quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Setembro Amarelo (ou : o Suicídio Assistido do Ensino Público)

Ao longo de todo esse mês, a escola em que leciono abandonou, assumidamente e sem nenhum pudor, todo e qualquer resquício de atividade acadêmica que ainda pudesse subsistir por detrás da fachada do prédio onde está escrito que é uma instituição de ensino. Prevaricou, proposital e descaradamente, do dever sagrado de transmitir e perpetuar os rudimentos básicos das principais áreas do conhecimento humano.
Duas ou três professoras, de geografia, sociologia ou coisas parecidas, deram um tempo de falar mal da vida dos outros e, entre elas, sem perguntar a ninguém, decidiram envolver a escola num projeto coletivo do Setembro Amarelo. 
Odeio essas duas palavras. Projeto e, mais ainda, coletivo.
Frisaram, as tais, que não seria um projeto de prevenção ao suicídio, palavra que deveria, inclusive, nem ser pronunciada, mas sim uma iniciativa de valorização da vida. Senti-me como em décadas passadas, quando as pessoas não falavam a palavra "câncer"; diziam, fulano está com aquela "doença ruim", ou, beltrano está com c.a., como se a simples menção do nome pudesse atrair a moléstia para si. Agora, pelo visto, dizer suicídio parece ter o poder de acionar algum comando na cabeça da pessoa e levá-la ao autoextermínio.
Embora não tenha inclinações para tal ato, nada tenho contra o suicídio e o suicida. Já ouvi dizer que a única questão filosófica que vale a pena ser debatida é o suicídio. Não concordo. Acredito que a única questão filosófica que compensa uma noitada numa mesa de boteco é, justamente, a oposta : por que tanta gente ainda insiste em viver, aferra-se tanto à vida?
O revolucionário e vanguardista projeto das ociosas docentes consistiu em passar o mês inteiro a recortar, em cartolinas amarelas, figuras em forma de coração, de folhas de árvores, de lâmpadas, de mãos fazendo "joinha", de emojis com sorrisos idiotas etc e distribui-las aos alunos para que esses escrevessem nelas frases de motivação, de estímulo à vida, que mandassem seus recados a alguém que estivesse pensando em se matar. Frases de constranger qualquer para-choques de caminhão. Frases que, num primeiro momento, foram afixadas pelos murais, portas e corredores da escola. 
Para levar a cabo tão hercúlea tarefa, grupos de oito a dez alunos de cada sala, em horário letivo, independente da disciplina que estivessem tendo ou do professor que a estivesse a lecionar, foram recrutados e retirados de suas aulas para auxiliarem as tais.
Química? Biologia? Matemática? Para quê? De que isso servirá à vida do aluno? 'Bora recortar lampadinhas e coraçõezinhos de cartolina, que isso, sim, garantirá-lhes uma boa colocação no mercado de trabalho, no Enem, num concurso público.
Então, na segunda retrasada, 12/09, durante o intervalo, na sala dos professores, aos pacos, os recortes foram entregues aos professores presentes e orientado que cada um de nós os levássemos para a nossa próxima aula e os distribuíssimos entre os alunos, para que eles dessem a sua contribuição empática e humanitária aos aflitos e aos descontentes com a vida.
A adesão e o aplauso da professorada presente foram imediatos e quase que unânimes, choveram elogios à valorosa iniciativa. Pudera. É muito mais fácil se engajar em projetos e ações "sociais" do que dar aula, do que trabalhar. Não à toa, tanta gente quer a volta do alibabá Lula e seus quatrocentos ladrões.
Resolvido a passar despercebido nessa escola para a qual me removi no ano passado, depois de 18 anos em outra, e decidido em não recriar o mito e a lenda do enfant terrible que construí na anterior, peguei também do meu paco - fui agraciado com folhas de árvore - e, após o sinal, dirigi-me à minha sala, um terceiro ano do ensino médio.
Cheguei, domei e fiz calar os mais mal-educados, fiz a chamada e me pus a tentar falar seriamente do tal projeto e da importante tarefa que os alunos teriam à sua frente. Bem que eu tento seguir a manada, mas o personagem não desgruda de mim. Não consegui passar nenhuma credibilidade sobre a minha falsa crença no tal projeto, no meu engajamento. No meio da minha explanação, vi que três ou quatro alunos trocavam olhares e risos zombeteiros entre si. Assim que acabei, segurando o riso, um deles perguntou : e aí, professor, o que é que o senhor vai escrever na folhinha? 
Embora nem mesmo o maior filho da puta consiga dizer que minha aula não é boa (e é isso que me importa), tenho um público bem pequeno, poucos são os alunos que gostam de mim, mas esses são cativos, sabem exatamente no que eu acredito ou não. E é a esses a quem eu devo a minha honestidade profissional e intelectual.
Foi o que bastou. Também não me aguentei, ri e disse, vou deixar essa palhaçada aqui em cima da mesa e vocês peçam para o próximo professor fazer a atividade com vocês. E tasquei lá o teorema de Hardy-Weinberg.
O gran finale, ou, como se diz hoje em dia, a culminância do projeto se dará no encerramento do mês, nessa sexta-feira, 30/09. Os recortes serão retirados dos locais onde ficaram expostos durante o mês, amarrados a linhas e barbantes e dependurados num extenso varal instalado de ponta a ponta do pátio, formando uma grande cortina amarela de frases de autoajuda. Ouvi dizer que Paulo Coelho, Augusto Cury, Rubem Alves, Ana Maria Braga e Fátima Bernardes foram convidadas para a inauguração do varal, mas que, devido às suas agendas lotadas, foram obrigados a declinar do convite.
A "ideia" do varal é que os alunos, ao trafegarem (e traficarem) pelo pátio, atravessem a cortina e absorvam a energia positiva guardada nas frases ali escritas.
Pããããããta que o pariu!!!!!! Ateu não jura. Mas vou abrir uma exceção para jurar para vocês que não estou a inventar nada disso, é a mais pura e triste verdade.
Abaixo, um exemplo do que falei, frases em lâmpadas amarelas grudadas com fita adesiva na moldura do espelho de um antigo claviculário localizado em um dos corredores da escola. Borrei a minha cara na foto, de amarelo, claro.
Nas lâmpadas, se é possível ler coisas do tipo : "cuide de você", "olhe pra você com carinho", "você é forte, você é suficiente", "nenhuma tempestade dura para sempre" etc.
E um novo temor começa a me rondar. Mês que vem é outubro, Outubro Rosa. Será que as tais irão exibir as peitolas pela escola? Se as conhecessem, pensariam como eu : tomara que não, tomara que não.
Setembro Amarelo de valorização da vida é a puta que o pariu!!!
Setembro Amarelo, para mim, sempre remeteu ao amarelo da florada do ipê-amarelo, a belezura na foto abaixo, a florescer bem no pátio da escola, e pelo qual a maioria passa sem nem mesmo saber que ele ali está. 
Ao invés de ficarem a escrever imbecilidades em cartolinas amarelas, os alunos e também, e principalmente, as autoras do projeto deveriam ser expropriados de seus celulares e postos a contemplar o ipê-amarelo em flor. Se depois de um tempo a mirar tal beleza, alguém ali ainda quiser se matar, que se mate, ora porra.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

