quinta-feira, 29 de setembro de 2016

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Colcha de Retalhos

Ser uno, capado, coeso... 
Sinto-me, de possibilidades, 
Ereto e obeso. 
Costurado nesse franzino corpo 
E nessa cabeça quadrada, 
Só me liberta, ilusoriamente, o copo, 
Meu voo no cercado de minha sacada. 
   
E ao manter-me uno, 
Me puno, 
Estrangulo vidas, 
Engulo meu tesão e me escravizo, 
Aborto mundos, afogo civilizações, 
Represo, em meu útero, 
Todas as minhas células de sorriso. 
Exibo-me uma galeria de vilões. 

Todo dia a mesma assinatura, 
Toda a vida a mesma digital, 
Toda a noite a mesma sinecura, 
Toda a noite me pego em um funeral: 
Velo e pranteio por cada espermatozoide que poderia ter sido eu.

Maria Isabel

Certa vez, 
Uma pessoa 
- que instantaneamente tornou-se minha amiga, 
mais que amiga um tanto depois 
E, pouquíssimo depois, menos que isso – 
Me disse: 
“Cuidado, as pessoas são loucas!”. 
Descobri, agora, 
Anos passados no calendário e vidas em minha existência, 
Que a fala dela, 
Camuflada de conselho, 
Foi a sandice mais lúcida que já ouvi. 
Eu deveria ter amado essa pessoa.

sábado, 24 de setembro de 2016

Paulo Mostrou o Zulu de Propósito

Na semana passada, um fato teve grande - grande, mesmo - repercussão no noticiário nacional e ocupou enorme - imenso, incomensurável - espaço nos canais midiáticos do país; solapou, inclusive, as atenções e os olhares da nação,  ultimamente, debruçados sobre petrolões, lava jatos, triplex e sítios em Atibaia : uma foto do Paulo Zulu pelado.
O nude - que é o nome que se dá na net para fotos de putaria - do modelo, surfista e dublê de ator de 53 anos foi retirado da rede mundial pelo próprio Zulu quase que imediatamente à sua postagem, mas era tarde. Os poucos instantes de permanência foram suficientes para a foto se espalhar, viralizar nas redes sociais e gerar milhares de comentários, de todos os tipos e expressando os mais contraditórios sentimentos. Alguns elogiosos, outros assustados, outros invejosos, outros carregados de desejo e luxúria, outros - a maioria - incrédulos frente à imagem que se lhes apresentava.
Paulo Zulu creditou a fálica aparição de seu nude à ação de hackers, que teriam invadido sua conta, acho que, do instagram, seja lá que porra for isso, e a vazado publicamente. Ele desculpou-se com seus seguidores pelas redes sociais, lamentou o fato de sua intimidade ter chegado ao público, queixou-se de ter sua privacidade violada, alegou ter passado um dia inteiro chorando pelo ocorrido e desabafou : ''Assim como invadiram minha privacidade, estão querendo se passar por mim.  Por favor, me ajudem a acabar com esse tipo de oportunismo mesquinho. Obrigado''.
Mas o que causou maior comoção e alvoroço no grande público não foi o fato de mais uma subcelebridade ter tido sua intimidade devassada, não foi constatar, mais uma vez, que, hoje em dia, ninguém mais tem direito a uma vida reservada. Nada disso.Que da superexposição da burrice e da futilidade, vive hoje a maioria das pessoas. 
O que causou furor - vaginal, uterino, clitoriano e anal - nos internautas foi o dote de Zulu, o tamanho da verga do sujeito. O que gerou também pequenos focos de revolta entre o homaral : não bastasse o cara ser bonitão, bem-sucedido em sua carreira, famoso e estar em plena e invejável forma física aos 53 anos (parece o Surfista Prateado, o filho da puta), ainda tinha que ser roludo, ainda tinha que ser pé de mesa?.
Sim, eu também vi a rola do Zulu. Trabalho em meio majoritariamente feminino e gay, o magistério público. Noventa por cento do professorado é formado por mulheres, quarentonas para mais, grande parte delas; idade em que o pudor já foi pras picas há muito, muitas descasadas e avulsas, sempre atentas e à caça de um pinto para chamarem de seu. Ali, se a notícia é sobre pinto, não tem como alguém não ficar sabendo. 
Foi uma de minhas colegas que, durante o intervalo, quando eu me servia ingenuamente de um cafezinho, chamou-me a um canto e, sem avisos, me enfiou a benga do Zulu na cara. A foto da benga do Zulu na cara, que fique claro. Pego de surpresa, a única coisa que consegui dizer na hora foi : caralho!!!!!
Não sou especialista - e nem quero ser - em dimensões de pirocas. Tampouco dispunha ali - e, ainda que os portasse, deixo claro que jamais os usaria para torpes fins - de instrumentos de aferição que fornecessem dados mais precisos a respeito da envergadura do tarugo, fosse uma régua, ou, no caso, uma daquelas fitas métricas usadas por costureiras, quiçá uma trena. 
Mas a rápido - rapídissimo - bater de olhos e à grossa - muito grossa - estimativa, admito que a coisa é de espantar. É de fazer égua olhar pra trás. De assustar o Vampeta. 
E com um gravíssimo agravante : Zulu tirou a foto com a benga mole! Sim, o trabuco que abalou a nação se encontra em estado de inércia! Sabe-se lá o tamanho que aquilo pode atingir quando duro! Se um dia a razão me faltasse e eu fosse fazer um nude meu, antes tomaria um Viagra, pra deixar o pau duro feito aço, estourando as veias e ainda colocaria a câmera no modo zoom. Zulu, não. Zulu é o cara, é o fodão, tira a foto da benga mole e ainda impressiona
O que explica, finalmente, o porquê do nome artístico do moço, Paulo Zulu. Sempre me pareceu estranho, e até um tanto quanto despropositado, o epíteto Zulu, pois até onde se podia ver, o rapaz não revelava indícios de ascendência africana em seu fenótipo. Não revelava... Até onde se podia ver...
Agora que o limite do até onde se podia ver foi rompido, fica explicado o Zulu. Pelo que sei, Zulu mora em Santa Catarina e um de seus sobrenomes é Fahlbusch, que leva todo o jeitão de ser alemão, holandês ou coisa que o valha. Pode até ser. Pode até ser que Zulu tenha origem germânica, mas o seu chucrute, sem sombra de dúvidas, é de ascendência africana! O cara é o Rei Zulu!
Porém, ontem, a conversa de Zulu sobre o suposto hackeamento de sua conta mudou. Talvez com a acirramento das investigações por parte da polícia de crimes cibernéticos, talvez com o cerco se fechando e chegando cada vez mais perto de descobrir o autor da postagem, Zulu mudou seu depoimento à polícia e se entregou : não foi hacker porra nenhuma quem jogou o pinto do Zulu pro mundo ver, foi o próprio Zulu quem lançou sua benga no mundo virtual.
Desculpou-se, de novo : disse que a intenção era mandar a foto em mensagem privada para uma usuária do instagram, mas apertou o botão errado. Duvido. Acho muito difícil. Esse povo passa o dia todo com essas merdas de celulares nas mãos, conhecem-nos mais que as palmas das próprias mãos, e erram num comando?
Zulu quis mesmo mostrar sua benga prodigiosa para o mundo. E não tem nada do que se desculpar, caro e agigantado Zulu. Desculpas envergonhadas, deveria a todos, caso tivesse apresentado lá um amendoinzinho, uma pistolinha de anjinho barroco. Desculpar-se pelo exposto, elefantino Zulu, é ser, inclusive, ingrato para com a Genética, que tanto lhe foi gentil e pródiga.
Não tem do que se desculpar. Se eu tivesse uma piroca dessas, também iria querer mostrar pra todo mundo. Pelas redes sociais, por e-mails, por cartas, malas diretas, por fax, telex, telégrafo, pombos-correios, sinais de fumaça desenhados no céu. Aliás, aproveitando essa época de campanha eleitoral, eu mandaria imprimir santinhos da minha benga e os distribuiria a pedir votos, ou melhor, a pedir urnas onde depositá-la.
Tranquilize-se, Zulu. Você virou herói nacional!
Como Zulu não chegou a registrar falsa queixa, também não sofrerá nenhuma penalidade legal pela mentirinha que contou.
Agora, se vocês estão ou estavam pensando que veriam uma foto da benga do Zulu aqui no Marreta, ao fim da postagem, se fuderam, que aqui foto de rola não entra. Contudo, em atenção ao  meu público feminino e ao meu amigo LGBT, o ex-boiola, disponibilizo um link direto com visão ampla e irrestrita para a ferramenta do Zulu. 
Para ver a benga do Zulu, é só clicar aqui, no meu poderoso, ainda que bem menos dotado, MARRETÃO.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Eu Gosto da Clarice Falcão

