sábado, 30 de junho de 2012

Homem É Processado Por Ter Bilau Pequeno

Um caso curiosíssimo está a acontecer na cidade de Porto Grande, Amapá. Uma mulher de 26 anos, advogada, está processando um homem de 53 anos, comerciante. Motivo : pau pequeno, uma coisinha ridícula.
Antes de se casarem, eles namoraram durante dois anos e, ao longo desse tempo, nunca mantiveram relações sexuais, abstinência justificada pelo homem por conta de suas convicções religiosas.
Aí, a coisa já começa a ficar estranha. Um cara de 53 anos arruma uma mulher com metade de sua idade para quê, se não para se chafurdar em carne nova? Uma mulher com metade da idade só para ser corno? E sendo ela tão fogosa, tão afeita ao sexo como se revelou depois do casamento, como aguentou ficar dois anos sem dar um tapa na peteca? Ficou?
Na noite de núpcias, veio a surpresa : o pau do noivo tinha apenas 8 centímetros de comprimento, isso duraço, com as veias arrebentando. Não fazia nem cosquinhas na digníssima, nem que enfiasse no toba.
A mulher, agora, acusa o marido de usar sua convicção religiosa para esconder o pau pequeno. Se bem que um pau desse tamanho nem precisa de muita coisa para esconder. Ele teria alegado motivos de fé para evitar contato íntimo antes do casamento e ser desmascarado, disse a mulher, que afirmou também nunca ter tido prazer sexual com o marido.
Mas será que nem mesmo uns pegas o casal dava? Será que a donzela nunca ousou dar uma alisada na jeba durante um amasso? Ou será que o cara, quando ia namorar, colocava algum tipo de prótese, digamos assim, para manter a farsa, uma calabresa, um pepino, sei lá?
O que parece é que a moça, sendo o homem um próspero comerciante local, estava excitada era com a bem-dotada conta bancária dele. Tanto que ela está processando o ex-marido por "insignificância peniana", e pedindo uma avantajada indenização na justiça, R$ 200 mil pelos dois anos de namoro e mais onze meses de casamento. 
Palavras da "lady" : "Se eu tivesse visto antes o tamanho do ‘problema', eu jamais teria me casado com um impotente". Finíssima, a moça. Educação suíça.
Com o caso tornado público, o comerciante virou motivo de chacota na sua pequena cidade, de pouco mais de 15 mil habitantes. Sim, porque existem duas coisas que a língua do povo não perdoa, escracha mesmo : o corno e o cara de pinto pequeno.
O comerciante ficou conhecido na região - e para todo o sempre, que esses apelidos não desgrudam nunca - como o célebre Toninho Anaconda. Há!Há!Há! O brasileiro é foda, presta para quase nada, mas é expert em cunhar apelidos. Ananconda...puta que o pariu! Perfeito!
Toninho Anaconda, no entanto, não se intimidou. Também está processando a ex-mulher, por ela ter exposto sua intimidade publicamente e gerado prejuízo para sua honra e negócios.
A literatura médica considera que um caralho seja um micropênis, uma estrutura incapaz de dar prazer a uma mulher, quando mede 2,5cm ou menos. Com um pau acima dessas medidas, muita boa vontade e imaginação (e, por que não?, um vibrador), é plenamente possível, dizem os estudiosos (todos homens, creio eu), que a mulher seja saciada por seu parceiro.
Então, é aquela velha história, nem é o pau do cara que é tão pequeno, é xana dela que é muito larga, uma loca de respeito.
Vistas ao supradito, Toninho Anaconda está sendo muito bondoso para com a ex, em processá-la apenas por tê-lo exposto à humilhação pública.
Não sei porra nenhuma de legislação, mas uma vez processado por "insignificância peniana", acusação essa sem nenhum respaldo na literatura médica, Toninho Anaconda bem que poderia processá-la por "magnitude vaginal", o famoso túnel de metrô.
O processo tramitará no Tribunal de Pequenas Causas.

Não É Carnaval, Mas É Madrugada (9)

Quando o Carnaval Chegar
(Chico Buarque)
Quem me vê sempre parado,
Distante, garante que eu não sei sambar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


Eu tô só vendo, sabendo,
Sentindo, escutando e não posso falar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


Eu vejo as pernas de louça
Da moça que passa e não posso pegar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


Há quanto tempo desejo seu beijo
Molhado de maracujá...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


E quem me ofende, humilhando, pisando,
Pensando que eu vou aturar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


E quem me vê apanhando da vida,
Duvida que eu vá revidar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


Eu vejo a barra do dia surgindo,
Pedindo pra gente cantar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


Eu tenho tanta alegria, adiada,
Abafada, quem dera gritar...
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar


Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Professora Recomenda A Pedagogia Da Vara De Marmelo

Recebi a sugestão deste assunto em um comentário anônimo feito aqui no blog. Confesso que não estava com muita vontade de comentar sobre ele, mas achei a reprodução do bilhete dando uma fuçada pela net e resolvi fazer umas breves considerações.
O bilhete, supostamente, teria sido enviado por uma professora à mãe de um aluno-problema, de 12 anos. No bilhete, ela sugere uma via alternativa ao possível malogro de uma conversa amigável : a boa e velha surra, a tradicional sova.
Ofendidos e indignados, os competentíssimos pais do "anjo" denunciaram a docente, que já foi afastada pela Secretaria de Educação, para averiguações.
Não sou de defender professor - aliás, não sou de defender ninguém -, porém, parece-me que a professora, neste caso, é a vítima. E a única que será punida. Não uma vítima de todo inocente, mas a vítima.
Vítima de pais ineptos, ausentes, descompromissados e incapazes de transmitir aos filhos as regras básicas de respeito e educação; de pais que terceirizam a educação dos filhos, que transferem ao Estado (e, às vezes, aos próprios filhos) responsabilidades que são suas.
Esses pais deveriam se sentir envergonhados com o bilhete da professora, e não indignados. Ainda que de maneira desastrada, o bilhete é um puxão de orelha nos pais, não na criança, um conclame para que os pais assumam as rédeas de suas crias, esqueçam os psicólogos fajutos, a professora diz. Ou seja, tomem vergonha na cara, tenham o trabalho de criar seus filhos.
O bilhete é também um desesperado pedido de socorro da docente, para que os pais deem um jeito no que nem ela nem a escola - impedidos por leis permissivas - podem dar, é um pedido de socorro de quem quer, simplesmente, trabalhar em paz.
Sem defender nem condenar nem justificar as sugestões de cintadas e varadas, o que um professor enfrenta, hoje em dia, nas salas de aula, só outro professor sabe.
Desrespeito, desacato, indiferença, agressões verbais (físicas, algumas vezes), pressão de diretores e supervisores para a aprovação em massa dos alunos (saibam eles o conteúdo, ou não), o que só vem a minar ainda mais a autoridade do docente, jornadas de trabalho exaustivas para amealhar um salário que lhe garanta um mínimo de dignidade etc.
Alguns professores têm estrutura para aguentar e seguir em frente, quases ilesos, outros, não; alguns conseguem se blindar contra isso, conseguem desenvolver mecanismos de defesa - geralmente passam a tratar o sistema, os pais, os alunos, os superiores hierárquicos, com a mesma indiferença e desfaçatez com que são tratados, tornam-se cínicos, mas sobrevivem, subsistem -, outros, não, não conseguem se defender, quebram, desmantelam-se. Parece ser o caso dessa professora.
Se for para punir, que sejam punidos os pais, ou, pelo menos, também os pais. Já passou da hora dos pais serem chamados judicialmente às suas obrigações.
Vítima também, a professora, do MEC, nosso emérito Ministério da Educação e Cultura, que cada vez mais dá sua chancela à instituições de ensino superior sem a menor qualificação para formar profissionais competentes, os tais cursos superiores à distância, virtuais, online, o caralho.
Arrisco-me a dizer que a professora, vistos os erros crassos de concordância, pontuação e ortografia, deve ser egressa de uma dessas arapucas, de um desses caça-níqueis da educação.
Se uma punição for mesmo necessária, ainda que a título de uma satisfação à sociedade, que sejam punidos o MEC e as faculdades online (ou não) que distribuem diplomas a semianalfabetos.
Vítima, a professora, finalmente, do Governo do Estado de São Paulo, que a admitiu em seus quadros funcionais, vítima de um governo que, conivente com o MEC e faculdades, e a troco de um salário de fome, atestou a (falsa) competência dela à função de lecionar.
Se uma punição for mesmo imprescindível, ainda que na vã tentativa de uma moralização do público, que seja dada ao Governo do Estado de São Paulo, o estado de maior receita da sétima economia mundial e que serviços de tão baixa qualidade dispõe aos seus cidadãos.
Se for para punir só a professora, é melhor que esqueçamos a história, que deixemos para lá. Se for para exonerar a professora de seu cargo, que os pais do menino percam a guarda sobre ele, que o MEC seja extinto, que o Secretário da Educação seja deposto e que o governador Alckmin sofra impeachment.
Mas não vai ter como, a conta dessa licenciosidade vai sobrar toda para a professora. No país campeão do futebol, o professor é sempre o culpado.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Brasileiro Será Fuzilado Na Indonésia (Ou : Vou Me Embora Pra Jacarta)