A Democracia é uma Merda (3)

Em toda véspera de pleito eleitoral, sob o nome de "A Democracia é uma Merda", posto aqui nomes curiosos e bizarros de candidatos por esse Brasil afora. Seu Toba, Capitã Cloroquina, Zé Rolão, Kid Bengala, Viado da Bike, Grete Cover, Alceu Dispor, Cara de Hambúrguer etc - sim, são todos verdadeiros, podem conferir, se quiserem.
Apesar de, involuntariamente, mostrarem a escumlhambação que é o registro de candidaturas no Brasil, são apenas pobres coitados, inofensivos, personagens caricatos e risíveis, tão-somente.
A democracia é uma merda não apenas porque permite o registro e candidatura dessas figuras impagáveis, ela é uma grande e inextirpável merda por permitir ainda a candidatura de condenados perigosíssimos, como o tal abaixo.
Isso, sim, é uma merda. E notem o detalhe na ficha : aguardando julgamento.
Deveras. Poucos no país estão a aguardar tantos julgamentos quanto o Seboso de Caetés.
Além daqueles de que foi livrado graças a uma maracutaia das mais descaradas do STF, a máfia da toga, Lula ainda é réu em quatro processos. Segundo a Gazeta do Povo, de 10/03/2021, o Sapo Barbudo responde a três processos na Justiça Federal de Brasília e a uma ação na Justiça de São Paulo.
Em Brasília : tramita um caso relacionado a propinas da Odebrecht em troca de favorecimentos do governo federal; um processo sobre a compra de caças Gripen, em que Lula é réu junto com seu filho Luís Cláudio; e o caso da MP do setor automotivo, em que Lula e seu então chefe de gabinete, o ex-ministro Gilberto Carvalho, teriam aceitado vantagens indevidas para favorecer montadoras na edição de uma Medida Provisória.
Lá pelos idos de 2000, quando fui assumir meu cargo público de professor estadual, além de todos os documentos pessoais e comprobatórios de minhas graduações e licenciaturas, tive de passar numa delegacia e pedir uma certidão negativa, tive que pegar a minha "capivara" a atestar que eu não era réu em nenhum processo na ocasião. Caso eu fosse, ainda que não tivesse condenado, não poderia assumir meu cargo de professor.
Já para Presidente, o safardana pode ter uma capivara mais extensa que o pau do Kid Bengala e tudo bem.
A Democracia é uma Merda.
E você? Vai mesmo votar nesse cara?

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Carta de Desistência

A carta que reproduzirei logo mais, de autoria do uruguaio Leonardo Haberkorn, ex-professor universitário, escritor e jornalista, chegou ao meu conhecimento através do Blogson Crusoe, um dos inúmeros blogs do Jotabê - Jotabê tem mais blogs que Fernando Pessoa, heterônimos.
A carta é um triste relato de um professor que capitulou, que resolveu jogar a toalha frente à maior e mais nociva pandemia que já assolou a espécie humana. A do vírus chinês? Porra nenhuma. A dos telefones celulares. Para a qual, pelo visto, não há vacina, e, ainda que houvesse, não há quem se vacinaria.
O professor desistiu de competir com os celulares, de falar às paredes da sala, para alunos acéfalos.
Antes de publicar a carta, quero chamar a atenção para dois importantes pontos, que nos colocam num quadro ainda mais terrrível que o da carta.
Primeiro : ela é de 2015. Muito antes da pandemia do vírus chinês transformar os celulares no material escolar "oficial" da meninada.
Segundo : o desabafo nos chega do Uruguai. País que foi o primeiro colocado na América do Sul nas últimas duas edições trienais do PISA, a de 2015 e a de 2018. O PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos - é aplicado em mais  de 70 países, de todos os continentes, PIBs e IDHs, e mede os conhecimentos básicos de idioma, matemática e ciências. O Uruguai foi o primeiro da América do Sul nos dois últimos PISAs. O Brasil, o penúltimo. Só "ganhamos" do Suriname. Você sabe onde fica o Suriname? Com que estados nossos ele faz divisa? A língua falada por lá? Não, né? O que só vem a confirmar a nossa colocação.
Imagine, então, como está uma sala de aula hoje, em 2022, e no Brasil.
E, finalmente, à carta :

"Depois de dezenas de anos lecionando, dei hoje a minha última aula nesta universidade. (...) Cansei de lutar contra os celulares, contra o WhatsApp e o Facebook. Eles me derrotaram, eu desisto, jogo a toalha. Cansei de falar de assuntos que me apaixonam diante de jovens que não conseguem tirar os olhos do celular e receber selfies.
 
