e já é aclamado por estudiosos da área do comportamento sexual humano e por alguns famosos.
A atriz Whoopi Goldeberg : "é um salto quântico na tecnologia; é de fato o primeiro vibrador inteligente do mundo."
O sexológo, com PhD, Xavi Marti : "Não é fascinante apenas do ponto de vista do prazer. Com essa coleta de dados, os inventores criaram um novo tipo de ciência, que dá uma melhor compreensão da sexualidade."   Sei não, sei não, mas acho que esse Xavi Marti também experimentou o HUM, sentou bonito e relaxou : huuuuummmmmm....
Porém, nem tudo são elogios ao macho portátil e recarregável - sim, ele funciona a bateria de lítio de longa duração, outra vantagem sobre o modelo natural. Vindas do universo feminino, algumas críticas já começam a despontar. Sim, porque se a quintessência do macho é pensar com a cabeça do pau, a da mulher é a eterna insatisfação, é o prazer de reclamar. A mulher acabou de usar o HUM, gozou cinco, seis vezes, e, mal toma fôlego, já sai a difamar o parceiro.
A principal reclamação é que o HUM, apesar de muito bom de cama etc, e por mais inteligente que seja, ainda não consegue discutir a relação com elas. E quem é que consegue?
Outras - em um número menor, é verdade - reclamam de que os seus protótipos do HUM devem ter saído com algum defeito dos laboratórios dos físicos, com alguma pane em seus sensores, algum curto-circuito em seus transistores, alguma interferência em seus circuitos impressos na captação e transmissão de dados : queixam-se de que alguns HUMs já começaram a querer comer os seus cuzinhos.
Pããããããta que o pariu!!! Esse sim é um vibrador inteligente! Um gênio!
Anatomia interna do HUM

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Planares Avulsos

Você 
- beija-flor amargurado, andorinha que não faz verão,
ave de rapina com Corega -
Me convida
A um vooo de liberdade,
A planares avulsos.

Voo? Eu?
Não se deixe enganar
Pelas minhas condoreiras asas.
São só adereços 
De um triste e antigo Carnaval.
Só um peso a mais
Que tenho a arrastar.

Voos de liberdade,
Lembro-me vagamente deles,
São muito bons.
O que me estrepam
São as aterrissagens.
Sempre pousos forçados,
De emergência.
Catastróficos, no mais das vezes.
Sem sobreviventes.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Comercial de Cerveja

Retirado do Blog do Beto 
Dizem que ganhei muito dinheiro na Petrobrás.
É uma grande calúnia.
Sempre ganhei muito mais dinheiro
para fazer comerciais de cerveja
 
Da marca CARACU!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Os Fora da Lei de Descartes

Li,
Dia desses,
Que 90% das pessoas do planeta
Nunca se muniram
De caneta e folha em branco
E tentaram dar corpo,
Parir um pensamento próprio.
Nem mesmo dar seu parecer, 
Sua versão sobre o pensamento de outrem.
90% das pessoas do mundo,
Simples, primária e primitivamente,
Não pensam.
E ainda assim existem.
Que existência de merda devem levar...
E que paz!!!
Puta que o pariu...
E que paz!!!