Um pouco de ânimo e de leveza para o Marreta, nesses tempos de exaustão e de ideias minguadas e minguantes.

A Gente Voltou
(Clarice Falcão) 
Polícias abaixem as armas
E troquem carícias
Que a gente voltou

Bandidos de gorro
Não subam o morro
Relaxem que a gente voltou

Mas e se a gente separa
Se a gente para e se parará
Para que se a gente para
O mundo acabou

Médicos nas Utis
Larguem seus bisturis
Que a gente voltou

Pacientes à beira da morte
Reparem que sorte:
A gente voltou

Mas e se a gente separa
Se a gente para e se parará
Para que se a gente para
O mundo acabou

Você que tá no Titanic
Parou o chilique
Que a gente voltou

Não entra na bad, Romeu
Julieta morreu
Mas a gente voltou

Mas e se a gente separa
Se a gente para e se parará
Para que se a gente para
O mundo acabou

Para que se a gente para o mundo
Para que se a gente para
Para que se a gente para o mundo
Para que se a gente parará

Para que se a gente para o mundo
Para que se a gente para
Para que se a gente para o mundo
Para!


E para ver a gracinha Clarice tocando e cantando, é só clicar aqui, no meu poderoso MARRETÃO

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Brad Pitt Prefere Fumar Maconha Que Meter na Jolie

