quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Pra Frente, Brasil

Mesmo os mais céticos, os mais amargos, os mais enchouriçadores - feito eu, esse velho rato de redação -, devemos admitir : no quesito Presidente da República, estamos muito a melhorar.
Como evidência concreta do que afirmo, a foto abaixo, na qual a presidente Dilma, ao lado de Ronaldo Fenômeno, o embaixador da travecada brasileira, assina uma bola de futebol - será um exemplar da Brazuca, a bola oficial da Copa 2014?
O autógrafo da gorduchinha na gorduchinha (grande Osmar Santos) foi parte do evento de inauguração do estádio Beira Rio, em Porto Alegre, em 20/02. A imprescíndivel obra - muito mais urgente que novas escolas e novos hospitais - custou aos nossos puídos bolsos a bagatela de R$ 330 milhões.
Uma vez que já estão resolvidos todos os problemas econômicos e sociais da nação, a presidente Dilma dedica-se, ultimamente, a isso : às inaugurações dos estádios-sede da Copa 2014, e a assinar bolas de futbeol.
Sim, estamos muito a melhor no quesito Presidente da República. Dilma sabe assinar, ao menos. E se fosse ainda Lula a liderar o gigante pela própria natureza, o impávido colosso?
Não tenhamos dúvidas : ao invés de uma rubrica, com uma digital do polegar, molhado em tinta de carimbo, a Brazuca teria sido estampada. E agradeçamos. Ao fato de Lula ter perdido o dedo mínimo no torno mecânico, e não o polegar.
Tivesse sido, a vítima da cruel máquina de produção capitalista, o dedo opositor, teríamos tido, durante 8 anos, um presidente da república analfabeto; decepou-lhe, no entanto, o selvagem patrão burguês, o dedo mínimo - tivemos um companheiro presidente apenas semianalfabeto.
Que sorte a nossa!

Aliás : o termo brazuca, que venceu com 77,8% das preferências, em um votação feita pela internet, as outras duas opções de nome para a bola da copa, Bossa Nova e Carnavalesca, é um sinônimo de brasileiro, um sinônimo pejorativo, depreciativo, surgido em Portugal, uma espécie de "piada de brasileiro" lá deles. O sufixo “uca”, o mesmo de mixuruca, deixa isso claro. Brazuca é o brasileiro mixuruca, o malandro, o brasileiro do jeitinho. E agora, uma vez que a bola da Copa foi batizada com ele e uma vez que, desgraçadamente, somos o país do futebol, o termo brazuca passou oficialmente a fazer parte da nossa identidade nacional. E por escolha da maioria dos brasileiros. O brasileiro faz piadas dos portugueses, e os portugueses não se agradam delas; o português faz piadas dos brasileiros, e nós, imediatamente, as incorporamos, nos reconhecemos nela. Quem é mesmo o burro dessa história?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Caralhis Sativa

Aliamba, bagulho, bango, bangue, bazuca, beck, bengue, birra, bongo, cangonha, diamba, dirígio, dirijo, erva, fuminho, fumo, ganjá, hemp, jererê, liamba, marijuana, massa, nadiamba, orégano, pango, rafi, riamba, rabo da macaca, seruma, soruma, suruma, tabanagira, tijolo, umbaru... Inúmeros são os nomes populares para o cigarro de maconha.
E no que depender da empresa Multihigh, uma fabricante de preservativos, outra infinidade de sinônimos para o cigarrinho do capeta irá se juntar a este tão notável rol : cacete, caralho, mandiocão, rola, salame, linguição, pica, benga, mastro, pistola, espada, bilau, bráulio, penislongo, piroca, careca cuspidor, pinto, pau, vergalhão, juninho, membrão, vara, mangalho etc. Ou seja, designarão também a maconha todos os correlatos para pênis.
Isso porque a Multihigh está a lançar uma novidade no diversificado ramo de preservativos : uma camisinha sabor maconha. É a Cannadom (cannabis + condom; preservativo, em inglês), que reproduz fielmente, garante a empresa, o sabor da erva venenosa. E, óbvio, vem na cor verde.
A princípio, pode parecer interessante. O sujeito encapa o pau com uma camisinha dessas, dá para a parceira fumar, e ela fica lá, toda tranquila, só chibabando. Porém, esse velho barbeiro que vos fala, que vê a notícia e, por força da profissão e do hábito, imediatamente prevê seus desdobramentos, enxerga possíveis contratempos na, chamemos assim, caralhis sativa.
O cara está lá, em ponto de bala, doido para dar uma fincada, para bater uma virilha, e aí a moça, toda zen, lhe diz : calma, brou, eu vou chupetar, mas não vou agasalhar agora. Ou pior : a maluca, muito doidona, cisma de acender a marofa e taca fogo no saco do sujeito.
Bom também que se tenha preservativos em outros sabores sempre à disposição : banana, morango, chocolate - brigadeiro, de preferência. Para a hora da larica. Que sempre vem braba. Ao invés do clássico cigarrinho pós-coito, o cara tira a camisinha sabor maconha e a substitui por outra, sabor brigadeiro. A Cannadom, caso emplaque, subverterá a ordem natural da trepada : o cigarrinho virá primeiro.
Além disso, a Cannadom é uma camisinha muito mais adequada ao sexo anal que qualquer outra marca do mercado. Explico : é sabido que o princípio ativo da maconha, o THC, é um eficiente terapêutico indicado para certas doenças oculares, o glaucoma, por exemplo. Querem, portanto, camisinha melhor para enfiar no olho do cu? O canalha mal-intencionado, doido para comer o cu da parceira, que nunca o libera, poderá usar das propriedades medicinais da cannabis como um ardil "científico" para rangar um jilozinho.
Pãããããta que o pariu!!!!