É verdade que nem todos são assim. Mas há cada vez mais alunos desse tipo em todas as aulas. Até três ou quatro anos atrás, a proibição de usar o celular durante os noventa minutos de aula ainda surtia efeito — nem que fosse para que o aluno se sentisse culpado.
 
Isso acabou. Talvez seja eu... talvez eu tenha me desgastado e esteja cansado desse combate. Talvez até esteja errado. Uma coisa, porém, é certa: muitos desses jovens não têm consciência do quanto é ofensivo e prejudicial o que eles fazem. É cada vez mais difícil explicar como o jornalismo funciona para pessoas que não o consomem ou não veem sentido em se informar.
 
Esta semana na aula surgiu o tema da Venezuela. Só um aluno em vinte conseguiu explicar os fundamentos do problema. Só o básico, do resto ele não fazia a menor ideia. Perguntei se eles sabiam o nome do uruguaio que estava no meio da tempestade. Obviamente, nenhum deles sabia.
 
Perguntei-lhes se sabiam quem era o uruguaio Luis Almagro (secretário-geral da OEA). Silêncio. Por fim, do fundo da sala, uma jovem gaguejou: "Ele não é o Ministro das Relações Exteriores?"
 
 “O que está acontecendo na Síria?” Silêncio. (...)
 
“Qual partido é mais liberal, ou mais à esquerda nos Estados Unidos, os democratas ou os republicanos? Silêncio.
 
"Você sabe quem é Vargas Llosa?" Sim!
“Alguém aqui já leu um livro dele?" Ninguém.
 
Tentar conectar pessoas tão desinformadas com o básico do  jornalismo é complicado. É como ensinar botânica a alguém de um planeta onde não existe vida vegetal.
 
No exercício em que os alunos tiveram que sair para procurar uma notícia nas ruas, um deles voltou com esta notícia: “Jornais e revistas ainda são vendidos!” (...)
 
Existe um momento em que o jornalista funciona contra você. Porque você é treinado para se colocar no lugar de outras pessoas, cultiva a empatia como ferramenta básica de trabalho. Esses alunos ainda têm a mesma inteligência, simpatia e cordialidade de sempre, e a culpa dessa situação não é só deles. A falta de cultura, o desinteresse e a alienação não nascem por conta própria.
 
A curiosidade deles morreu aos poucos, a cada vez que um professor deixou de corrigir seus erros ortográficos. Aos poucos, lhes ensinaram que tudo tem mais ou menos o mesmo valor. E quando você percebe que eles também são vítimas, acaba baixando a guarda quase sem se dar conta.
 
Nesse momento o aluno mau é aprovado como mediano; o medíocre passa por bom; o aluno simplesmente bom, nas poucas vezes em que consegue uma boa nota, é celebrado como se fosse brilhante. Não quero mais fazer parte desse círculo perverso. Nunca fui assim e me recuso a ser.
 
Sempre gostei de fazer bem feito tudo que faço, com o melhor de minha capacidade. (...) Vejo rostos apáticos. Desinteresse. Um rapaz largado, olhando o Facebook. O ano inteiro foi igual. (...)
 
Silêncio. Silêncio. Silêncio. Nessas horas, o que eles mais queriam é que eu terminasse a aula.
 
Eu também."
Caso queiram ler um pouco mais sobre o desempenho do Brasil em provas internacionais:

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

É o Samba da Girafa Comunista Doida

Dizem que professor ganha pouco, mas se diverte. Não sei que asno de teta, que filho de égua barranqueira cunhou tão falacioso adágio.
Evolução. Ao longo de duas aulas, de 100 excruciantes minutos, falei aos 3º anos do Ensino Médio (a versão anêmica e aidética do saudoso Colegial) sobre Lamarck(ismo), Darwin(ismo) e Neodarwinismo. Coloquei no quadro os pontos principais de cada teoria, um apanhado geral das ideias de cada pensador e mais os destrinchei oralmente. 
Ao fim da aula, encomendei aos alunos de cada sala - tenho sete salas de terceiro ano - que fizessem um trabalho, uma pesquisa mais completa, mais ampla sobre o assunto exposto. Escrevi no quadro os tópicos que eu queria que pesquisassem. Como conclusão da pesquisa, que traçassem paralelos entre as três teorias, destacando seus pontos em comum e suas divergências.
Dizem também que os professores não leem os trabalhos que pedem. Nesse caso, pura verdade. Não seria possível nem que eu quisesse. Tenho 16 salas com uma média de 40, 42 alunos. Façam as contas e vejam se seria possível. Não leio os trabalhos linha a linha. Faço uma leitura mais do que dinâmica. Com a caneta, vou ticando os itens que pedi e pronto. E quando me descuido, quando me meto a ler mais pacienciosamente, estrepo-me, arrependo-me! Como hoje.
Vejam só que pérola da Progressão Continuada caiu-me às mãos, hoje, logo às sete da matina, que joia rara da pedagogia do afeto e da inclusão. Tão preciosa que fiz questão de registrá-la fotograficamente para a posteridade. Antes da foto, um aviso, ou melhor, um pedido : não cobrem do(a) apedeuta rigores e correções de ortografia, pontuação, qualquer noção de concordância ou de coesão de frase, afinal, vocês estão pensando o quê? Que escola é para formar literatos, novos Machados de Assis? Porra nenhuma. Escola, depois do finar do governo militar, presta-se, segundo a LDB paulofreirista que rege a educação brasileira, a formar o "cidadão". Esqueçam esse mero detalhe de que a maioria dos alunos sai do ensino médio mal alfabetizada, tentem se atentar apenas para o "conteúdo" da conclusão do(a) aluno(a), a sua conclusão a respeito da teoria de Lamarck; circulei-a à caneta.
Segundo o(a) pupilo(a), o lamarckismo era a teoria em que criam os povos que seguiam Lamarca (a maiúscula iniciando o nome é por minha conta, óbvio) na época da ditadura militar. 
Pããããããta que o pariu!!! Jean Baptiste Lamarck virou Carlos Lamarca, militar desertor que se tornou um dos líderes do movimento terrorista VPR, que visava a instalação da chamada "ditadura do proletariado" no Brasil, lá pelos idos das décadas de 1960, 1970.
Lamarck virou Lamarca!!! É o samba da girafa comunista doida!!!
O(a) aluno(a) também enfiou os neandertais na teoria de Darwin, porém, depois do Lamarca, isso até passa despercebido, quase chega a fazer algum sentido.
Valha-me São Darwin! Ou, como, provavelmente, diria o(a) aluno(a) em questão, Valha-me Santo Daime!!! Surreal é a atual normalidade!!!
Essa é a geração da Pátria Educadora da esquerda. Do ECA e da LDB paulofreirista. Essa é a geração que, a mando dos peidagogos, teve o seu "tempo de aprendizado" respeitado, que nunca foi "obrigada" a decorar a tabuada nem os tempos verbais nem os afluentes do Amazonas. Esses são os rebentos, as crias da cruza maldita entre Paulo Freire e o telefone celular!
Ganhamos pouco, mas nos divertimos? Só se o sujeito tiver pendores sadomasoquistas, se gostar de levar choques elétricos no saco e depilar o cu com cera quente.