Angelina Jolie, não obstante ser do panteão hollywoodiano a suprema deidade da luxúria, e da Mãe-Terra, o elemental-mor da lascívia e da paudurescência, descendente direta da linhagem de Lilith, Dalila, Salomé, Afrodite e Morgana das Fadas, em um certo aspecto, é igual a toda e qualquer mulher, é assemelhada a qualquer outra mortal do sexo feminino : não gosta dos amigos do marido. Sobretudo, os solteiros.
Não gosta que almas livres que ainda cavalgam os pôres-do-sol das pradarias sem cerca do Homem de Marlboro assombrem as recordações de seus machos e a tranquilidade de seus lares e sonos a dois.
Prova disso é que em seu casório com Pitt, em 2013, Angelina vetou a presença de alguns amigos do marido na festa. Foram barrados no baile de Angelina, o diretor Quentin Tarantino e os atores Jonah Hill, Philip Seymour-Hoffman e George Clooney, todos com  fama de beberem demais nessas ocasiões e cometerem deselegâncias.
Além disso, em 2009, durante as gravações de Bastardos Inglórios, um segredo de bastidores vazou e promoveu um sério abalo no relacionamento do casal Pitt-Jolie : nos intervalos das gravações, Pitt e Tarantino relaxavam fumando um cigarrinho do capeta. Angelina ficou puta da vida e rodou a baiana pro lado do marido, pois Pitt, depois de ter sido pai pela primeira vez, prometera não retomar o uso da bagana. Quase que a união foi por água abaixo. Sacanagem da bela, exagero tepeêmico da estrela. Pitt não estava a chafurdar em outros peitos, ora porra. Estava só levando um papo com um amigo, dando um tapinha, que mal pode haver?
Por essas e por outras é que, ontem, ao saber do pedido de divórcio de Jolie, e antes mesmo que a imprensa mundial começasse a aventar as possíveis causas do desenlace do casal, eu, de cara, matei a charada : Pitt fizera sua escolha : prefere pitar uma maconha que meter na Jolie.
E não deu outra. Hoje, declarações da atriz vieram a confirmar meu vaticínio : Pitt anda a abusar do álcool e da maconha, tá queimando uma tora lascada, o que vem lhe causando descontroles, acessos de fúria e, segundo Jolie, colocando em risco a segurança do filhos do casal.
Outro componente parece se juntar ao álcool e à maconha para tornar, de uma vez por todas, o relacionamento do casal um caso perdido : a clássica e inexorável buceta, a atriz francesa Marion Cottilard, com quem Pitt filmou o longa Allied
De acordo a Page Six, publicação especializada em viver da desgraça dos famosos, Angelina, desconfiada de que estava a vestir uma peruca de touro, contratou um detetive particular para vigiar Pitt durante as gravações, e, como quem procura, acha, teve a confirmação da galhada.
Alegrem-se, mulherada. Agradeçam a Pitt, barangas, mocreias, mal-amadas e demais mulheres sem um pinto pra chamar de seu : até Angelina Jolie está sujeita a um chifre.
Amigos canalhas, birita, maconha e bucetas seletas e sortidas... De que mais um homem precisa para ser feliz. É a cesta básica do macho das antigas.
Jennifer Aniston, a eterna Rachel de Friends, ex de Pitt e por ele preterida em favor de Jolie, ao saber da separação, disse : "É carma". Como a dizer para Angelina que quem com chifre fere, com chifre será ferida. Chifre trocado é o fiel da balança da justiça cósmica. Ex é foda. 
Não te apoquentes, bela Jolie. Recolha-te à dor do chifre. Encasule-te em autopiedade, que é sempre remédio dos bons para esses casos. Tome  um calmante, um excitante e um bocado de gim. Chores, chores, até ficar com dó de ti, e ressurjas brilhante e metamorfoseada. Mereces coisa melhor, bela Jolie. Feito esse que vos fala. Só duas coisas não me peças : que eu abandone a minha cervejinha e que deixe de olhar, ainda que a soslaio, para os fornidos, balouçantes e desavidos pares de peitos que andam por aí.

sábado, 17 de setembro de 2016

A Profissão Mais Honesta é a de Ladrão, diz Lula

E ainda tem professores de história, geografia, sociologia, filosofia, professores universitários e tudo, com mestrado, doutorado e todo o tipo de canudo (tudo enfiado no cu), que defendem esse vagabundo e a quadrilha registrada como partido político, o PT.
Só posso supor que nossas "gloriosas" fileiras acadêmicas sejam igualmente compostas de encostados, de mamadores de tetas federais, de - citando o seboso de Caetés - picaretas com anel de doutor.
Usp, Unesp, Unicamp e Federais : antros de funcionários públicos prevaricadores, improdutivos, todos de olho numa boquinha governamental, num auxílio-pesquisa.
Segundo Lula, a vida do político ladrão feito ele é muito dura, pois não há ainda, oficialmente, concurso para ladrão dos cofres públicos. O político, de acordo com o sapo barbudo, tem que ralar muito mais que o cara que estudou e passou num concurso público, que, uma vez aprovado, tá garantido pelo resto da vida.
O político safado, não, não tá com a vida ganha, com o burro na sombra; o político filho da puta, a cada quatro anos, tem que pôr o pé e a cara à rua e pedir votos. Por mais que ele tenha roubado, ele tem que calçar a cara e mendigar votos.
Quase dá dó do filho da puta, que chorou umas três vezes em seu discurso de ex-pobre, de retirante, de flagelado. Quase.
Pãããããããta que o pariu!!!!
Meninos e meninas, desafiem seus professores a defenderem essa fala do nove-dedos. Depois me contem.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Se Tem Coisa Que Não Presta é o Tal do Eleitor

