quarta-feira, 29 de junho de 2022

Maitê Proença é Fêmea das Antigas

Maitê Proença é inteligente, bonita e gostosa pra caralho - o "pra caralho" pode ser perfeitamente aposto aos três predicativos listados. Maitê não é apenas atriz. Aliás, atriz talvez seja sua competência menor, sirva-lhe apenas de vitrine para suas outras qualidades. Maitê Proença é escritora, poeta, romancista, cronista e dramaturga de suas próprias peças teatrais. Em suma, um tesão!
O que eu não sabia até ontem é que a Maitê também gosta de colar o velcro, que costuma também embaraçar a sua aranha em teias de outras caranguejeiras. Atributo, esse da bela, que muito me surpreendeu. E, mais ainda, me excitou. Maitê não é só inteligente, bonita e gostosa pra caralho, o é pra buceta, também.
Maitê está num relacionamento com a cantora Adriana Calcanhoto há cerca de um ano. Só vim a saber das travessuras de menina má da Maitê por conta de uma declaração dada pela própria a respeito de seu despirocado (literalmente) romance com a cantora de Esquadros. Declaração que já veio com um alerta de spoiler da tsunami de fúria e indignação que causaria no mundo da lacração LGBTXYWZ.

"Eu queria que ela (Adriana) fosse homem. Para essa atividade sempre gostei mais de homem. Mas ela é mulher, gosto dela e aceito isso. Sei que as feministas e os LGBTs não vão gostar do que acabei de dizer, mas, honestamente, é assim, entendeu? Posso experimentar algo diferente para estar com ela.", disse Maitê.

A se entender que "para essa atividade", Maitê se refira a dar uma sapecada na perseguida, uma chamuscada na pururuca, depreende-se que a bela está a sentir saudade de um ereto falo. Às vistas da declaração, depreende-se que, apesar de estar num relacionamento homoafetivo e se sentir confortável nele, a bela Maitê é fêmea das antigas. Maitê gosta é de rola!
No que o gaúcho se intromete e pergunta : "bah, mas quem não gosta, tchê?".
E o spoiler da bela se concretizou. Sua declaração de que um grelinho até que é bom, mas não preenche certos "vazios existenciais" causou um surto de hidrofobia nas redes sociais. As Marias Sapatões desse Brasil dantes mais varonil, as mulheres do grelo duro (como disse o ex-presidentiário e gentlemen Lula Sapo Barbudo da Silva), voaram para cima de Maitê como abelhas africanas ensandecidas. Abaixo, algumas reações das moças do sapato grande :

"Mandar boas energias para a Adriana Calcanhoto terminar esse namoro e encontrar uma sapatão que a valorize";
"eu quero saber como a  Adriana Calcanhoto ainda não quebrou as xícaras escreveu no muro e arranhou os discos da Maitê Proença com essas declarações que ela dá";
"Adriana Calcanhoto está num relacionamento abusivo com Maitê Proença. Ajudem!";
"Maitê Proença deu uma declaração infeliz e homofóbica. Me admira se a Adriana Calcanhoto continuar pegando essa infeliz";
"Calcanhoto, querida, com tanta mulher fazendo promessa pra ficar com vc e vc com essa coisa?";
"Adriana Calcanhoto está na hora de você pedir para a Maitê rasgar as suas cartas e não te procurar mais";
"Adriana Calcanhoto está em um relacionamento tóxico com Maitê Proença";
"lésbicas vamos nos unir e fazer uma oração pela vida da Adriana Calcanhoto".

Ora, bela Maitê, não dê ouvidos a essas despeitadas, que, hipocritamente, bem usam lá os seus vibradores, consolos e cintaralhos; tampouco se faça de rogada ou passe por desnecessários apuros fisiológicos; desde já, declaro-me seu humilde servo e posto-me à sua inteira disposição.
Piadinhas de tiozão do churrasco à parte, acho até que demorou para que Maitê externasse essa sua carência impreenchível, essa sua necessidade em aberto, uma vez que há cerca de um ano sem o ereto falo.
Canalhices e chauvinismos à parte, acredito mesmo que Maitê tenha se apaixonado por Adriana Calcanhoto - e que ainda esteja. Adriana Calcanhoto é outra mulher admirável. Tão culta, inteligente e sensível quanto Maitê Proença. Talvez até mais. Não é de se estranhar que duas pessoas assim se identifiquem e se apaixonem. Espantoso seria o oposto.
Suas intelectualidades se enamoraram uma da outra. Suas afinidades culturais flertaram e se engraçaram. Suas almas se arrepiaram ao primeiro toque e se emaranharam num perfeito enlace. Mas nem só de alma vive o homem (ou a Maitê) , uma vez que também carne, e desta bem se sabe que um de seus atributos não é ser forte.
As almas se fundem num ideal enlace, mas e na hora do outro enlace? Daquele que o Chico chamou de "um balé esquisito"? Na hora deste enlace, a julgar pela declaração da Maitê, parece estar a falta alguma peça nessa coreografia, uma peça de engate, a famosa rola.
A meu ver, Maitê não disse nada de mais, menos ainda ofensivo ou deselegante; pelo contrário. Disse que se apaixonou pela essência da Adriana Calcanhoto, que é uma mulher, e que ela, Maitê, mesmo preferindo homens, se curvou a esta paixão, disse que valia a pena fazer o sacrifício de ficar sem pinto pela Adriana Calcanhoto. É uma puta duma declaração de amor!!! Não tem nada de lesbofobia nisso. Só disse que, num mundo ideal, sua alma gêmea viria acoplada a uma rola.
Maitê Proença é fêmea das antigas. Gosta - e gosta de quem gosta - de saraus, vernissages, recitais, exposições, concertos etc, assim como sua companheira; devido a esses gostos, apaixonaram-se. Mas, diferente da cantora, na hora de seus dois olhos se encontrarem no infinito, gosta é de rola.
A declaração de Maitê se deu na segunda-feira (26/06), e ontem (28/06), dois dias depois de muito ser malhada e cancelada na web, a bela emitiu outra declaração, a esclarecer a primeira, e que veio ao encontro do que eu escrevi e pensei desde o início:

"Eu dei uma entrevista em que eu fui perguntada sobre o meu relacionamento atual. E eu respondi que, apesar de eu preferir homens, eu estou com uma mulher. Porque eu gosto dela, gosto daquela pessoa. Se ela fosse um homem, seria mais fácil para mim, mais conhecido. Mas, por gostar, eu topo fazer essa experiência. Fui acusada de lesbofóbica. Agora, estar num relacionamento com uma mulher, me parece que fala mais alto do que o comentário dos que causam polêmica onde não há. O que eu disse estar claro. E se lido na íntegra, sem má vontade, é elogioso com a minha parceira. Paz e amor. "

Como eu disse, uma verdadeira declaração de amor à cantora. E tenho certeza de que Adriana Calcanhoto, infinitamente superior à patuleia que campeia pela internet, entendeu a declaração da amada, não se zangou ou se ofendeu em nenhum momento. Talvez tenham até rido muito juntas das reações do populacho. E talvez tenham aproveitado para mais umas travessuras de meninas más, que eu, infelizmente, só posso imaginar. Talvez, uma sentindo o cheiro da outra dentro de um livro, uma a folhear as entrefolhas da outra. E que as duas continuem a ser felizes juntas, que o amor delas seja eterno enquanto dure; ou enquanto a Maitê não arruma um outro duro.
Como podemos ver abaixo, sorte da Calcanhoto. Muita sorte.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Cerveja-Feira (55)