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Eu, Chapeleiro Louco

Eu, Chapeleiro Louco,
Só tomo,
Hoje,
Chá de camomila,
De capim-limão,
De melissa
E de mulungu.

Eu, Chapeleiro Louco,
Só uso,
Hoje,
Chapéus Panamá
Ou Fedora.
E acerto o relógio da minha cabeça
De acordo com o meridiano de Greenwich,
Pela rede mundial de computadores.

Eu, Chapeleiro Louco,
Nesse mundo atual
De desaniversários
E de desmaravilhas,
Resolvi não mais enlouquecer :
Prova real de minha loucura.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

OZ, Kansas

Meu caminho dourado para Oz?
Não...
Só o caducar das flores da sibipiruna.

Há muito não há tornados em minha vida,
Não há Kansas nem Gotham City,
Não há Dorothy L'amour,
Não há um tango de Gardel
Dançado por teus sapatos vermelhos
A pisarem nos meus.

domingo, 18 de setembro de 2022

Alice, Não me Escreva Aquela Carta de Amor

A cada teu olhar
Que não me encontra
Na esquina,
Na banca de jornais,
Na padaria,
Na madrugada,
Na tua frente, por detrás da fumaça do café,
No sofá, a te fazer cafuné,
Na tua cama, por debaixo de ti,
Mais e mais
Minha imagem se apaga em meu espelho.
 
A cada chamado da tua voz,
Que não recebe a resposta da minha presença,
Que só tem o eco da minha distância,
Dos meus confins,
Mais e mais
A música se desagrada de mim.
Meus LPs aterram e terraplanam seus sulcos,
Suas curvas de nível,
Minhas fitas cassetes recuperam suas virgindades.
 
A cada viagem que deixo de fazer
À sua toca do Coelho,
Ao seu Mundo das Maravilhas
(confesso : tenho guardadas todas as passagens que me enviaste)
Mais e mais
Meu sorriso de gato 
Se desvanece no Céu.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

A Canalhice da Esquerda Continua, Companheiros.