É tempo de eleições municipais! Temporada de caça ao voto, ao couro e ao cu do eleitor! Tempo de figuras que só podem ter conseguido indulto do inferno, ou subornado o Cérbero e o Belzebu, para concorrerem a uma cadeira na Câmara Municipal. Período de cio, acasalamento e reprodução de picaretas como - só para citar a minha provinciana e escrota Ribeirão Preto - Foguim, Marmita, Adriana da Locadora, Drica do Mercadinho, Adriana Jorge Diabetes e Você, Zika, Almir da Van, Giló, Toninho Minhoca, Cidinha Alto Astral, Maurílio Alves 'o Funileiro', Gaiola, Gordinho da Saveiro, Carlos Burro, Reginaldo Jurado, Roberto Enfermeiro, Ditão da Placas, Faísca, Helena Protetora de Animais, HevelinClair#GeraçãoMudança, Bigode Andrade,  Moro (yes, nós temos Moro), Cristiane do Trenzinho, Fritz do Espetinho, Danone, Coruja, Juca Bala, Chaveirinho, Help, Cigano Cacareco etc etc.
Sem contar o enorme contigente de professores (a enorme massa de mestres, preocupadíssimos com a educação, que estão afoitos para trocar o giz pelo Jeton) e também de cabelereiros (fiquei surpreso em minha pesquisa) que se arriscam à vereança. Que isso é o que mais há em Ribeirão : encostados e pederastas.
É tempo de eleições municipais! Todo cuidado é pouco, caro amigo eleitor. Político que é politico não cumpre promessa nem feita ao santo. Nem à Nossa Senhora. Nem ao padre que comeu o cu dele quando ele era criança. Que dirá à você, incauto votante?
Mas e a contrapartida? E o reverso da  medalha? Será que o eleitor é um ser tão dotado de honestidade e lisura quanto o candidato é opostamente canalha e picareta? Será que é só o político que não cumpre com as promessas feitas em tempo de campanha? O eleitor, será que as honra?
Será que o eleitor que teve a conta de luz atrasada paga pelo candidato, que ganhou um butijão de gás, uma cesta básica, um saco de cimento para o seu puxadinho, uma dentadura, uma cachacinha e um tira-gosto no boteco do João Arranca-Pregas (que, por sinal, também é candidato), cuja filharada foi toda carregada no colo e beijada pelo aspirante a edil, será que esse cumpriu com sua promessa de voto?
Será que o candidato que faz favores ao seu potencial eleitorado também não é traído nas urnas? Como fica o cara que bajulou e aturou o povão ignorante e desdentado e não teve a sua justa recompensa? Como fica o cara que investiu em compra de votos e não os recebeu?
Sim, caro amigo leitor do Marreta. O eleitor é tão desonesto quanto o candidato, ele também promete e não cumpre com seu compromisso quando está lá sozinho, no indevassável da urna.
Para defender o candidato traído pelo povo, ele, o Dicró, um dos últimos legítimos malandros. Ele, Dicró, na sua picaresca, impagável e genial canção O Político, toma as dores do candidato que fez de tudo por sua comunidade e só recebeu em troca a ingratidão. Traidor, diz Dicró, se tem coisa que não presta é o tal do eleitor!
A música faz parte do álbum Os Três Malandros In Concert, que reuniu a nata da malandragem, aquela da qual nos fala o Chico Buarque (esse malandro federal, mancomunado com o PT) em sua Homenagem ao Malandro; provando-nos, o Chico, que, muitas vezes, um grande talento não é acompanhado por um caráter à altura.
Cuidado, pois, Professor Sandrão, meu velho amigo de ofício e de copo. Leia a letra e escute a canção, e não se iluda com tapinhas nas costas e com promessas de votos de bêbados. Falando nisso, será que rola um engradado de subzero? Do litrão?

O Político
(Dicró)
(povo da minha terra, na hora que eu mais precisei de vocês, vocês me trairam, mas não tem nada, não, eu volto)
Dei cimento, dei tijolo
Dei areia e vergalhão
Subi morro, fui em favela
Carreguei nenê chorão
Dei cachaça, tira-gosto
E dinheiro de montão
E mesmo assim perdi a eleição.

Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor

Prometi a minha nega que ia ser a primeira dama
Porém quando eu perdi, ela perdeu ate a cama
E achei o meu retrato no banheiro da central
Vou da um coro no meu cabo eleitoral

Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor

Hoje eu tenho meus motivos, para estar injuriado
Porque eu só tive um voto e mesmo assim foi anulado
Só tem gente canalha, como tem gente ruim
Nem a minha mãe votou em mim

Ô mamãe eu me admiro a senhora
Se meus inimigos não votarem em mim tudo bem
Mas a senhora que depende de mim, não votar é sacanagem
Eu hein...
Os eleitores que não te conhecem, não votaram
Eu que te conheço vou votar? Ah! To fora... 

Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor
Traidor, traidor
Se tem coisa que não presta é o tal do eleitor

Para ouvir a música, é só votar aqui, no meu poderoso MARRETÃO

terça-feira, 13 de setembro de 2016

É a Podridão, Meu Velho (12)

É quando
As folhas das sete-copas
São almas penadas invernais
Amarelas
Vermelho-roxas
Marrons
Fantasmas descarnados de clorofila.

É quando
Os abraço sepultos
(e nunca visitados no Dia de Finados, para os quais nunca foram levados crisântemos)
Se espreguiçam
E abandonam
- miasmas brotados do esterco, fogos-fátuos sem luz -
As gavetas fechadas
As cartas empacotadas e amarradas com barbante
Os diários cifrados :
Deixam o quarto e a casa desabitada.

É quando
O que dói
É não reviver os velhos sofrimentos,
É quando
Não são as lembranças que doem :
Sim, a amnésia.
Isso sem dizer
Dos tendões,
Dos dentes,
Do baço...

domingo, 11 de setembro de 2016

Pretérito e Póstumo

Hoje
Não é a tela de segurança da sacada
Que se faz em grades para mim;
Nem o zelo e o velo
Pelo sono tranquilo do meu filho
(vigio-o em turnos regulares pela madrugada)
Que hoje corta as asas dos meus calcanhares;
Tampouco o desgraçado dia de trabalho
Que chega
Cancerígeno
Acompanhando os UV do sol
E exige que eu esteja
No mínimo no piloto automático
Que me põe hoje tornozeleira eletrônica.
Hoje
As grades
São o próprio ar,
O escuro,
O Tempo,
A gravidade,
Meus próprios átomos transmutados em carcereiros.
Hoje 
É daqueles dias
Em que eu sairia a vagar pela madrugada.
Sairia...
Eis minha real jaula :
O meu futuro feito e cercado de passado.
Sairia...
O alçapão de futuro do pretérito em que cai.
Pretérito.
E póstumo.

sábado, 10 de setembro de 2016

Pequeno Conto Noturno (66)

- Você me iludiu, me deu trela, corda para que eu subisse ao cadafalso - Celina - maquiagem borrada, rímel escorrido - a Rubens.
- Quando passeias outra, quando te mascaras, te travestes, mentes e mangas do espelho, o que espera que ele te devolva? Te arrisques a sete anos de azar, apague as luzes... se não suporta a terrível simetria - Rubens, chupando as pedras do copo buscando nelas os últimos fantasmas do rum.
Celina fecha a janela, apaga a abajur da lua cheia. Veste a calcinha. Deita e acomoda a bunda junto ao pau desinteressado de Rubens.

