quarta-feira, 31 de maio de 2017

Luana Piovani Para Ministra da Transparência

Diante dos imbróglios, dos convites e das recusas, dos disses-me-disses, da dança das cadeiras de ministro voltando a ser deputado e deixando suplente com o cu descoberto envolvendo a nomeação do novo ministro do Ministério da Transparência (nem sabia que essa porra existia, parece nome tirado de obras de ficção distópica, feito 1984 (George Orwell), Fahrenheit 254 (Ray Bradbury), V de Vingança (Alan Moore)), eu, o Azarão, preocupado que estou com os novos rumos da nação, resolvi dar o meu pitaco.
Para mostrar todo o meu espírito cívico e patriótico, para dar minha modesta contribuição à democracia brasileira, deixo aqui minha sugestão ao presidente Temer da inconteste nova Ministra da Transparência. Não me importo, inclusive, que minha indicação seja submetida a um plebiscito antes de sua nomeação oficial ao cargo. Tenho certeza de que não só sua aprovação beiraria os 100% como também sua rejeição tangenciaria o 0%.
Ela! Luana Piovani para Ministra da Transparência!
 Algum viado discorda?

O Dia da Marmota

Ela acorda e é sempre o mesmo dia.
05:00 em vermelho no mostrador do rádio relógio. Levanta pelo mesmo lado da cama, o mesmo pé a primeiro tocar o chão. Os mesmos minutos sentada ao vaso sanitário, os mesmos tantos mililitros de urina, os mesmos tantos centímetros de papel higiênico folha dupla.
Coa o café - o primeiro abraço quente de seu dia, muitas vezes o único -, sempre o mesmo gosto, e não bom, apenas necessário, burocrático; testou várias marcas, das mais baratas às mais caras, vários tipos de filtros, e qualquer café lhe parece melhor que o seu - o do consultório médico, o do seu local de trabalho, o quase sempre frio servido pelas promotoras nos corredores dos supermercados.
Abastece de ração as suas duas gatas e asseia a caixa de areia delas. Elas ronronam e se esfregam em suas pernas em sinal de gratidão - as gatas ainda lhe são gratas -, ou à guisa de pequenos e diários subornos emocionais, de tácitas propinas afetuosas para que ela continue a tratá-las e a mantê-las em vida mansa; animais domesticados aprendem e apreendem muito do comportamento humano.
Senta-se por dez, quinze minutos em seu sofá, como um detento a desfrutar de seu pouco tempo de banho de sol; toma o café, come um pão com qualquer coisa e uma fruta qualquer, assiste a algum resto, meio ou início de um programa ou de um matutino jornalístico na TV.
Acorda marido e filho. Escova os dentes. Desce com o lixo - às segundas, quartas e sextas-feiras - e sai.
Leciona para paredes descascadas, tetos mofados, janelas com vidros quebrados e esquadrias oxidadas, quadros negros desertos, dunas salgadas e estéreis de pó de giz, para rebanho muito e mouco.
Encerra o expediente vão, pega o filho à saída da escola, volta para casa. Almoça já a cozinhar a janta, a pôr a roupa na máquina de lavar, a ajudar na tarefa do filho. Almoça não arroz, feijão, salada e bife : ingere combustível para rodar até o fim de seu dia - sentirá um carro diferente paladar ou regozijo se abastecido com gasolina, etanol, diesel ou GNV?
Levar filho na natação, no inglês, no judô. Acha o professor de judô até interessante, desperta certos sentidos dela, no entanto, é japonês e ela não pretende se arriscar por pouca coisa, sonha acordada com o dia que o filho, quem sabe?, resolva trocar o judô pela capoeira.
Trânsito das 18 h, janta do filho, chegada do marido, banho, algum filme ou seriado na TV, conversas sobre amenidades e contas a pagar, preparativos para dormir, para seguir em frente enquanto toda a sua vida atrasa.
E ainda que seu sorriso seja obra conjunta de duas visitas anuais ao ortodentista e de meia garrafa diária de vodka, ela sorri. Para todos os efeitos (especiais, de 3D), ela é feliz e realizada.
Até goza, vez ou outra. Quando o marido dorme antes dela.

em tempo : o título da postagem faz referência ao filme Groundhog Day, traduzido por aqui para O Feitiço do Tempo, com o ranzinza Bill Murray e a belíssima Andie MacDowell. 