De quem você acha que o sujeito cujo perfil descreverei a seguir é eleitor?
Aficionado por armas, possuidor de certificado de colecionador de armas, atirador esportivo e caçador (CAC), dono de um pequeno arsenal composto por um fuzil, uma pistola e uma espingarda. Agrediu sua esposa em maio desse ano, o que fez com que ela se mudasse de Ponta Porã (MS) para a cidade de São Paulo. À época da agressão, a delegada responsável pelo caso, Marianne Cristine de Sousa, pediu que o sujeito tivesse o porte de arma suspenso e proferiu o seguinte parecer : "o acusado, com fácil acesso às armas de fogo e um verdadeiro arsenal, poderia a qualquer momento ceifar com a vida de sua companheira e de seus dois filhos menores, de modo que é notório que o mesmo poderá continuar delinquindo no decorrer da persecução penal caso mantido em liberdade, tendo em vista notícias fornecidas pela vítima de que o autor já matou cerca de três pessoas e continuou impune, mudando de cidade".
O dono do tal perfil é Ezequiel Lemos Ramos, que assassinou a esposa e o filho caçula a tiros, à saída da escola, na segunda-feira (12/09/22). E aí vai a última dica para você adivinhar em quem o distinto cidadão vota : fanático por armas, feminicida e infanticida.
No Bolsonaro!!!, as gargantas vermelhas e as rosinhas (os tais moderados) berrarão em uníssono!!! O cara vota no Mito!!!! No genocida, no nazista, no fascista, no desmatador da Amazônia, no piromaníaco do Pantanal!!!
Certo?
Porra nenhuma!!! Se foderam!!! Pegadinha do Azarão!!! Rá!!!!
Vocês deixaram escapar um detalhe. O cara ser apreciador e colecionador de armas não assegura que ele goste de matar pessoas, nem que ele se arme com essa intenção. Tive um vizinho, há muito tempo atrás, que tinha lá uma meia dúzia de armas, mas nunca tinha atirado com nenhuma delas, salvo com um revolver .38, durante o curso de tiro que teve que fazer para ter a posse de arma. 
Vocês esqueceram de um detalhe : esse cara, antes de ser um colecionador de armas, é um assassino, um bandido, que mataria a esposa com as próprias mãos, caso não tivesse um fuzil. Esse cara, antes de ser um colecionador de armas, é um bandido. E bandido, meus caros, vota em quem?
No Lula, ora porra!!!! Bandido vota no Lula!!!
Antes que a honesta imprensa brasileira pudesse cair de pau em Bolsonaro atribuindo a ele talvez até a cumplicidade no assassinato da mulher e da criança, uma foto do assassino, tirada no xilindró, vazou para o mundo.
O cara tem uma tatuagem do Sapo Barbudo no braço!!!! Pããããããta que o pariu!!! E, embaixo, a palavra free. Lula livre! Claro que um sujeito desse quer o Lula livre. Com Lula livre e reeleito, ele voltará a defender assaltantes, assassinos, sequestradores e outros pústulas. Como sempre fez. É claro que um cara desse só pode ser eleitor do Lula e do PT.
Ainda assim, mesmo com a foto do Seboso de Caetés estampando o braço do assassino confesso, e mostrando que o comunista é mesmo um canalha, que insiste na mentira mesmo quando ela é insustentável, que é um doente mental que substitui os fatos pela sua ideologia torpe e depravada, a petista Gleisi Hoffman, também conhecida pelo Codinome Coxa Amante, como foi revelado por um dos delatores das propinas pagas ao PT pela Odebrecht, tentou associar o crime a Bolsonaro.
Disse a Coxa Amante : "Precisamos nos livrar da política de armamento do Bolsonaro. Precisamos proteger as mulheres da violência!".
Em nota, a ORCRIM chamada PT também se manifestou : "O incentivo à violência e a liberação, pelo governo federal, da compra, posse e porte de armas estão na raiz de crimes e tragédias como a que ocorreu ontem no Parque São Rafael, em São Paulo. O PT está solidário com os familiares das vítimas".
É muita cara de pau!!! É muita filha da putice!!! 
Em seu twitter, Jair Bolsonaro escreveu : "Após mais uma tentativa covarde de me associar a um crime brutal sem o menor fundamento, a imprensa teve que descartar a narrativa por conta de uma tatuagem de Lula no braço do assassino. Dificilmente seguirão dando destaque, prova de que a preocupação nunca foi com as vítimas". Está certíssimo, o Cavalão.
Para mim, isso foi a gota d´água, foi o que eu precisava para perder o medo de decidir o que já devia ter decidido há muito tempo. Pretendia votar de novo em Ciro Gomes e, só no segundo turno, em Bolsonaro. Pois agora isso acabou. Não dá para ser moderado com esse tipo de gente, com a canalhada petista.
Votarei em Bolsonaro já no primeiro turno!!!
De novo, só me resta citar um dos pais da comunistada, Lenin : "Acuse seus adversários do que você faz, chame-os do que você é".
E você? Vai mesmo ter coragem de votar no Lula e na volta de toda a vagabundada que o circunda?

domingo, 11 de setembro de 2022

E às Margens do Tietê, Tiradentes Bradou : Ordem e Progresso!!!

A dublê de analista política Basília Rodrigues, da rede CNN Brasil, tentou lacrar para cima do intrépido Bolsonaro e, expressando-me num português culto e castiço, se fudeu!!!! Exibiu, mais uma vez, toda a tacanhez e a mediocridade cultural que é marca registrada da esquerdalha.
Enquanto mulher, enquanto feminista, enquanto empoderada, enquanto isso, enquanto aquilo, enquanto aquiloutro (odeio essa introdução "enquanto..."), sentiu-se incomodada, quiçá indignada, com o conselho dado por Bolsonaro aos solteiros desse Brasil dantes mais varonil. O Cavalão recomendou aos jovens solitários que encontrem uma boa mulher para esposa, para chamarem de suas princesas. Foi o que bastou. Para esquerdista feminista, demonstração de afeto, amor e gratidão à consorte é objetificação da mulher.
Revoltou-se, mais ainda, a jornalista, quando, depois de Michele lascar um beijaço em Bolsonaro, o público apupou o Mito com gritos e coro de "imbrochável, imbrochável, imbrochável..."
Disse Basília Rodrigues : "O presidente estreou um capítulo novo na campanha à presidência da República, o da hipersexualização, falando de aspectos sexuais em seu discurso da Independência (…) O que chama a atenção é que o presidente, a exemplo de todos nós, sabe que na bandeira brasileira está escrito independência ou morte, e não impotência é morte".
Hipersexualização... como fala bonito esse povo da esquerda... só falam merda, é verdade, mas que falam bonito, falam.
"Independência ou Morte"?, no emblema da Bandeira Nacional? Como todos nós sabemos? Nós quem? Que Basília fale (e falhe) só por ela.
E a ignorância da comunicadora não se restringe à História e aos símbolos nacionais, o que é mais do que esperado, afinal, esquerdistas não sabem nada de História, eles criaram a sua própria história paralela e se aferram a ela como fanáticos xiitas e, claro, também nada sabem da bandeira, pois louvam o vermelho e a foice e o martelo. A falta de conhecimento da repórter, porém, vai além, é ampla, geral e irrestrita.
Tempos atrás, ela também exibiu todo o seu analfabetismo geográfico, dizendo sobre a propagação do vírus chinês  através de nossas fronteiras, ela disparou : "(...) é bom que a gente possa ressaltar que Chile e Equador, que não fazem parte da América do Sul, também fecharam suas fronteiras já há alguns dias para os brasileiros. Apesar de não ter essa proximidade terrestre".
Independência ou Morte na Bandeira, Chile e Equador localizados, talvez, na Polinésia Francesa, isso não é apresentadora : é universitário do Show do Milhão!!! Valha-me São Senor Abravanel!!!
No dia seguinte, Basília Rodrigues se retratou : "Ontem eu afirmei que na bandeira brasileira está escrito “independência ou morte”, mas eu sei, você sabe, que é “ordem e progresso". Ontem eu errei ao construir a frase em que eu falava do discurso do presidente Jair Bolsonaro, no dia da Independência, em que ele não falou de independência. E ali, na confusão das palavras, a gente acabou… eu acabei cometendo este erro".
Notem : ela disse que se confundiu porque o Mito não falou de indepêndencia no dia da Independência.
Pois é, agora até a falta de conhecimento e de cultura da jornalista é culpa do Bolsonaro. Pobre Cavalão... a quem se atribui todas as desgraças e mazelas deste país; antes dele, um jardim do Éden. Bolsonaro inventou o desmatamento da Amazônia, as queimadas e a seca do Pantanal, o garimpo ilegal, a grilagem de terras indígenas, a pobreza etc. Suspeita-se até, pelo visto, que o Mito venha sendo o responsável pela queda de visualizações do Blogson Crusoe (zoeira, meu velho, não resisti).
Só falta, numa próxima, a apresentadora dizer : - e às margens do Tietê, Tiradentes bradou : ordem e progresso!!!
É o samba da jornalista doida!!!
Valha-me São Stanislaw Ponte Preta!!!