A Verdadeira História do PT

Para você que tem meio século ou mais de vida, e presenciou em sua juventude o advento da maior quadrilha já surgida nesse país, o PT, os fatos que relacionarei abaixo são de grande redundância, são chover no molhado.
Mas como alguns jovens, inocentes, puros e bestas, podem inadvertidamente ler o Marreta, é bom que eles saibam a verdadeira cara do PT, as fuças sujas e mal lavadas dos canalhas, bem diferente da que contam os professores de história, geografia, sociologia e outros canalhas marxistas lavados cerebrais.
O que listo a seguir são fatos, não é invencionice, e foram retirados do site acordocoletivo.org 

1985 – O PT É CONTRA A ELEIÇÃO DE TANCREDO NEVES E EXPULSA OS DEPUTADOS QUE VOTARAM NELE.
1988 – O PT VOTA CONTRA A NOVA CONSTITUIÇÃO QUE MUDOU O RUMO DO BRASIL.
1989 – O PT DEFENDE O NÃO PAGAMENTO DA DÍVIDA BRASILEIRA, O QUE TRANSFORMARIA O BRASIL NUM CALOTEIRO MUNDIAL.
1993 – PRESIDENTE ITAMAR FRANCO, CONVOCA TODOS OS PARTIDOS PARA UM GOVERNO DE COALIZÃO PELO BEM DO PAÍS. O PT FOI CONTRA E NÃO PARTICIPOU.
1994 – O PT VOTA CONTRA O PLANO REAL E DIZ QUE A MEDIDA É ELEITOREIRA.
1996 – O PT VOTA CONTRA A REELEIÇÃO. (HOJE DEFENDE).
1998 – O PT VOTA CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA TELEFONIA, MEDIDA QUE HOJE NOS PERMITE TER ACESSO A INTERNET E MAIS DE 150 MILHÕES DE LINHAS TELEFÔNICAS.
1999 – O PT VOTA CONTRA A ADOÇÃO DO CÂMBIO FLUTUANTE.
1999 – O PT VOTA CONTRA A ADOÇÃO DAS METAS DE INFLAÇÃO.
2000 – O PT LUTA FEROZMENTE CONTRA A CRIAÇÃO DA LEI DA RESPONSABILIDADE FISCAL, QUE OBRIGA OS GOVERNANTES A GASTAREM APENAS O QUE ARRECADAREM, OU SEJA, O ÓBVIO QUE NÃO ERA FEITO NO BRASIL. POR QUE SERÁ?
2001 – O PT VOTA CONTRA A CRIAÇÃO DOS PROGRAMAS SOCIAIS NO GOVERNO
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO:
BOLSA ESCOLA, VALE ALIMENTAÇÃO, VALE GÁS, PETI E OUTRAS… BOLSAS SÃO CLASSIFICADAS COMO ESMOLAS ELEITOREIRAS E INSUFICIENTES.
QUASE TODA ESTRUTURA SÓCIO-ECONÔMICA DO BRASIL, FOI CONSTRUÍDA NO PERÍODO LISTADO ACIMA.
O PT FOI CONTRA TUDO E CONTRA TODOS.
HOJE ROUBAM TODOS OS AVANÇOS QUE OS OUTROS PARTIDOS PROMOVERAM, E POSAM COMO OS ÚNICOS CONSTRUTORES DE UM PAÍS DEMOCRÁTICO.
JÁ QUE O PT FOI CONTRA TUDO E CONTRA TODOS DESDE A SUA FUNDAÇÃO, FICA UMA PERGUNTA PARA QUE OS LEITORES RESPONDAM:
EM 13 ANOS DE GOVERNO, QUAIS AS REFORMAS QUE O PT PROMOVEU NO BRASIL
PARA MUDAR O QUE OS SEUS ANTECESSORES DEIXARAM?

Devem, Não Negam : Nós é Quem Pagamos

Se você acha que sustenta só comunista filho da puta tupiniquim, está enganado, caro amigo contribuinte. Sustentamos, durante esses 13 anos de PT, filhos das putas vermelhos de várias nacionalidades, ditadores comunistas de merda de toda a América do Sul e também da Central. Empréstimos de bilhões e mais bilhões foram concedidos pelo BNDS a esses países de bosta. Dinheiro nosso indo financiar ditaduras comunistas.
Porém, com o impeachment da Dilma, alguns países romperam relações com o Brasil, ou seja, certamente darão o calote no BNDES. Adivinhem quem, de novo, pagará a conta?
Se você que me lê ainda se encontra em idade escolar - ensino médio, ou, tomara que não, cursando uma faculdade de humanas -, pergunte ao seu professor de história, sociologia, geografia etc o que ele pensa disso. Depois me conte como foi que o canalha lavado cerebral ainda defendeu o PT para você.
foto surrupiada do blog Chumbo Grosso, o cabra macho de Garanhuns que não se utiliza da linguagem de conventos.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Noites Desiguais

Há noites em que a noite acaba 
E a cerveja continua... 
São noites incompletas, repletas de melancolia e sonos atrasados.  

Há noites em que a cerveja acaba 
E a noite continua... 
São noites tristes, solidão de lanças em riste e fantasmas dando bailes.  

Não há noites equivalentes 
Não há noites em que o nascer do sol 
Junte ponteiros com o secar da última garrafa.  