Esqueçam seus copos americanos Nadir Figueiredo, oh, bebedores das antigas!!! Idem para os copos de requeijão!!! Ibidem para as canecas de alumínio com os emblemas de seus times!!!
Cerveja não é para se tomar em qualquer copo. Assim como toda panela tem a sua tampa e toda corda, a sua caçamba, não é qualquer copo que pode conter qualquer cerveja; não é qualquer cerveja que pode ser acondicionada em qualquer copo. Há de se adequar o conteúdo ao continente; e vice-versa.
Preparem-se, oh, cervejeiros das antigas, que aqui vem mais uma da série Cerveja Já Foi Coisa de Macho. Mais uma peça do intrincado plano para a destruição do macho das antigas, para o embichamento do planeta. O macho das antigas é indestrutível, invulnerável, se confrontado diretamente. O que fazem, então, e vem fazendo há algum tempo, as insidiosas mentes que querem o nosso fim? Começam a minar, a solapar, a desmoralizar e a afrescalhar os principais símbolos dos machos das antigas. 
Foi assim com a barba. Hoje, em cada esquina, há uma barber shop, uma boutique da barba; hoje há mais produtos cosméticos para a barba do "novo macho" do que para os cabelos da mulherada. É a barba gourmet.
O mesmo vem se dando com a cerveja, cuja imagem vem sendo, paulatinamente, desvinculada daquele bebedor de buteco, daquele tiozão de churrasco, e sendo associada a "degustadores", a gente que faz biquinho pra dar um golinho. Imagina se um cara desse cai de boca num bucetão... Não se pode destruir diretamente o macho das antigas? Roubem-lhe, pois, os seus símbolos, que ele ruirá na sequência. São sub-reptícias e covardes, essas guerras ideológicas.
Não bastasse a existência de uma Escala Frescurométrica de Cerveja, a escala Michael Jackson, aquela que apregoa que cerveja não é para se tomar estupidamente gelada, que cada tipo de cerveja tem sua temperatura ideal de degustação, com o bônus de que, depois de aferir a temperatura de sua cerveja, o degustador pode enfiar o termômetro no cu, como já bem retratei aqui, na Cerveja-Feira (44), descobri agora que cada tipo de cerveja tem também o seu copo ideal para ser apreciada.
Segundo as gazelas cervejeiras, um copo inadequado pode depreciar e pôr a perder as qualidades organolépticas de uma boa cerveja, deixar esvanecer seus atributos sensoriais; o oposto também é válido, um copo escolhido com precisão pode valorizar, dar um upgrade no bouquet e no terroir da cerveja. A altura, o formato, o diâmetro da boca do copo e mesmo o material com o qual ele foi confeccionado podem concentrar e maximar o aroma, a carbonatação, a coloração e o retrogosto da cerveja, que é o que os degustadores mais apreciam na cerveja, o retrogosto.
Abaixo um pequeno exemplo de mais essa boiolagem.


E essa é apenas uma pequena lista, tem muito mais ainda, uma variedade quase infinita de tipos de copos, quase tão infinita quanto a "sofisticação" dos degustadores.


Eu não queria falar, mas agora vou dizer : em público, na presença de outros "entendidos", num pub, num bistrô ou num lounge bar, até acredito que os degustadores sigam tais parâmetros, que beberiquem suas cervejas nos ideais copos. Mas, na intimidade, apenas entre quatro paredes, eu tenho certeza, os copinhos dos degustadores aceitam qualquer cerveja, qualquer long neck ou ampola. Preferencialmente, uma Brahma casco escuro!!! 
Pããããããta que o pariu!!!!!!
Eu, de minha parte, logo mais à noite, entornarei minha Lokal. Em copo de geleia. Melhor : de extrato de tomate!

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Los Hermanos Brasil e Colômbia (Ou : Que me Venha a Estilingada de Mamona no Pé)

Esclarecimento prévio e pré-requisito para a leitura da postagem a seguir : que fique bem claro e definido que, quando me refiro ao Lula, ao PT e à esquerda dominante brasileira como quadrilha, mafiosos e bandidos, não estou a expressar impressões de cunho particular, nem a tentar fazer valer como verdade opiniões pessoais sobre eles, levianas e desprovidas de qualquer fundamento. Igualmente, não me baseio em opiniões de outrem, mas sim em pareceres técnicos e jurídicos que foram frutos de investigações meticulosas e criteriosas, de veredictos, de sentenças condenatórias e de penas impostas e proferidas por órgãos da Justiça de um estado democrático de direito. Destacadamente, os de Joaquim Barbosa, em 2012, quando o impoluto juiz condenou o PT por crime de formação de quadrilha e sentenciou ao xilindró oito membros de sua alta cúpula, e os de Sérgio Moro, em 2018, quando o valoroso juiz mandou encarcerar o chefe da quadrilha, o Sapo Barbudo. Portanto, é a Justiça quem disse, provou e estabeleceu que Lula e seus associados são uma quadrilha de bandidos; não eu. Algumas frases que aparecem em azul no texto são links para outras páginas, que usei como referência. Isso posto, vamos à postagem.

Em Maceió (AL), na sexta-feira próxima passada (17/06), em mais um de seus torpes pronunciamentos, que tanto os principais veículos da imprensa nacional como os tribunais eleitorais fazem vistas grossas e fingem não ver que são propagandas eleitorais antecipadas e, portanto, ilegais, Lula declarou abertamente, sem meias palavras, que foi agente da libertação dos dez sequestradores do empresário Abílio Diniz, ocorrido em 1989. Os dez vagabundos estavam presos já há quase dez anos e assim deveriam permanecer por quase mais vinte, uma vez que condenados a penas que iam de 26 a 28 anos de detenção. Foi quando o benemérito Lula, em 1998, intercedeu a favor dos bandidos - um brasileiro e os demais de três outras nacionalidades, argentinos, canadenses e chilenos. Com sua fala entrecortada, trôpega, típica de um semianalfabeto, Lula orgulhosamente deu os detalhes de sua façanha. Que eu tive a pachorra de transcrever na íntegra:

"Tinha (sic) dez brasileiros preso, que foram presos em 89, naquele sequestro do Abílio Diniz. Não sei se vocês estão lembrados, mas houve um sequestro do Abílio Diniz e colocaram camisetas nos sequestradores, do PT, para dizer que era o PT que tinha sequestrado o Abílio Diniz. Esses jovens, que tinham argentinos, que tinham, sabe, gente da América Latina, ficaram presos dez anos. E teve  um momento que eu fui conversar com o Fernando Henrique Cardoso, porque eles tavam em greve de fome e eles iam entrar em greve seca, a greve seca é você ficar sem comer e sem beber e aí a morte seria certa. E aí então eu fui procurar o ministro da justiça Renan Calheiros. E depois de uma longa conversa com o Renan, ele falou pra mim, 'presidente', bom, na época era só Lula, 'ô Lula, vai conversar com o FHC, que eu tenho toda a disposição de mandar soltar o pessoal'. Eu fui conversar com o FHC e falei pro FHC, 'Fernando, você tem a chance de passar pra História como um democrata, ou você tem chance de passar pra História como um presidente que permitiu que jovens, que dez jovens que cometeram um erro, sabe, morram na cadeia, e isto não vai apagar nunca'. E o FHC falou pra mim, 'Lula, se você for conversar com eles acabá com a greve de fome, eu solto eles'. E eu fui na cadeia, dia 31 de dezembro, conversar com os menino e falei, 'olha, vocês vão ter que dar a palavra pra mim, vocês vão ter que garantir pra mim que vão acabar com a greve de fome agora e vocês vão ser soltos'. E eles respeitaram a proposta, pararam a greve de fome e foram soltos e eu não sei aonde é que eles tão agora".

