quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Travessuras de Menina Má (49)

Pezinho de Caralho

Não acredito em vidas pregressas. Nem em futuras. Nem em pré nem em reencarnações. Se acreditasse em vidas passadas, teria que correr o risco de uma futura, pois essa atual seria a futura de uma anterior. E a sala de espera para uma próxima . E eu não quero outra. Quero que tudo acabe aqui. Nem céu nem inferno. Só dormir profundamente, como disse o Bandeira.
Mas a existência ou não das múltiplas existências está cagando e andando para o que eu acredito. As coisas existem ou inexistem alheias à crença de qualquer um. Por isso, sempre as rejeitei, as crenças.
Contudo, só a título de exercício imaginativo e admitindo a ocorrência de um moto-perpétuo de vidas, desconfio de que algum ancestral "espiritual" meu, lá no paleolítico ou no neolítico, tenha sido um daqueles caçadores-coletores. Até porque, naquela época, não tinha bolsa família, auxílio Brasil e outras mamatas pra vagabundos : era a sábia lei da natureza : bicho que não caça, não come. E, assim, as coisas deveriam ter sido mantidas.
Digo isso porque, mesmo vivendo em um horrendo centro urbano com mais de 700 mil habitantes, ando a pé - não dirijo nem tenho CNH - e pelo meu caminho, coleto um punhado de coisas, frutos e ervas.
O centro da cidade e os bairros mais próximos a ele, que são os mais antigos, são ainda relativamente bem arborizados; assim como os canteiros centrais das barulhentas e fuliginosas avenidas.
Pelas rotas alternativas que sigo de casa para o trabalho e vice-versa (e tenho algumas delas; dizem fazer bem para memória), sei onde encontrar pés de acerola, pitanga, amora, jambolão, goiaba, manga, jambo-amarelo e jambo-vermelho, nêspera, tamarindo, graviola e até o quase extinto araçá. Onde e em que épocas do ano frutificam.
Passo por eles e vou coletando e comendo.
Apesar de ocorrerem em número bem menor que as frutíferas, sei também onde coletar certas ervas, para chá ou tempero. Essas, geralmente, crescem aos pés das árvores nas calçadas, na terra daquele espaço de cimento que limita as raízes das árvores. Muitas vezes, nem foram plantadas por mãos humanas, suas sementes ali fizeram morada trazidas pelo vento, pássaros ou insetos.
Conheço bons lugares para coletar boldo, alfavaca, manjericão, pimenta-rosa, hibisco, malva, capim- cidreira e, a minha preferida, a erva-cidreira, também chamada de melissa. Três ou quatro vezes por semana, tomo chá dela ao fim da tarde, acalentadora beberagem que está ameaçada agora.
Abastecia-me de erva-cidreira em três mananciais. Dois menorzinhos, sem que eu precisasse mudar muito o meu caminho. E um terceiro, que era um verdadeiro arbusto; porém, um pouco fora de mão, custava uns quarteirões a mais em meu trajeto. Valia-me dele quando o "estoque" dos menores começava a rarear e eu lhes dava, então, um descanso de 10 dias, duas semanas, para que regenerassem suas folhas.
Pois ontem, desviei-me os quarteirões necessários para a minha colheita e surpresa : haviam cortado meu pezinho de erva-cidreira. Ele e mais um monte de outros matos, inclusive florzinhas brancas de maria-sem-vergonha, que cresciam ao pé de uma pitangueira, foram sumariamente arrancados. Um pouco de seus restos mortais ainda jaziam ao meio-fio.
Pããããããta que o pariu!!!! Cortaram o meu pezinho de erva-cidreira que tinha nascido ali!!!!
O que me fez, instantaneamente, lembrar de uma piada, do Costinha, da velhinha em cujo quintal brotara um pezinho de caralho. Vamos a ela :
"A velhinha, viúva, já toda enrugadinha, sequinha, até tinha banheiro com vaso sanitário e tal em casa, mas oriunda que era da zona rural e arraigada aos seus hábitos, todas as noites, antes de dormir, se dirigia ao fundos do quintal da casa, no escuro, agachava-se, ficava de cócoras e ssssshhhhhh... fazia o seu xixinho num canteiro de plantas.
Um dia, um tarado de passagem viu a velhinha se aliviando e pensou : - vou comer essa velhinha! No dia seguinte, à noite, o tarado pulou para dentro quintal, se enterrou no canteiro, deixou só o cacete em riste pra fora e ficou esperando a velhinha. A velhinha veio, abaixou a calcinha, agachou-se para mijar e sentiu uma certa resistência, uma certa protuberância vinda da terra. Foi esfregando a ameixinha seca no pau do tarado, esfregando e se sentou. Sentou e deu a sua mijadinha. Acabou e, sem se levantar, deu aquela chacoalhada para se livrar das últimas gotas. Chacoalhou uma vez, chacoalhou de novo, de novo, de novo, de novo, de novo... E foi se deitar em paz, como há muito tempo não.
E assim a coisa seguiu. Todas as noites o tarado se enterrava e velhinha ia dar a sua mijadinha. Até que um dia, por algum motivo, o tarado teve que faltar. 
A velhinha se agachou e não encontrou resistência, não encontrou nada. No escuro, levou a mão ao chão e tateou por todos os cantos. Não achou nada. Desconsolada, gritou : - molecada filha de uma puta, já arrancaram o meu pezinho de caralho que tava crescendo aqui!!!!"

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Gilberto Gil, a Vitimização X O Ódio do Mal, do blog O Mascate

Se tem alguém que tem uma marreta muito mais pesada que a minha, é O Mascate. Pena que ele fique, às vezes, muito tempo sem publicar. Mas, quando publica, é ferro na boneca. Por diversas vezes, pensei em republicar textos dele aqui, mas fui deixando, deixando, deixando...
Resolvi, enfim, copiar um texto dele aqui. Sobre o ataque "injusto e do mal" feito pelo pessoal da direita ao imortal Gilberto Gil, de talento inconteste, sem dúvida, mas que, desde a década de 1960, já se vale de benesses políticas; ele, Caetano, Gal, Bethânia etc sempre foram apadrinhados pelo ACM, o avô, compunham a, chamada pelo jornalista investigativo Cláudio Tognoli, máfia do dendê. E isso não mudou de lá para cá. Continuam se valendo de influências políticas e dinheiro público para o benefício de suas carreiras.
O povinho da esquerda diz que Gil foi "hostilizado" por um bolsominion em um jogo da Copa do Catar. Ele e sua esposa ouviram : "Vamo, Lei Rouanet", "E aí, Lei Rouanet", "Obrigado, filho da puta".
Pronto. Foi o que bastou para a esquerdalha, sempre tão pacífica e moderada (não é isso que pensam que votou no Lula), execrar e condenar o ato solitário de um torcedor.
Regina Duarte, Sérgio Reis, Cássia Kiss e até Neymar (que eu quero que realmente se foda, mas não por motivos políticos) foram mais hostilizados do que isso. Michele Bolsonaro foi chamada de vagabunda, a filha de 12 anos do casal, de prostituta. Bolsonaro, de fascista, genocida; sem provas, pelo menos, por ora. Enquanto que Lula foi descondenado
Cássia Kiss responderá a não sei quantos processos porque disse que “não existe mais homem e mulher, mas mulher com mulher e homem com homem, e homem com homem não dá filho, nem mulher com mulher”.
E qual a mentira nisso? E qual a mentira em dizer que Gil nadou de braçada na Lei Rouanet? Para a esquerdalha e para os seus cúmplices "moderados" que votaram em Lula, a verdade virou ofensa. É o duplo padrão de julgamento dos canalhas vermelhos. O senador amapaense Randolfe Rodrigues quer cadeia para o torcedor. E para a jornalista Barbara Gancia, que chamou uma menina de doze anos de puta? Uma medalha? A Grã-Ordem da Estrelinha do PT?
Quando a situação chega ao nível de agressão, os dois lados estão errados, mas apenas um é demonizado e condenado pela grande mídia. O ódio da esquerda é do bem, é pela defesa da democracia. O da direita, fascismo.
Sem mais, reproduzo o peçonhento e virulento texto do Mascate:

"Após quase 10 dias sem poder postar nada no Blog, cá estou de volta, renovado e de saco cheio de tanta democracia em rede social.