Não há concessões, 
Não há meios-termos, 
Não há condescendências.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Instantâneos de um Saudoso e Remoto Passado (12)

Ah, saudades... do tempo em que as mulheres tiravam prazer das pequenas coisas da vida, do corriqueiro, do comezinho. Extraíam satisfação e gozo em exercer sem pudores as suas funções de mãe e de fêmea. 
Não eram essas eternas insatisfeitas consumistas, que mal compram ou ganham um sapato, uma bolsa, um novo celular etc e já estão de olho na vitrine ao lado. 
Não eram essas eternas ansiosas e angustiadas, não se deitavam eternamente em divã esplêndido de psicólogos ou terapeutas. Não tinham depressão. Não havia tempo para.
Um simples presente, um pequeno mimo, e imaginavam uma miríade de usos e utilidades para ele; eram criativas, versáteis, lúdicas. Um jogo de panela ganho de aniversário, natal ou de dia das mães e um compêndio de receitinhas apetitosas para a apreciação e regalo do maridão lhes vinha à cabeça.
E se ainda de aço inoxidável, tanto melhor; muito mais fáceis de limpar... Que sorte de ter um maridão assim, tão preocupado em facilitar a limpeza da cozinha.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Petistas Afanam a Carteira de Eduardo Suplicy

Dia 04/09. Domingão dos Mortadelas. Da vermelhada inconformada. Marcha na Avenida Paulista contra o governo Temer. Reunida a "fina flor" da sociedade brasileira, a "nata" dos trabalhadores do país, a maior concentração por metro quadrado de encostados e vagabundos, tava todo mundo lá : PT, PSOL, PCB, PC do B, a milícia MTST, mascarados, black blocks e uma tal de, eu nunca tinha ouvido falar, Frente Povo Sem Medo. Sem medo? Mostrem uma carteira de trabalho assinada pra eles que eles se borram, fogem mais de um registro trabalhista que o capeta (e eu) da cruz.
Em meio a essa corja toda, um sujeito por quem tenho um grande respeito, em quem, inclusive, isso lá pelas décadas de 1980, 1990, eu cheguei a votar, Eduardo Suplicy. Não obstante ser filiado à maior quadrilha que surgiu nessa terra dantes mais varonil, Suplicy, até onde sabemos, mantém-se limpo, dono de uma história política impoluta.
Solidário ao seu partido em cacos, Suplicy também marchou contra o governo Temer ao lado do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do chefão do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.
A passeata esteve como o diabo gosta, ou melhor, como o PT e congêneres comunistas, vermelhoides filhos da puta gostam : muita baderna (que é o conceito que o comunista tem de democracia), muita quebradeira, muita depredação, muito vandalismo; em suma, muito banditismo, que é a real face do comunismo.
Em meio a tudo isso, acho que, devido às suas maneiras educadas, ao seu bom trajar, à sua postura cívica impecável, os petistas confundiram Suplicy com um coxinha. E surrupiaram a sua carteira.
Afanaram a carteira do Suplicy.
Em passeata do PT, nem carteira de petista tem dono.
Suplicy, com toda a educação, berço e polidez que lhe são peculiares e inerentes, deixou um recado em seu feicibúqui, na esperança de reaver suas posses.
Petista não tá aliviando nem outro petista. Roubam até dos seus.
Isso é o que dá andar em má companhia, Suplicy. Bem-vindo ao enorme contingente de brasileiros que vem sendo roubado sistematicamente pelo PT nos últimos treze anos.
Reaver a carteira, Suplicy? Um petista, um PSOLista, um MTSTista etc devolver o produto de seu saque, o espólio de seu butim?
Vá esperando, Suplicy, vá esperando...
Mais fácil o Supla começar a fazer música boa e a cantar bem.

domingo, 4 de setembro de 2016

O Professor Que Faz Política em Sala de Aula é um Duplo Traidor, diz Gustavo Ioschpe. O Azarão Assina Embaixo.