sábado, 27 de maio de 2017

Caneca Viking

Fui chamar-lhe para outra de nossas viagens, 
Para outro de nossos retrocessos. 
E sabendo, 
Fiquei possesso em ter você se adiantado; 
Fiquei enciumado 
Do seu salto sem mim ao passado. 
Vai ver nem pensou em me chamar, 
Vai ver logo me excluiu de seu itinerário... 
Tudo mal, mas tudo bem 
Tenho ainda esse papel, essa caneta, 
Essa cabeça de deficiente vocabulário 
Que bem pensa, mas mal se expressa. 
Tenho ainda minha fraca e esverdeada chama de bário 
Que não incomoda meu sono 
Porém também não me deixa hibernar. 
Tenho ainda aquela caneca viking 
Da qual brotava vinho para nossas gargantas 
E querosene para nossas retinas. 
Eu ainda a uso sobre a mesma mesa 
Em cujo redor se enraizavam os amigos 
A cantar nas madrugadas frias. 
Frias como a de hoje. 
Hoje, no entanto, a mesa está desabitada 
Só há o frio, não há o canto. 
E na caneca viking 
Onde, num bem-vindo sincretismo, 
Escorria o suor de Dionísio 
Só me é permitido, esporadicamente, 
Um inofensivo e inexpressivo chá de camomila. 
Esquecido pelos amigos e tendo que abolir os vícios.. 
Que vida mais inútil !!

terça-feira, 23 de maio de 2017

O Agente Com Licença Para Matar Pediu Licença e Morreu

Sei que vocês vão dizer que Sean Connery foi o melhor James Bond do cinema, o insubstituível e nunca sequer igualado agente 007, o espião a serviço de Sua Majestade com licença para matar. Fodam-se, vocês.
Racionalmente, eu também sei disso e concordo, até. Para minha memória afetiva, no entanto, o detentor do smoking e do dry martini com vodka (batido, não misturado) mais famosos e clássicos da sétima arte foi e continuará sendo Roger Moore. 
Isso porque o primeiro filme de James Bond a que assisti, o primeiro que tive idade para, foi Moonraker, aqui traduzido para 007 Contra o Foguete da Morte, protagonizado por Roger Moore. Foi inveja à primeira vista. Roger Moore saltou das Cataratas do Iguaçu a bordo de uma asa delta saída a um toque de botão da traseira de uma lancha, escalou e travou feroz batalha contra o Dentes de Aço dependurado no Bondinho do Pão de Açúcar e, como merecida recompensa, ao final do filme, trepou em gravidade zero, a bordo do tal foguete da morte, com uma gostosíssima bondgirl. A propósito, só nesse filme, James Bond traça cinco bondgirls.
Tem como eu ouvir falar em 007 e não recordar de Roger Moore? Aliás, de Sir Roger Moore?
Roger Moore (1927 - 2017)

sábado, 20 de maio de 2017

Kama Sutra do Punheteiro

A Jota, a sombria e enigmática autora do blog Elemento Jota, escreveu hoje a respeito de uma antiquíssima memória sua, da época de seus 16 aninhos, quando, em uma visita a uma feira de livros, adquiriu um exemplar de Cálculo I e um volume do Kama Sutra. De Cálculo, admite ela, aprendeu picas. Do Kama Sutra, suponho, também.
Ela alerta, porém, aos tarados de plantão, que o Kama Sutra não é putaria pura, não é pornografia gratuita e despropositada. Diz-nos a Jota : "Mas para aqueles que nunca deram uma boa folheada no clássico indiano adianto que não é bem por aí. O livro está mais para uma abordagem de um tipo de ioga voltada ao prazer. O que não o exclui e não torna de todo inútil."
Voltado para o prazer de quem? Só se for de algum animal invertebrado, ou de alguma contorcionista de circo, daquelas que entram dentro de uma caixa de um metro quadrado.
Eu também, é claro, já dei uma olhadinha no tal do Kama Sutra e tenho certeza de que até consigo executar, de que até consigo entrar em algumas daquelas posições. A mesma certeza que tenho de que jamais conseguiria sair de nenhuma delas. Travaria tudo. Teria cãibra até no pau.
Mas discutir as impossibilidades anatômicas do Kama Sutra é para quem já está com a vida mansa, com uma buceta ganha. Em minha solitária adolescência, a dificuldade maior em realizar o Kama Sutra não era colocar a perna atrás do pescoço, tampouco plantar bananeira equilibrado na cabeça do pau, a grande impossibilidade era arrumar uma xavasca. Nem rezando para a deusa indiana da Grande Vulva.
Aprendi muito Cálculo em minha adolescência.
Por isso, à sombra dessa dolorosa memória, deixo aqui a minha contribuição aos adolescentes tímidos e introvertidos de hoje, meninos inábeis - como eu também fui - com o sexo oposto, sofredores calados que quando querem ver uma calcinha, que não seja nem a da mãe nem a da irmã, só mesmo dando uma passeada nas Lojas Marisa.
Para eles, o Kama Sutra do Punheteiro.