Bem, a bola da vez da narrativa esquerdoente é o ódio do mal que se abateu contra Gilberto Gil. Pelo que consta o mamador de Rouanet e comunista rico que está no Vai se Catar para assistir aos jogos da Cópula do Imundo e foi reconhecido por alguns Brazucas e a avacalhação, o escracho e xingamentos começaram.

O que pega de verdade é ver que quando a turma da direita bate em esquerdiota eles se nivelam ao lado escuro da força e se tornam destiladores de ódio sem sentido. Ignorar a existência desses "famosão" de esquerda é muito melhor do que sair xingando e agredindo, justamente pelo motivo que a imprensa lixo e os outros "famosão" sempre saem em defesa do "agredido", principalmente se ele apoiar o VERME do "L". E com eles um bando de Brazuca sem noção que adora postar chargezinha ou opinião alheia sobre assuntos que nem fazem ideia do que seja, apenas para ficarem na onda de moderninhos, descolados e tolerantes cidadãos do bem.  Uns tais anti fascistas...caraleo que gente cretina!

A narrativa da esquerda é essa mesma, eles podem tudo e os outros tem que ser fuzilados com muito amor. O duro é ver que essa turma que prega "respeito" é a mesma que saiu batendo na Regina Duarte, Cassia Kiss, Sergio Reis e ultimamente no Neymar entre outros. Muitos outros, até ontem quem apoiava o presidente Biroliro era perseguido sem dó, mas tudo com muito amor, afinal "o amor venceu" segundo o PT, né? Pois é...

Em tempo, Neymar tem um instituto na Praia Grande - SP que cuida da criançada carente da cidade, tem 142 funcionários que durante a pandemia ficaram em casa recebendo os salários em dia. Qual desses "famosão" tem um projeto social de verdade? E eu nem gosto do jogador, mas sou obrigado a defender suas ações sociais para não parecer um esquerdolengo hipócrita e burro.

A filha do presidente de 12 anos foi chamada de puta por uma jornalistazinha que tem um currículo invejável em uso de álcool e substâncias proibidas, mas como ela é da "tchurma" não teve apoio à pequena Laura, E enterraram o ódio do bem da jornaleira e quase a canonizaram...

Michele Bolsonaro foi chamada de vagabunda uma centena de vezes e a turma do amor e muito menos as feministas de ocasião saíram em defesa da Primeira Dama. Feminismo e esquerdismo é doença...

Jogaram bola com uma réplica da cabeça do presidente e teve ministro do STF que chamou de liberdade de expressão, se eu for ficar aqui enumerando o tanto em agressões que os apoiadores do PR e sua família sofreram nos últimos quatro anos, seria o texto mais longo da história deste humilde blog. Então vamos ficar nos exemplos acima.

Essa turma da MPB, principalmente os caquéticos dos tempos do regime militar foram alçados a deuses intocáveis por parcela do povo burro do Bananistão. Milionários comunistas que não dão um show de graça para quem quer que seja e nem por qual motivo for, são anacrônicos e ainda sobrevivem pela fama que acumularam malandramente "lutando" contra ditadura militar dos anos 60.  Cresci ouvindo as lamentações esquerdo oportunistas contra os militares. E essa turma quando o bicho pegou de verdade não fugiu para o paraíso de 11 entre 10 doentes socialistas, CUba.. Foram para países capitalistas onde a liberdade existia. São comunas, mas não são trouxas né?

E cá entre nós, eu ví uma "famosona" sair em defesa do cantor rouaneteiro e me assustei acreditando que a Dercy Gonçalves tinha ressuscitado, só depois percebi que era a Rita Lee... Huá huá huá....Tá mais feia que a Gretchen...Puta que pariu!!!

A globolixolândia em peso defendendo o velho cantor, a imprensa vagabunda, e muito Tupiniquim desdentado, todos destilando o amor que pregam para si mesmos e jamais para com os adversários. Quando digo adversário, para essa turma bastou ter pensamento diferente, ou não ter votado no CACHAÇÃO para virar adversário. Adversário...inimigo mesmo!! 

Mais do mesmo da mediocridade artística. Agora é esperar o show que irão fazer para mostrar ao mundo que só o amor constrói...ARGH!!!

E por falar no caquético Bahiano, a filha dele, aquela que de Bela só tem o nome e que come umas coisas estranhas tipo a placenta do próprio filho ou filha sei lá... está nomeada, para a  equipe de transição do CACHAÇÃO no cargo do grupo de combate a fome, já viram o circo que essa "equipe" virou né?  Vai faltar placenta no mercado, e o populacho achando que iria comer picanha... Tão phudidos...

Haja grana pública para sustentar tanto cumpanhêru nessa transição...

Enfim, não tenho muito saco para ficar aqui enchendo o saco de vcs falando do EX ministro da cultura no governo do CACHAÇÃO, Gilberto Gil, um artista que eu nunca consumi e que tenho certeza que continuarei assim. Essa turma do ódio do bem ainda vai dar tanto BO que terei assunto para outras postagens.  

O que importa é a narrativa negativa e a defesa do coleguinha, tudo para mostrar ao mundo que a direita destila ódio por onde passa.

E o que eu mais gosto é ver que essa turma da terceira idade musical quando vai para a Zoropa fazer shows o público que aparece tem menos idade que os netos deles, isso mostra que o trabalho de doutrinação que a esquerda faz na cabeça da moçadinha movida a fumaça de bosta de cavalo foi perfeito. E anda ouviremos os gritinhos histéricos de Gil, a voz fanha de Chico, e a senilidade de Caetano atazanando nossos ouvidos... Bem, a Gal já foi, ainda faltam quatro. E podem me criticar, caguei para os indignadinhos de ocasião.

E o Cachação hein? 

Morreu e colocaram um sósia no lugar? Ou como todo ditador comunista e cagão ele já arrumou um otário parecido com ele para levar tiros dos inimigos do regime nos atentados imaginários que a esquerda sempre produz com o inimigo externo que quer matar o querido ditador e livrar o povo do regime da paz e do amor onde todos passam fome juntos, menos a turminha de sepmre..

Para o sósia, levar tiros até vai ser molezinha o duro mesmo vai ser ter que comer a Dª Canja... Huá huá huá!!

Que merda hein?  E eu em orações pela passagem da "pobre" alma...

E no mais...

PHODA-SE!!!

domingo, 27 de novembro de 2022

Solidões, Filhos, Cactos, Gatos e Luzinhas de Natal

Morei sozinho por muito tempo. 
Só eu 
E meu rádio
E meus livros 
E meus escritos 
(nem telefone fixo eu tinha) 
E minha vodka 
E uma ou outra eventual louca 
Que ia dar pra mim. 
Não tinha nem um peixinho dourado 
Ou um vaso com flor de plástico pra cuidar. 
Morava em 38 metros quadrados. 

Perguntavam-me se eu era infeliz. 
E o que uma coisa tem a ver com a outra?; 
Eu respondia. 