Natural do Rio de Janeiro, instrutor de asa-delta, típico playboyzinho carioca, Marco Archer Cardoso Moreira, sofreu uma queda de parapente em Bali, em 2003, e foi transferido a um hospital da vizinha Cingapura. Parapente é aquela merda que não decidiu se é uma asa-delta ou se é um paraquedas.
Sem ter como arcar com os custos totais do tratamento, e sendo constantemente cobrado pelo hospital, Marco fez o que qualquer cidadão honesto e de bem faria : resolveu traficar uns quilinhos de cocaína para pagar a dívida.
O garotão esperto (com 40 anos na época) viajou para o Peru, adquiriu pasta de cocaína e voltou ao Sudeste Asiático, sua intenção era vender a droga na Indonésia e pagar o hospital. Para ele, seria apenas mais uma inconsequente aventura, mais uma história de viagem para o carioca safo contar aos amigos, na beira da praia, tomando chopp e ouvindo a merda de um funk; em meio a muita gesticulação, risadas, arrotos e coçadas de saco, ele contaria como viajou àqueles paraísos tropicais e ainda se deu bem em cima dos nativos.
Dinheiro para ir até o Peru e comprar coca, ele tinha, para pagar o hospital, não.
Acontece que o incauto rato de praia se esqueceu de que não estava no Brasil. Pego no aeroporto de Jacarta, com 13,4 kg de cocaína na bagagem (ainda hoje uma das maiores apreensões de droga no país), Marco foi grampeado pelos homens da lei, enjaulado desde 2004, julgado e condenado a morte por fuzilamento.
A única maneira de uma pena de morte ser revogada na Indonésia é através do perdão presidencial. Perdão já negado por duas vezes pelo presidente Susilo Bambang Yudhoyono. Preso há oito anos, a sua execução deverá se dar nas próximas semanas, segundo um procurador da justiça em fala ao Jacarta Post.
Com o cu na mão, o canalha recorre, agora, à presidente Dilma. "Só a Dilma pode me salvar", proclama o calhorda, que se diz profundamente arrependido.
Quando foi brincar de riquinho traficante, ele não pensou em toda a trilha de crimes, mortes, aliciamento de menores, prostituição etc que os 13 kg de cocaína percorreram até chegar em suas mãos, nem na trilha de mesma natureza que eles seguiriam depois de sair delas.
Agora, diz-se arrependidinho, fica choramingando para a Dilma interceder em seu favor, quer que a presidente de um país use de todo o corpo diplomático da nação para tirar um bandido do xilindró. 
Talvez queira se valer da notória simpatia que a presidente, e todos os de seu partido, nutrem por criminosos, não renegando a própria origem. Mas, desta vez, de nada lhe valerá uma possível simpatia, ou mesmo uma identificação com seu caso, por parte dos governantes brasileiros.
Uma vez no território de um país, todos estão sujeitos às sua leis, nativos ou turistas. Isso é um dos princípios básicos da soberania nacional. Não importa se o estrangeiro conheça ou não as leis daquele país, ninguém pode alegar desconhecimento das leis como defesa.
Um presidente de uma nação pedir a outro presidente que vá contra uma decisão da justiça de seu país é algo extremamente complicado, e sujeito a uma série de implicações. 
Se Dilma pede e é atendida, fica devendo favor, e o credor pedirá favores tão ou mais constrangedores que o concedido; ao interceder em assuntos internos de outro país, ficará sujeita a que outros países se sintam à vontade para também aqui interceder; se Dilma intercede e o indonésio recusa o pedido, a imagem dela ficará enfraquecida dentro e fora do país; por fim, um estrangeiro ser perdoado de um crime do qual um cidadão indonésio não seria, garante uma boa queda na popularidade presidencial, um entrave para as próximas eleições.
Não vai ter jeito. Ele vai mesmo para a paredão. Serão 12 atiradores disparando suas armas simultaneamente, mas apenas duas estarão carregadas com munição verdadeira, para que ninguém saiba o autor do tiro fatal.
Marco disse que um procurador foi ter com ele há um mês e o fez assinar um papel sem timbre, provavelmente lhe dando ciência de sua execução. Disse, ainda, que o procurador "brincou" com ele, perguntando sobre o que ele gostaria como último pedido. "Três garrafas de Chivas Regal e duas mulheres", foi a resposta do safardana. Merece ou não merece o paredão?
Das milhares de coisas que faltam ao Brasil para ele começar a se tornar uma nação civilizada, a pena de morte pro safado, pro vagabundo, pro canalha, é uma delas.
Parabéns ao governo indonésio.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Peludas Versus Desmatadas

Saudades dos anos 70 e 80, saudades do matagal crescendo livre, saudades da Cláudia Ohana.
Hoje, a mulherada sai protestando pelada contra o desmatamento, pelo veto ao novo código florestal e outras faltas do que fazer (antes que eu me esqueça, à puta que o pariu com o Rio + 20).
Peladas de tudo, desmatadas até o grelo. Não preservam nem a própria floresta, infringem todas as leis ambientais. Não protegem nem a área de várzea, não poupam nem mesmo a necessária e vital mata ciliar. Uma coisa ridícula. 
E depois reclamam que há tempos não veem o pau-brasil. O pau-brasil, a verdadeira madeira de lei, o perobão de responsa, só cresce e viceja em terreno com farta cobertura vegetal.
Saudades dos anos 70 e 80, (quase) saudades até dos topetões, das costeletas e do sovaco cabeludo da Baby Consuelo.
Porque sexo tem que ter pelo. Quem diz que não, acreditem, deve ter fortes tendências pedófilas.

domingo, 24 de junho de 2012

Charles Bukowski, Um Nocaute

Para A Puta Que Levou Meus Poemas
dizem que devemos evitar remorsos pessoais num poema,
ser abstratos,
e há razões para isso,
mas deus do céu,
doze poemas perdidos e não tenho cópias!
você também levou meus quadros, os melhores!
é demais: está querendo acabar comigo como todo mundo?
por que não levou meu dinheiro?
é o que costumam fazer com os bêbados caídos nas calçadas,
da próxima vez leve meu braço esquerdo
ou uma nota de cinquenta
mas não os meus poemas:
não sou Shakespeare mas pode ser que um dia não existam mais,
abstratos ou não,
sempre haverá grana e putas e bebuns
até que caia a última bomba,
mas como disse Deus,
cruzando as pernas,
acho que criei poetas demais
e muito pouca poesia.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Bispo, Pero No Mucho