Mickey "Balboa" Rourke

Em Rock Balboa (2006), o último filme da série de seis sobre o boxeador consagrado e imortalizado por Sylvester Stallone - ou melhor, sobre o boxeador que consagrou e imortalizou Sylvester Stallone -, deparamo-nos com o garanhão italiano aposentado há décadas dos ringues, proprietário de uma cantina em que serve massas e antigas histórias de boxe aos seus clientes e a bater na casa dos sessenta anos.
Um encadear de contingências (quem quiser detalhes que veja o filme) põe Balboa frente a uma nova chance - a última - de voltar aos ringues. Contra o jovem campeão Mason Dixie, um campeão legítimo, saído das ruas e tudo o mais, porém, sem muito carisma e, principalmente, sem adversários à altura que legitimem a posse de seus cinturões em campo de batalha, que lhe proporcionem um batismo de suor, sangue, supercílios desbeiçados, maxilares triturados e retinas descoladas, o que torna suas lutas desinteressantes e as coloca sob suspeita de serem arranjadas, marmelada pura.
Rocky aceita o convite, volta a treinar - aquela coisa de subir escadaria, de socar quarto traseiro de boi em gélidos frigoríficos, com Eye of the Tiger a tocar ao fundo -, e faz luta das mais decentes e combativas contra o jovem Dixie, dá mais trabalho ao jovem detentor do título mundial dos pesos-pesados que todos os adversários anteriores dele, juntos.
Balboa aguenta firme os doze rounds, como cada um fosse uma façanha de Hércules, beija, faz Dixie beijar a lona por várias vezes e perde por pontos, em decisão apertada dos juízes. O campeão, incrédulo ao começo do combate e surpreendido ao seu final, agradece a Balboa pela luta de macho e recebe a gratidão de Balboa pela chance do último combate, de um encerrar digno de carreira, de poder sepultar de vez fantasmas do passado e outras viadagens e salamaleques só permitidas aos verdadeiros machos.
Lembro-me que, à época do lançamento de Rocky Balboa, a crítica bateu pesado em Stallone, mais que Apolo, o Doutrinador, Clubber Lang e Ivan Drago. Mesmo para um filme de ficção, Stallone, desta feita, exagerara, um sessentão voltar aos ringues e encarar de igual para igual um jovem campeão no auge da forma, na ponta dos cascos, era por demais absurdo. Até para Hollywood.
Ou melhor, só para Hollywood, só para o cinema, que é a cópia borrada, sem graça, formatada e politicamente correta da vida. Um sexagenário enfrentar um jovem só não é plausível na ficção e na sétima arte, terreno em que a lógica e a coerência são necesssárias. A vida real não se pauta por nenhuma espécie de lógica, manda a coerência às favas. A arte tem que ter manter uma coerência, a vida não.
Há duas semanas, a vida imitou a arte, que é vulto formado em espelho fosco da vida. A sexagenária vida desafiou a jovem arte, subiu com ela ao ringue. E lhe deu um belo dum cacete. Feito os personagens de A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen, o Balboa de Stallone fendeu a tênue barreira dimensional entre a telona do cinema e a realidade e tomou corpo entre nós. Na figura única, tresloucada, psicótica e grotesca de Mickey Rourke.