Hoje 
Não sou sozinho há muito tempo. 
Tenho filho 
Esposa 
Duas gatas 
Uns 40 ou 50 vasos de plantas 
Entre cactos, suculentas, um par de claudicantes samambaias e orquídeas 
E folhagens de aráceas, trapoerabas e espadas-de-são-jorge. 
Tenho piscantes e estroboscópicas luzinhas de Natal 
Estendidas na tela de proteção da sacada. 
Moro em 126 metros quadrados. 

Perguntam-me se eu sou feliz. 
E o que uma coisa tem a ver com a outra?; 
Eu respondo.

sábado, 26 de novembro de 2022

O MSM, o Movimento das Sem-Modess

Duas semanas finais de aula. Finais, não : terminais. O negócio, agora, é fechar a conta e passar a régua - e a jumentada toda, é claro. Não há mais o que fazer - nunca houve, na verdade. É cumprir tabela e fingir - mais ainda (nem o poeta finge tão completamente) - que estamos a lecionar.
Conteúdo? Esqueçam! Nesse rescaldo de fim de ano, nesse fim de feira, nessa xepa letiva, até eu deixo a meninada à vontade em sala de aula. Deixo meus gizes, apagador e chicote de domador no armário e adentro a sala até com um semissorriso nos lábios. Sento-me, faço a chamada e deixo que eles ponham os seus cadernos em dia, para vistos a valer nota, lhes digo. Porra nenhuma.Todas as minhas notas já estão fechadas e digitadas. Digo que ainda não para que eles se ocupem de algo, pensem que estão a estudar, a recuperar o ano e, principalmente, para que me deixem em paz. E eu fico sentado, sossegado, esperando a hora passar, calado - o que dá exatamente na mesma do que eu falar por duas horas sobre genética, citologia etc.
Estava eu, então, ontem, nesse cenário descrito, aproveitando para adiantar a minha leitura de "Do amor e outros demônios", do Gabriel García Márquez, quando alguém bateu à minha inviolável porta. Abri. Tomei um ligeiro susto. Era a professora de geografia. Baranguíssima. Uma autêntica espanta-caralho. Esquerdista, feminista empoderada. Solteirona encalhada, é claro. Usava uma máscara anti-peste chinesa - é a única pessoa no planeta que ainda a mantém.
Pediu-me para dar um recado e recrutou seis alunas para que a acompanhassem e recebessem o kit feminino íntimo. Alunas que quisessem participar da ação de cidadania, ninguém era obrigado a. Que, depois da LDB paulocanalhafreirista e do ECA, o aluno pode escolher fazer o que bem entender na escola, inclusive, e principalmente, optar por estudar ou não. Meia dúzia de voluntárias a seguiu para receber o tal kit íntimo. Tentei não pensar sobre, tentei fingir demência sobre o assunto, sedar minha curiosidade, sublimei a questão.
Porém, como todos os que me conhecem sabem, o Universo não me dá folga. Logo, bateu o sinal para a troca de aulas. Sobre o sinal da escola, um breve particular : não é aquela sirene com que a maioria de nós está familiarizado. A cada 45 minutos, nos alto-falantes instalados em cada sala de aula, toca o trecho de uma música, de um repertório que é renovado diariamente, quem faz a programação musical, ou a playlist, como se diz hoje em dia, eu ainda não consegui descobrir, mas deve ser parente ou, no mínimo, estar a mando do cramulhão. Chico Buarque, Tom Jobim, Toquinho e Vínicius, Legião Urbana, a fazer valer a função educadora da escola? O caralho! Toca é sertanejo universitário. Nessas horas, sinto uma puta duma saudade da boa e velha sirene, muito mais afinada e melodiosa que a maioria dessa turma. Fim do particular.
Bem, soou o sinal para a troca de aulas e eu me dirigi para um outro bloco de salas, ou para o outro pavilhão, se assim preferirem a bem da verdade. No corredor que interliga os dois pavilhões, uma aglomeração feminina em frente ao gabinete da vice-diretora, uma algazarra de espantar maritacas. Ali estava a ser distribuído o kit íntimo feminino. Passei pela aglomeração e vi o que preferiria não ter visto - quem disse que temos livre-arbítrio?
Uma a uma, as alunas entravam na sala da vice e recebiam das mãos dela, com todas as pompas e circunstâncias, uma sacolinha cor-de-rosa com um conjunto de absorventes íntimos e sabe-se lá mais o quê. A cada entrega de kit, uma inspetora fotografava a felizarda aluna abraçada à vice-diretora e à citada professora de geografia.
Não sei, não quero saber e muito menos ver, mas tenho certeza de que a vice e a professora postaram as fotos em seus facebooks, instagrams, tinders e badoos com as seguintes legendas: "Cidadania", "Conscientização", "Empoderamento", "Igualdade menstrual", "Quem matou Mariele" etc etc. E ganharam milhares de views e de curtidas de suas amigas sem um cacete para chamarem de seu.
A distribuição gratuita de absorventes faz parte do projeto estadual "Programa de Dignidade Íntima". A iniciativa, na qual já foram gastos mais de 30 milhões de nossos suados impostos, tem o nobre objetivo de "combater a pobreza menstrual e seu impacto na educação, sobretudo na evasão escolar. Os produtos são disponibilizados em todas as unidades escolares da rede estadual para quaisquer alunas que precisarem, com destaque para aquelas em situação de vulnerabilidade".
Sobre o programa, o ex-secretário da educação Rossieli Soares, disse : "O recurso que é disponibilizado através do programa Dignidade Íntima é exclusivo para a aquisição dos itens de higiene menstrual das nossas estudantes. Não podemos, no ano de 2021, aceitar que meninas faltem à escola porque estão menstruadas e não têm condições econômicas para comprar absorvente”.
Ô, tadinhas... ô povinho sofrido e oprimido, esse nosso. Dinheiro para celulares de última geração, todas elas têm. Para comprar modess, não? E cunharam um novo termo : pobreza menstrual. Para mim, pobreza menstrual é a mulher que entrou na menopausa.
Em unidades escolares de ensino fundamental I, cujas alunas ainda não menstruam, o material é distribuído entres as digníssimas genitoras das apedeutas. Uma das autoras do projeto, explica : "Nossa ideia é dar continuidade neste tipo de ação, para ajudar não só as estudantes que precisam, mas também, quando possível, suas mães e responsáveis. Esse é um programa muito válido, que volta a atenção para a saúde da mulher. Isso é também papel da escola, e tem que partir dela”.
Agora, desgraçou de vez. O aluno já recebe tudo de mão beijada. Ganha desde o lápis, passando pelos cadernos (todos de capa dura), até os livros didáticos, material que não sairia por menos de dois, três mil reais se comprados em uma livraria ou papelaria. Tudo de graça. E não usam. Muitas vezes, jogam fora. Eu tenho em casa duas garrafas de água mineral de 500 ml cheias de canetas que recolhi do chão das salas de aulas, corredores e pátio da escola. Tenho uns 10 cadernos universitários de 200 folhas novinhos guardados no armário, todos achados no chão das salas, abandonados sem nome embaixo das carteiras e até nas lixeiras da escola. E se amanhã ou depois, o aluno resolver anotar alguma coisa da aula e se der conta de que perdeu o caderno e a caneta, não há problema : ele se dirige à inspetoria e, sem nenhum tipo de controle ou perguntas, recebe um novo material. Ganham também passe livre no transporte público. Só lhes falta a vontade de estudar e vergonha na cara. Mas esses, infelizmente, são artigos que não se pode dar a ninguém. Nasce-se com eles, ou não.
E agora, até tapa-racha, eles e suas mães irão ganhar na faixa! Pãããããta que o pariu!!!  Até zelar pela buceta da família virou função da escola!!!
Comentei depois, no intervalo, o tal descalabro com um professor. Esqueci-me, no entanto, que era um de "humanas", de História (pra boi dormir). Para me responder, estufou o peito, empavonou-se todo (já repararam como o povinho da esquerda se estufa feito um baiacu e assume voz de palanque sempre que vai falar?) e discursou que era uma necessária política de saúde pública, pois muitas não tem condições de comprar absorventes. Foi por ele que fiquei sabendo da existência do termo "pobreza menstrual". Um expert em bucetas carentes, o cara. Nem retruquei. Falar o quê para um sujeito que começou a trabalhar só depois de formado, perto dos 30 anos, que nunca pegou de verdade no batente?
Problema de saúde pública é o cacete!!! Questão de saúde pública, a exemplo, são os soros positivos para HIV, para os quais não há opções alternativas e caseiras do controle da doença, só os caríssimos fármacos distribuídos pelo sistema público de saúde.
Não tem dinheiro para comprar absorventes? Aprenda a fazer os próprios. E as famosas toalhinhas higiênicas? Tão usadas por nossas avós e até mesmo mães e tias dos que tem mais de cinquenta anos hoje? Minha mãe, hoje com 79 anos, é a segunda de uma família de sete irmãos, quatro dos quais, mulheres. Quando eu, hoje com 55, tinha meus seis, sete anos e muito frequentava a casa de minha avó, sempre via um monte de paninhos a secar no varal. Uma vez perguntei para minha avó o que era aquilo, e ela, sem tirar um olho do peixe e outro do gato, respondeu que eram as toalhinhas das minhas tias. E só. Sem mais explicações. Pensei que eram um tipo de toalha de rosto e ficou por isso mesmo.
Não têm dinheiro para O.B.? Gastou tudo para pagar a cerveja do macho? Voltem às toalhinhas higiênicas.
Hoje em dia, as empoderadas passam o dia nas redes sociais e a ver tutoriais no youtube de como colocar cílios postiços, unhas de gel, de como malhar o bumbum, fortalecer os músculos da xavasca, aprendendo design de sobrancelhas etc. Por que não aprendem a costurar toalhinhas higiênicas? Que, inclusive, são muito mais baratas, ecológicas, biodegradáveis e biodinâmicas que os absorventes industrializados. As toalhinhas higiênicas estão alinhadas com as metas de sustentabilidade do milênio. Um luxo só.
Aliás, ao invés das escolas distribuírem tapa-rachas comerciais, deveriam era ensinar as meninas a confeccionarem suas toalhinhas higiênicas, proporcionar-lhes um curso de corte e costura. Cortar, costurar e chulear um saco de aniagem? Fervê-lo em água com anil, deixá-lo quarar ao sol e lavá-lo a cada uso? As empoderadas? Imaginem... As empoderadas querem é tapa-racha da Johnsson & Johnsson e da Procter & Gamble, de preferência aqueles com um aplicador bem bem grosso e taludo. E, claro, de graça. Que de graça - e me desculpem as putas - é mais gostoso.
É por essas e por milhares de outras que o Brasil está, literalmente, no vermelho. E que voltou a eleger o vermelho. Sangue, quem derrama é só trabalhador.
Assim que as seis alunas despossuídas de numerário para comprarem seus próprios tapa-rachas ajeitaram seus celulares na cintura ou nos bolsos de suas calças compradas nos shoppings não por menos de 300 reais saíram da sala com a professora, uma bichinha muito gente boa, muito da divertida e brincalhona, mas sem nunca ser desrespeitosa para comigo ou qualquer outro professor, perguntou-me : "e aí, gato (ele chama todos os professores de gato), vai ter também kit íntimo para os meninos?"
Sabendo que posso brincar com ele, respondi : - vai sim, Fulano, chega na semana que vem e vai ter uns supositórios de glicerina deste tamanho, ó. E mostrei-lhe meu polegar e meu indicador afastados, delimitando um espaço de uns 15 centímetros.
- Oh, glória!!!, falou a bichinha espirituosa.