Há de Ser Nada

Nada me falta. 
Há, no entanto, grande hiato em mim. 
Não há de ser nada. 
É só que ando triste de novo. 
Nada daquela tristeza vulcânica. 
É uma tristeza mais calma, mais mansa, 
Tristeza quase mecânica, 
Tristeza de quem não entende a piada, 
De quem os pés se recusam a entrar na dança. 
Nada daquela tristeza de prantos em avalanche, 
É tristeza preguiçosa 
Tristeza de lágrimas sem som e sal 
Como uma infiltração em parede velha. 

Nada me assalta 
Há, apesar disso, grande inexistência em mim. 
Não há de ser nada. 
É só que ando meio sozinho de novo. 
Nada daquela solidão oceânica. 
É solidão fininha, zumbido de pernilongo, 
Solidão que se ajeita ao nosso lado, no sofá, 
Pra comer da nossa pipoca. 
E fica quieta, sem dizer palavra 
Feito cachorro deitado aos nossos pés. 
Fidelíssima. 
Nada daquela solidão de infartar sismógrafos 
É só aquela solidão de louça suja na pia. 
De encolher e encalhar sob as cobertas com o peito encolhido. 
Solidão de quem se descobre mais querido do que imaginava, 
Solidão de livro não-publicado 
Solidão como tantas outras. 

Não há de ser nada. 
Mas essa noite será mais uma daquelas 
Em que o sono demorará a chegar.

É Melhor Jair Se Acostumando

Mesmo porque, pelo andar da carruagem, ou, melhor, do camburão da Lava Jato, só sobrará ele, o intrépido Bolsonaro, livre, fora do xilindró.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Tome, Dr., esta tesoura, e... corte, Minha singularíssima pessoa.

Porque,
Vez em quando,
O Mal e os Monstros
Precisam de um descanso,
De umas férias na Riviera Francesa
- Tomar Bordeaux com Brie -
E aproveitam para deixar
Que o Bem e os Heróis
- esses egocêntricos, vaidosos, fracos e frouxos -
Acreditem que podem vencê-los.

Porque
Toda Dalila
Tem o seu dia de Sansão.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Bukowski, Vida e Loucuras de um Velho Safado

Ao contrário do Rei Roberto, uma das metas de minha vida, talvez a única que tenha atingido, sempre foi, justamente, não ter um milhão de amigos.
Nunca fui muito de amigos, ou os amigos nunca foram muito de mim. Jamais os tive em número superior a dois ou três a cada temporada, ou estágio de minha vida. Por temporada, ou estágio, refiro-me a cada escola, trabalho, cidade ou geração da família pelos quais eu tenha passado.
Desses poucos eleitos - ou amaldiçoados -, a maioria se perdeu na poeira dos anos, virou poeira com os anos (e eu para eles), um outro tanto, jaz conservado em naftalina em velhas e emperradas gavetas da memória, visitadas vem em quando, nos meus Finados existenciais. E quatro, apenas quatro, sobreviveram às separações e às distâncias, enfim, aos trâmites normais da vida. A vida, meus caros, separa muito mais que a morte.
Quatro. Dá pra contar meus amigos nos dedos de uma mão. Até na mão esquerda do Lula.
Por isso, é de surpreender - de me surpreender, ao menos - que, em parcos oito anos de blog, eu tenha feito igual número de amigos virtuais que os que fiz em cinquenta anos de vida : quatro. 
Um de Sorocaba (SP), dois de Belo Horizonte (MG) e um de Garanhuns (PE).
E foi de um deles, um de Belo Horizonte, que recebi um puta dum presentão na semana passada. Uma biografia caprichadíssima do Bukowski, o velho Buk, o velho safado.
O livro é do caralho. À altura do biografado. À altura das loucuras, peripécias e filha da putices do velho Buk.
E para lê-lo a contento, estreei um marcador de páginas que trouxe comigo de minha viagem ao Chile no ano passado. Na verdade, um marcador de páginas adaptado, concebido originalmente para outra função, não menos nobre que a leitura. É uma propaganda de um clube de strip chileno, um bordelzinho básico, dada a mim por um rapaz que as distribuía aos passantes masculinos em uma movimentada rua da capital chilena. Guardei-a. Agora, ela encontrou sua real vocação.
Aposto que o velho Buk aprovaria o uso. Frente e verso.

Mais uma vez : valeu, Cirilo, pelo presentão. Terminei de lê-lo hoje.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Selaram seus laços eternos frente a santos torturados e foram trepar na lua-de-mel

Eles juraram fidelidade
Frente a um deus invisível e oniausente.
Ouviram conselhos de conduta e de felicidade matrimonais
Vindos de um sacerdote que nunca aturou aporrinhação
Por ter deixado levantada a tampa da privada,
Ou por ter respingado um pouco de mijo no chão,
Que nunca foi levado ao Calvário
Por ter se esquecido da data do primeiro encontro, do primeiro beijo, da primeira briga, do aniversário da sogra, ou do da tartaruga de estimação,
Que nunca caminhou pela via crucis de uma TPM.
Por fim,
Beijaram-se e selaram sua aliança eterna
Diante de santos de semblantes vazios, dementes e torturados,
Uns flechados, outros açoitados, outros degolados.
E foram para a festa,
Dançar e comer bolo
E foram para a lua-de-mel,
Trepar com vistas para o mar.

domingo, 14 de maio de 2017

Ela Disse Que Me Chamaria Para Um Oba-Oba e Zarpou em Seu Carro Branco

Ela me vê
E me chama
Quase passa com a roda do carro
Em cima do meu pé
À entrada do estacionamento do supermercado.