Aos 62 anos de idade, vinte anos depois de ter abandonado os ringues pela segunda vez, o ex-galã de 9 e 1/2 Semanas de Amor (um dos filmes mais bregas de todos os tempos), o cara que lambeu Kim Basinger de cabo a rabo (principalmente o rabo), voltou a lutar, enfrentou o jovem Elliot Seymour, de 29 anos, e derrotou-o. Por nocaute, no segundo round. Numa clássica porrada no fígado.
Derrotou! E não simplesmente, feito Balboa, aguentou o castigo do jovem adversário e conseguiu chegar capengando ao último assalto, o que já seria chamado, pelos politicamente corretos de plantão, de "vitória moral". Rourke não está nem aí para vitória moral, nem para a moral.
Tudo bem que Elliot Seymour não é nenhum virtuose dos ringues, nenhum campeão mundial. O jovem batido por Rourke ocupa a 265ª posição no ranking do boxe mundial e só venceu uma de suas dez lutas como profissional, ou seja, é um zé mané, um pau de bosta.
Mas até aí, se Elliot Seymour nunca foi um Mason Dixie, Mickey Rourke, muito menos, foi um Rocky Balboa. Ainda que Rourke colecione apenas vitórias e empates em suas carreiras amadora e profissional - 13 vitórias em 13 lutas como amador e sete vitórias e dois empates como profissional - sempre atuou nos baixos escalões do boxe, nunca foi do primeiro time, nunca subiu ao ringue escoltado por Don King. De semelhantes níveis técnicos, portanto, Seymor, com trinta e três anos a menos que Rourke, deveria tê-lo estraçalhado.
Deveria... Mas acontece que Rourke é Rourke. É daqueles sujeitos cujo espírito parece ter reencarnado em época errada. Rourke se sentiria muito mais à vontade num campo de chachina viking, decapitando o inimigo com um pesado machado e depois indo a uma taverna, descansar, beber e dançar junto à fogueira com uma ruiva gostosa e carnuda. Rourke sentiria-se muito mais vivo e satisfeito numa planície do Pleistoceno, a rachar crânios dos recém-evoluídos Homo Sapiens com um porrete feito de um fêmur de mamute.
Mickey Rourke não tem paciência para civilidades. É o cara que prefere sangrar e se quebrar num ringue do que, a exemplos, enfrentar uma fila de banco ou de mercado, esperar em casa pelo encanador, renovar a carteira de motorista, discutir um problema conjugal e outros inimigos imateriais, que ele não pode esmagar.
Quando as aporrinhações da civilização começam a lhe pesar, Rourke volta aos ringues. Onde, apanhando ou batendo, o que tem que fazer é claro e objetivo, de solução rápida e definitiva, e o inimigo, reconhecível e palpável.
Abaixo, Mickey Rourke, ao fim da luta com Elliot Seymour, sendo declarado vencedor pelo árbitro da contenda. Sessenta e dois anos de idade, corpinho de 60 e cara de 113 anos.
Quantos aos filmes de Mickey Rourke, não percam tempo com 9 1/2 Semanas de Amor, um soft porn. Nas telas, Rourke é encontrado em sua melhor forma em filmes como O Selvagem da Motocicleta, Coração Satânico, Barfly (em que interpreta Henry Chinaski, um alter ego do beberrão Bukowski), Harley Davidson e Marlboro Man, Homeboy, Johnny Handsome, O Lutador e Sin City.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Memorial aos Verdadeiros Heróis do Período Militar