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Que Fossa, Hein, Meu Chapa, Que Fossa... (55)

A canção "Mensagem", de autoria de Aldo Cabral e Cícero Nunes, de 1946, gravada por inúmeras cantoras de peso, desde Isaura Garcia até Maria Bethânia, passando por uma de suas versões mais conhecidas com Vanusa, não tem a grandiloquência e o refinamento de um de um Chico Buarque, de um Milton Nascimento, de um Belchior, de um Oswaldo Montenegro, de um Renato Russo, de um Flávio Venturini, de um Lupicínio Rodrigues, de um Herivelto Martins.
Porém, carrega em si uma simplicidade e uma singeleza que a tornam, na minha opinião, uma das mais tocantes e pungentes da MPB.
Guarda uma beleza tímida, que não se expõe de forma óbvia, exibicionista e ostensiva - e é mais bela por isso -, a beleza das coisas que nascem espontaneamente, sem esforço e sem fórceps, sem traumas; a majestade do miosótis que brota no solo fértil da saudade durante uma madrugada orvalhada de lua cheia. Sem se anunciar, sem ninguém ver.
A letra narra a curta história da mulher que recebe a visita do carteiro a lhe trazer notícias do homem que a abandonara, que, provavelmente, a trocara por outra, pois, como diz meu corno e filósofo amigo Fernandão, "alguém já viu o Tarzan largar de um cipó sem estar segurando em outro?".
A letra traz alguns achados, algumas pequenas pepitas de inspiração. Traz, por exemplo, a tão pouco usada preposição "ante"; "ante surpresa tão rude ", e segue com uma boa rima, "nem sei como pude chegar ao portão". E meu trecho preferido : "lendo o envelope bonito, em seu sobrescrito, eu reconheci, a mesma caligrafia que disse-me um dia estou farto de ti". Sobrescrito... pããããta que o pariu... quem sabe o que é isso hoje em dia? Bonito com sobrescrito, caligrafia com disse-me um dia, reconheci com estou farto de ti. Um primor.
Vanusa canta "que disse-me um dia"; Maria Bethânia, que gravou a canção mais recentemente e é uma baita conhecedora da nossa língua, canta "que me disse um dia", pois o pronome relativo "que" atrai para si, em próclise, o pronome pessoal "me". Não sei qual das duas maneiras é a original dos autores, mas, nesse caso, isso pouquíssimo importa.
E a moça não chega a abrir o envelope bonito. Destrói-o. Incinera-o : "quanta verdade tristonha ou mentira risonha, uma carta nos traz, e assim pensando rasguei tua carta e queimei, para não sofrer mais".
Ante uma nova e provável decepção, uma nova e provável tristeza, a moça abriu mão da possibilidade de uma ressurrecta felicidade. É a carta de Schrödinger!!!
Que fossa, hein, meu chapa, que fossa...

Mensagem
(Aldo Cabral e Cícero Nunes)
Quando o carteiro chegou
E o meu nome gritou
Com uma carta na mão
Ante a surpresa tão rude
Nem sei como pude
Chegar ao portão

Lendo o envelope bonito
Em seu sobrescrito
Eu reconheci
A mesma caligrafia
Que disse-me um dia
Estou farto de ti

Porém não tive coragem
De abrir a mensagem
Porque na incerteza
Eu meditava e dizia
Será de alegria?
Será de tristeza?

Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha
Uma carta nos traz
E assim pensando rasguei
Tua carta e queimei
Para não sofrer mais

Porém não tive coragem
De abrir a mensagem
Porque na incerteza
Eu meditava e dizia
Será de alegria?
Será de tristeza?