Ela
Saindo com seu carro
Passando pela cancela automática;
Eu
Entrando pela passagem
Expressamente proibida a pedestres.

- Passeando um pouco? - pergunta ela.
-Só comprando umas latas de cerveja, pra passar a noite, normal - digo, mostrando minha sacola retornável como prova e/ou reforço do que acabara de dizer.
(Uso sacolas retornáveis, mas não sou nenhum desses ecologistas bicholas, elas só são mesmo práticas).
- Daqui a pouco, a fulana vai lá pra casa, vamos fazer um comes e bebes - diz ela -, se você fosse solteiro, eu te chamaria pra ir com a gente, fazer um oba-oba.
- Seria bom - digo eu, com meu semblante animado de sempre.
Ela zarpa em seu carro branco
E eu subo a rampa de acesso ao supermercado
Pensando em se ela realmente me chamaria pra um oba-oba com a amiga
Caso eu fosse solteiro.
E a saber, também, que tal pensamento me acompanhará pela noite afora e adentro
E resolvo trocar as latas de cerveja
Por um litro de vodka.

Queijo é Queijo, Buceta é Buceta; Ou, A Respeito e A Despeito dos Fanceses; Ou, ainda, Gorgonzola Blues

A respeito dos queijos,
Concordo com os franceses :
Quanto mais mofados e fedorentos,
Melhores.

A despeito das francesas, 
Digo :
Só os queijos, meninas,
Só os queijos...

terça-feira, 9 de maio de 2017

O PT e Seus Capangas Apresentam Suas Armas

O PT, a maior quadrilha de bandoleiros, de saqueadores, que já passou por terras tupiniquins, e todos os seus capangas, cupinchas e mercenários terroristas pagos a soldo de pão com mortadela estão a se instalar em Curitiba para se manifestar democraticamente durante o depoimento do sapo barbudo ao implacável Sérgio Moro, o Eliot Ness brasileiro.
Democraticamente lá do jeito deles, do jeito dos comunistas canalhas que, há tempos, desde de a década de 1960, quando então fomos resguardados pela ação das Forças Armadas, querem instalar no país uma ditadura vermelha. Que democracia para comunista, para esquerdista, é isso : se você pensa como eu, liberdade plena pra você; se não, paredão do tio Fidel.
Os bandidos do MST chegaram a Curitiba e já estão a montar acampamento. Na bagagem, roupas, agasalhos, cobertores, colchonetes, papel higiênico, água e, claro, um estoque praticamente vitalício de mortadela. Tudo patrocinado por algum conclave vermelho disfarçado de ONG e sustentado com recursos públicos, ou seja, por nós, trabalhadores, pela elite branca, pelos coxinhas. Chupar minha rola, esses filhos das putas não querem, agora, dinheiro dos meus impostos de coxinha é sempre muito bem-vindo.
Deem uma olhada e sejam sinceros, esse rapazola de moletom verde e a menina de mochila preta têm cara e jeito de trabalhadores rurais? São estudantes universitários que nunca tiveram carteira de trabalho assinada, que nunca pegaram no batente, numa enxada, que são sustentados pelos seus pais, se bem que o rapazinho tem até um arzinho de que numa mandioca já pegou. E gostou muiiiiito.
Além dos gêneros de primeira necessidade, os MSTs levaram também a sua ideologia, os seus argumentos de esquerda em suas bagagens, ou seja, foices e facões.
Isso mesmo. O bando do MST foi pego em revista da Polícia do Paraná portando afiadas foices e facões. 
Wagner Mesquita, secretário da Segurança Pública do Paraná, foram apreendidos foices e facões em um ônibus de militantes do MST. Não houve prisões, pois o porte de tais artefatos não é crime, mas que foi apreendido por não ser "condizente com uma manifestação democrática".
Taí, a bandidada toda levando uma geral! Cade os cassetetes, as bolas de borracha, a cavalaria, os pastores alemães, o spray de pimenta e o gás lacrimogênio. Cadê a recepção de boas-vindas da Polícia do Paraná?