Você não verá os nomes abaixo no relatório final da Comissão Nacional da Verdade. São os verdadeiros heróis do período que se estendeu de 1964 a 1985, os que realmente lutaram pela liberdade de expressão que, para o bem e para o mal, temos hoje. Retirei do site clubemilitar.com.br

sábado, 13 de dezembro de 2014

Os Mortos Sem Sepultura Histórica da Comissão da Farsa 1 - Os assassinados pelas esquerdas antes do AI-5, por Reinaldo Azevedo

Canso de desmentir aqui no blog a mentira histórica de que os canalhas comunistas, Dilma e sua patota, só surgiram depois de instalado o regime militar; canso de dizer que a tomada de poder pelos militares é que foi uma reação às atividades criminosas de grupos como o Colina, o VAR-Palmares e outros embriões do PT, e não o contrário. Mas sou apenas o Azarão. 
E quando é Reinaldo Azevedo que diz, com muito mais propriedade, lógico, exatamente a mesma coisa? E quando é um jornalista com décadas de tarimba e que foi trotskista quando jovem? Quem melhor para desvelar a farsa comunista do que alguém que já fez parte das sangrentas fileiras vermelhas? Abaixo, Reinaldo Azevedo:

"No dia 12 de janeiro de 2010 — há quase cinco anos, portanto —, publiquei a lista de todas as pessoas que foram assassinadas pelos terroristas de esquerda. Cheguei a 119. O Clube Militar fala em 120. Que fossem apenas duas, pouco importa: suas respectivas mortes e seus respectivos nomes tinham de estar na lista da Comissão da Verdade. Por que não estão? Pelo visto, essa turma não leva a sério aquela história de que a morte de qualquer homem nos diminui. Eles não se sentem diminuídos nem com mais de 100.
E que se note: entre os 434 mortos “do bem” (os assassinados pelas esquerdas, pelo visto, são “mortos do mal”), há uma pessoa que já se sabe estar, felizmente, viva. Trata-se de Dirce Machado da Silva. A relação elaborada pelas esquerdas inclui, por exemplo, os que morreram de arma na mão no Araguaia. Antes que prossiga, uma questão de princípio: não deveria ter morrido uma só pessoa depois de rendida pelo Estado. Ponto final. Não há o que discutir sobre esse particular.
Mas o que é que os livros de história, boa parte da imprensa e, agora, a Comissão da Verdade escondem de você, leitor? Apenas a… verdade! As esquerdas alegavam até outro dia que o Regime Militar, ao longo de 21 anos, havia matado 424 pessoas — número agora ampliado para 434. É um total provavelmente inflado. Mortos comprovados eram 293 (agora não sei). Os outros constavam como “desaparecidos” e se dava de barato que tenham sido eliminados por agentes do regime. Havia casos em que a vinculação com a luta política não estava comprovada. E, como já lembrei, estão na lista os mortos do Araguaia, que estavam lá para matar ou morrer. Que corpos tenham sumido, é evidente, é inaceitável. Que pessoas tenham sido executadas depois de rendidas, idem. Adiante.
O que não se diz é que o terrorismo de esquerda matou nada menos de 119 pessoas, muitas delas sem vinculação com a luta política. Quase ninguém sabe disso. Consolidou-se ainda outra brutal inverdade histórica, segundo a qual as ações armadas da esquerda só tiveram início depois do AI-5, de 13 de dezembro de 1968. É como se, antes disso, os esquerdistas tivessem se dedicado apenas à resistência pacífica.
Neste primeiro post sobre as vítimas dos terroristas de esquerda, listo apenas as pessoas mortas antes do AI-5: nada menos de 19. Em muitos casos, aparecem os nomes dos assassinos. 
Se vocês forem procurar, muitos homicidas estão na lista dos indenizados do Bolsa Ditadura, beneficiados por sua suposta “luta em favor da democracia”. Ou, então, suas respectivas famílias recebem o benefício, e o terrorista é alçado ao panteão dos heróis. Os casos mais escandalosos são os facinorosos Carlos Marighella e Carlos Lamarca. Quem fez a lista dos assassinados pela esquerda é o grupo Terrorismo Nunca Mais. “Ah, lista feita pelo pessoal ligado os militares não vale!!!” E a feita pela extrema esquerda? Vale? Ademais, as mortes  estão devidamente documentadas. Seguem os nomes das 19 pessoas assassinadas antes do AI-5 e, sempre que possível, de seus algozes. Em outros posts, os outros 100 nomes.
Ah, sim: PARA AS VÍTIMAS DA ESQUERDA, NÃO HÁ INDENIZAÇÃO. Como vocês sabem, elas não têm nem mesmo direito à memória. Foram apagados da história pela Comissão da Verdade, que é de mentira.