Se você aguentou até aqui sem vomitar, sigamos.
Notem que Lula não intercedeu por um desdentado famélico preso por roubar um pão a uma padaria, ou um pacote de macarrão de um supermercado. Lula não intercedeu por um do "povão", que ele tanto diz defender e estimar. Intercedeu por criminosos autores de um sequestro, crime classificado como hediondo dentro da Constituição. Intercedeu por canalhas de alta periculosidade, que são os que ele e seus partidários verdadeiramente defendem e estimam.
Quem poderia demonstrar tanta compaixão e empatia por bandidos, se não outro que neles se reconhecesse? Se não outro a quem fosse simpática a ação dos marginais? Se não outro de mesmas laia e estirpe? É patente que Lula e a esquerda desse país são organizações criminosas; Joaquim Barbosa, repito, já nos demonstrou isso com todas as letras. 
Até aí, nada de novo.
É bem sabida também a relação quase que simbiótica da esquerda com o crime organizado do país. A esquerda é o pai e a mãe do crime organizado no Brasil. Nem precisa mandar fazer teste de paternidade no Ratinho para comprovar. O crime organizado começou a se organizar lá pelas décadas de 1960, 1970, quando os militares, inadvertidamente, mandavam jogar presos comuns e presos políticos nas mesmas celas, onde os terroristas da esquerda passaram a transferir para os presos comuns todos os seus preciosos conhecimentos de organização e de guerrilha urbana. Foi a partir desses ensinamentos que começaram a surgir os grandes comandos criminosos do país. Um dos maiores deles, o Comando Vermelho, tem esse nome justamente em alusão às cores das bandeiras comunistas, em homenagem aos seus professores.
Nunca lhes ocorreu a enorme parecença entre eles, dos partidos de esquerda e dos comandos criminosos? A suas terríveis simetrias? É-lhes indisfarçável a semelhança de métodos. Nem precisariam, repito mais uma vez, terem nos confirmado isso Joaquim Barbosa e Sérgio Moro. Eu mesmo sei disso desde a década de 1980. A única diferença entre o PT e os chamados comandos criminosos é que o primeiro é uma quadrilha legalizada, com o aval da Constituição Cidadã do Ulisses Guimarães para perpetrar seus crimes contra o Estado e contra o erário público.
Há uma fala atribuída ao general João Batista Figueiredo, o último dos presidentes militares, sobre a legalização do PT. Em uma reunião de gabinete, ele teria dito : "Vocês querem, então vou reconhecer esse "sindicato" como partido (PT). Mas não se esqueçam que um dia esse "partido" chegará ao poder e, lá estando, tudo fará para instituir o comunismo. Nesse dia, vocês vão querer tirá-los de lá. E para tirá-los de lá, será à custa de muito sangue brasileiro".
Se disse mesmo isso, estava certíssimo, o Figueiredo. Certíssimo em relação ao que era e continua sendo o PT. Mas errado, talvez ingênuo, em relação à natureza do povo brasileiro, que muito bem se adaptou ao comunismo petista, que, basicamente, consiste em sustentar um legião de encostados e indolentes com os impostos suados de quem trabalha.
Como eu disse, até agora, nenhuma novidade ou surpresa na "confissão" de Lula a respeito da libertação dos sequestradores, dos "meninos". O que pode parecer novidade e estar a causar alguma estranheza é o fato dele ter escancarado agora toda essa sua afeição pelo banditismo, toda essa sua identificação. O que pode ser novidade agora é ele assumir publicamente que, caso eleito, continuará a fazer o que ele e o PT sempre fizeram, governar e legislar para os bandidos.
Terá perdido de vez o senso, o Sapo Barbudo? Talvez esteja já a dar sinais de demência senil? Porra nenhuma. Lula sabe muito bem o que fala. E para quem fala. Conhece bem o gado que tange. Sabe bem o eleitorado que tem. Sabe que só criminosos, preguiçosos, sanguessugas sociais e mal-intencionados de todas as espécies é que ainda votam nele. Sabe que, para voltar ao Planalto, não poderá contar, desta vez, com o voto do cidadão comum, honesto, trabalhador, ordeiro. Sabe que precisará da totalidade do voto da bandidagem e da vagabundada. E é para esses que Lula falará em sua campanha para 2022.
Dizer que negociou a soltura de crápulas pode parecer - e é - uma afronta à sociedade ordeira e correta, da qual ele não perderá os votos por isso; afinal, dessa parcela cada vez menor da população, ele já perdeu os votos faz tempo. Dizer que ajudou a libertar os sequestradores é uma promessa de campanha à bandidagem. É dizer que governará (continuará a) em prol da marginália. Promessa que, caso eleito, ele na certa cumprirá. E com o maior gosto. A defesa da bandidagem deve ser, portanto, a principal plataforma da campanha de Lula para 2022.
Exagero meu? Delírio? Miremo-nos no recentíssimo exemplo de nossa hermana Colômbia. Que acabou de eleger um bandido, um criminoso terrorista para presidente, Gustavo Petro. O colombiano foi integrante do grupo terrorista M-19, que muito barbarizou, metralhou e fuzilou gente lá pela Colômbia nas década de 1970; um grupo de mesmo tipo e com as mesmas intenções, por exemplo, do brasileiro VAR-Palmares, do qual foi integrante a nossa digníssima ex-presidanta Dilma Rousseff, do PT.
E qual foi a primeira medida presidencial anunciada por Gustavo Petro? Soltar os presos! Libertar os bandidos das prisões colombianas! Ir em socorro de seu eleitorado. Igualzinho aqui. E acham que a principal intenção é libertar bandidos comuns, ladrõezinhos de galinha? Porra nenhuma. Isso é só fachada. A intenção é libertar os companheiros do xilindró. Terroristas e sequestradores feito o que ele também já foi. Serão libertados 30 "rebeldes" das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e outros tantos presos do ELN (Exército da Libertação Nacional), esses últimos para atuarem como "gestores da paz".
Não vejo ex-criminosos, ex-terroristas, serem eleitos para nada, muito menos para a presidência do país, em países europeus, no Japão nem mesmo nos EUA. Talvez porque saibam que não existem ex-criminosos, que isso é da natureza imutável deles, mas apenas ex-condenados em pele de cordeiro. Ou talvez porque, simplesmente, tenham mais vergonha na cara e melhor índole que o povo sul-americano. Na América do Sul, esses trastes são imbatíveis nas urnas. Pois o caráter de um governante diz muito mais do caráter do povo que o elegeu do que o dele próprio.
"Será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da América Católica, que sempre precisará de ridículos tiranos?". Valha-me São Caetano Veloso!!!
Que me desculpem os que se julgam mais moderados, aqueles que sonham com a mística possibilidade de uma terceira via mais ponderada, mas esses dois recentes exemplos (mais esses dois), a fala de Lula e a eleição de Petro, deixam bem claro, ao menos para mim, e digo isso com grande tristeza, que não há espaço, nesses desgraçados tempos, para moderação. 
Não dá pra conversar, para negociar civilizadamente com tipos assim, com caras que já chegam dando chutes nos nossos sacos. Só dá para nos desviarmos do chute e voarmos com unhas e dentes na jugular do filho da puta. E torcermos para conseguir nos desviar do chute dele, e que ele não, do nosso esganamento.
Ciro Gomes (o meu preferido), Simone Tebet? Esqueçam-nos. Frente a esses dois exemplos (mais esses dois) das verdadeiras intenções da esquerda, será que Bolsonaro parece mesmo, ainda que longe, muito longe de ser o ideal, uma opção tão nefasta? Não sei. Sinceramente, e de novo triste, não sei.
Um, o Bolsonaro, tem um estilingue com uma pelota de mamona apontado para os nossos pés (e pro dele, também), o outro, o Lula, tem uma bazuca com um obus com ogiva nuclear apontada para as nossas cabeças.
Moderação, nesse caso? Desculpem-me, mas não sei se vai dar, não.
Que me venha a bodocada de mamona no pé!
Em tempo : a reportagem do canal CNN Brasil disse que tentou entrar em contato com Fernando Henrique Cardoso e Renan Calheiros, mas, é claro, não recebeu nenhum retorno dos digníssimos.