O careca da foto abaixo, no maior dos amassos com a loira (a entrelaçá-lo pela cintura com as pernas), dando um metidão subaquático, é Fernando María Bargalló, bispo da Diocese de Marlo-Moreno, em Buenos Aires, e presidente da Cáritas na América Latina e Caribe.
A foto teria sido tirada em janeiro de 2011, em águas da costa mexicana, em um resort de luxo.
Com esta merda toda de globalização, internet e o escambau, o mundo virou um lugar muito perigoso de se viver, e muito chato. Não se pode nem mais cometer um pecadozinho em sigilo, que ele já vira acontecimento planetário. Antigamente, o cara fazia as cagadas dele e só tinha que prestar contas lá no fim, lá no inferno, pro capetão; bons tempos em que o capeta era o único risco a se correr.
O bispo, de 59 anos, diz que a mulher da foto - uma empresária do ramo gastronômico em Buenos Aires - é apenas uma amiga de infância e que, na ocasião, encontraram-se por acaso no México, onde estavam por motivos distintos.
O reencontro do bispo com a amiga de infância foi denunciado pelo jornal argentino Diários y Notícias. Sempre tem um filho da puta de um alcaguete para estragar a festa alheia; o jornal teria chegado até o local através de uma denúncia anônima feita por uma mulher. 
Deve ter sido alguma biscate que o bispo não comeu. Biscate não comida é uma desgraça.
Quando um cara não traça uma biscate, não importa o motivo que ele alegue, é porque ela é muito da baranga, é porque o cara não tem o menor tesão nela. Acontece que as biscates se têm na mais alta conta, simplesmente não aceitam sua condição de indeglutíveis. E se vingam. Feia e puta é uma merda.
A foto causou revolta na Santa Sé argentina, que encaminhou o fato ao Vaticano. Agora, os efebos do Papa estudam o caso para ver se vão punir ou forçar a renúncia do bispo Fernando, que, aos 59 anos, ainda consegue meter de pé, dentro d´água.  Deve misturar viagra na hóstia, o filho da puta.
Milhares de denúncias sobre padres pedófilos ao redor do mundo e nada acontece. Contudo, basta que um eclesiástico honre o caralho com o qual nasceu e faça feliz uma mulher adulta, vacinada, independente, dona e senhora de seus atos e decisões, para que corra o risco de ser punido, até excomungado.
O problema da igreja não é com a quebra dos votos de celibato, é com a buceta. O problema é a buceta. Se o bispo tivesse passado o rodo em algum coroinha, estaria tudo certo.
Saborear um bucetão vermelho-vivo, mal passado, sangrando, bem à moda churrasqueira portenha, não pode, é pecado. 
Comer o rabo e chupar pirocas de menininhos, pode. Está liberado. Deus faz vistas grossas.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Analfabetismo Democrático

O regime militar (1964-85) - vulgarmente chamado de ditadura militar -, como todo regime de exceção, proibia a veiculação de ideias que julgasse subversivas ao sistema, ou ameaçadoras aos seus propósitos.
Muitos jornais, músicas e livros foram censurados, e seus autores chamados a depor. Se bem que a proibição de uma obra ocorria geralmente de forma tardia, depois dela já ter sido lançada e alcançado as lojas, bancas e livrarias.
Eu mesmo cheguei a ouvir muita música proibida na época e li alguns livros "subversivos", sempre algum acabava escapando em um uma livraria ou biblioteca, ou no fundo da prateleira de uma loja de discos. Mas ainda que o veto a uma obra não impedisse, muitas vezes, o acesso a ela, o fato é que o regime militar proibia livros. O que é inadmissível e indefensável.
A chamada democracia brasileira, via de regra, não proíbe jornais e livros. Houve alguns casos nos dois governos Lula, mas poucos, digamos que não foram numericamente significativos, embora abram precedentes perigosíssimos.
A democracia brasileira não proibe livros. Ela é muito mais engenhosa - e eficiente - na forma de impedir que ideias e informações que deponham contra o regime cheguem ao povão. A ditadura proibia que se lessem certos livros, a democracia proíbe que bem se alfabetizem os alunos.
Genial! Maquiavelicamente brilhante! Proibir livros - e principalmente manter e fazer valer a proibição - é trabalho árduo, de constante vigilância e oneroso, envolve a contratação e o treinamento de censores, de fiscais e agentes que investiguem e autuem os infratores etc. Sem contar que é uma atitude nada simpática, que em nada colabora para a popularidade e o sossego de um governante.
Criar gerações e mais gerações de semianalfabetos dá muito menos trabalho, além de sair muito mais barato. Proibir é um trabalho diário, um cabo de guerra interminável. Ao passo que uma vez mal alfabetizado o povo de um país, os livros podem ser escritos, publicados e expostos nas livrarias à vontade, sem medo. Não haverá quem se interesse em lê-los.
E é justamente a estratégia que a democracia brasileira vem empregando nas últimas duas décadas.
As atuais leis que regem o ensino público desfiguraram a escola, subverteram seu propósito básico, introduzir a criança às letras, aos números e aos rudimentos do conhecimento acadêmico. E cobrar severamente que ela aprenda.
Com o trágico retorno desta democracia que aí vemos, a escola foi declarada para todos. Nada é para todos. Uma vez declarada para todos, tornou-se terra de ninguém. Não existem normas de conduta claras, não há obrigações para o aluno e seus pais, não há mecanismos legais que deem suporte à manutenção de um ambiente minimamente ordeiro.
A escola, sob o simpático e canalha pretexto da inclusão social (todo canalha é simpático), virou um centro de convivência forçada, ou um local de socialização, como preferem os pedagogos, sociólogos e outros da mesma laia.
O acesso à escola deve ser dado a todos, o acesso. A permanência no ambiente escolar, porém, deve ser garantida apenas aos que a ele se adequam, aos que a ele são afeitos e o prezam.
Hoje, contudo, há todo o tipo de gente confinado aos bancos escolares; principalmente gente que não tem - não nasceu com - a menor afinidade pelo estudo, pelo conhecimento sistematizado.
A escola de hoje não é mais a escola-escola. É uma grande creche para adolescentes, ou uma disfarçada prisão de regime semiaberto. Sim, levando em conta que o nosso código penal, falsamente humanitário, impede a prisão do menor de 18 anos, que ele fique, então, preso nas escolas, nos prédios em que, antigamente, habitavam as escolas, e que delas só herdaram o nome em letras apagadas em suas fachadas; só fachada.
As escolas públicas são autênticos barris de pólvora, panelas de pressão, intestinos constipados, verdadeiras zonas de conflitos. Aprender em um ambiente destes? Só se o cara for muito bom, ou tiver muita sorte; trabalhar e ensinar, idem.
A grossa maioria sai mesmo semianalfabeta das escolas, incapaz de ler e entender mais que o nome do itinerário do ônibus que a levará ao trabalho e a trará de volta à casa. Saem da escola levemente domesticados e adestrados, sabendo balbuciar monossilábicos e apertar alguns botões, habilidades que lhes garantirão um bom subemprego e a felicidade idiota por ter este subemprego.
Repito : há duas décadas, a democracia brasileira proíbe que corretamente se alfabetizem as novas gerações.
Diante disto, chega a dar pena da ingenuidade truculenta dos militares, que meramente proibiam livros.
Analfabetizar a população é muito mais inteligente. E é serviço que só se faz uma vez. Tornado analfabeto uma vez  (e iludido que é alfabetizado), analfabeto para sempre. É irreversível.
Para o analfabeto diplomado, um livro é a própria Pedra de Roseta de Champolion, tão estranho quanto um artefato alienígena. O sujeito nunca quererá nada com eles, os livros.
A boa notícia para os escritores é que, enquanto perdurar esta democracia, dificilmente serão censurados, ou levados a algum porão para prestar "esclarecimentos"; a ruim é que, cada vez mais, menos e menos pessoas se disporão a ler seus livros, ou serão capazes de.
Sou pela volta da escola-escola, da escola para quem gosta da escola. E pela volta da ditadura, se para a volta da escola-escola preciso for.
No clássico 1984, George Orwell nos mostra um Estado totalitarista e implacável em que a desconstrução da linguagem escrita é um dos mecanismos de controle sobre a população. Orwell ficaria surpreso em ver o quanto uma democracia é muito mais eficaz neste sentido.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Quem Presta Menos? Alguém Presta?

À esquerda, o ex-futuro-de-novo-presidente Lula (cambaleante, caquético, entupido de câncer até o cu, mas ainda - e sempre - se fingindo à esquerda); à direita, de polegar em riste, sempre sorridente e vitorioso (o PT foi em busca dele para uma aliança, e não o contrário), um dos filhos das putas mais espertos do mundo, Paulo Maluf; e, ao centro, uma bichona nova, que nem faço ideia do nome.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Jair Bolsonaro Responde

A Revista Época, de 02/07/2011, publicou uma matéria em que o deputado Jair Bolsonaro responde a várias perguntas feitas pelos leitores da revista. Sei que é notícia "velha", mas não tive conhecimento dela na época e hoje a revista caiu por acaso em minhas mãos. Achei interessante postá-la aqui. A matéria foi feita logo após o intrépido paladino Bolsonaro ter sido absolvido de um processo disciplinar no Conselho de Ética.