Quanta verdade tristonha
Ou mentira risonha
Uma carta nos traz
E assim pensando rasguei
Tua carta e queimei
Para não sofrer mais

E assim pensando rasguei
Tua carta e queimei
Para não sofrer mais.
Para ouvir a canção, é só clicar aqui, no meu missivista MARRETÃO.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Aos Que Votaram em Lula (5)

Situações extremas, medidas e providências extremas. Agressivas, invasivas, até.
Não se combate um câncer arraigado com homeopatia, florais de Bach. Homeopatia só serve, e para quem acredita muito, para tratar de alergias e ansiedades imaginárias. Câncer é bomba de cobalto-60 na veia. Ou marcar a sua passagem para o beleléu.
Da mesma forma que a médica, a homeopatia política também só funciona na Dinamarca, Finlândia, onde os problemas são igualmente imaginários. E quadrilhas e organizações criminosas (mal) disfarçadas de partidos políticos não fazem parte nem do folclore escandinavo. Mais fácil cruzar com um elfo pelas ruas da Noruega do que com um político corrupto solto.
Aqui não dá pra pegar leve. Não dá pra passar uma pomadinha de calêndula na gangrena gasosa. Não dá para aplicar cristais ou cromoterapia no câncer vermelho que fora extirpado há quatro anos e, agora, ressurgiu, mais agressivo do que nunca.
Não dá (embora, eu ache que já seja tarde) para ser "moderadinho" no momento radical e decisivo em que vivemos. Tem de se entrar com armamento pesado, com armas de uso exclusivo das Forças Armadas, quase que literalmente. Vão nos cair os cabelos? Vão nos ser arrasados os sistemas imunológicos? Fazer o quê?
A vitória de uma direita forte, hoje representada por Bolsonaro, mas que poderia ser por qualquer outro, teria sido a nossa única chance, ainda que mínima, de um futuro decente; mínima, pois o câncer ideológico esquerdista já tomou a nação em metástases terminais, mas, ainda assim, seria uma chance. A exemplo, vocês que têm de 40 anos para mais, entrem numa sala de aula de uma escola pública hoje e horrorizem-se com o que mais de vinte anos de ideologia esquerdista fez à Educação.
Os moderadinhos, o povo do "não me comprometa", os órfãos do Felipe D'Ávila, do Eymael, do Péricles (não, não é o sambista), da Simone Tebet, da Vera Lúcia, da Soraya sei lá do quê, candidatos que tiveram a mesma chance que eu de serem eleitos (sem, inclusive, eu me candidatar), votaram em Lula no segundo turno. Sabe-se lá por que cargas d'água julgam que Lula é tão moderado quanto eles, um líder de ações democráticas e de medidas homeopáticas.
Lula virou a segunda via dos terceiras vias do país.
Porém, contrariando as expectativas do seu eleitorado da paz, ou apenas lhe evidenciando a burrice, Lula deu spoilers nada homeopáticos do que será seu Terceiro Reich. As primeiras falas do queridinho do pessoal dos panos quentes, do deixa disso, dos sem culhões - e isso porque ele nem ainda assumiu a presidência -, já causou efeitos nada homeopáticos.
A primeira coisa que o Seboso de Caetés falou é que vai retomar a gastança alucinada e sem freios, o esbanjamento, a lambança, o inchaço da máquina estatal e a orgia com o dinheiro dos trabalhadores para entupir de feijão e farinha a boca banguela dos encostados, dos improdutivos de carreira deste Brasil dantes mais varonil. Disse que está cagando para a responsabilidade fiscal, que vai furar, sem dó nem remorso, o teto de gastos, que vai pedalar sem pudor. Aliás, quem pedalou, naqueles pedalinhos em forma de cisne em rasos lagos, foi a Dilma. O Lula vai é competir na russa Red Bull Trans-Siberian, a maior prova de ciclismo do mundo, com 9 mil e tantos quilômetros de percurso. 
Como sempre digo, Lula nunca tentou enganar ninguém, quem vota nele é porque nele se reconhece. Lula sempre se declarou sumariamente contra o teto de gastos. Óbvio. Quer continuar - e irá - a meter a mão sem nenhuma restrição ou preocupação. Falou que furar o teto de gastos para aumentar as Bolsas-Parasitas não é pedalar, é investimento social. É o velho, canalha e manjado duplipensar esquerdista. Investimento social é o caralho!
Investimento social seria usar essa grana na geração de empregos nos distantes rincões do país, na capacitação da população, para, então, pôr esse povo pra trabalhar, para cumprir oito horas de trabalho, com uma hora de almoço, uma folga semanal, como todo mundo que (ainda) trabalha no país. Contudo, do mesmo jeito que o travesti perde o namorado se cortar o pau, Lula perderia até para o padre Kelmon caso pusesse o seu gado a trabalhar.
Concomitantemente à fala de Lula, a Bolsa de Valores despencou mais que pau de velho, fechou em queda de 3,7%, porcentual que, confesso, não faço ideia do que representa, mas que, pelo que li, é ruim pra caralho. Em contrapartida, o dólar subiu mais que pau de touro reprodutor que comeu viagra na ração, subiu 4,08%.
Na Bolsa, as ações estatais que mais caíram foram as da Petrobrás e as do Banco do Brasil.
Queda de 1,4% para a PETR3, 3,5% para a PETR4 e de 2,24% para as do BB.
Pudera. Se eu sou dono de ações da Petrobrás, empresa que foi estuprada por Lula e sua gangue, e sei que, agora, eles estão de volta, vou querer vendê-las o quão rapidamente possível, até por um preço de banana, para não ter perda total. Idem para as do BB, uma vez que as chaves do cofre do nação foram devolvidas para o ladrão.
Sem contar que tão desastrada (e verdadeira nas intenções) fala afugenta também investidores estrangeiros. Que gringo em sã consciência vai querer enterrar seus dólares, euros ou ienes num país que não preza pela estabilidade fiscal?
E isso é o resultado de apenas um discurso extraoficial, isso é só porque ele falou. Imaginem, então, ó, homeopáticos moderadinhos, quando ele começar a pôr tudo em prática?
Com a desfaçatez e a ausência de remorso própria dos psicopatas, Lula declarou : "Se eu falar isso vai cair a Bolsa, vai aumentar o dólar? Paciência”.
Façam o "L", agora, felas das putas!!!

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Serão os Mitos, Astronautas?

Uma cena noturna nas ruas de Porto Alegre, pelo seu inusitado, chamou a atenção de um ciclista, que a registrou em vídeo.
Dispostos em círculo, manifestantes bolsonaristas equilibravam seus celulares com as telas acesas sobre as cabeças, com as luzes direcionadas para os céus. Em seguida, passavam as mãos, ritmadamente, por sobre os aparelhos, indo e voltando, obstruindo e desobstruindo os fachos de luz, emitindo, assim, para alguma criatura que pudesse estar a observá-los do espaço sideral, o internacional sinal Morse de S.O.S.
Espirituoso, gaiato e fdp que só, o ciclista, provavelmente, um lulista, logo mandou : bolsonaristas pedem ajuda a extraterrestres.
Valha- me Santo Erich von Däniken!!!
Será o Mito, um astronauta?
Será que depois de recorrerem a todas possíveis e imagináveis instâncias jurídicas e eleitorais do país, resolveram apelar, agora, para esferas mais altas, muito mais altas, audaciosamente indo onde nenhum bolsonarista jamais esteve, a não ser o Marcos Pontes? Resolveram apelar a alguma ONU intergaláctica? À Federação dos Planetas Unidos? Ao Conselho Jedi? Se não o Chapolin Colorado, que é vermelho, quem poderá nos defender? O outro Capitão, o Kirk? O mestre Yoda?
Mas não, não era nada disso - pelo menos, ainda não. Os destinatários do S.O.S bolsonaristas não eram os krees, os skruls, shiars, klingons ou incas venusianos, mas sim, como fica claro no rogo de uma manifestante quase ao fim do vídeo, os generais, as altas patentes das Forças Armadas.
Que pena. Que pena que o pedido de ajuda não tenha sido feito para os ETs. Só de ser, e dessa forma, para os generais, já é algo risível, surreal. Porém, tivesse sido para os alienígenas, seria imbatível, insuperável. Antológico.
E, claro, caso o apelo tivesse sido direcionado aos nossos irmãos das estrelas, os manifestantes teriam chances muito maiores de ser atendidos.
"Ô, ô, seu moço do disco voador, me leve com você, pra onde você for, ô, ô, seu moço, mas não me deixe aqui, enquanto eu sei que tem tanta estrela por aí, enquanto eu sei que tem tanta estrela por aí..."