sábado, 18 de junho de 2022

PT Tenta Transformar Old News em Fake News

O diretório do PT de São Paulo pegou notícia velha, requentou-a e tentou vendê-la como atual. Pegou jornal velho para embrulhar a carcaça de peixe putrefata e fedorenta do PT. Tentou transformar uma old news em uma fake news.
Em seu tweeter, o tentáculo paulista da bandidada vermelha postou a foto abaixo como se ela tivesse sido registrada na quinta-feira próxima passada (16/06/22) e retratasse o público presente no pronunciamento do Sapo Barbudo em Natal, RN. Na qual, o ex-presidentiário é ouvido, festejado e ovacionado por uma multidão de comedores de sanduíche de mortadela.
Só que não, como dizem hoje por aí. A sempre atenta e pedaço de mau caminho deputada Carla Zambeli denunciou a patifaria.
A foto não é atual; menos ainda a popularidade do gatuno em questão. A foto é de 2018, de 23 de março, poucos dias antes de Lula ir para o xilindró, em 5 de abril do mesmo ano. Ela foi tirada na cidade gaúcha de São Leopoldo e publicada, na época, no site do Instituto Lula, como bem ilustrou e evidenciou Carla Zambeli em seu tweeter-resposta. As datas estão grifadas.
Exposta a tramoia, o diretório paulista da petralhada retirou a foto, mas era tarde, o tuíte já fora replicado milhares de vezes.
Em seguida, a quadrilha vermelha pediu desculpas pelo "equívoco" e postou outra foto, dizendo ser aquela, sim, a foto real do evento com o Seboso de Caetés na cidade de Natal, as fotos "corretas".
Só que também parece que não. As fotos são de Natal, sim, dia 16/06, sim, porém, segundo entendidos no assunto, foram editadas; no caso, a da vista aérea do evento, a primeira (é óbvio) à esquerda. Claramente, foi utilizado um recurso que transforma uma área plana em uma circular, com o efeito de mais aproximar os elementos presentes na foto, mais aglutiná-los, adensá-los, passar a impressão de que tinha muito mais gente no local do que de fato havia. Portanto, ao que tudo aponta, a foto é real, pero no mucho. Segundo corre pela web, a foto original, sem maquiagens nem retoques ou mensalões e pixulecos, é a que vem a seguir.
Todos gostamos de velhas fotografias. Mesmo eu, que sou mais refratário a retratos do que o Roberto Carlos quando está de bermuda, gosto delas, das velhas fotografias. Estamos sempre melhor nelas. Mais jovens, mais magros, olhos menos embaçados, menos curvados pelo tempo. São fósseis de memória, as velhas fotografias. Vestígios de nossa história pela vida. Visitando velhas fotografias, revivemos antigas viagens, velhos amigos e velhos amores; estas últimas, as dos velhos amores, muito bem guardadas e ocultas em lugares insuspeitos da casa, como, por exemplo,... não vou, é claro, dar exemplos desses lugares insuspeitos, né, para que eles assim permaneçam. Todos gostamos de velhas fotografias. Porque, como disse o Chico, na bela letra da canção Anos Dourados, em parceria com seu maestro soberano Tom Jobim, "na fotografia, estamos felizes." Aliás, a uma certa altura da vida, as velhas fotografias são só o que nos restam. Por isso, gostamos tanto delas.
E o PT não é diferente. Também adora suas velhas fotografias. De uma época em que posavam de um partido honesto e conseguiam enganar um ror de gente. Hoje, ainda possam de honestos, são mitômanos descarados, mas já não convencem mais a tantos. Feito nós, os já passados dos 50, 60 anos, na frente do matutino espelho a tentarmos nos convencer de que estamos melhor agora do que aos 20 ou 30 anos. Neste caso, outra bela canção melhor retrata o nosso triste atual retrato, Aquela Coisa Toda, do bardo Oswaldo Montenegro : "e velha, tão velha, ficou nossa fotografia..."
Esperemos, e eu espero muito, que sejam só as velhas fotografias o que restaram do amaldiçoado legado do PT. Fotografias para o Lula e sua escumalha matarem saudades dos áureos tempos da estrelinha vermelha. Fotos para verem nos momentos de nostalgia e melancolia. De dentro de uma cela, de preferência. Porque, e não tenham dúvidas disso, caso Lula vença, da mesma maneira que tentaram requentar uma velha fotografia, Lula requentará sua velha forma de governo. As redes de corrupção serão todas reativadas, todas postas, de novo, em operação. 
Já em Belém do Pará, em mais uma motociata do Cavalão, as coisas foram bem diferentes, lá não foi preciso nem photoshop nem velhas fotografias. Lá, o Cavalão bombou, mais uma vez. Feito um flautista de Hamelin em duas rodas, arrebanhou multidões pelas ruas belenenses.
Notem que não existem, nas manifestações de apoio a Bolsonaro, nenhuma bandeira de partido, de sindicatos, de ONGs e outras quadrilhas que tais, só mesmo a do Brasil. O apoio a Bolsonaro é, de fato, do povão, não de máfias que perderam as tetas do Estado e se encontram hoje famélicas de regalias.
Eis, então, a pergunta que se recusa a calar em mim. Bolsonaro tem, claramente, um apoio popular muito maior que o de Lula, tudo bem que seja desse povo, do brasileiro, mas o tem. Bolsonaro, portanto, vence Lula nas ruas, de lavada. Bolsonaro tem quatro vezes mais seguidores que Lula nas nefandas redes sociais. Odeio-as, as redes sociais, mas não posso negar que sejam um triste e confiável termômetro de nossa população. Bolsonaro, também, dá de goleada em Lula nas redes sociais, a ponto da própria equipe de comunicação do Seboso de Caetés admitir que "não é possível superar o aparato digital do atual líder no Planalto a tempo das eleições, que ocorrem no mês de outubro". Bolsonaro derrota Lula nas ruas e na internet. Como, então, a maioria das pesquisas afirmam que Lula se consagrará nas urnas? 
Só se for no tapetão das urnas. Na maracutaia. Lula foi solto e "inocentado" com um único objetivo, fazer frente a Bolsonaro, e vencê-lo. E quem soltou Lula, tenho cá para mim, não teria se dado a esse trabalho se não tivesse meios de garantir a sua vitória.
As equipes do Cavalão terão que ficar extremamente vigilantes para que não role um tapetão nas urnas. Da mesma forma que Lula e o PT tem seus comparsas infiltrados no STF, deve-os ter também nos tribunais eleitorais. Haverá fraude? Não sei. Mas as pesquisas que dão ampla vantagem ao ex-presidentiário, e que não coincidem com as ruas e com as redes sociais, parecem-me uma preparação de terreno para uma vitória honesta ou não de Lula. Quando der Lula nas cabeças, as tais pesquisas bem poderão ser usadas como álibis frente a quaisquer desconfianças. 
Haverá fraude? Não sei. Nem tenho como saber. Mas me parece que há uma grande chance dela acontecer, se necessário for julgado. Não pela urna ser eletrônica ou deixar de ser, mas porque todo sistema é fraudável, ainda mais se poderosos grupos e segmentos da sociedade tiverem interesse nisso.
A grande massa popular, por exemplo? Porra nenhuma. Que nenhum candidato se importa de verdade com o povão. Que o povão sempre serviu só para bucha de canhão, e, aliás, o povão adora ser bucha de canhão. Os grandes interessados, e com o poder para fazerem valer seus interesses, são os desmamados dos governos PT, os órfãos, os viúvos do partido dos trabalhadores. Grandes grupos midiáticos e consórcios de imprensa, sindicatos, ONGs, "artistas" de nossa tv e de nossa música e até mesmo governos de merda de outros países, ditadurazinhas comunistas para as quais muito do nosso dinheiro foi mandado, feito Cuba e Venezuela.
Por mim, para uma verdadeira tentativa de um bem para o país, os dois, Lula e Bolsonaro, deveriam, de alguma forma, ser impedidos de concorrer à presidência. Presidente não pode ser time de futebol, não pode ter torcida organizada.
Voto há duas eleições - e votarei pela terceira vez - em Ciro Gomes no primeiro turno, mas sei que, a não ser que aconteça um milagre, e eu, como ateu, não tenho o direito de esperá-lo ou de pedi-lo, ele não irá para o segundo. E aí?
E aí que nem sempre - aliás, quase nunca no Brasil - podermos exercer nosso direito de escolha implica em que tenhamos opções viáveis. E aí que, embora eu tenha feito muito isso no passado, de uns tempos para cá, não tenho me sentido confortável em anular meu voto. E aí que, sinceramente, nenhum dos dois, Lula ou Bolsonaro, me agradam como os novos futuros presidentes do país.
Mas um deles me desagrada mais. Muitíssimo mais.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Sinto Falta das Fúrias dos Vaga-lumes, dos Invernos, dos Galos e das Luas Cheias