Entrevista Revista Época - Jair Bolsonaro
Gostaria de saber qual seria a sua reação se alguém de sua família decidisse abertamente pela homossexualidade.
Pio Barbosa Neto, CE
Jair Bolsonaro -
Seria problema dele. Se essa fosse sua opção para ser feliz não estaria (nem poderia) ser proibido por mim mas, certamente, não iria me convencer a frequentar minha casa.
Qual o limite entre a liberdade de expressão e a ofensa à dignidade daqueles que não se enquadram na sua concepção, como os homossexuais?
Alexsandre Victor Leite Peixoto, AL
Bolsonaro -
Minha luta vitoriosa no Congresso foi contra a distribuição do kit gay nas escolas do 1º grau. Não podia me omitir diante do material que estimulava nossos meninos e meninas a ser homossexuais. E deviam se orgulhar dessa condição. No mais, tudo é demagogia, pois certamente não acredito que nenhum pai possa se orgulhar de ter um filho gay. Homossexualismo é comportamento.
Se você estivesse precisando de uma transfusão de sangue e o único sangue doado fosse de um homossexual, aceitaria a transfusão?
Matheus Nunes, RJ
Bolsonaro -
O risco de ser contaminado com o sangue de homossexual é 17 vezes maior do que com o de heterossexual. Duvido que alguém aceite sangue doado por homossexual sabendo desse risco. Cuidar da minha saúde é diferente de ser preconceituoso.
O que o senhor acha sobre a possibilidade de adoção de crianças por pais homossexuais?
Daniel Tonatto, RS
Bolsonaro -
Somos produtos do meio. Uma inocente criança adotada por pais (?) homossexuais certamente será influenciada e possivelmente seguirá o exemplo dos mesmos. Em vez de aceitar a mentira de que é melhor uma criança ser adotada por casal homossexual, prefiro uma séria política de paternidade responsável.
O senhor não acha que estão querendo acirrar ainda mais a homofobia, tratando os homossexuais com diferenciação?
Luiz Curvelo,
RJ
Bolsonaro -
O PLC 122 que está para ser votado no Senado visa, por exemplo, a condenar de 2 a 5 anos uma pessoa que se negue a vender sua bicicleta a um homossexual. Se aprovado, fará com que um homicida cumpra menos anos de prisão do que quem chame alguém de gay ou bicha.
Se o PL122/06 fosse aprovado, intimidaria os assassinos de homossexuais. Qual seria a ação que o Legislativo deveria tomar para garantir os direitos da população LGBT?
Camilo Oliveira, RJ
Bolsonaro -
A maioria dos homossexuais é assassinada por seus respectivos cafetões, em áreas de prostituição e de consumo de drogas, inclusive em horários em que o cidadão de bem já está dormindo. O PLC 122, na prática, criará uma categoria de vítimas privilegiadas, ou seja, com proteção especial em virtude de sua opção sexual. Assassinar um heterossexual é menos grave que matar um homossexual. Hoje, por exemplo, mais de 10 esposas/companheiras são assassinadas por dia. O que intimidaria a prática de qualquer crime seria a certeza de punição rápida e justa, sendo a pena cumprida em sua totalidade sem qualquer regalia e com trabalhos, ainda que forçados, que pagassem o sustento do preso.
O senhor diz que bateria no seu filho, caso ele fosse efeminado. Frases desse tipo não são, na verdade, uma tentativa de aparecer na mídia e, assim, se eleger novamente?
Flávia de Oliveira, SP
Bolsonaro -
Quando se perde o argumento me acusam de estar à procura de votos. Se posso mudar o comportamento de um filho agressivo ou desrespeitoso por que não poderia mudar o efeminado com a mesma atitude? Homossexualismo, como regra, é comportamento e não genética.
O senhor acha que um deputado federal precisa ser desprendido de preconceitos para avaliar com mais imparcialidade as leis?
Suzan Vitorino, PE
Bolsonaro -
O Congresso é formado por pessoas de todas as vertentes da sociedade e cada parlamentar tem o dever de defender as ideias que o seu eleitorado lhe confia. Se lutar para impedir a distribuição do kit-gay nas escolas de ensino fundamental com a intenção de estimular o homossexualismo, em verdadeira afronta à família é ser preconceituoso, então sou preconceituoso, com muito orgulho.
O Estado por lei deve ser laico. Você não acha errado, como deputado, usar argumentos religiosos para reforçar sua crítica contra homossexuais?
Diego da Cunha, RJ
Bolsonaro -
O Estado é laico, mas seu povo não. Somente católicos e evangélicos somam mais de 90% de brasileiros. A religião é fator de união dos povos e não pode ser desassociada da família, dos bons costumes e da moralidade.
Gostaria de saber se o deputado segue algum tipo de religião.
Suzana Marques, RJ
Bolsonaro -
Acredito em Deus, essa é a minha religião. Sou um católico que, por 10 anos, frequentou a Igreja Batista.
Qual a sua opinião sobre a legalização da maconha?
Carlos Magno, RJ
Bolsonaro -
Entendo que a “Marcha da Maconha” faz apologia ao consumo da maconha, porta de entrada para as drogas pesadas. Estudos sérios indicam que o uso da maconha causa grandes malefícios aos seus usuários, particularmente aos mais jovens e, por esse motivo, sou contra a legalização.
Qual a opinião do senhor sobre a democracia?
Paulo Azevedo, RJ
Bolsonaro -
Vivemos um período de pleno emprego, segurança, liberdade e respeito entre 1964 e 1985. Se houver uma pesquisa entre pessoas com idade superior a 60 anos tenho certeza de que a quase totalidade concordará com essa afirmação. Hoje temos medo de ir à escola, pois corremos o risco de sermos assaltados ou assassinados, mesmo durante o dia. Nossa “democracia” é governada por “líderes” que idolatram “democratas” como Fidel Castro, Hugo Chávez, Ahmadinejad e Khadafi.
“A maioria dos homossexuais é assassinada por seus respectivos cafetões, em horários em que o cidadão de bem já está dormindo”
Várias vezes o senhor comentou em entrevistas que era a favor de uma possível volta do governo ditatorial no Brasil. Por quê?
Rafael Lima de Oliveira, CE
Bolsonaro -
É mentira que o regime militar foi uma ditadura. Foi uma necessidade para aquele momento, e a adoção do regime foi motivada por anseios de todos os segmentos da sociedade, incluindo a mídia em geral e a igreja. Essa afirmativa pode ser comprovada com a leitura de jornais e revistas da época. Há 25 anos os militares são vilipendiados diuturnamente, inclusive acusados de torturadores, e as Forças Armadas permanecem como uma das instituições mais confiáveis do país, o que induz ao entendimento de que fizeram um bom governo.
Se o senhor se diz partidário da família, dos bons costumes e dos cristãos, por que ser defensor da ditadura?
Raquel Pereira de Medeiro, SP
Bolsonaro -
É uma grande mentira atribuir o adjetivo de ditadura ao regime implantado no Brasil, no período de 1964 a 1985. Ditadura, à época, existia em Cuba e perdura até os dias atuais, onde os integrantes da cúpula do nosso governo vão passar férias e idolatram Fidel Castro. O que os militares fizeram naquele momento foi evitar a implantação da ditadura do proletariado que, certamente, estaria perdurando até os dias atuais, a exemplo de Cuba.
Em qual aspecto o senhor sente mais falta do regime militar?
Darlan Westphal Bittencourt da Cunha, SC
Bolsonaro -
Do respeito às autoridades, aos professores, do pleno emprego, da segurança e da seriedade como se tratava a coisa pública. Não há notícia de um só oficial-general, coronel, capitão ou sargento que tenha enriquecido. Essa foi a principal causa do Brasil ter passado da 49ª para a 8ª economia mundial, os militares não eram corruptos.
A Comissão da Verdade seria revanchismo?
Jonhatan Amaral, CE
Bolsonaro -
Partindo do princípio de que todos os integrantes serão indicados pela presidente da República, não se pode esperar imparcialidade do que for relatado. O que se pretende é elaborar relatórios mentirosos, endeusando os petistas e demais adeptos da esquerda e satanizando os militares para que conste em livros didáticos uma nova história escrita de forma unilateral e mentirosa. Assim, fica claro que é um ato revanchista.
O senhor por algum motivo tem medo da divulgação dos documentos da época da ditadura militar?
Claudecir Soares Barboza, PR
Bolsonaro -
Quem tem que ter medo é o pessoal da esquerda, pois tais documentos podem comprovar os recursos vindos por intermédio de Cuba para financiar a luta armada no Brasil. Fidel Castro deveria ter uma estátua, do tamanho do Cristo Redentor, como símbolo da democracia petista. Ditadura vivemos, sim, hoje em dia, em que o governo impede a criação de qualquer CPI e fecha o Congresso com medidas provisórias.
Durante o regime militar foi introduzida a disciplina escolar "Moral e Cívica". O senhor acredita que ela deveria retornar ao currículo dos alunos da rede pública?
Lucas Felizardo, RS