"Todo cidadão brasileiro deveria saber que nossas escolas são templos de doutrinamento político e ideológico, que essa conduta é indevida e que ela tem impactos nefastos no nosso sistema educacional e no futuro do país. Vamos por partes.
Que nossas escolas, tanto públicas quanto particulares, foram há muito invadidas por pregação ideológica, quase sempre de viés filossocialista, não deveria ser novidade para ninguém. Os próprios professores são réus confessos. Em perfil do nosso professorado publicado pela Unesco e pelo Ministério da Educação (bit.ly/2bFMem1), 72% de nossos mestres dizem que a função principal do professor é "formar cidadãos conscientes". "Proporcionar conhecimentos básicos" ficou com 9% e "formar para o trabalho" foi mencionado por 8%.
No mesmo questionário, 55% dos professores discordam (!) da seguinte afirmação, relativa ao comprometimento do profissional em início de carreira: "A atividade docente deve reger-se pelo princípio da neutralidade política". Caso você tenha alguma dúvida sobre para que lado pende o viés político adotado na sala de aula do seu filho, saiba que 76% dos professores dizem que "A liberdade e a igualdade são importantes, mas, se tivesse que escolher uma das duas, consideraria a igualdade como mais importante, isto é, que ninguém se veja desfavorecido, e que as diferenças de classe social não sejam tão fortes".
Essa preferência dos docentes foi mesmo institucionalizada durante a gestão petista. Nosso Ministério da Educação assim orientou editoras sobre quais deveriam ser os enfoques dos nossos livros didáticos (bit.ly/2bHnVkV): "promover positivamente a imagem da mulher"; "incentivar a ação pedagógica voltada para o respeito e valorização da diversidade, aos conceitos de sustentabilidade e da cidadania ativa"; "promover positivamente a imagem de afrodescendentes e descendentes das etnias indígenas brasileiras".
Neste ano, um dos itens indispensáveis listados no edital (bit.ly/2bFY2yz) para a seleção dos livros de ciências humanas e naturais adotados no ensino fundamental (atenção: alunos de 6 a 14 anos) é que as publicações visem "à formação de um cidadão do século 21, pronto para aprender como bem utilizar e conservar os recursos naturais, respeitar os direitos humanos, a diversidade cultural e para lutar pela construção de uma sociedade mais justa, solidária, sem preconceitos e estereótipos".
Basta folhear qualquer livro didático entre os mais adotados de história ou geografia para notar que as diretivas são entusiasmadamente seguidas (faça o teste com o do seu filho). A inclusão da filosofia e da sociologia como disciplinas obrigatórias no nosso currículo é garantia de que, se todas as outras disciplinas não tiverem conseguido fazer nosso aluno pensar do jeito "certo", haverá mais duas oportunidades de doutrinamento, para que todos possam realizar seu catártico praguejamento contras as elites, o neoliberalismo e o jugo capitalista.
Chega a ser quase surreal ter de argumentar que uma escola –especialmente a pública, da qual os filhos do cidadão de menos condições socioeconômicas recebem a escolarização obrigatória– não tem o direito de usar de seu público cativo para expressar os pontos de vista políticos de seus professores. O texto definitivo sobre esse assunto, na minha opinião, foi pronunciado por Max Weber no longínquo 1918, publicado posteriormente como "A Ciência como Vocação". Recomendo a leitura na íntegra (bit.ly/2ccTxNr).
Weber diz o seguinte: "Se, numa assembleia popular, se fala de democracia, não se faz então nenhum segredo da posição pessoal: pois tomar partido de uma forma clara é aí o maldito dever e a obrigação. As palavras que nessa altura se utilizam não são instrumento de análise científica, mas de propaganda política em vista da tomada de posição dos outros. Não são relhas de arado para abrir o campo do pensamento contemplativo, mas espadas contra o inimigo: meios de luta. Em contrapartida, utilizar assim a palavra numa aula ou numa conferência seria um sacrilégio". Por quê?
"Tanto ao profeta como ao demagogo se diz: 'Vai pelas ruas e fala publicamente'. Ou seja, onde a crítica é possível. Num auditório, deve o professor falar diante dos seus ouvintes, e estes guardar silêncio; os estudantes, em vista da sua progressão, estão obrigados a frequentar as aulas de um professor e nelas não é permitido fazer críticas. Considero, pois, uma irresponsabilidade que o docente aproveite esta circunstância para estampar nos ouvintes as suas próprias ideias políticas, em vez de se limitar a cumprir a sua tarefa: ser útil com os seus conhecimentos e com as suas experiências científica. [...] Sempre que o homem de ciência surge com o seu próprio juízo de valor, cessa a plena compreensão dos fatos."
TRAIDOR
O professor que faz política em sala de aula é um duplo traidor. Trai a confiança do aluno na sua imparcialidade e na crença de que um professor não abusará da sua posição de poder para tratar de assuntos que transcendem o universo acadêmico, e trai também a ciência que representa, pois a partir do momento em que se posiciona, não há como saber quantas e quais distorções ele haverá de fazer sobre a matéria que deveria ensinar para que ela se adeque à sua cosmovisão.
No Brasil atual, porém, nem acho que essas traições sejam a faceta mais condenável da saturação ideológica vivida em nossas salas de aula. A consequência mais perniciosa dessa politização é que ela serve para encobrir a acachapante incapacidade de nossa escola de cumprir sua missão. Se você reclamar de algum profissional por ele não estar conseguindo cumprir seu trabalho a contento, a maioria deles haverá de buscar melhorar e se sentir embaraçado pela crítica.
Diga a um professor brasileiro típico que seus alunos estão analfabetos, ou não sabem fazer uma multiplicação, ou que não dominam qualquer outra competência básica que qualquer pessoa precisa ter em sua vida e ele lhe responderá que "educação é muito mais do que isso", "essa é a agenda neoliberal da formação para o trabalho", "isso é reducionismo", "a formação do cidadão crítico e consciente é muito mais importante" e outras tertúlias.
Com essa ideologização, o establishment educacional brasileiro se blinda, vira refratário a qualquer autoanálise e bloqueia toda tentativa de reforma que objetive melhorar o desempenho dos nossos alunos. Nossa ideologização não é apenas um mal em si mesmo: serve para encobrir e perpetuar o mal maior, que é o nosso fracasso educacional.
Desnecessário dizer que é esse fracasso, mais do que qualquer ausência de espírito "crítico e consciente", que condena nossa sociedade à pobreza, à desigualdade e a tudo aquilo que os professores militantes dizem combater.
Não poderia concordar mais, portanto, com o diagnóstico do movimento Escola Sem Partido. Sou partidário da causa. Mas discordo da posologia. A solução para esse problema não é uma lei. Nem uma lei que proíba os professores de se posicionarem politicamente, como aquela aprovada em Alagoas e que tramita em outros Legislativos estaduais, nem aquela que defende a mera colocação de cartazes em sala de aula alertando alunos contra a pregação dos mestres, como quer o projeto de lei federal. Creio que ambas serão inúteis, porque não se pode fiscalizar o que ocorre em cada sala de aula do país, e o aluno não tem poder para impedir que seu professor destile sua cantilena.
Alunos e famílias que protestam sozinhos contra os desmandos de suas escolas costumam ser hostilizados e perseguidos pelos professores. A lei que proíbe os professores de se pronunciarem politicamente também me parece ser inconstitucional.
Há alguns anos fiz uma consultoria para o Ministério da Educação sobre sistemas educacionais de excelência. Uma das conclusões, resumível em uma frase, é de que, nos países de ponta, o consenso substitui a legislação, enquanto que no Brasil a legislação substitui o consenso.
Nossos problemas educacionais –tanto a ideologização quanto a péssima qualidade do ensino– têm a mesma causa-raiz: quase ninguém se importa com o que acontece em nossas escolas, quase ninguém reclama. Não precisamos de mais leis. Precisamos, isso sim, de pais e mães que devotem uma porcentagem minúscula de seu tempo para saber o que acontece na aula de seus filhos e se organizem para, juntos, reclamar junto ao diretor de sua escola ou à Secretaria de Educação do seu município ou Estado.
Pode apostar e me cobrar: no momento em que um professor ou diretor souber que vai ser incomodado por um grupo de pais porque seu filho teve uma aula medíocre ou eivada de propaganda política, começaremos a ter a educação de que precisamos."