Não sinto falta de ti
(nenhuma),
Sinto falta
(muita)
Do que sentia por ti,
Sinto falta
(ainda mais)
Do que sentias por mim.

Da luz oleosa e adocicada
Do lampião de querosene,
Que carregávamos pela noite.
A enfurecermos os vaga-lumes e a Lua Cheia.

Da neblina de moletom velho e manchado com nossas secreções,
Que emanava do café coado,
Em coador de saco de aniagem,
Em que nós,
Gatos escaldados,
Escaldávamo-nos em todas as manhãs.
A enfurecermos os galos e o inverno.

(não sinto falta do amor;
sinto falta da fúria)

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Pequeno Conto Noturno (93)

03h07. Rubens sempre gostou de escrever cartas. Hábito que manteve, de forma contumaz, da adolescência até balzaquianas idades. Escreveu, enviou e recebeu em resposta mais de uma centena delas. Principalmente para o primo Leitinho e para o amigo Margá; algumas outras dúzias, talvez, para pequenos casos amorosos. Guarda ainda todas as que recebeu, em caixas de papelão protegidas por sentinelas de naftalina; tem até cópias de um tanto delas que enviou.
O que ninguém sabe é que Rubens já escreveu um sem-número de cartas que nunca foram enviadas, nunca foram entregues aos cuidados dos serviços postais. E ainda as escreve, amiúde. Tem a todas guardadas, também. Cartas que nunca foram sequer envelopadas, que dirá terem chegado aos olhos de quem foram dedicadas. Ele nunca as contabilizou para efeito de comparação, mas acredita serem em maior quantidade do que as que foram seladas e remetidas.
Ele as chama de as Pequenas Cartas Noturnas, e elas são a principal seção de sua particular Biblioteca do Sonhar, paralela à dos livros sonhados e nunca publicados.
Rubens as escreve, talvez, na esperança de que algum mensageiro noturno as façam chegar, se não às mãos, ao menos aos ouvidos adormecidos de seus destinatários. Talvez Hermes, talvez o corvo Matthew; melhor ainda se a coruja que pousava e feria de sabedoria o ombro de Palas Athena. Mas sabe que não. Mensageiros dos deuses estão cagando para as vontades e os sonhos dos mortais (assim como os próprios deuses). Até, às vezes, tem a impressão de que recolhem suas missivas, porém, nunca as entregam em seus corretos CEPs. Espalham-nas pelas ruas, para mais rápido esvaziarem suas sacolas e largarem mais cedo do eterno batente.
03h11. Rubens reabastece o copo com rum e se põe a escrever mais uma de suas pequenas cartas noturnas, mais uma que nunca receberá o carimbo dos correios, mais um delírio a ser preservado em naftalina nas estantes do Sonhar.
"Hoje, por acaso, como tudo de um pouco melhor que acontece na minha rotina, encontrei com Isaac e Odete. Não os via desde que saí de lá. Dois anos e pouco, portanto. Que pareceram menos, talvez pela pandemia do vírus chinês. Talvez por lembrar deles, de você, constantemente. Temos uma profissão de merda. Transformada em merda, propositalmente. Salvam-se dela os bons amigos que conseguimos recolher pelo caminho nada suave.
Paramos para um café. Café, café, é claro, você bem me conhece, tomaram eles. Pareceram-me que estão bem, tão bem quanto duas pessoas juntas há mais de vinte anos podem estar. Falamos sobre as boas coisas passadas; e de tristes atualidades. Falaram do inferno que ainda está por lá e me perguntaram a respeito do inferno para o qual me mudei. Disse-lhes que a aparente diferença é que, no inferno onde estou, o Capetão-Mor, ainda que o vejamos sempre a circular pelos corredores, não nos presta atenção, não nos fustiga o rabo com o tridente em brasa da burocracia. Mas que os condenados e as danações são os mesmos. Outra praia, mesmo mar, como disse o filósofo Gessinger.
E quase nos despedimos sem que eles tivessem falado sobre o que eu mais queria ouvir, de você. Durante todo o papo, fiquei a pensar em alguma maneira sutil de conduzir o assunto até você. Sutileza, eu? Já viu que não deu, né? Porém, quando estávamos já de pé, de saída, a acertarmos nossas contas no caixa, o Destino, por clemência ou crueldade, fez você surgir da boca do Isaac. Fiquei sabendo que você também não está mais por lá. Primeiro, fui eu, a abandonar o navio; agora, você.
Dizem muito da covardia dos ratos, os primeiros a abandonarem o navio aos primeiros sinais de naufrágio. Se por covardia, dizem da inteligência e da fina e crua percepção de uma realidade irreversível, admiro muito, pois, a covardia dos ratos.
Primeiro, fui eu. Agora, você. Deveras, aquele lugar perdeu mesmo todos os seus encantos e autenticidade. Todas as suas reservas de inteligência e de originalidade. Quem contará a história de lá? O Randolfo e a Concepção? Pãããããta que o pariu!!! A Babete, aquela cuzuda acéfala, que, também fiquei sabendo durante o café, parece ter assumido algum cargo uma gilete de espessura acima às custas de muito puxar o grelo da manda-chuva? Pããããta que o pariu!!!, de novo.
Aliás, tenho aqui, há algum tempo, um livro que muito gostaria de lhe entregar, mas não vejo vias confiáveis para isso. Sei que se você soubesse disso, perderia o sono de tanta curiosidade, tomaria - inutilmente - tonéis de chá de erva-cidreira para desfazer a ansiedade em nó górdio no seu peito.
Para a sua sorte, nunca saberá da existência do livro nem da minha vontade em lhe presenteá-lo; para o seu azar, nunca o terá, e é, de fato, um belo livro. Nesse caso, no seu caso, os pratos da balança do azar/sorte pendem a seu favor. Para a minha sorte, ele permanecerá comigo (repito, ele é um belo livro), e eu ficarei aqui a imaginar dezenas de histórias e de enredos de como fazê-lo chegar até você; para o meu azar, todos os meus planos são falíveis, e a entrega do livro e o nosso encontro nunca se darão. Só eu saberei da improvável possibilidade. Ou da provável impossibilidade? Nesse caso, no meu caso, nem é necessário dizer para qual lado pendem os pratos da balança do azar/sorte."
03h49. Rubens assina a carta e tampa a sua caneta Bic verde - as pequenas cartas noturnas, sempre as escreve em verde e/ou roxo. Mais uma dose e vou me deitar, decide Rubens. Dormir? Veremos.