AS VÍTIMAS DAS ESQUERDAS ANTES DO AI-5
1 – 12/11/64 – Paulo Macena,  vigia – RJ
Explosão de bomba deixada por uma organização comunista nunca identificada, em protesto contra a aprovação da Lei Suplicy, que extinguiu a UNE e a UBES. No Cine Bruni, Flamengo, com seis feridos graves e um morto.
2 – 27/03/65 – Carlos Argemiro Camargo, sargento do Exército – Paraná
Emboscada de um grupo de militantes da Força Armada de Libertação Nacional (FALN), chefiado pelo ex-coronel Jeffersom Cardim de Alencar Osório. Camargo foi morto a tiros. Sua mulher estava grávida de sete meses.
3 – 25/07/66 – Edson Régis de Carvalho, jornalista – PE
Explosão de bomba no Aeroporto Internacional de Guararapes, com 17 feridos e 2 mortos. Ver próximo nome.
4 – 25/07/66 – Nelson Gomes Fernandes, almirante – PE
Morto no mesmo atentado citado no item 3. Além das duas vítimas fatais, ficaram feridas 17 pessoas, entre elas o então coronel do Exército Sylvio Ferreira da Silva. Além de fraturas expostas, teve amputados quatro dedos da mão esquerda. Sebastião Tomaz de Aquino,  guarda civil, teve a perna direita amputada.
5 – 28/09/66 – Raimundo de Carvalho Andrade, cabo da PM, GO
Morto durante uma tentativa de desocupação do Colégio Estadual Campinas, em Goiânia, que havia sido ocupado por estudantes de esquerda. O grupo de soldados convocado para a tarefa era formado por burocratas, cozinheiros etc. Estavam armados com balas de festim. Andrade, que era alfaiate da Polícia Militar, foi morto por uma bala de verdade disparada de dentro da escola.
6 – 24/11/67 – José Gonçalves Conceição (Zé Dico), fazendeiro – SP
Morto por Edmur Péricles de Camargo, integrante da Ala Marighella, durante a invasão da fazenda Bandeirante, em Presidente Epitácio. Zé Dico foi trancado num quarto, torturado e, finalmente, morto com vários tiros. O filho do fazendeiro que tentara socorrer o pai foi baleado por Edmur com dois tiros nas costas.
7 – 15/12/67 – Osíris Motta Marcondes,  bancário – SP
Morto quando tentava impedir um assalto terrorista ao Banco Mercantil, do qual era o gerente.
8 – 10/01/68 – Agostinho Ferreira Lima, Marinha Mercante – Rio Negro/AM
No dia 06/12/67, a lancha da Marinha Mercante “Antônio Alberto” foi atacada por um grupo de nove terroristas, liderados  por Ricardo Alberto Aguado Gomes, “Dr. Ramon”, que, posteriormente, ingressou na Ação Libertadora Nacional (ALN). Neste  ataque, Agostinho Ferreira Lima foi ferido gravemente, vindo a morrer no dia 10/01/68.
9 – 31/05/68 – Ailton de Oliveira,  guarda penitenciário – RJ
O Movimento Armado Revolucionário (MAR) montou uma ação para libertar nove de seus membros que cumpriam pena na Penitenciária Lemos de Brito (RJ) e que, uma vez libertados, deveriam seguir para a região de Conceição de Jacareí, onde o MAR pretendia estabelecer o “embrião do foco guerrilheiro”. No dia 26/05/68, o estagiário Júlio César entregou à funcionária da penitenciária Natersa Passos, num pacote, três revólveres calibre 38. Às 17h30, teve início a fuga. Os terroristas foram surpreendidos pelos guardas penitenciários Ailton de Oliveira e Jorge Félix Barbosa. Foram feridos, e Ailton morreu no dia 31/05/68. Ainda ficou gravemente ferido o funcionário da Light João Dias Pereira, que se encontrava na calçada da penitenciária. O autor dos disparos que atingiram o guarda Ailton foi o terrorista Avelino Brioni Capitani.
10 – 26/06/68 –  Mário Kozel Filho, soldado do Exército – SP
No dia 26/06/68, Kozel atua como sentinela do Quartel General do II Exército. Às 4h30, um tiro é disparado por um outro soldado contra uma camioneta que, desgovernada, tenta penetrar no quartel. Seu motorista saltara dela em movimento, após acelerá-la e direcioná-la para o portão do QG. O soldado Rufino, também sentinela, dispara 6 tiros contra o mesmo veículo, que, finalmente, bate na parede externa do quartel. Kozel sai do seu posto e corre em direção ao carro para ver se havia alguém no seu interior. Havia uma carga com 50 quilos de dinamite, que, segundos depois, explode. O corpo de Kozel é dilacerado. Os soldados João Fernandes, Luiz Roberto Julião e Edson Roberto Rufino ficam muito feridos. É mais um ato terrorista da organização chefiada por Lamarca, a VPR. Participaram do crime os terroristas Diógenes José de Carvalho Oliveira, Waldir Carlos Sarapu, Wilson Egídio Fava, Onofre Pinto, Edmundo Coleen Leite, José Araújo Nóbrega, Oswaldo Antônio dos Santos, Dulce de Souza Maia, Renata Ferraz Guerra Andrade e José Ronaldo Tavares de Lima e Silva. Ah, sim: a família de Lamarca recebeu indenização. De Kozel, quase ninguém mais se lembra.