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Lula e a Cuscuz Clã

No auge do desespero de quem está a ver as tetas do dinheiro público a lhe escaparem mais uma vez por entre os nove dedos e na clara e desavergonhada obsessão da esquerdalha em atacar a todo custo o invulnerável Bolsonaro, o mafioso-mor Lula Inácio Sapo Barbudo da Silva, em um de seus tresloucados e asquerosos pronunciamentos, desqualificou como brasileiros e jogou bosta na dignidade (coisa que ele não sabe o que é) de uma grande parcela do povo; povo que, segundo a sua cara de pau e mau caratismo, ele diz amar e querer o bem.
O Seboso de Caetés e esquerdopatas em geral classificaram as maciças manifestações do Sete de Setembro como atos "antidemocráticos", e, aos participantes, como membros da Ku Klux KLan.
Em que lugar do mundo, milhões e mais milhões de pessoas manifestando, espontânea e pacificamente, a sua vontade nas ruas e a vestirem a bandeira de seu país é tido como algo antidemocrático? Só na cabeça doente de Lula e da esquerdalha brasileira. E, claro, nas ditadurazinhas de merda feito Venezuela, Colômbia etc, todas amiguinhas de Lula, para as quais muita grana nossa já foi evadida para o patrocínio de seus autoritarismos.
Ou Lula não sabe o que é um ato democrático, o que é uma democracia, ou é claramente contra eles quando não é favorecido. A resposta não é difícil de saber, né?
Lula disse que as manifestações do Sete de Setembro em favor da Pátria, dos bons valores, do trabalho e de Bolsonaro pareciam reuniões da Ku Klux Klan. 
"Foi uma coisa muito engraçada o ato do Bolsonaro. Parecia uma reunião da Ku Klux Klan (com sua língua peçonhenta, presa e semianalfabeta, pronunciou "cuscuz lã"). Só faltou o capuz. Não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, trabalhador", disse o preto Lula, disse o pobre Lula, disse o (puta que pariu) trabalhador Lula.
Para Lula, ninguém ali era povo, era trabalhador. Lula descaracteriza como povo todo e qualquer brasileiro que tem vergonha na cara e lutou para conquistar meios próprios de sustento para si e suas famílias, toda e qualquer pessoa que se recuse em comer as migalhas que ele distribuiu ao longo de seus quatro mandatos, qualquer pessoa que não se deixa fazer refém de suas esmolas e de seu cabresto. E, agora, brancos também não fazem parte do povo. O que só mostra e corrobora que, caso a armação em andamento dê certo e Lula se reeleja, ele continuará com a hiperfragmentação da sociedade, aumentando os conflitos dos diversos segmentos, uma das táticas mais clássicas e manjadas da esquerdalha.
Para Lula, "trabalhador" tem é nos parcos e porcos ajuntamentos de apoio à máfia vermelha : sindicalistas, sem-tetos, sem-terras, feministas suvacudas com as muxibas de fora, boiolas enfiando crucifixos no cu, ONGueiros, "artistas" et caterva. Tudo "gente de bem". Tudo gente muito produtiva.
Em resposta a Lula, o intrépido Bolsonaro, sempre rápido no gatilho da galhofa, atirou com suas duas imbrocháveis pistolas ao mesmo tempo : "Como não tinha ladrão nas manifestações, Lula se sentiu excluído e chamou o povo de "cuscuz clã", talvez porque assistiu a milhões de brasileiros vestindo amarelo", se referindo à iguaria feita com farinha de milho.
Rapaz, eu também quero fazer parte desse clã!!!! Primeiro, porque aprecio muito o tal quitute. Depois, porque adoro um cu!!! No plural, então, cuscuz, eu me acabo!!!
Não havia pretos, pardos, pobres e trabalhadores nas manifestações pró-Mito, muito diferente dos presentes ao casamento de Lula e Janja, para o qual foram convidadas todas as comunidades da Rocinha, de Heliópolis e do Morro do Alemão.
Vejam, nas fotos abaixo, quantos pretos, pardos, pobres e, sobretudo, "trabalhadores" estavam no enlace do mimoso casal.


E deixo a palavra final a um dos pais e gurus da esquerdalha, Lenin : "Acuse seus adversários do que você faz, chame-os do que você é".

God Save The King

Genial!
E o infalível e isento Datafolha ainda garante que, se bobear, Lula ganha a Coroa (e rouba as jóias da Coroa) ainda no primeiro turno!!!
Valha-me São Duque da Cornualha!!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Sete de Setembro de 2022, a Nossa Nova Independência (ou não?)