domingo, 12 de junho de 2022

O Apaixonado e Galante Sylvester Stallone

Esta vai para os enamorados deste nosso Brasil, dantes muito mais varonil.
Stallone é macho das antigas!!! Mais Rock Balboa, impossível!!!

sexta-feira, 10 de junho de 2022

A Varíola do Macaco Infecta Preferencialmente as Gazelas, diz o Diretor- Geral da OMS

Será a varíola do macaco a nova AIDS?
O vírus HIV, a acreditarmos na teoria de uma evolução aleatória e desastrosa do SIV, e não numa intencional conspiração laboratorial, veio do macaco, de certos macacos africanos. E passou a infectar humanos.
A detecção, o isolamento, a identificação e a relação do HIV com a síndrome de imunodeficiência por ele acarretada, a AIDS, se deu, inicialmente, em guetos homossexuais, em saunas gays e outros locais de diversão da bicharada. Tanto que, à época, início para meados da década de 1980, muitos jornais nacionais e internacionais de grande prestígio e renome a reportaram como o "câncer gay", ou a "peste gay". Muitos a consideraram, inclusive, um castigo de Deus infligido ao modo de vida da comunidade dos rapazes alegres.
O monkeypox, o vírus causador da varíola do macaco, como o nome não nos deixa esquecer, também veio do macaco, de certos macacos africanos. Devido a uma série de mutações aleatórias, a varíola do macaco passou também a infectar humanos.
A varíola dos macacos, segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, também tem preferencialmente incidido em homossexuais masculinos. A grande maioria dos casos iniciais até agora registrados apresentam números muito maiores e significativos dentro da comunidade gay. Depois de dizer que o vírus do macaco adora infectar uma gazelinha, Tedros Adhanom Ghebreyesus emitiu também um alerta para que não haja "estigmatização contra um grupo específico".
Kevin Fenton, diretor regional da saúde pública de Londres, segue a mesma linha : "A varíola dos macacos pode afetar qualquer pessoa, mas sabemos que muitos dos diagnósticos mais recentes são em gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. Estamos lembrando a todos os sintomas da varíola dos macacos, e especialmente os homens gays e bissexuais em particular, que estejam especialmente atentos e procurem aconselhamento médico imediatamente se tiverem preocupações".
O lusitano Vitor Duque, presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia, foi ainda mais incisivo : “Pode ser o início de uma epidemia entre os homossexuais que eventualmente se pode alastrar [por] toda a população”.
Comunicados semelhantes foram emitidos também por órgãos de saúde pública de outros países europeus, como a Bélgica e a Espanha.
E eu vos digo : é sério, isso? De novo, esta merda?
A humanidade - ou, ao menos, os seus mandatários - anda, anda, e não sai do lugar; isso quando não patina para trás.
De novo, essa falácia (inconsciente ou deliberada?) de que existem grupos sexuais de risco, quando se lida com moléstias que podem se transmitir, também, por vias sexuais?
Não existe isso de grupos sexuais de risco. O que há são grupos de pessoas com comportamento de risco. No caso, grupos de pessoas que, independente de sua sexualidade, reúnem dois perigosos componentes em suas condutas e modos de vida : a promiscuidade e a falta de precaução.
O maior rodízio de parceiros sexuais aliado à ausência de qualquer tipo de proteção ou prevenção ao se expor a eles é que tornam a pessoa mais sujeita e vulnerável a doenças sexualmente transmissíveis, não a sua orientação sexual, não se ela dá ou come, não se ela chupa rola ou buceta, ou as duas coisas. Há, portanto, comportamentos de risco; não orientações sexuais amaldiçoadas.
Nesse caso, no entanto, a confusão é muito fácil de ser feita, vendida, propagada e, quiçá, até estabelecida como verdade. Isso porque, especificamente nesses casos, há um tangenciamento, uma intersecção entre o grupo de pessoas com comportamento de risco e um grupo de uma certa orientação sexual, os homossexuais masculinos.
Há uma coincidência de aspectos, nesse caso. Explico. Via de regra, homossexuais masculinos são mais promíscuos e desleixados com suas saúdes? Sim, são. Mas não por serem homossexuais. Sim por serem masculinos, homens. O homem, não importando o apito que ele toque, em geral, é mais promíscuo que a mulher. O homem, não importando se gay ou hétero, em geral, é menos, bem menos cuidadoso com a saúde que a mulher. Homem só vai ao médico se começar a sangrar por algum orifício. E se o band-aid não resolver.
Assim, se tomarmos um ambiente em que todas as relações amorosas e carnais se dão entre homens, cuja maioria deles é tão promíscua e pouco zelosa com a saúde como a grande maioria dos homens em geral, fica claro e patente que um novo patógeno sexualmente transmissível tem ali uma acolhedora manjedoura, tem chances muito maiores de se disseminar. Questão de probabilidade, apenas; não de orientação sexual.
O diretor-geral da OMS alertou para que não haja uma estigmatização em torno da informação que ele próprio fez o favor de divulgar. E nos termos que ele divulgou. Será que se ele não tivesse colocado o número de casos da varíola do macaco nesses termos, o da orientação sexual, alguém mais teria feito essa correlação? Será que se ele, simplesmente, relatasse o número de infectados, alguém mais iria se preocupar em saber da sexualidade deles? Quantas vezes "alertar" para a vaga possibilidade de um problema não acaba sendo, na verdade, causá-l0, deflagrá-lo?
E o lado do macaco? Ninguém está a levar em consideração? De novo, a culpa é do macaco? Estaremos a ver o advento de uma nova forma de discriminação, a simiofobia? Sim, a culpa é do macaco. Mas não do chimpanzé, do babuíno etc. A culpa é daquele macaco. Daquele macaco que, há uns milhões de anos, cismou de não ser mais macaco. E desceu da árvore, cortou o rabo e passou a andar sobre duas patas.
De qualquer modo, enquanto não se tem maiores e mais confiáveis informações sobre a varíola do macaco, se ela afeta mais as gazelinhas, ou, igualmente, os rinocerontes, leões e outros machões da savana, cuidem-se, meus caros rapazes alegres. Cuidemo-nos, todos nós. 
Precavei-vos. Podem continuar, feito macaquinhos travessos, a pular de galho em galho, mas protejam-se. Precavei-vos. Para que possam continuar a saltitar lépidos e fagueiros pelos vastos campos verdes de nossa bandeira.
Tedros Adhanom Ghebreyesus