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Primeiro Round de Moro X Lula : Marba, Sadia, Perdigão e Frimesa Estão em Festa

Crise é o cacete! Recessão é a puta que o pariu!!!
Há setores da economia que nunca vão à falência, setores em que a grana pode até pingar, mas não seca nunca.
O de papel higiênico, por exemplo. O povo pode nem comer vez ou outra, mas continua cagando. Em tempos de vacas magras, claro que o cara não vai dar tratos ao cu, não vai comprar Neve folha dupla acetinada com óleo de calêndula e vitamina E, mas aquele papel cor-de-rosa, tipo lixa, que tem função tripla - limpa, coça e depila o toba -, o sujeito acaba por comprar.
Por falar em cagada, não é só na privada que o brasileiro caga, caga também e, principalmente, em público, caga de montão nas urnas eletrônicas, e sai de lá com o cu sujo, pois não tem nem mais cédulas de papel pra ele higienizar as pregas. Caga nas urnas, vota no PT. No safado do Lula e em todos os safados que o safado indicar.
Porém, devo admitir, eleger petralhas, escrotos, ensebados, desdentados que fizeram implante dentário com dinheiro público, gera milhares de empregos ao setor de embutidos, que não é o embutido no nosso cu, mas o nicho dos salames, das salsichas e, preponderantemente, das mortadelas.
Enquanto houver um petista no poder e todo um povo encostado e fazedor de filhos, que se tornarão também encostados e fazedores de outros filhos, ad infinitum, amém, as fábricas de mortadela, ou, mortandela, como diz o eleitor do PT e os por ele eleitos, continuarão de vento em popa, jamais saberão o que é recessão.
É que pra cada manifestante, em cada passeata ou manifestação, a envergar, feito porta-estandarte do carnaval do inferno, uma bandeira vermelha com a foice e o martelo, são licitadas (fraudulentamente) e direcionadas umas tantas fatias de mortadela.
Sim, tão achando o quê? Que comunista também não é capitalista? Tão achando que comunista marcha na Paulista de graça, só pra aparecer na TV Globo? Pra esse triste papel já existem o Wagner Moura, a Camila Pitanga, a Letícia Sabatela, o José de Abreu etc etc. Quem trabalha de graça é relógio. E professor.
Militante do PT cobra caro pela sua figuração. Pelas últimas cotações, cada militante, além de ser pego por um transporte clandestino na porta de sua casa, leva cinquenta reais, um boné do MST, uma camiseta pra virar pano de chão e um almoço sustancioso composto por um filão cascudo recheado com muita mortadela.
Mortadela superfaturada. Na nota, consta que é mortadela ouro da Marba; no bucho, é mortadela comum da Frimesa.
Pois, agora, os frigoríficos estão em festa, estão em dezembro, estão em seu Natal temporão, em seu carnaval fora de época, estão de mortadelas em riste.
É que o depoimento do sapo barbudo Lula ao implacável e condecorado militarmente Sérgio Moro, o Eliot Ness brasileiro, a ser realizado no dia 10/05, irá atrair e concentrar, nas portas do local do depoimento - e, espero, da sua prisão do seboso de Caetés - 20 mil militantes do MST, a milícia comandada pelo terrorista João Pedro Stédile, e mais uns tantos vagabundos das forças sindicais do país.
Essa corja toda terá seu vigor cívico sustentado, mantido e nutrido à base do quê? De ideologia marxista, leninista e bolivariana? Porra nehuma! Serão mantidos na base do pão com mortadela.
Suponhamos que cada leal militante do PT receba um pão com duas fatias de mortadela, duas no café da manhã, duas no almoço e duas na janta. Serão cento e vinte mil fatias só pro pessoal do MST - e eu me pergunto, quem é que irriga a plantação de mandioca e de banana enquanto esses "trabalhadores rurais" estão em viagem pelo país a fazer arruaça?
Consideremos, modestamente, cifra igual à dos MST para as centrais sindicais, os sem-teto, os sem-vergonha-na-cara e os militantes dos demais partidos de esquerda, mais cento e vinte mil fatias de mortadela. Chutando baixo, uma única manifestação a favor do sapo barbudo, custará, fora o pãozinho e a cachaça com groselha, no mínimo, duzentas e quarenta mil fatias de mortadela, coloquemos aí um quarto de milhão de fatias de mortadela.
Fui ao mercado e pedi duzentos gramas de mortadela. Contei o número de fatias : quinze. O que corresponde a sete e meia a cada cem gramas, ou, a setenta e cinco por quilo. Fazendo as contas, até porque os eleitores e os eleitos do PT não são capazes de fazê-las, um quarto de milhão de fatias de mortadela, contabiliza três toneladas e trezentos e poucos quilos do embutido.
Haja cavalo velho, burro manco, jegue cego pra manter a linha de produção!!!
Os equinos e asininos, nessa toada, logo entrarão em extinção. Serão a bucha de canhão, os inocentes úteis da nova e pretensa revolução e retomada petista do poder.
Sejamos autossustentáveis, companheiros. Que petistas e militantes sejam jogados às moedoras de carne dos grandes frigoríficos, que sejam transformados em mortadela e que alimentem suas novas gerações de vagabundos - da merda vieste, à merda voltarás.
Odebrecht? Porra nenhuma. A empreiteira está sendo usada como bode expiatório, boi de piranha, uma cortina de fumaça para encobrir os verdadeiros patrocinadores do caixa 2 do PT, a indústria de mortadela, os maiores beneficiados desses 15 anos de governo do PT - sim, considero o atual governo ainda do PT, afinal, a petralhada pode gritar e estrebuchar que o Temer não os representa, mas votaram no cara. Quem votou na Dilma, votou no Temer e ponto.