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Aos Que Votaram em Lula (4)

Em 2017, o então presidente da república Michel Temer prestou um enorme bem e um incomensurável serviço aos trabalhadores de verdade deste país de vagabundos, encostados, improdutivos e esmoleiros. Temer, chamado por muitos de Vampiro, devido à sua aparência pálida e cadavérica, livrou os trabalhadores do tipo mais filho da puta de vampiro que há, os sindicatos, mafiosos da porra, sanguessugas do caralho.
Desobrigou o recolhimento da chamada contribuição sindical. Uma vez por ano, na data base de cada categoria, o trabalhador "contribuía" com o valor de um dia de seu salário para o seu respectivo sindicato. Esse valor seria uma paga, um agradecimento até pela "luta" e pelo "trabalho" dos sindicatos em negociarem o maior aumento possível para as categorias, o dissídio, junto ao patronado. O caralho!!! Há mais de 20 anos, sou funcionário público, não pago esta merda, mas antes trabalhei em diversas outras atividades, já "pertenci" a sindicatos de três categorias distintas.
E nunca, absolutamente nunca, nenhum sindicato fez porra nenhuma pelo trabalhador. A negociação do dissídio, o pressionar o patrão por melhores reajustes, é pura farsa. Tudo se dá na base do conchavo. O sindicato pede x, o patrão oferece x-y, o sindicato aceita e embolsa a diferença.
E o duro que, volta e meia, escuto imbecis dizerem que, afinal de contas, um dia de salário é um valor irrisório, uma fonte de renda pífia para os sindicatos, apenas simbólica pela sua pujante luta classista. De novo : o caralho!!! A tal "contribuição" sindical perfazia 98% da renda dos canalhas.
E vai voltar a fazer. Agora, com centrais sindicais, MSTs e outros bandidos fazendo parte das equipes de Lula, o achaque voltará. Talvez lhe deem um outro nome, mas a extorsão continuará a mesma.
O Sapo Barbudo já prometeu o retorno da contribuição para a CUT, em abril desse ano. Segundo o descondenado nem é contribuição sindical, é : "um financiamento solidário e democrático da estrutura sindical". Serão mais 4 bilhões de reais por ano sangrados do já anêmico bolso do trabalhador de fato. E, depois, vampiro era o Temer.
E nem dá para dizer que essa corja sindicalista está infiltrada sub-repticiamente no governo, que agem por debaixo dos panos. Todo mundo sabia que eles iriam voltar com o Nine Fingers. Todo mundo sabia que eles voltariam a dar as cartas na cleptocracia petista. Todo mundo!
Façam o "L", seus felas das putas!!!

sábado, 19 de novembro de 2022

No Qatar, Não Pode Furunfar, Entornar e, Muito Menos, Dar a Ré no Quibe

E amanhã começa a Copa do Mundo de futebol 2022! Ops, Copa do Mundo, não : Cópula do Mundo. Que Copa do Mundo só é Copa do Mundo para quem vai lá jogar. Para quem vai "torcer", é Cópula do Mundo.
Muito que o sujeito vai gastar uma grana preta (ainda se pode dizer grana preta?), viajar um porrilhão de quilômetros, enfrentar filas em aeroportos, overbooks, risco de ter a bagagem extraviada, atrasos e cancelamento de voos etc só para aplaudir um bando de barbados chutando a porra de uma bola.
Se for só para torcer pela seleção do seu país, o cara fica em casa, feito um sapo no sofazão da sala, tomando sua cerveja com amendoim japonês, andando pelado, arrotando e peidando alto, que é a maior liberdade que um sujeito pode ter.
Se o cara vai para a Copa, é para enfiar o pé na jaca, para rosetar, para chafurdar numa xavasca nova, vai para, como diria o saudoso carnavelesco Clóvis Bornay, furunfar. E entornar, é claro. Para encher o caneco; ou melhor, para esvaziar o caneco, para chamar Jesus de Genésio. O futebol é só um pretexto, um detalhe. O cara até assiste a alguns jogos, afinal, já está por lá, mesmo. Mas o que ele quer é arrebentar a boca da vuvuzela.
Porém, no Qatar, o buraco é mais embaixo, ó, foliões da pelota. Aliás, no Qatar, o mais prudente é não se arriscar em nenhum buraco casual ou avulso, o que é, entre tantas outras práticas consideradas normais pelo degenerado Ocidente, crime. Sujeito à multa, cadeia e extradição.
Não é à toa que várias confederações de futebol estão a alertar os seus torcedores em relação aos costumes, tradições e leis cataris bem como quanto às respectivas punições para qualquer um que as transgredir; inclusive, os estrangeiros em visita ao país.
O Qatar é um país muçulmano. Lá é o Alá, deus iracundo das antigas, quem canta de galo. E põe ordem no galinheiro. No Qatar não tem lero-lero nem vem cá que eu também quero. Não tem mi-mi-mi. Não tem causas sociais, pautas progressistas ou ações afirmativas para os excluidinhos. Com Alá, pisou na chapinha, jogou água fora da bacia, vai queimar no mármore do inferno.
Por isso, o tabloide inglês Daily Star publicou uma série de recomendações aos torcedores britânicos, uma cartilha de boa conduta para os netinhos mais travessos da rainha Elisabeth, orientações vindas de uma fonte policial catari.
Álcool é substância ilícita no Qatar. Esqueçam, pois, ó, biriteiros da bola, "esquentas" e comemorações pós-jogos em bares e pubs. Não há bares e pubs no Qatar. Foi pego na blitz da lei seca de Alá? Se catari, multa pesada e sete anos de xilindró; se gringo, multa pesada, detenção e extradição.
"A cultura da bebida e da festa após os jogos, que é a norma na maioria dos lugares, é estritamente proibida. Com consequências muito rígidas e assustadoras se você for pego. Há uma sensação de que este pode ser um torneio muito ruim para os torcedores", disse a fonte policial ao Daily Star.
Sexo casual, dar aquela trepadinha sem compromisso, só para trocar o óleo, também é crime grave no Qatar. Conheceu aquela peituda croata nas arquibancadas do estádio e está pensando em levá-la pro quarto de hotel, para explicar-lhe a tática de jogo 3x4x4? Esqueça. Troque whatsapp com ela para uma punheta à distância, uma bronha home office. Se pego com a boca (ou qualquer outra parte do corpo) na botija, também multa, detenção e extradição, ou sete anos de cana para os nativos de Qatar.
"O sexo está muito fora do cardápio, a menos que você venha como marido e mulher. Definitivamente, não haverá sexo casual neste torneio. Todo mundo precisa manter a cabeça no lugar, a menos que queiram correr o risco de ficar presos. Existe essencialmente uma proibição de sexo na Copa do Mundo deste ano pela primeira vez. Os torcedores precisam estar preparados", disse a fonte policial.
E nem precisa afogar o ganso para que a ira de Alá recaia sobre o libidinoso torecedor. Basta andar de mãos dadas em público, dar um abraço, ou um selinho da Hebe. No Qatar, são mal vistas e punidas quaisquer demonstrações públicas de afeto, independente da orientação sexual de quem as praticar.
Fazendo coro às recomendações da fonte policial catari do Daily Star, Nasser al-Kather, executivo-chefe da Copa do Mundo Fifa 2022, disse : "A segurança de cada torcedor é de extrema importância para nós. Mas demonstrações públicas de afeto são desaprovadas, não faz parte da nossa cultura e isso vale para todos". No que foi endossado pelo Comitê Supremo do Qatar para a Copa do Mundo 2022 : "O Catar é um país conservador e demonstrações públicas de afeto são desaprovadas, independentemente da orientação sexual".
E se um homem e uma mulher a namorar na rua já correm o risco de cadeia e extradição, imagina só para um par homoafetivo de homens? Imagine só se duas borboletinhas esvoaçantes resolverem saracotear de mãozinhas dadas pelas ruas de Doha? O cajado de Alá lhes cantará no couro!
No Qatar, não pode furunfar, entornar e, muito menos, dar ré no quibe. Estão pensando o quê, que o Qatar é a casa do Cristo?
E o Daily Star ilustrou a reportagem com a foto de um casal praticando sexo casual em que a messalina é uma torcedora vestida com a camisa do Brasil!!!
Entre 32 delegações, por que será que logo uma brasileira foi escolhida como exemplo da promiscuidade? Por que será, hein?
Tais restrições estão provocando uma enxurrada de críticas por parte das delegações de vários países bem como de personalidades e celebridades internacionais defensoras hipócritas dos direitos disso, daquilo e daquiloutro. A essas, Gianni Infantino, presidente da Fifa, respondeu curto e grosso : - Não assista! E continuou : É como essas pesquisas que mostram alguns candidatos na frente, e depois eles não ganham. Pega bem para alguns dizer que não vão assistir, porque o Qatar isso, porque a Fifa aquilo... mas a gente sabe que essas pessoas vão assistir, talvez escondidos. Porque nada é maior do que a Copa do Mundo. Para estas pessoas, as que vão ver escondidas, eu digo que vai ser a melhor Copa do Mundo da história.
Estão certíssimos, Infantino e, mais ainda, o Qatar. Não digo - e nem desdigo - se em relação aos seus rígidos costumes e leis, vistos como retrógrados pelos nossos corrompidos olhos ocidentais, que diferentes e "estranhos" costumes, cada povo tem os seus, mas, sim, certíssimo em exigir que eles sejam respeitados e seguidos por quem quer que visite o seu solo pátrio. 
A casa é deles. O torcedor estrangeiro é visita. Para as visitas, as leis da casa. Se meu cunhado chegar na minha casa, pegar da minha cerveja, escarrapachar-se no sofá, apoderar-se do  controle remoto e botar os pezões na mesa, não tenham dúvidas, vai tomar um tapão no pé do ouvido.
Não concorda com as leis e os uso de um local? Fique em casa. Não o visite. Simples assim. O Qatar é rico pra caralho! Lá o petróleo jorra até do cu dos sheiks! Não depende de dinheiro de turista para o PIB. Não precisa se curvar e se prostituir a culturas alienígenas. E os nossos costumes? Quem somos nós, ocidentais e, pior ainda, brasileiros, para dizermos das tradições e das culturas alheias? O que é pior, sexo casual ser crime ou uma menina de 11, 12 anos passar por um carrosel de rolas num baile funk?
Críticas aos costumes cataris não faltaram também, é óbvio, por aqui, em terras tupiniquins. Sem que ninguém lhe pedisse, a dita cantora Anitta, porta-voz e embaixadora da moralidade brasileira no exterior e PhD pela Universidade de Khalifa (Emirados Árabes Unidos) em Estudos Comparados da Culturas e Tradições dos Povos Árabes, manifestou-se : "O povo comentando 'respeita a cultura dos outros', mas que cultura gente? Discriminar os outros é parte de cultura agora?".
Claro que não, né, minha filha? Cultura é atochar um shortinho no toba, rebolar o buzanfão e tatuar as pregas.
Repito a pergunta que fiz sobre a escolha de uma torcedora brasileira para estampar a matéria do Daily Star, já sendo a própria questão uma boa parte da resposta. Por que será que escolheram uma brasileira para simbolizar a promiscuidade na Copa? Hein, hein, hein?
Todos sabem que não gosto de futebol, mas achei o mascote catari para a Copa de 2022 bem legalzinho, bem simpático. Parece o Gasparzinho. É o La'eeb. Que, em árabe, significa "jogador super habilidoso". Nada original, é verdade, mas ainda é bem melhor do que Fuleco, que, no nordeste, significa cu!