terça-feira, 7 de junho de 2022

O Surubão de Gorda

Se você não professa da fé muçulmana (e espero mesmo que não, pois se sim, e me ler, eu estarei fodido) e, portanto, não irá para o Jardim das Delícias quando morrer, onde teria ereção eterna e 72 beldades virgens para deflorar pelo resto da eternidade, saiba que tal deleite não está totalmente fora de seu alcance, que tal prazer pode estar acessível também a você, herege.
Caso você, que não é devoto de Alá nem quer se explodir para ir para o Céu, se contentar que sejam 22 mulheres ao invés de 72, que elas não sejam exatamente virgens e, muito menos, beldades, há uma versão terrena e cristã do Jardim das Delícias, e a um precinho bem módico.
Tal oásis de gozo se localiza na cidade mineira de Varzelândia, onde, de tempos em tempos, um portal para o Éden se abre e acontece o evento mais esperado de toda a região : o famoso Surubão de Gorda.
Pããããããããta que o pariu!!!! É o Jardim das Gordelícias!!!
Essa preciosidade me foi enviada pelo Ozy e, até onde pude investigar, não é fake, não, é mesmo real! Ou melhor : surreal!!!
Adorei o cartaz. Um requinte da arte gráfica. Muito instrutivo e elucidativo, também. Traz não apenas copiosas e abundantes formas, mas também informações inéditas e insuspeitadas até então, ao menos, para mim.
A primeira : o litrão de Itaipava que os 100 primeiros abençoados que adentrarem o recinto receberão de cortesia; eu não sabia que a Itaipava tinha litrão, só conhecia os da Antarctica, Skol, Brahma e Subzero. Uma informação valiosíssima.
Depois, o cartaz fala de, digamos assim, variantes sexuais das quais eu nunca tinha ouvido dizer : borboleta paraguaia e balança morcego.
Confesso que fiquei por uns momentos dando tratos à bola na tentativa de desvendar o que seriam tais saudáveis perversões. Capitulei logo. Não tenho esse prodígio de imaginação. Fui ao Google.
A borboleta paraguaia, eu já conhecia, não por esse nome, mas já conhecia, e nem é nada tão escabroso quanto eu havia julgado; antes pelo contrário, é posição das mais triviais. O cara se deita de barriga pra cima com o pau em riste, a mulher se senta de costas pra ele, se encaixa e o cavalga meio que vergada para trás, segurando os próprios tornozelos como apoio. Nada fora do normal. Claro que nunca fiz isso com alguém que pesasse uns 200 quilos. Agora, por que borboleta paraguaia, não faço nem ideia.
A outra, o balança morcego, eu até entendi o que seja, mas não como ela pode se encaixar no Surubão de Gorda, não que um evento desse necessite se pautar por algum tipo de lógica ou coerência. Da borboleta paraguaia, havia um sem-número de referências na internet, do balança morcego só achei uma, no site www.dicionarioinformal.com.br, que assim a define : "Basicamente o travesti se pendura de ponta cabeça com uma venda nos olhos e com a boca bem aberta.Tem eventos que mais de um travesti de uma vez, ficando igual à um corredor de balança morcego"
Basicamente... pois é, uma coisinha bem básica mesmo, um travesti vendado, de ponta-cabeça e com a boca aberta. Entendi a relação com o morcego na venda e no de ponta-cabeça, nem imagino (e nem quero) o porquê da boca aberta.
No cartaz, ainda consta o fio terra, a famosa dedada no cu, mas não fica claro se o participante tem o direito de enfiar o dedo à vontade nos cus das gordas ou de levar atoladas delas à vontade.
Enviei o cartaz para o meu amigo Henri, declarado entusiasta do artigo mulher GGG. Ele chegou a pesquisar onde ficava Varzelândia. E desanimou. Fica na divisa com a Bahia, longe pra caralho daqui. Palavras dele : por enquanto, vou ficar com as chubbies daqui, mesmo.
Mas o que eu mais gostei foi do desconto dado a certas profissões. Policial Militar, profissional de TI, Uber, pescador, vereador, mecânico, trader, advogado, bicicleteiro (essa é ótima) e motoboy.
E para professor ???? Por que professor também não tem desconto no Surubão de Gorda?!?!? Pãããããta que o pariu!!! Não estamos valendo mais nada, mesmo.
Vai ver que os sindicatos das supracitadas categorias, no intuito de agradar e fidelizar seus associados, firmaram algum convênio com o Surubão de Gorda.
Cadê a porra da Apeoesp nessas horas??? Cadê o nada valoroso, vendido e cooptado sindicato dos professores do estado de São Paulo?
Advogados para causas trabalhistas é o cacete!!! Convênios médicos e odontológicos é o caralho!!! Colônia de férias no Guarujá e em Campos do Jordão é a puta que o pariu!!!!
Eu quero é desconto no Surubão de Gorda!!!
Eu quero é o meu litrão de Itaipava na "faixa"!!!
Do fio terra, não faço questão.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