Bolsonaro -
Além da disciplina “Moral e Cívica”, cantava-se o Hino Nacional com a mão no peito e levantava-se na entrada e saída do professor da sala de aula. Sem disciplina e educação séria não existe futuro promissor. Hoje tirou-se a autoridade do professor na sala de aula, adotam-se livros que ensinam a falar e fazer contas de formas erradas e ainda querem introduzir material didático para estimular nossos filhos a ser homossexuais.
Gostaria de saber se seria possível um golpe militar nos dias atuais. E, como ex-militar, se isso viesse a ocorrer, quais seriam as melhorias imediatas?
Adriano Barbosa de Souza, MG
Bolsonaro -
Os militares não dão golpe. As Forças Armadas são instituições permanentes e, tradicionalmente, sempre atenderam os anseios do povo, já que desde suas criações são formadas por integrantes de todos os segmentos sociais. Assim foi em 1964. O povo, sim, é que deveria dar um “golpe” nos maus políticos que iludem a boa fé dos eleitores. Alguém tem alguma dúvida que programas assistencialistas, como o Bolsa Família, que acostuma o homem à ociosidade, são um obstáculo para que se escolha um bom presidente? Já dizia o saudoso Luiz Gonzaga: “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.
O que o senhor acha que seria preciso para a direita conservadora voltar a ter voz na mídia nacional?
Gabriel da Costa Neto Nunes, DF
Bolsonaro -
A mídia, atualmente, depende basicamente de recursos governamentais. Assim, por necessidade, discrimina e sataniza os políticos de direita, já que o governo é de esquerda.
O senhor tem alguma pretensão de criar um partido realmente de direita, já que o seu próprio PP faz parte da bancada governista de esquerda?
Robson Tavares de Abreu, RJ
Bolsonaro -
É muito trabalhoso e caro criar um novo partido, já que ele nasce sem horário para a propaganda na TV e no rádio. O PP, embora apoie o governo, não patrulha seus deputados, que têm liberdade de expressar suas opiniões e votos, como é o meu caso.
Qual a sua opinião quanto à criação do Partido Militar Brasileiro?
Roberto Lanius, SC
Bolsonaro -
Creio que os militares, por suas limitações econômicas e políticas, encontrarão muitas dificuldades para manter um partido com essa denominação, pois faltarão argumentos para angariar votos de civis. O PMB é um partido natimorto até porque seu presidente, um capitão da PM de São Paulo, declarou que repudia o que denominou “golpe de 1964”. Gostaria de lhe perguntar se endeusa os que mataram o jovem tenente Alberto Mendes Júnior, no Vale do Ribeira, e se sua preferência é pelos militares das Forças Armadas ou pelo bando de Carlos Lamarca.
O senhor fala que é livre para votar em matérias sem obrigação do partido. Por que votou na MP que pode esconder as falcatruas nas licitações para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas?
Fernando Pedro da Silva, RJ

Bolsonaro -
Foi um de meus raros votos com o partido. Só um idiota pode acreditar que qualquer obra possa ser realizada com gastos secretos. Pelo projeto, o TCU e o MP têm acesso a todas as fases da licitação. Após a concorrência, o governo abre o seu orçamento. Desde o fim do período militar, as falcatruas tornaram-se regra no Executivo.
Há reais intenções em desmilitarizar as polícias estaduais para caminhar em direção à unificação? O senhor é a favor do fim do alistamento obrigatório?
Wagner Pereira, SP
Bolsonaro -
Na realidade há outras intenções por parte de quem defende essas ideias, tal como retirar o porte de arma de policiais e bombeiros militares fora do serviço. Há de se ressaltar que somente 5% dos alistados são aproveitados e a quase totalidade dos jovens que incorporam são voluntários. Os que serviram as Forças Armadas sempre lembram com muito orgulho seu passado de recruta.
“Fidel Castro deveria ter uma estátua, do tamanho do Cristo Redentor, como símbolo da democracia petista”
O senhor acha necessário que exista algum controle de imigrantes que venham trabalhar no Brasil? A direita europeia está certa em restringir a imigração?
Toni Ricardo Eugênio dos Santos, SP
Bolsonaro -
Sim. E mais, o Brasil não pode continuar crescendo à taxa de 3 milhões de habitantes por ano. Sem uma política de planejamento familiar fica inviável combater a miséria, a fome e a violência. Por outro lado, estrangeiros vêm ao Brasil pela falta de mão de obra especializada em nosso meio.
É verdade que o senhor votou num projeto de lei para acabar com o 13º Salário, FGTS, Licença Gestante e outros direitos trabalhistas, conforme consta num e-mail que circula pela internet?
Gesiel Oliveira, PA
Bolsonaro -
Essa foi uma das grandes mentiras do PT para conquistar maioria nas eleições de 2002. Na web, a campanha foi massiva contra os candidatos do PMDB, PFL, PTB e PP. Os candidatros do PT e PC do B foram os grandes beneficiados com essa campanha difamatória. Tais direitos estão incluídos no art. 7º da Constituição, considerados como “cláusula pétrea”. Portanto, não passível de supressão nem por proposta de emenda à Constituição, muito menos por projeto de lei como foi divulgado.
Os militares terão aumento neste ano?
Wilton José Soares de Medeiros, PB
Bolsonaro -
A decisão de reajustar a remuneração dos militares é privativa da Presidente da República, Dilma Rousseff, que assumiu compromisso, por escrito, de manter a política salarial de seu antecessor, com recomposição anual. Entretanto, até o momento, se nega a discutir tal assunto.
Como motivar nossos militares se os salários nas Forças Armadas são baixos e outras carreiras de Estado têm salários melhores?
Paulo da Silva Gomes, RN
Bolsonaro -
Por ano, mais de 500 oficiais e praças de carreira deixam as Forças Armadas, sendo a maioria por aprovação em concurso público. Não dá para ser patriota com uma família para sustentar e passando necessidade. O governo sempre se prevaleceu da disciplina para subjugar os militares. O revanchismo ainda fala alto no governo do PT.
A MP 2215/2000 está parada no Congresso Nacional há quase dez anos. O que ela representa para a família militar?
Claudio Oliveira, RJ
Bolsonaro -
A Medida Provisória 2215-10, que trata da Lei de Remuneração dos Militares, é originariamente de dezembro de 2000. Seu relator, Romeu Tuma, faleceu sem poder colocá-la em votação. Essa MP provoca enorme desestímulo para a carreira. Infelizmente o Legislativo não tem independência para votá-la e o Executivo parece ter interesse na deterioração do material humano militar.
Gostaria de saber como anda o seu projeto em relação ao fim do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Felipe Azevedo, RJ
Bolsonaro -
O lobby da OAB no Congresso é muito forte. Tal exame rende, anualmente, milhões de reais aos cofres da entidade. No período militar não existia tal exame e os alunos eram melhores formados que nos dias atuais, e não eram extorquidos pela OAB.
Por que o senhor é contra o exame da OAB? O senhor não acha que acirrará ainda mais o mercado de trabalho dos advogados?
Murilo Silva Lacerda, MG
Bolsonaro -
É um absurdo que depois de, no mínimo, 5 anos de estudos e aprovação em uma faculdade autorizada a funcionar e fiscalizada pelo governo, um bacharel fique impedido de exercer sua profissão por exigência de uma entidade que se diz democrática. Discordo de que a liberação dos formandos acirrará ainda mais o mercado de trabalhos dos advogados. Em todas as demais profissões existem bons e maus profissionais e sempre que ocorre excesso de profissionais a lei de mercado faz com os jovens busquem alternativas.
Caso fosse eleito Presidente da República, quais seriam suas 3 prioridades?
Rubem B. Weber, PA
Bolsonaro -
Obrigado pela lembrança e, se fosse o caso, conduziria o país de forma semelhante ao período entre 1964 a 1985, quando o professor era valorizado, o policial sentia orgulho de sua profissão, o Congresso tinha moral e o Judiciário era respeitado.
Deputado, quando e por que o senhor foi demitido do serviço ativo do Exército Brasileiro?
Nelson dos Santos Carmona, BA
Bolsonaro -
Não fui demitido, mas sim transferido para reserva remunerada, por força de imposição legal, ao ser diplomado vereador pelo Município do Rio de Janeiro, em 21 de dezembro de 1988.
O senhor não acha que, se explanasse suas ideias de forma mais branda e sem partir para o lado pessoal, teria uma maior aceitação do público em geral?
Amanda Ferreira, DF
Bolsonaro -
Sem contundência ninguém é ouvido. Temos excelentes deputados que expressam suas ideias de forma polida e por isso não encontram eco na mídia.
Como o senhor avalia a abordagem da imprensa em geral com suas opiniões?
Allysson Almeida, RJ
Bolsonaro -
Nunca me dão o benefício da dúvida. Para mim, tudo é fato consumado. Não posso ter opinião contrária, pois sou tachado de preconceituoso. Tenho paz na consciência e falo o que penso e tenho apoio de considerável parcela da sociedade.
O deputado avalia que suas declarações são divulgadas corretamente ou distorcidas?
Ednilson Souza, DF
Bolsonaro -
Acontece de tudo. Minhas declarações vendem jornais e revistas e dão audiência no rádio e na TV. As distorções são apenas detalhes.