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Botaram no Fiofó da Dilma. Mas Só a Cabecinha (Ou : o Brasileiro é Cordial até na Hora do Troca-Troca)

Depois de intermináveis palavrórios e surreais verborragias, depois de infindáveis romarias de sandices, o saldo final do Senado Federal : Dilma Rousseff fica impedida, em definitivo, de ser Presidente da República - de ser presidenta, as gramáticas e os dicionários a impediam há muito tempo. Impedida de ser Presidente, porém, não de concorrer a ou de exercer qualquer cargo público, sinecura ou teta da União que lhe forem confiados. 
Ou seja, botaram no cu da Dilma, mas só a cabecinha. E ainda com vaselina, KY e creme rinse Colorama!
Até então, no meu parco e porco entendimento, sempre supus que, ao ser cassado, ao ser enxotado para fora do poder público feito o cão sarnento que é, o sujeito, automaticamente, ainda que, infelizmente, de forma temporária, por 8 anos, ficava impossibilitado de atuar na vida pública, inelegível; a exemplo, o ex-presidente Collor. Isso, até ontem.
Ontem, usando o termo empregado pelos próprios parlamentares que conduziram Dilma para fora do Planalto, pela saída de serviço, o Senado Federal "fatiou" a votação. Votaram no impeachment e, em separado, na manutenção ou não dos direitos políticos de Dilma Rousseff; quando, repito, sempre nos foram dados exemplos de que os dois processos, cassação e inelegibilidade, eram organicamente atrelados.
Impediram Dilma da Presidência da República, mas mantiveram seus direitos políticos. Já nas próximas eleições, Dilma poderá se candidatar a qualquer cargo eletivo que lhe aprouver, até mesmo, julgo eu, ao de Presidente; já amanhã (hoje) poderá assumir qualquer pasta, secretaria ou ministério que algum aliado julgar por bem lhe outorgar.
Botaram no cu da Dilma. Mas só a cabecinha. E ainda com vaselina, KY e creme rinse Colorama. E ainda chamaram para algoz da sentença um cara de pau pequeno. Quando deveriam ter jogado areia, chamado o Kid Bengala e dito : vai lá, Kid, sem dó, enterra até as bolas!
O brasileiro é cordial até no troca-troca!
O que mostra, mais uma vez, o que repito à exaustão por aqui : não há correntes ideológicas divergentes que justifiquem quase 30 partidos no Brasil, a briga entre eles não é em defesa de um ideal ou de uma maneira de governar, não há esquerda ou direita verdadeiras no Brasil, todo mundo é ambidestro na política brasileira, roubam com as duas mãos, a única ideologia que os rege - a todos - é a do poder pelo poder.
Tudo encenação, a rivalidade partidária no país.O político brasileiro se equilibra habilmente num prodigioso malabarismo - talvez único no mundo : todos os partidos são inimigos uns dos outros e todos são amigos entre si, ao mesmo tempo. Todos são  inimigos, até que venha o segundo turno. Nos palanques e diante das câmeras, digladiam-se; findo o expediente, tenho certeza, abraçam-se, congratulam-se por mais um dia de trabalho e saem juntos para tomar um chopp, para um happy hour, tudo às nossas custas, claro.
A impressão que me passou a tal da votação fatiada foi a de que a coisa, nos bastidores, pode ter transcorrido mais ou menos assim : a oposição chegou para Dilma e disse : - o seguinte, Dilma, Lula e petralhas em geral, vocês cagaram. Cagaram feio. Brabo. E ainda sentaram em cima e espalharam. Nós vamos usar essa cagada para colocar em vossos vermelhos e estrelados cus, tudo bem? Da mesma forma que, pegassem-nos em similar vacilo, valeriam-se de mesmo expediente para nos infligir semelhante sodomia. Mas será uma enrabada apenas simbólica, alegórica, enrabada pra tucano ver. Colocaremos em seus abastados rabos com todo o jeitinho, com o jeitinho que tornou nossa nação mundialmente famosa. Colocaremos em vossos corruptos cus, mas com vaselina e só a cabecinha, vocês deixarão o centro do poder, mas continuarão a orbitá-lo, como os parasitas que sempre foram.
Botaram no cu da Dilma. Mas só a cabecinha.
O brasileiro é cordial até na hora do troca-troca. Cordial não é bonzinho, gentil, cordato. Cordial é aquele que, por interesses escusos e sub-reptícios, espera do outro reciprocidade de tratamento, que espera que o outro fique a lhe dever um favor.
Quem não deve, não teme pelo próprio cu. Mas todos devem na política brasileira. Quando forem os tobas do PMDB, do PSDB etc que estiverem na reta, esperarão em troca a mesma gentileza no rompimento de suas pregas que concederam a Dilma Rousseff.
E há de se entender, admitamos. Não sei, não, posso estar errado, e comumente estou, mas a julgar pela leveza e elegância dos passos e dos caminhares de Dilma, pela fineza e delicadeza de seus modos, maneiras e falas, não me surpreenderia se, por debaixo daquele tailleur vermelho, daquele vestidinho da Mônica, daquele uniforme da comunista moderna, existisse um grelo de uns 20 cm. Pelo menos. 
Todo cuidado é pouco na política nacional, meus amigos. Pãããããããããta que o pariu se é! Até eu teria feito um acordo, um conchavão.