À Noiva, a Aliança; Ao Padre, o Anel

A esposa, recém-casada, cheia de amor (e de outras coisas muito mais interessantes) para dar, estava a estranhar aquela intensificação dos hábitos religiosos do marido. Ele, que nunca fora dos mais devotos, que antes só ia à igreja em batizados e casamentos de amigos e conhecidos, passara a frequentar a morada de Deus de duas a três vezes por semana; às vezes até mais. Paradoxalmente, no quarto do casal, na intimidade da alcova, ele não estava a se mostrar lá muito católico para com suas obrigações conjugais.
Nesse mato tem cachorro, logo pensou a esposinha negligenciada pelo homem que jurou chamar de seu, pela espada do seu salvador. Ou uma cachorra, uma cadela. Uma beata fogosa, talvez? Exímia em assoprar o famoso apito de chamar anjo, uma hábil flauteadora da trombeta de Jericó?
Apertou o marido e ele entregou a rapadura. Ou melhor : entregou que já estava a entregar a rapadura fazia era tempo. E não havia nenhuma cachorra no cio, nenhuma carola do cu quente. Quem estava a ungir e a trazer iluminação e conforto espiritual ao rapaz era o padre. O padre Júlio Cezar Souza Cavalcante, da Igreja Matriz Nossa Senhora de Candelária, em Natal (RN), o mesmo sacerdote que celebrara, dias antes, o enlace dos arrulhantes pombinhos.
Ou seja, para a noiva, ele deu a aliança; para o padre, o anel, o famoso anel de couro.
Pããããããããta que o pariu!!!!
Porém, apenas a admissão das puladas de cerca e das queimações de hóstia do marido não foram suficientes para aplacar os ímpetos de vingança da chifruda. Mulher vingativa, só por Deus. A moça quis também extrair uma confissão do padre, para levá-la, depois, aos seus superiores eclesiásticos, em busca de justiça divina. Ou seja, já que o sacerdote tanto pusera no cu do marido dela, ela também quis pôr no toba do pároco. É a lei do Velho Testamento : olho do cu por olho do cu, pregas por pregas.
A agir feito Judas, e a cuspir no prato em que comera, ou em que fora comido, vai saber, o rapaz armou um encontro a três, do casal com o padre, para que todas as cartas fossem postas à mesa. O que o padre não sabia é que a conversa estava a ser gravada pela esposa.
Diante do padre, a mulher falou que já sabia da putaria e pediu a anulação do casamento. Na tentativa de acalmar a moça, o padre disse : “Foi uma fraqueza. Nós nos confessamos e prometemos que não ia ter mais, em respeito até a você”. E garantiu que ele e o marido dela estiveram juntos poucas vezes, "umas duas ou três vezes", e que só rolara sexo oral, a famosa chupetinha, nada mais.
O homem desmentiu o padre :  “Foram várias vezes, durante mais de um ano. Foi de março de 2010 a julho de 2012”, e disse também que houvera sexo anal entre os dois, que a cobra entrara, sim, no buraco do tatu, fato do qual o sacerdote alegou não se lembrar, e reafirmou que só houvera glub-glub nos encontros dos dois, maneira carinhosa e mimosa pela qual se referiu aos boquetes trocados entre eles.
Como assim o cara não se lembra se deu ou não a bunda, ou se comeu ou não? Afinal, não foi revelado no áudio quem era o ativo ou o passivo, ou se a brincadeira toda se dava na base da oração de São Francisco, é dando que se recebe, o famoso troca-troca.
“E ainda assim o senhor aceitou testemunhar o nosso casamento?", lamentou a esposa. “Eu tenho o maior carinho e o maior respeito por vocês”, respondeu padre Júlio. Com certeza tem, principalmente pelo noivo.
O padre disse que depois do acontecido buscara uma terapia de conversão e nunca mais fizera sexo com outro homem, e que tinha certeza de que o mesmo havia se dado com o marido da reclamante, de quem ainda era o confessor. Mais uma vez, o rapaz desmentiu o padre : “Fiz várias vezes e não me confessava”, contou.
“Não me procurava na cama, mas procurava homens”, contou a mulher. Segundo ela, “era tudo premeditado, pois ele já fazia em locais perto da Catedral, como saunas e cinemas pornô, para sair correndo e se confessar”.
A gravação chegou à Arquidiocese de Natal e, então, a casa (do Senhor) caiu para o padre Júlio. Em nota oficial, a Arquidiocese comunicou o afastamento do padre de suas atividades até que o caso seja apurado e as devidas providências sejam tomadas. Ao fim da nota, a Arquidiocese diz : "Rogamos ao Bom Deus que tudo seja esclarecido e, para o bem do povo de Deus, possa reinar a paz nos corações".
Padre Júlio Cezar Souza Cavalcante

sábado, 4 de junho de 2022

Pequeno Conto Noturno (92)

Sexta-feira. 05:52 h. Mal amanheceu, nesses dias já a flertarem com o inverno. O silêncio da manhã é eivado pelo barulho da emissão do gás carbônico liberado quando ele rompe o lacre do latão da cerveja.
Cedo demais para beber; o veredito unânime da moral rasteira e hipócrita do rebanho e dos bons costumes. Cedo para quem, cara-pálida? Um dos pontos da questão. Outro : ele não está bebendo, está comemorando. Ele poderia estar a soprar velinhas sobre um bolo enjoativo, ou a encher balões, ou a fazer churrasco com amigos; seria a mesma coisa, o mesmo conceito.
Prefere a cerveja : seu bolo, seus balões e os convidados de sua festa, todos juntos. E o único presente de que ele precisa.
Ao sair da passarela de concreto que o transpôs para a embocadura de uma praça malcuidada, ele dá o primeiro gole no latão. Levanta as vistas para o céu a enrubescer e o oferece ao primeiro raio de sol. Nem o sol, hoje, será capaz de tirá-lo do sério.
Ele conseguiu uma pausa de seu Inferno; não uma solução para ele, que essa não há, mas uma pausa de seu tormento, uma boa pausa, quase dois meses. Hoje, é o último dia de trabalho que a antecede.
Entorna, então, o latão com gosto. Uma velha, dessas que madrugam para lavar a calçada, a levar o seu cachorro afrescalhado para cagar na praça, o olha com severas reprovação e condenação. Não estivesse a levar a sua ratazana peluda pela coleira à sua mão direita, teria persignado-se, feito o pelo-sinal.
Ele ri, de canto de boca. Seu característico e quase que imperceptível orgasmo facial. E se lembra de um certo dr. House, que apostara, em certa feita, com seu amigo e grilo falante Wilson, que não era um viciado, que poderia tranquilamente passar uma semana sem o seu Vicodin, sem padecer de nenhum efeito de abstinência.
House, como macho das antigas que é, aguentou firme os sete dias da aposta, mas não sem passar por excruciantes martírios, tanto de ordem física como psicológica. Chegou a quebrar propositalmente os dedos da própria mão com o pistilo de um gral para que a dor da fratura se sobrepusesse à dor da abstinência. Findo o tempo da aposta, ele não teve outra opção que não fosse conceder a vitória a Wilson.
- Admito que sou um viciado -, disse ao amigo.
Wilson, inocente, puro e besta feito todo humanista, feito todo aquele que acredita no ser humano e na possibilidade de sua mudança e redenção, disparou o velho clichê :
- Bom, admitir que se tem um problema é o sempre o primeiro passo.
No que House :
- Eu admito que sou um viciado, não disse que isso é um problema.
Grande Gregory House, pensa ele. Entorna o resto do latão e o descarta, o deposita na forquilha de um oitizeiro plantado à beira do meio-fio.