domingo, 17 de junho de 2012

Padre É Flagrado Com Coroinha De 12 Anos

O canalha da foto ao lado atende pelo nome de Marcelo de Matos Tinoco e pelo título de padre. Pela fisionomia, já se vê que é cabra safado, escroto, mas ainda assim - e principalmente por causa disso - era considerado o braço direito da Catedral Santa Maria Mãe de Deus, da diocese de Castanhal, estado do Pará.
Na madrugada de quinta para sexta-feira (15/06/12), uma viatura da polícia militar, que fazia ronda na periferia da cidade para verificar uma denúncia de roubo de motocicletas, suspeitou de um carro parado no acostamento.
Abordado pelo cabo Florisvaldo e pelos soldados Diorgenes e Elenilson, o ocupante do carro desceu, se identificou como secretário da diocese de Castanhal e disse que estava sozinho no veículo. Desconfiados do nervosismo do padre, os policiais olharam no interior do automóvel e constataram a presença de um adolescente de 12 anos no banco de passageiros.
Ao ordenarem que o adolescente saísse do veículo, os policiais ficaram surpresos em ver que ele estava com o que eles chamaram de "ereção genital". Ou seja, o amiguinho do padre tava de pau duro, de pistola em riste. O adolescente é coroinha do padre há quatro anos e sonha também em ser sacerdote.
O padre, então, ainda teria tentado convencer os policiais a não procederem contra ele. “Depois de confessar que beijou e tocou nas partes íntimas do menor, o padre ficou nervoso e disse que faria qualquer coisa para não ser conduzido até a delegacia”, concluiu o soldado.
O padre socou uma bronha e fez um chupisco no coroinha, só não entubou de acordo porque os policiais chegaram antes e estragaram a festa.
Rapidamente, o bispo da Diocese de Castanhal, Dom Carlos Verzelleti, correu à delegacia em socorro do subordinado e impediu que a imprensa fotografasse o pedófilo, que ficou o tempo todo isolado numa cela especial, longe dos outros detentos.
O safado foi
autuado no artigo 217 do Código Penal, por estupro de vulnerável, e encaminhado para exame de corpo delito no IML. Se condenado, poderá pegar de oito a quinze anos de reclusão, período em que será diariamente enrabado pelos presos, nem será castigo para ele, será recompensa.
Mas o mais provável é que a igreja católica, ainda muito influente no norte do Brasil, interceda pelo padre e consiga sua absolvição, ou pena alternativa. Pena alternativa como a dada ao padre estadunidense Wallace Harris, em fevereiro deste ano. Condenado pelo abuso de mais de uma dezena de crianças nos anos 80, o Vaticano o sentenciou a uma "vida de oração e penitência".
Sem dúvida que uma vida de oração e penitência seria um puta dum castigo para mim, por exemplo. Mas para um padre? Não é justamente com isso que ele se compremete ao fazer os votos, quando de sua ordenação?
Dentro da igreja, a pena máxima é a excomunhão, que significa literalmente colocar o sujeito fora da comunhão. Grande merda também. Grande merda de castigo colocar o sujeito fora da comunhão com um deus inexistente e um bando de fanáticos.
O cara tem é que ir pra cadeia, feito qualquer outro pedófilo filho da puta. Colocado na cela do Ditão Pé-de-Mesa. E nada de oito a quinze anos de pena, que acabam sendo reduzidos a três ou quatro se o safado tiver bom comportamento. O pedófilo tem que pegar prisão perpétua, que pedofilia é distúrbio mental e não tem cura. Basta soltar o cara e logo, logo, ele estará molestando criancinhas de novo.
Ou então capar o desgraçado. Já que não há perpétua no Brasil, deveria ser instituída a castração do pedófilo, e até a costura de seu cu, se possível.
Com o escândalo tornado público em Castanhal, o delegado responsável pelo caso espera que agora outras possíveis vítimas do padre venham a procurar a polícia para denunciá-lo, e mais reforçar o processo contra o sacerdote, que coordenava diversas atividades da igreja junto à comunidade, inclusive um grupo de jovens.
O menor já está na casa da mãe e será encaminhado a um centro especializado para receber atendimento médico e psicológico. E tomar um banho frio, para ver se baixa aquela piroca - estão pensando o quê?, o padre é o maior profissa em boquete.

Fonte : Diário do Pará

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Bardo Edvaldo Santana

Quem não conhece Edvaldo Santana, está perdendo tempo, e há muito tempo. O cantor e compositor paulista já contabiliza com 35 anos de carreira independente e lançou em 2011 o seu sétimo trabalho solo, Jataí; na minha opinião, o mais belo de seus álbuns.
Não entendo nada de música, estas coisas de harmonia, melodia, arranjos etc, sou absolutamente analfabeto em teoria musical. Mas quem entende, conta que Edvaldo Santana tem do bluesman do Mississipi e do cordelista do sertão, tem de rock e de candomblé, tem de Gonzagão e Jimi Hendrix, e por aí vai. O que sei é que muito me agrada a sonoridade de suas canções.
Contudo, foram suas letras que mais me chamaram a atenção quando travei contato com sua obra, através do programa Bem Brasil, TV Cultura, apresentado pelo também ótimo Wandi Doratiotto.
Engana-se quem pensa que são simplesmente letras para vestir sua música. O que Edvaldo Santana escreve é poesia da pura! Poesia disfarçada de letra de música popular. Poesia tão genuína que, muitas vezes, nem a percebemos como tal, e essa é a verdadeira poesia, aquela que não se anuncia, aquela que se faz apenas sentir.
Não à toa, Edvaldo Santana é camarada de Tom Zé e Arnaldo Antunes, já compôs com Luiz Melodia, Sérgio Sampaio e Paulo Leminsky. Jataí é trabalho individual, sem parcerias ilustres, e não fica nada a dever aos anteriores; pelo contrário, os supera em diversos momentos.
Jataí é um disco muito mais para ser lido do que para ser ouvido. É disco para escutar quando estamos sozinhos, depois de todas as obrigações cumpridas, filho e gatos tratados, com a casa já posta a dormir.
Como prometido em postagem anterior, posto agora a letra de Aí, Joe, composta por Edvaldo em memória a um grande amigo falecido.
Quem se interessar pelo álbum Jataí, ele está disponível para download no próprio site oficial do cantor e compositor, http://www.edvaldosantana.com.br/index.html
Outros álbuns podem ser baixados no excelente Um Que Tenha