Instantâneos da distribuição e posterior degustação dos sanduíches de mortadela em uma manifestação pró-Dilma à época do impeachment. Isso sim é que é povo politizado, engajado e consciente de seu voto. E bonito, também!

domingo, 7 de maio de 2017

A Lua de Minissaia Multicor

A Lua tá vestida com aquele halo multicor,
Com minissaia rodada bordada de arco-íris de matéria escura,
Tá toda vaporosa em sua calcinha de algodão.

A Lua tá quase cheia
(de mim)
Dando-me a última chance de lhe chegar como um astronauta encantado
Montado em uma Apolo 11 branca.

Mas o Era Uma Vez
Era uma vez.
Os contos de fadas viraram contos da Carochinha,
Do vigário.

Não arreio meu ônibus espacial :
Arrio.

Tomo o último gole de vodka-tônica-anilina azul
E vou dormir.

São Jorge e Neil Armstrong me excluem de seus feicibúquis e uatizápis.

A Lua ri com desprezo de mim
E chora os seus restos de Sol na madrugada.

Que Fossa, Hein, Meu Chapa, Que Fossa...(42)

É Renato Russo no fim da vida, seus últimos versos, seus últimos estertores líricos, seus últimos arfares de inspiração, suas últimas metástases poéticas, seus últimos sarcomas de Kaposi alexandrinos.
Longe do Meu Lado
(Renato Russo)
Se a paixão fosse realmente um bálsamo
O mundo não pareceria tão equivocado
Te dou carinho, respeito e um afago
Mas entenda, eu não estou apaixonado

A paixão já passou em minha vida
Foi até bom mas ao final deu tudo errado
E agora carrego em mim
Uma dor triste, um coração cicatrizado

E olha que tentei o meu caminho
Mas tudo agora é coisa do passado
Quero respeito e sempre ter alguém
Que me entenda e sempre fique ao meu lado
Mas não, não quero estar apaixonado.

A paixão quer sangue e corações arruinados
E saudade é só mágoa por ter sido
Feito tanto estrago
E essa escravidão e essa dor
Não quero mais

Quando acreditei que tudo era um fato consumado
Veio a foice e jogou-te longe
Longe do meu lado

Não estou mais pronto para lágrimas
Podemos ficar juntos
E vivermos o futuro, não o passado
Veja o nosso mundo

Eu também sei que dizem
Que não existe amor errado
Mas entenda, não quero estar apaixonado.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Cerveja, Esse Medicamento é Indicado em Casos de Suspeita de Dengue