Desde muito criança, desde os meus tempos de grupo primário, tempos em que a escola era escola e também se prestava a transmitir e a valorizar os valores cívicos e morais (e não a destrui-los), tempos em que os abnegados militares ainda teimavam em querer tornar o brasileiro em um povo com um mínimo de brio, honradez, dignidade e vergonha na cara (no que falharam miseravelmente, pois país que nasce torto nunca se endireita), que ouço dizer da nossa falta de amor à Pátria, do que hoje é chamado de complexo de vira-latas.
Desde essa época escuto dizer que o brasileiro não é patriota, que não se orgulha de suas origens, não valoriza suas raízes, não mostra nenhum apreço aos símbolos nacionais, ao Hino e, sobretudo, à Bandeira.
Em contraexemplo (não dos mais meritórios, é verdade), sempre ouvi elogios à reverência dos estadunidenses à sua independência e à sua bandeira. Em como eles festejam e se emocionam em seu 4 de julho, em como a bandeira é onipresente em suas vidas e em seu vasto território, em como ela tremula, diuturnamente, nos jardins das casas e nas fachadas dos prédios particulares e públicos, em como ela sempre figura nos filmes de Hollywood.
No Brasil, até pouco tempo atrás, só víamos a bandeira verde-amarela a bruxulear nas entradas das repartições públicas, e olhe lá; muitas vezes, inclusive, infringindo todas as normas de sua exibição : desbotadas, puídas, esgarçadas. Há muito não vejo uma bandeira ser hasteada em uma escola, por exemplo.
E, claro, aí sim, na época de Copa do Mundo de Futebol.
A cada quatro anos, a Pátria de Chuteiras também se torna a pátria das bandeiras. A cada quatro anos, quando onze dementes semianalfabetos são convocados e é dito que eles são o Brasil, o povo, é óbvio, nos débeis mentais se reconhecem, e se lembram de que tem (imerecidamente) uma bandeira.
E o nosso pobre e desprezado lábaro estrelado vira coadjuvante de perna de pau, vira gandula das bolas fora do escrete "canalhinho", vira enfeite e adereço amarrado às antenas de carros e a estampar bundas e peitos.
Até pouco tempo atrás, a única coisa que vinculava o brasileiro à sua bandeira era a desgraça do futebol. Já escrevi aqui sobre essa merda : A Ditadura das Bandeiras.
Porém, de dois ou três anos para cá, felizmente, os antigos desejos daqueles que reclamavam da falta do amor do brasileiro aos nossos símbolos nacionais foram atendidos.
A bandeira voltou a ser associada a um ato de civismo, um dos mais fundamentais deles, a escolha direta (ainda que fraudável) do mandatário da nação. Um grande parte da população (espero que a maioria votante) vinculou a Bandeira Nacional ao atual Presidente da República Jair Bolsonaro.
E é fácil entender tal associação. Bolsonaro foi o primeiro presidente, depois de quase 30 anos da instalação da esquerdalha no país (primeiro, tímida e moderada, com FHC e, depois, extrema e predadora, com Lula e o PT), a tornar a falar em Pátria.
Pátria, mais que um vocábulo suprimido, foi um conceito banido do Dicionário Oficial da Esquerda no Brasil. Em quase 30 anos de canhotismo, ninguém nunca mais ouviu falar em pátria. Eu dou aula desde 1995 e, nesse tempo todo, nunca vi uma escola hastear um bandeira ou executar o Hino Nacional, como havia nos meus tempos de apedeuta.
A esquerda substituiu Pátria por Estado.
Substituiu o conceito de um povo que tem os mesmos objetivos, que trabalha para o seu bem pessoal e, consequentemente, para o da nação, o conceito de empenho, de estudo, do esforço e do mérito, pelo conceito do Estado Absoluto, do Big Father, que não só despreza o empreendedorismo e as iniciativas e os méritos pessoais : os condena, os criminaliza.
A esquerda substituiu Pátria por Estado, que, basicamente, tem a seguinte hierarquia : uma alta cúpula, a desfrutar de luxos e opulências nababescas, criminosas, literalmente, e um povo que foi reduzido à tão "sonhada" igualdade, ou seja, todo mundo pobre, miserável. Inclusive, vide Cuba, sem direito à propriedade.
Dizem, os esquerdistas canalhas (desculpem o pleonasmo) que Bolsonaro se apropriou da bandeira. Não foi Bolsonaro quem se apropriou : foram eles que a largaram, que a jogaram fora. Foram eles que vieram com a foice, o martelo, a engrenagem e outras pataquadas. E agora a querem de volta? Para quê? Para limparem o cu com ela? Como acontece em muitas de suas manifestações? Depois, é claro, de se deleitarem com o mastro?
Bolsonaro - e se de forma sincera, ou apenas como artífice eleitoral, já é uma outra questão - trouxe de volta a ideia da Pátria, de pessoas que trabalham por algo em comum, que brigam por algo que não esmolas e auxílios governamentais, de pessoas que tem a hombridade de não comer as migalhas da mão de quem os oprime.
Não é à toa que empresários e comerciantes - micros, pequenos, médios e grandes -, em sua maioria, apoiam Bolsonaro. Não é à toa que produtores e trabalhadores do campo, do agronegócio, apoiam Bolsonaro. Foi graças, inclusive, ao agronegócio, tão demonizado pela esquerda e pela mídia vendida, que não parou de trabalhar um dia sequer, para o qual não houve pandemia ou lóquidau, que o país não sofreu uma crise de desabastecimento.
Não é à toa que pessoas que trabalham queiram uma Pátria e não um Estado, que retalha os seus impostos, põe a parte nobre deles no bolso e distribui os miúdos para os encostados e improdutivos.
Não é à toa, por outro lado, que "minorias" e "vitiminhas" da sociedade, que ONGs, que sindicatos, que sem-tetos, sem-terras e sem-vergonhas-na-cara em geral apoiem Lula e o Estado.
Não é à toa que pretensos artistas, intelectuais, professores de "humanas", funcionários públicos de alto escalão, gente que, na prática, não produz porra nenhuma, apoiem Lula e o Estado.
Não é à toa que corruptos, assaltantes, traficantes, sequestradores, terroristas e lideranças do crime organizado apoiem Lula e o Estado.
Não vou ser hipócrita e dizer que me emociono ao ouvir o Hino Nacional ou ao ver o hastear de nossa bandeira; não me emociono. Mas sempre trabalhei, nunca vivi do suor alheio, nem minha esposa; nem meu filho viverá.
Nesse 7 de setembro e, principalmente, nesses 2 e 30 de outubro, a escolha, para mim, não será entre Bolsonaro e Lula. Será entre a possibilidade de uma Pátria e a fatalidade de um Estado. 
E, principalmente, o que lhe parece melhor, associar a bandeira a um Presidente da República ou ao estrupício de um Neymar?
Não precisa ser uma Mãe Dinah para adivinhar o meu voto, né?
E nosso lábaro estrelado voltou com tanta força nessas eleições que até o setor de hortifruti do mercado onde normalmente me abasteço prestou-lhe sua cívica homenagem.
Notem, porém, o vermelho-pitaya a circundar, a rondar, a espreitar o nosso verde-amarelo, a tentar corroê-lo, contaminá-lo. Todo cuidado com o vermelho é pouco.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Jair Bolsonaro e a Espiral do Silêncio