Aí, Joe
(Edvaldo Santana)
Foi chegando como se não
Quisesse nada, meu bom
Foi deixando o papo rolar, no vapor
Se instalou no fundo da casa
Na cadeira sentou
Bebeu todo whisky da mesa e sonhou
Bebeu todo whisky da mesa e sonhou...
Tava lá Baudelaire
Muita gente de pé
Tinha até irlandês no Bloomsday com colar de pajé
Levantou a poeira do solo sagrado
Pegou sua voz e voou
Foi pra vila cantar Jorge Amado
Oxalá e Nonô
Levantou a poeira do solo sagrado
Pegou sua voz e voou
Foi pra vila cantar Jorge Amado
Oxalá e Nonô
Aí, Joe
Onde é que você anda?
Da última vez que eu te vi
Nós fechamos o bar
Aí, Joe,
Naquela noite sem fim
´Cê queria falar.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Tartarugas Se Divorciam Após 115 Anos De Casamento

Todos os rituais e sacramentos da igreja católica datam da Idade Média, alguns mesmo de antes. O casamento e sua frase de fechamento "até que a morte os separe" é um deles. Esta ideia de que o que deus uniu, o homem não separa, aparece em registros do próprio apóstolo São Paulo (10-67) em sua primeira epístola aos coríntios (antes que comecem a me estranhar, digo que pesquisei para obter essa informação, ou estão achando que comecei a ler a porra da bíblia?).
Na Idade Média, ou antes dela, era tranquilo atender a esta determinação da igreja. O cara casava lá com seus 18, 20 anos e vivia até os 30; na Idade Média, quem alcançasse os trinta anos era considerado um sobrevivente, mais de 40 anos, era o próprio Highlander.
O cara ficava casado oito, dez anos, no máximo, e a morte o redimia. E sempre havia a chance dele sair numa Cruzadazinha qualquer e ficar alguns anos fora. Trancava a buceta da esposa num cinto de castidade e ia matar mouros. Em tempo : dizem que quando o homem inventou o cinto de castidade, foi inventado também o primeiro abridor de latas.
E hoje? O sujeito casa e vive até os 70, 80, 90 anos. A morte não chega nunca!!! O cara não aguenta e rescinde o contrato que fez com deus.
E, pelo visto, não esperar a libertadora morte não é mais exclusividade do bicho humano.
Os responsáveis pelo zoológico de Klangefurt, na Áustria, tiveram que realizar o "divórcio" de Bibi e Poldi, duas tartarugas gigantes com 115 anos, juntas desde pouco depois de seus nascimentos.
Bibi, a fêmea, já caduca e histérica, começou a atacar Poldi, o macho, já caduco e broxa.
"Nós temos a sensação que uma não consegue mais nem aguentar a visão da outra", disse a chefe do zoo, Helga Happ, ao "Daily Mail". 
Especialistas em reconcialiação matrimonial foram chamados para orientar o vetusto casal, em vão. Bibi manteve-se intransigente. Eles chegaram a dar comidas afrodisíacas ao casal, para reaquecer a relação e trazer a diversão de volta ao casamento. Eu nem faço ideia do que pode ser afrodisíaco para uma tartaruga de 115 anos; aliás, para qualquer coisa que tenha 115 anos.
As tentativas do zoo continuam : "Esperamos de verdade conseguir uni-los novamente", disse Helga Happ  ao jornal.
A direção do zoológico desmente, mas boatos circulam pelas alamedas e jaulas do zoo. Que a belicosidade de Bibi contra o esposo Poldi tem como pivô uma tartaruguinha tracajá recém-chegada da Amazônia, uma queloniazinha na flor da idade, uma ninfetinha de 90 anos.
Pois é, humanos, tartarugas...somos todos animais. É como já disse o grande Luiz Gonzaga em sua canção Capim Novo : Nem ovo de codorna, Catuaba ou tiborna, Não tem jeito não, Não tem jeito não, Amigo  véio pra você tem jeito não, Amigo véio pra você tem jeito não, não, não. Esse negócio de dizer que Droga nova, Muita gente diz que aprova, Mas a prática desmentiu, O doutor disse Que o problema é psicologico, Não é nada fisiológico, Ele até me garantiu, Não se iluda amigo véio, Vai nessa não, Essa tal de droga nova, Nunca passa de ilusão. Certo mesmo é Um ditado do povo: Pra cavalo véio, O remédio é capim novo. 
Fonte : Vírgula UOL

terça-feira, 12 de junho de 2012

Gayviões Da Fiel

Os torcedores do São Paulo há muito levam a fama de serem os viadinhos do futebol brasileiro, os bambis; apelido cunhado, parece-me, pelo jogador corintiano Vampeta.
Sempre me pareceu altamente suspeito que um cara que tenha posado pelado para a GMagazine e que, hoje em dia, é dono de uma boate GLS, ficasse fazendo insinuações jocosas a respeito da masculinidade de outrem. É a velha história do espelho de obsidiana.
Finalmente, a verdade foi revelada.
Os verdadeiros queima-roscas do futebol brasileiro são os corintianos. Os corintianos são os campeões nacionais do tesão na argola. Só assim para o corinthians ganhar algum título.
Gaviões, porra nenhuma! No máximo, são beija-flores, colibris da fiel. Ou serão pica-paus? Os trocadilhos infames são infinitos.
O Instituto de Pesquisa do DataFolha ouviu 3.364 participantes da Parada Gay da Cidade de São Paulo, ocorrida no domingo (10/06), e o resultado foi o seguinte : 35% se declararam corintianos, 22% eram são-paulinos, 11% torcedores do Palmeiras, 5% do Santos e 3% do Flamengo. Não torcem para time algum, 17%, e 7% citaram outros times.
Abaixo, reproduzo a reportagem na íntegra, extraída do jornal A Folha de São Paulo, caderno Cotidiano, 12/06/2012.

Torcedores do Corinthians são maioria na Parada Gay de SP, diz DataFolha
Torcedores do Corinthians e do São Paulo foram maioria dos participantes da 16ª edição da Parada Gay de São Paulo, segundo o Datafolha.
A proporção de torcedores de cada time de futebol no evento foi semelhante ao encontrado na cidade de São Paulo, conforme a última pesquisa sobre o tema, de agosto do ano passado.
Entre os frequentadores da parada, 35% se declararam corintianos, 22% eram são-paulinos, 11% torcedores do Palmeiras, 5% do Santos e 3% do Flamengo. Não torcem para time algum, 17%, e 7% citaram outros times.
Na cidade de São Paulo, os índices são bastante parecidos: 33% torcem para o Corinthians, 22% para o São Paulo, 16% para o Palmeiras, 7% para o Santos, 3% para o Flamengo e 15% não têm preferência por nenhum clube de futebol.
Entre o público feminino, a vantagem do Corinthians é maior. Entre as mulheres ouvidas, 40% dizem torcer para o clube do Parque São Jorge. O São Paulo, que vem em segundo lugar, tem 24% do público feminino. Já entre os homens, 32% são corintianos, enquanto 24% dizem torcer para a equipe tricolor.
Mas a maior diferença está entre os jovens. Entre a faixa etária dos 12 aos 20 anos, 43% são corintianos, contra 24% de são-paulinos, 9% de palmeirenses e 6% de santistas. Entre os maiores de 51 anos, 30% torcem para o Timão, 14% para o São Paulo, 12% para o Palmeiras e 10% para o Peixe.
O Datafolha ouviu 3.364 pessoas durante a marcha de domingo. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Foi a primeira pesquisa Datafolha na história da Parada Gay. O levantamento apontou também que 270 mil pessoas participaram da marcha e que 40% são de fora da cidade.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Aí, Joe, Onde É Que Você Anda? Da Última Vez Que Te Vi, Nós Fechamos O Bar