11 – 27/06/68 – Noel de Oliveira Ramos, civil – RJ
Morto com um tiro no coração em conflito na rua. Estudantes distribuíam, no Largo de São Francisco, panfletos a favor do governo e contra as agitações estudantis conduzidas por militantes comunistas. Gessé Barbosa de Souza, eletricista e militante da VPR, conhecido como “Juliano” ou “Julião”, infiltrado no movimento, tentou impedir a manifestação com uma arma. Os estudantes, em grande maioria, não se intimidaram e tentaram segurar Gessé que fugiu atirando, atingindo mortalmente Noel de Oliveira Ramos e ferindo o engraxate Olavo Siqueira.
12 – 27/06/68 – Nelson de Barros, sargento PM – RJ No dia 21/06/68, conhecida como a “Sexta-Feira Sangrenta”, realizou-se no Rio uma passeata contra o regime militar. Cerca de 10.000 pessoas ergueram barricadas, incendiaram carros, agrediram motoristas, saquearam lojas, atacaram a tiros a embaixada americana e as tropas da Polícia Militar. No fim da noite, pelo menos 10 mortos e centenas de feridos. Entre estes, estava o sargento da PM Nelson de Barros, que morreu no dia 27.
13 – 01/07/68 – Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen, major do Exército Alemão – RJ
Morto no Rio, onde fazia o Curso da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Assassinado na rua Engenheiro Duarte, Gávea, por ter sido confundido com o major boliviano Gary Prado, suposto matador de Che Guevara, que também cursava a mesma escola. Autores: Severino Viana Callou, João Lucas Alves e um terceiro não identificado. Todos pertenciam à organização terrorista Colima – Comando de Libertação Nacional.
14 – 07/09/68 – Eduardo Custódio de Souza, soldado da PM – SP
Morto com sete tiros por terroristas de uma organização não identificada quando de sentinela no Deops, em São Paulo.
15 – 20/09/68 – Antônio  Carlos  Jeffery, soldado da PM – SP
Morto a tiros quando de sentinela  no quartel da então Força Pública de São Paulo (atual PM) no Barro Branco. Organização terrorista que praticou o assassinato: Vanguarda Popular Revolucionária. Assassinos: Pedro Lobo de Oliveira, Onofre Pinto, Diógenes José Carvalho de Oliveira, atualmente conhecido como “Diógenes do PT”, ex-auxiliar de Olívio Dutra no Governo do RS.
16 – 12/10/68 – Charles Rodney Chandler, capitão do Exército dos Estados Unidos – SP
Herói na guerra com o Vietnã, veio ao Brasil para fazer o Curso de Sociologia e Política, na Fundação Álvares Penteado, em São Paulo/SP. No início de outubro de 68, um “Tribunal Revolucionário”, composto pelos dirigentes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), Onofre Pinto (Augusto, Ribeiro, Ari), João Carlos Kfouri Quartin de Morais (Maneco) e Ladislas Dowbor (Jamil), condenou o capitão Chandler à morte, porque ele “seria um agente da CIA”. Os levantamentos da rotina de vida do capitão foram realizados por Dulce de Souza Maia (Judite). Quando retirava seu carro da garagem para seguir para a faculdade, Chandler foi assassinado com 14 tiros de metralhadora e vários tiros de revólver,  na frente da sua mulher, Joan,  e de seus três filhos. O grupo de execução era constituído pelos terroristas Pedro Lobo de Oliveira (Getúlio), Diógenes José de Carvalho Oliveira (Luis, Leonardo, Pedro) e Marco Antônio Bráz de Carvalho (Marquito).
17 – 24/10/68 – Luiz Carlos Augusto, civil – RJ
Morto, com um tiro, durante uma passeata estudantil.
18 – 25/10/68 – Wenceslau Ramalho Leite, civil – RJ
Morto, com quatro tiros de pistola Luger 9 mm durante o roubo de seu carro, na avenida 28 de Setembro, Vila Isabel, RJ. Autores: Murilo Pinto da Silva (Cesar ou Miranda) e Fausto Machado Freire (Ruivo ou Wilson), ambos integrantes da organização terrorista Colima (Comando de Libertação Nacional).
19 – 07/11/68 – Estanislau Ignácio Correia, civil – SP
Morto pelos terroristas Ioshitame Fujimore, Oswaldo Antônio dos Santos e Pedro Lobo Oliveira, todos integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), quando roubavam seu automóvel na esquina das ruas Carlos Norberto Souza Aranha e Jaime Fonseca Rodrigues, em São Paulo."