Imagine-se, seja no seu ambiente pessoal ou profissional, na seguinte saia justa, ou melhor, na seguinte cueca apertada, que quem usa saia ou é padre, ou é escocês, ou militante do PSOL : que o seu posicionamento sobre uma certa questão, digamos, às vistas dos tempos atuais, em quem votar para o mandatário supremo da nação na próxima eleição, destoe antagonicamente da opinião vigente do bando que o cerca.
Nesse caso, há três opções. 
1) Você faz um juramento de Galileu e diz que seu voto é o mesmo do rebanho; só que não;
2) Você expõe a sua real opinião, confronta o bando e corre o risco de ser alvo de recriminações por parte dele, de ser isolado por ele, cancelado, o que não seria de todo mal. Antes só. Mas o castigo não se limitaria apenas ao seu ostracismo, você também seria submetido a sessões de tortura e tentativas de lavagem cerebral, seria atacado com todo o tipo de catecismo ideológico e proselitismo canalha; tentariam lacrar para cima de você;
3) Você fica em silêncio, alheio ao assunto. Não diz nem que sim nem que não, faz cara de paisagem, finge demência e evita o embate inútil e sem fundamento. Toca a sua vida como faz o sábio carteiro tangamandapiano Jaiminho, e evita a fadiga.
A maioria das pessoas nessa situação opta pela terceira via (aqui, pelo menos, ela é possível), fica em silêncio. Não manifestam suas opiniões ou, no máximo, se coagidas a tal, dão a entender, tacitamente, que concordam com seu inquisidor.
Essa parcela silente da população compõe a chamada Espiral do Silêncio, termo cunhado pela cientista política alemã Elizabeth Noell-Neumann, cuja ideia central é que os indivíduos omitem suas opiniões quando elas são conflitantes com a opinião dominante, devido ao medo do isolamento, da crítica, ou da zombaria.
O pesquisador e cientista político brasileiro Antônio Lavareda acredita que há uma grande espiral do silêncio a envolver as declarações de intenção de voto em Bolsonaro nas atuais pesquisas eleitorais.
As pesquisas, apesar do blá-blá-blá de que seguem os mais gélidos e robóticos métodos científicos, são elaboradas e conduzidas por seres humanos e, portanto, nunca são totalmente imparciais. Até porque não são feitas de graça, são sempre sob encomenda de algum órgão ou grupo interessado. E quem é que não quer agradar ao cliente?
A depender de como é construída a pergunta, ela pode induzir - e induz - a essa ou à aquela resposta pré-determinada, pretendida pelo idealizador do escrutínio.
Para Antônio Lavareda, muitos eleitores de Bolsonaro se escondem nessa espiral do silêncio e que as atuais vantagens dadas ao ladrão Sapo Barbudo pelas recentes pesquisas venham de um subnotificação dos votos dessa espiral do silêncio a favor de Bolsonaro.
“Bolsonaro tem crescido regularmente nas últimas pesquisas, chamando atenção para a hipótese de subnotificação do voto em Bolsonaro em alguns segmentos, especialmente naqueles de menor renda e escolaridade. Esse fenômeno é conhecido como ‘espiral do silêncio."
A reforçar sua fala, Lavareda cita as pesquisas feitas por telefone, nas quais Bolsonaro atinge melhores resultados, pois os entrevistados se sentem mais à vontade, sem medo do "constrangimento público".
Acredita que, quando em grupo, essa espiral do silêncio fique um pouco mais ruidosa, como se vê nas ruas à cada aparição do Mito, com milhares de pessoas a acompanhá-lo, o que está a ser chamado de Datapovo. Também na audiência dos programas de TV e podcasts, todos mostrando ampla vantagem ao Cavalão. Ainda nas inúmeras enquetes realizadas nas redes, o Cavalão arrebenta com o Seboso de Caetés, mesmo quando realizadas por veículos tradicionais ou blogueiros esquerdopatas. 
A espiral do silêncio é a turma do come-quieto, são brasas dormidas, que só sairá de seu silêncio, que só levantará suas labaredas, no ambiente supostamente indevassável das urnas.
Que Antônio Lavareda esteja certo. Que a espiral do silêncio grite bem alto em outubro. Que berre em uníssono : Lula nunca mais. Lula, só na cadeia.