Amigo, asseguram as gramáticas e os dicionários, é um substantivo; também pode ter função de adjetivo, o que me parece muito adequado, e de adjetivo dos bons. Mais que um adjetivo, até.
Amigo é vocábulo que congrega e funde em si dezenas de bons adjetivos, e verbos; amigo é uma colmeia de adjetivos trabalhando dia e noite, e em sincronia.
Amigo - aquele dos legítimos - talvez pertença a uma classe de palavras ainda não estabelecida, a dos supersubstantivos, ou a dos supradjetivos.
Falo do amigo que divide eras - antes dele e depois dele -, do amigo que a gente não constrói nem conquista, apenas olha e reconhece, que dá carona pra festa, que pede dinheiro emprestado pra cerveja, que estuda junto com você se você quiser, ou que não estuda nada e compartilha a nota ruim se você só estiver a fim de desabafar.
Falo do amigo que muda nosso modo de pensar, que remodela nossos caráter e personalidade, ou, pelo menos, faz aflorar em nós facetas até então escondidas, mesmo insuspeitas, falo do amigo que desenjaula nosso Mr. Hyde e pula pelos telhados e se esgueira pelos becos com ele.
Falo do amigo que vira espelho, oráculo, referência newtoniana, do amigo que nos ensinou mais que a enciclopédia Barsa.
Falo do amigo - e desgraçadamente é o mesmo - que vai sumindo de nossa vida com o passar do tempo, gradativamente, e nós também da vida dele.
Falo do amigo que, depois dos quarenta anos, vemos e conversamos quase que só em memória. Andamos com ele pelas ruas sem ele ao lado, vemos coisas que ele gostaria de ver e nos lembramos dele, passamos em frente de lugares que frequentávamos e um pedacinho de nossos fantasmas para por alí, para tomar um sorvete, comer uma pizza, tomar uma cerveja, os fantasmas se divertem e nós seguimos com a vida (seguimos com a vida, fazer o quê?), lembramos de alguma piada, ou de uma situação embaraçosa vivida por nós, e rimos sozinhos (quase um choro alegre), parecendo loucos para os loucos que andam normalmente pelas ruas.
Depois dos quarenta anos, voltamos a ter amigos invisíveis.
Falo do amigo que igualmente nos carrega a tiracolo de sua memória, que também lembra de nós quando assiste a um filme antigo, ouve uma música ou vê uma revista de mulher pelada, do amigo que também vive com vontade de nos telefonar, e acaba não telefonando, não por desfaçatez ou desimportância, porque é assim.
Falo do amigo que morreremos sem dizer o quanto lhe queremos bem, o que ele já sabe, mas que - puta que o pariu! - adoraria ouvir de nossa boca, nem que fosse só pr'ele dizer, deixa de viadagem, vai lá pegar outra gelada; falo do amigo que talvez morra antes de nós sem dizer o quanto nos quer bem, o que já sabemos, mas que - puta que o pariu - adoraríamos ouvir de sua boca, nem que fosse só para lhe dizer, deixa de viadagem, vai lá pegar outra gelada.
E é o que vou fazer nessa quase virada de dia (ou de noite), pegar a última ampola na geladeira, imaginando o amigo a praguejar contra a marca da cerveja, a reclamar que só compro da mais barata, que no dia seguinte acordará com dor de cabeça e caganeira.
Desligo a TV, apago as luzes. Bebo-a em silêncio respeitoso, quase de funeral - o que, de certa forma, não deixa de ser.
Logo nascerá mais um dia de trabalho improdutivo.

OBS : o título da postagem é um verso da belíssima canção Aí, Joe, de Edvaldo Santana (CD Jataí - 2011), composta em intenção a um amigo falecido, um amigo destes que falei, canção cuja letra eu pretendia reproduzir aqui e à qual umas poucas linhas serviriam de introdução, poucas linhas que foram se avolumando e se transformaram numa postagem independente, empurrando a canção para postagem posterior, amanhã ou depois.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Santos E Heróis

O artista italiano Igor Scalisi Palminteri, sem ideias próprias e originais, resolvou fundir duas de suas paixões : santos e super-heróis.
E, claro, já está causando a maior celeuma entre os grupos ligados à igreja católica, que o acusam de desrespeito e blasfêmia.
A verdade é que tudo é mitologia, Osíris, Superman, Zeus, Homem Aranha, Odin, Freud, X-Men, Cristo, Batman, Buda, Capitão América, Platão, Virgem Maria etc.
A merda é que à mitologia vigente dá-se o nome de religião, como se tais personagens realmente existissem e lhes devessemos algum respeito; mitologia, já disse alguém, é o nome que damos à religião do outro.
A obra desse artista me lembrou um episódio esquecido de minha infância - ou o que hoje chamam de pré-adolescência. Eu contava com 12 ou 13 anos e estudava num colégio de padres nessa época; o porquê disto é estória que fica para outra vez.
Taí o Jesus América
Havia um padre lá que não ia muito com a minha cara (ainda bem, escapei de ser abusado). O tal clérigo era professor de religião do colégio e encerrava sua aula com uma oração, um pai-nosso ou uma ave-maria.
Até aí, tudo bem, são orações simples, de letras pobres e sem imaginação, decorei-as facilmente. Não que fosse um colégio exclusivo para católicos, ou que eu fosse obrigado a frequentar as aulas de religião, mas sempre preferi passar despercebido, não chamar a atenção. Então, eu imitava os catoliquinhos e, em minha pretensão juvenil, achei mesmo que estivesse ludibriando o padre.
Porém, fui desmascarado em meu mimetismo religioso, traído pela minha condição de canhoto. Ao fim da oração, a classe fazia o sinal da cruz, que também memorizei facilmente, só que eu o fazia com a mão esquerda, sem me dar conta disto, por pura questão de aptidão manual, não tinha me tocado que as ovelhinhas usavam a mão direita para se benzerem.
Um dia o padre me chamou e me passou uma descompostura; disse que eu não estava tentando enganar a ele, padre Miguel, mas sim enganar - zombar, até - o Cristo, a Virgem, o Espírito Santo, Deus. Eu já cagava para isso na época, mas, de qualquer forma, fiquei um pouco envergonhado, não pela blasfêmia, por ter sido pego em meu tão caprichado embuste.
Desse episódio nasceu a antipatia dele por mim, antipatia que ele fazia questão de demonstrar sempre que possível - será que eu sofri bullying cristão?
Até que um dia, ele me viu lendo um gibi do Capitão América durante o recreio. Ele pediu para dar uma olhada, folheou, olhou com cara de reprovação - havia estórias do Capitão, do Homem de Ferro e do Mestre do Kung Fu -, devolveu-me o gibi e perguntou se eu acreditava mesmo que existissem seres humanos com tais poderes, capazes de prodígios, de feitos impossíveis. Só que perguntou isso com um ar penalizado, de uma falsa condescendência (bem católica mesmo), como quem se dirige a um ser inferior, como quem queria dizer : perdoai-o Pai...
Eu respondi que sim, que acreditava, que acreditava em seres capazes de feitos miraculosos, mas que não era tão burro a ponto de rezar para eles.
Pensei que meus pais fossem ser chamados, assaltou-me mesmo o medo de uma expulsão, mas nada aconteceu, o ocorrido ficou entre mim e o padre. Acho que, intimamente, ele acabou concordando comigo.
Batman, sempre com o Robin no Colo
De qualquer forma, as obras do artista italiano ficaram até que bem legais, e se o Papa e a igreja o condenarem por blasfêmia, deverão também fazê-lo Stan Lee, Jack Kirby, Bob Kane, Joe Shuster, Jerry Siegel, alguns dos pais celestiais da moderna mitologia dos heróis.
Mitologia é mitologia. Se é blasfêmia contra uma, é blasfêmia contra a outra; eu, na condição de ateu, posso muito bem não gostar de ver os trajes do Capitão América a vestirem o idiota do Cristo, por exemplo. Ou respeitem todas as mitologias, ou não respeitem e esculhambem todas, indistintamente; particularmente, prefiro a segunda opção.
Em tempo : esse mesmo padre Miguel tentava instalar o terror em nossas cabeças. Na vã tentativa de reprimir a punheta, afirmava que deus ficava olhando toda vez que entrávamos no banheiro para praticar "atos impuros", fato que deu origem a um de meus primeiros textos publicados aqui no blog, Deus Gosta De Ver Meninos Tocar Punheta. Já deve estar morto hoje, esse padre, no inferno, tocando uma pro capeta, felizão da vida.
Fonte : Design Taxi