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Os Garotos de BH

Antes da censura ao Marreta pelo Google e a consequente retirada de seu endereço dos mecanismos automáticos de busca, a maioria dos acessos se dava de forma fortuita e aleatória, a maioria caía aqui de paraquedas, como é comum na internet.
Acredito que a grandessíssima parte daqueles que por aqui pousaram inadvertidamente, horrorizaram-se com o que viram e nunca mais retornaram. Alguns até se converteram, depois, àlguma seita neopentecostal para tentar fugir da danação do Inferno, por terem quedado os olhos, ainda que por breves instantes, em conteúdo tão herege e blasfemo.
Mas alguns raríssimos, sabe-se lá o porquê , gostaram, foram ficando e, se não com grande assiduidade, volta e meia ainda passam por essas plagas.
Uma dessas figuras amalucadas, também uma das mais antigas, é o Cirilo, de Belo Horizonte, MG. Caiu por aqui em agosto de 2009 - o Marreta tinha apenas seis meses de idade. Chegou aqui procurando por algo do, também mineiro, cantor, compositor, humorista e grande FDP, Kakinho Big Dog.
Não tenho certeza do que direi, mas me parece que ele estava em Timor-Leste nessa época, prestando assistência jurídica a refugiados de guerra. Cirilo é advogado dos mais fodásticos, especialista em Direitos Humanos - e acredito que defensor dos direitos dos humanos certos.
Devo a Cirilo - e pago sem chiar, com muito gosto - uma eterna gratidão pela atenção e, por que não dizer, enorme respaldo jurídico que me dispensou quando, em 2014, sofri uma série de ameaças anônimas aqui no blog. Mas essa é uma história para ser contada em outra ocasião. Ou não.
Nossos contatos sempre foram feitos via blog ou e-mail. Conversei com ele uma única vez, quando lhe telefonei, num fim de ano, para desejar-lhe boas festas e agradecer verbalmente o citado apoio.
Depois, ficamos um longo tempo sem nos falar, até que, há alguns meses, acrescentei um número de celular antigo dele (torcendo que ele não o tivesse trocado) ao meu recém-instalado Whatsapp .
Dei sorte. Cirilo não trocara o número. Desde então, voltamos a trocar curtas mensagens com mais frequência.
E foi assim que, ontem, tomei conhecimento da banda de rock dele. Nem foi bem tomar conhecimento da existência da banda, pois eu já sabia que ele era baterista e atuava num conjunto. Tomei conhecimento foi da magnitude da coisa, da estrutura de shows e de divulgação.
Para mim, até então, era mais um hobby, uma diversão particular entre amigos e conhecidos, uma atividade feita de forma amadora, diletante.
O caralho!!! Os caras, o Mentol Trio, são profissas ! Têm agendas de shows. Apresentam-se em vários bares e pubs de BH. E não fazem apenas covers de clássicos nacionais e internacionais do rock'n'roll : compõem repertório próprio. Possuem três álbuns autorais já gravados, o Mentol (2013), o Especiarias (2016) e o fresquíssimo (mas sem viadagens ) Delírio, lançado em agosto desse ano.
Juntos desde 2006. Thiago Leão na guitarra, Ricardo Machado no baixo e no vocal e Cirilo Vargas na bateria. São os Garotos de BH!!!