Ah, a Ciência... a juramentar nossos instintos mais baixos e louváveis... Ah, a Ciência... a corroborar e santificar nossos vícios mais salutares...
Que a cerveja é inigualável analgésico e lenitivo para dor de corno, dor de cotovelo e demais dores existenciais e da alma, todo mundo sabe e não é de hoje. Não é preciso ser nenhum douto acadêmico. Qualquer analfabeto contemplado com o temido e inevitável chapéu de touro sabe disso. É puro instinto de sobrevivência. Feito o bicho que já nasce sabendo a planta que tem que comer para se curar.
Mas que ela, a virtuosa cerveja, se preste também a aplacar dores mais mundanas e comezinhas, como as musculares, as reumáticas, as de origem inflamatória e as cefaleias, é informação nova. Não surpreende, mas é novidade.
Quem garante é uma equipe de pesquisadores da Universidade de Greenwich, em Londres. Eles afirmam que aumentar o nível de álcool no sangue, até certa concentração, pode levar a um aumento na resistência à dor. Foram analisados 18 estudos anteriores e comprovado que elevar o teor de álcool no sangue em cerca de 0,08% (o equivalente a cerca de duas canecas de cerveja) pode causar uma “pequena elevação do limite da dor” no organismo.
Bom, aí a notícia carece de exatidão. Duas canecas de que tamanho? De que capacidade? Eu tenho canecas de 300 ml, de 500 ml e uma de um litro. Duas de qual? E duas para qualquer pessoa? Como qualquer remédio, a dosagem administrada não dependeria da massa corporal, sexo, idade e outros fatores? Acredito que mais testes se façam necessários e urgentes  para estabelecer uma mais precisa e confiável posologia. Com dosagem de remédio não se brinca. Assim, coloco-me aqui, e desde já, à disposição da equipe da Universidade de Greenwich como abnegado voluntário, minha modesta e desinteressada contribuição para o avanço da ciência e o bem da humanidade.
O Dr. Trevor Thompson, que liderou o estudo, disse ao The Sun: “Nós encontramos evidências sólidas de que o álcool é um analgésico eficaz. Ele pode ser comparado a drogas opioides como a codeína, e o efeito é mais poderoso do que o do paracetamol”.
Pãããããããta que o pariu!!!! Então, a cerveja pode ser receitada também em casos de dengue, nos quais o AAS é contraindicado e substituído pelo paracetamol. E com dupla função terapêutica : alivia a dor e hidrata o sujeito, substitui também o soro fisiológico na veia. E diminui a tensão do doente, o cara não vai ficar angustiado nem reclamando de passar a noite no hospital sendo reidratado. Agora, tô tranquilo. Vem em mim, Aedes! Repelente é o cacete, vasinho com citronela na sacada é a puta que o pariu, vela de andiroba é o raio que o parta! 
Aliás, tenho cá comigo, tudo baseado no mais ortodoxo empirismo, que a cerveja seja também um excelente repelente do Aedes aegypti e/ou que auxilie o organismo, em caso de uma picada, a combater e eliminar o vírus. Explico : moro numa cidade que é empesteada de Aedes, todo começo de ano, uma nova epidemia. Para piorar, leciono em uma escola localizada num dos bairros mais afetados pela praga. Apesar disso, nunca peguei dengue. Minha esposa já a contraiu, vários e vários professores da escola, também; alguns, inclusive, mais de uma vez, tem casos de até três contágios em um único cristão.
Animado que estou pelos resultados dos pesquisadores ingleses, ouso dizer que as propriedades medicinais da cerveja vão além de mitigar as dores da alma e as físicas e de ser potente repelente e auxiliar no tratamento da dengue : a cerveja, constatei nessa minha viagem no feriadão, tem efeito antiemético, ou seja, evita enjoos, náuseas e vômitos. Pros quintos dos infernos, Dramin.
Viajamos para uma pequena cidade mineira encravada na Serra da Mantiqueira e os últimos trinta quilômetros da viagem foram de subida de serra. Estrada estreita e cheia de curvas fechadas, uma atrás da outra, tinha curva dentro da curva. Não deu outra : bateu a cinetose, que é o enjoo causado pelo movimento, mais especificamente pelas aceleração e desaceleração contínuas e repetitivas, no meu filho, acomodado no banco de trás, e na minha esposa, a dirigir. Eu, no banco do carona, a servir de copiloto, um genuíno GPS humano, nada senti, subi a serra ileso e incólume. O motivo : eu vinha me medicando desde a cidade de Campinas, já estava em meu terceiro latão de Crystal. A cerveja forra o estômago, dá um lastro, talvez contribua para a manutenção do líquido no interior dos canais semicirculares do ouvido, responsável pelo nosso equilíbrio.
Só ainda não ficou claro para os pesquisadores britânicos se o álcool reduz a dor porque afeta os receptores cerebrais ou simplesmente porque faz quem está bebendo relaxar. E quem se importa?
Porém, um único cuidado se faz necessário no uso da cerveja como analgésico. Atente para a cerveja que lhe receita o seu médico. Se o filho da puta vier lhe aviando cervejas caras, de grandes laboratórios multinacionais, exerça seu direito de consumidor, exija que ele lhe receite as genéricas, as boas e baratas.
E a seguir, uma vez que o assunto é cerveja, a nova caneca do Azarão, comprada na supracitada viagem.  