As músicas estão disponíveis para audição nas plataformas Spotify (seja lá o que for isso) e YouTube Music, da qual seguem os links para os álbuns : Mentol, Especiarias e Delírio.
Minha trilha sonora das madrugadas de sexta e de sábado desta semana está garantida. Usarei um desses programas online que capturam áudios em mp3 do YouTube, montarei uma pasta com as faixas, passarei-as para um pendrive e as ouvirei atenta e tranquilamente na calada da noite, acompanhadas por umas boas, baratas e geladas, claro.
Cirilo, além de um advogado sumo conhecedor de seu ofício, é também um calejado e tarimbado batera de rock e de blues. E, não nos esqueçamos, xará daquele menino do Carrossel.
Nem precisaria eu dizer, mas faço questão de : parabéns, meu caro!
Quanto ao nome da banda, Mentol Trio, deixemos que o próprio Cirilo nos explique a origem : "O nome Mentol surgiu de uma gozação de colégio. Éramos atormentados por uma gorda insuportável que fumava uns cigarros fedorentos de menta. Dez anos depois, tocando numa banda de Beatles, encontramos a gorda, que virou uma gata incrível. E gente boa. Então, numa festa que a gente tocava, ela chegou oferencendo uma maconha, segundo ela, “mentolada”. A situação foi muito engraçada e, quando o quinteto de Beatles acabou e o trio foi formado, decidimos homenagear a ex-gorda do colégio, colocando o nome na banda de Mentol. Gozação pura."
Ou seja, o vício da gorda não era o cigarro de nicotina nem o cigarrinho do capeta, era a menta. Será que ela põe menta em tudo o que leva à boca?
No mais, fica aqui mais do que uma dica de boa música, fica uma recomendação, uma ordem expressa. Em particular, para outro célebre habitante de BH, o Jotabê, o matusalém do Blogson Crusoe, que bem gostava de bandas e até arranhava um violão em sua juventude.
Dei uma ouvida geral nos três álbuns e gostei bastante do tipo de som : rock e blues dos antigos, pesado, "sujo", guitarra, baixo e bateria impiedosos. Rock e blues. E nada mais. E mais para quê? Pretendo ouvir mais atentamente o Mentol e o Especiarias ainda hoje, mais de madrugada. O Delírio já escutei três vezes, faixa a faixa, e a de que mais gostei foi da História Estranha. Não entendo picas de música, mas me parece ser um belo blues, que muito me lembrou o Frejat, dos bons e velhos tempos do Barão Vermelho.

História Estranha
(Mentol Trio)
Você não sabe que eu percebo   
Nem tão pouco presumir o que desejo 
A mensagem ficou clara mesmo com a cara lavada  
O que eu quero é ver a cor do seu depois  
Você já viu que eu não cedo 
Não vou suportar ser feito de brinquedo 
Você fez da forma errada 
Deu a trinca e a canastra 
Nessa história tão estranha de nós dois.

A gente vira e mexe desfaz nosso sossego 
E nesse vai e vem eu perco todo apreço 
Mas quando você vem dizendo, "eu não mereço"
Volto à estaca zero 
Cometo o mesmo erro.
Dessa vez tu não me escapa 
Vou até o fim da estrada 
Dessa história tão estranha de nós dois.


Para ouvir a canção é só clicar aqui, no meu delirante MARRETÃO.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Todo Castigo Pra Corno é Pouco (34)

Até o início desse ano, nunca havia antes sequer manuseado um celular. Tenho certa repulsa à tal estrovenga. Certo asco da cara apalermada de quem passa horas e horas fixo à sua tela. Então, a desgraça do ex-governador Doria Calcinha Apertada, entre as tantas canalhices que aprontou para cima do professor, tirou-nos o clássico Diário de Classe, o de papel. O livro em que registrávamos as frequências, as atividades e as notas dos apedeutas. 
Somos obrigados, hoje, a usarmos uma porca e mal-acabada versão digital dele na plataforma da Secretaria de Educação Digital, a famigerada SED. Que inclusão digital no cu dos outros é refresco. Além de muito mal elaborada, o seu uso é um verdadeiro suplício. 
Quando não é a internet da escola que está capenga, é a plataforma que está com sobrecarga de usuários e trava. Em outras vezes, o registro da frequência não é salvo e temos que repetir a chamada. Noutras ainda, as notas desaparecem. Uma desgraça. 
Com o bom e velho papel, não havia erro. Papel não precisa conectar à rede, não fica sem bateria, não sobrecarrega o sistema, não dá bug, registrou, o registro não some "misteriosamente".
Assim, tendo que fazer a chamada online, fui obrigado a ter um celular. Peguei lá um Samsung da idade da pedra que fora da minha esposa e que estava no fundo de uma gaveta, troquei-lhe a bateria e o uso desde então na escola.
Uma vez no inferno, acatei o velho ditado e coloquei nele coisas de que gosto, pelo menos. Transferi alguns gigas de músicas e as ouço em uma caixinha de som com bluetooth aposentada pelo meu filho; gosto de ouvir música, mais do que assistir à TV ou a filmes. Ouço-as baixo, só para mim, quando limpo a casa, quando vou lavar os banheiros, quando faço a comida e, nos fins de semana, na sacada do apartamento, de madrugada, entornando. 
Passei a usar também a câmera, fotografo coisas pelo meu caminho que julgo interessantes e algumas, inclusive, chego a usar aqui no Marreta.
Aplicativos, fora os que já vieram fábrica e o da SED, instalei mais três.
O Plantnet, que identifica plantas a partir de fotos tiradas na hora ou já pré-existentes na galeria. Fornece os nomes científicos, os populares, as áreas de maior ocorrência da planta etc. Muito bom e útil para quem gosta de plantas e de saber-lhes os nomes.
O Accupedo, um contador de passos e de quilômetros, que uso para medir a distância percorrida em minhas andanças, o tempo decorrido, a velocidade média e o número de calorias queimadas.
E o Radionet, que tem endereços de rádios AM e FM do Brasil e do mundo. Podemos pesquisar por gênero, pelo nome da música, nome do autor, local.
Na sexta-feira, e, enfim, o motivo desta postagem, entrei nas rádios de Brasília, DF, à cata de rádios de MPB - xenófobo musical assumido que sou.
E encontrei uma preciosidade : a Corno FM, o chifre em primeiro lugar.

A rádio é uma verdadeira ode, um verdadeiro altar ao chifre. Toca os clássicos dos cabarés e dos zonões. 
Entre uma música e outra, em alguns momentos, o locutor solta uma frase sobre a galhada, autênticos aforismos do chifre. Por exemplo, "um homem sem chifre é um animal indefeso ".
E, de cara, nem bem eu tinha sintonizado a rádio, um clássico da cornagem sertaneja de raiz.


Solidão

(Milionário e José Rico)

Alguém me falou que você me enganou
Eu não posso acreditar
Eu preciso saber se foi mesmo você
Que mandou me avisar
Eu preciso partir, sei que não vou resistir
Esta solidão do amor para o meu coração
Eu preciso partir, sei que não vou resistir
Esta solidão do amor para o meu coração
Alguém me falou que você me enganou
Eu não posso acreditar
Eu preciso saber se foi mesmo você
Que mandou me avisar
Eu preciso partir, sei que não vou resistir
Esta solidão do amor para o meu coração
Eu preciso partir, sei que não vou resistir
Esta solidão do amor para o meu coração
Amor, eu gostaria saber
Se foi mesmo você que mandou me avisar
Porque se for verdade

Eu preciso partir, sei que não vou resistir

Esta solidão do amor para o meu coração Eu preciso partir, sei que não vou resistir Esta solidão do amor para o meu coração Para o meu coração, para o meu coração Para o meu coração.

Para ouvir a canção, é só clicar aqui, no meu solitário MARRETÃO.