terça-feira, 2 de maio de 2017

Guaraná de Jesus Tem Poder

Se, como dizem por aí, as coisas a que aspiramos e pelas quais trabalhamos duro debocham de nossos planos e esforços e acontecem à nossa revelia, quando menos esperamos, pior são as coisas que nunca quisemos e que, feito visita surpresa de sogra acompanhada do cunhado, batem à nossa porta sem se anunciar, sentam-se à nossa mesa, apoderam-se do controle remoto da televisão e cagam de porta aberta em nosso banheiro, e nem aspergem um Bom Ar ao final da função, e nem riscam um fósforo.
A exemplos, nunca quis nem planejei me casar; quando dei por mim, estava defronte a um juiz de paz assinando um tratado de guerra - e gostei. Nunca imaginei que fosse ter um filho; quando dei por mim, estava mais inteirado do preço de fraldas e de leite em pó que de cervejas - e gostei. Nunca, jamais, em tempo algum, eu quis, sequer cogitei nem mesmo pesadelei levar um dedo no cu; quando dei por mim, lá estava eu, deitado de lado, pernas encolhidas, em posição quase fetal e ouvindo da esfericidade e do aveludado de minha próstata - e não gostei.
Nesse feriadão, porém, aconteceu coisa muito pior e mais inesperada que uma dedada no cu.
Entre outras razões, é por isso que não gosto de viajar : em nome de um suposto e superestimado divertimento, acabamos por nos expor a situações de grande perigo. Expomo-nos a acidentes rodoviários, aéreos, ferroviários e naufrágios, a doenças endêmicas, a intoxicações alimentares e, o pior dos riscos, a conhecer novas pessoas.
Podemos, é claro, reduzir os riscos. Fazer uma revisão geral do carro - suspensão, freios, balanceamento dos pneus, nível do óleo, validade do extintor de incêndio, condições dos cintos de segurança -, vacinar-se contra doenças regionais feito malária e febre amarela, consultar a previsão do tempo, o horóscopo, carregar sempre uma maletinha de cuidados médicos essenciais - termômetro, antitérmico, antialérgico, algodão, band-aid, água oxigenada, mertiolate, laxante, analgésico.
Mas nada em meu kit paranoia de viagem, nada em meu bat-cinto de utilidades, poderia ter me defendido do que aconteceu : nessa minha viagem no feriadão, eu encontrei Jesus!!!
Num posto-restaurante de beira de estrada. E como Jesus a mim se revelou?, vocês podem estar a se perguntar. Na forma do frentista do posto? Do atendente do balcão que me serviu o café? Do faxineiro a limpar o chão do restaurante? Do cara a mijar ao meu lado no banheiro e a manjar minha rola?
Nada disso. Dirigi-me a uma daquelas geladeiras para comprar um refrigerante para minha esposa e dois ou três latões de cerveja para mim e dar início às minhas atividades etílicas do feriadão - como não sou eu quem dirijo, gosto de viajar tomando umas latas e ouvindo música - um Chico, um Oswaldo Montenegro, um Cartola, um Ney etc - e, nessa hora, me deparei com Jesus, ao lado de um latão de 550 ml de Itaipava.
Já ouvira falar de Jesus; até mesmo já escrevi sobre ele aqui. Mas nunca acreditei em sua real existência, muito menos que, um dia, ele faria contato comigo - tinha mais esperança de um contato extraterrestre do que de um com Jesus.
Resisti, mas a força da epifania falou mais alto : comprei uma lata de Jesus. Se tudo é enlatado nos dias de hoje - comida, programação de tv, educação, opiniões politicamente corretas -, por que Jesus não pode ser?
Ao passar pelo caixa e saldar meu débito, outra surpresa. É certo, todos sabem, que esses postos praticam preços exorbitantes, preços de zona. A lata de Coca-Cola que minha esposa comprou, por exemplo, saiu a R$ 5,75. Quando a moça passou Jesus pelo leitor de código de barras, brilhou o preço na tela do monitor, em pixels grandes, quadrados, de baixa definição : R$ 8,00.
- Jesus !!! - exclamei eu.
A moça riu e disse : - é assim mesmo, Jesus é caro.
Sim, ela está certíssima. Jesus e, posteriormente, a doutrina criada em seu nome já custaram muito à humanidade.
Tomei Jesus gelado. Não o achei ruim. Um pouco adocicado pro meu gosto, mas não ruim. Compartilhei e comunguei de Jesus com os meus. Minha esposa nada comentou. Meu filho disse que prefere Fanta Uva a Jesus, o que muito me animou e me deixou orgulhoso.
Aleluia, irmão! Guaraná de Jesus tem poder!!!

em tempo : se alguém quiser saber mais detalhes sobre o guaraná Jesus - sua origem, onde é produzido, em como seu criador chegou a ser excomungado pela Igreja etc -, é só clicar aqui, no meu poderoso e, agora, ungido, MARRETÃO.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Réquiem Para Um Bigode

Hoje,
As velas de linho branco do Mucuripe não vão sair para pescar,
Vão se enfunar de preto e sair para velar,
Carpir o rapaz latino-americano
Sem dinheiro no banco, sem parentes importantes
E vindo do interior.
Hoje,
Os repentistas tocarão um tango argentino em lugar dos xotes e dos blues,
Os bandoneons de Gardel lamentarão e gemerão em lugar da sanfona de Gonzaga.

Belchior (1946 - 2017)

Fique em paz, meu velho. Se quiseres. Pois tenho cá para mim que o desassossego te fazia melhor; não sei se exatamente para ti, mas para tuas letras e para os que te ouviam, certamente.
Saiba que tenho e que sempre guardarei os teus LPs Alucinação (1976) e Coração Selvagem (1977) em minha estante, colocados entre um velha edição de Eu, de Augusto dos Anos, e uma do Livro de Mágoas, de Florbela Espanca.