quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Quem Não Tem Capitão América, Caça Com o Superbigote

Nicolás Maduro, atual e vitalício presidente da Venezuela, é um legítimo democrata, um benemérito, um filantropo de seu povo. E amicíssimo de Lula, que muito o admira como governante, que se espelha na pessoa de Maduro e quer ser como ele quando crescer.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Renas do Papai Noel

Santo esquecimento, Batman! Valha-me São Alzheimer!
Só pode ser o maldito Grinch a embotar meus pensamentos, a sabotar o Natal do Marreta!

Na Esquina do Horizonte Com Seus Olhos, Picho o Muro Pra Você Se Lembrar...

Infelizmente, a arte do grafite (muito diferente da pichação) não é muito difundida aqui em Ribeirão Preto, SP. Aliás, nenhuma forma genuína de arte o é por essas tristes plagas. Só se considerarmos rodeios, shopping centers, bares, restaurantes e baladas como formas de arte.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Escória? Nós Quem, Cara-Pálida?

Citando : "resposta grande vira post".

Será Deus um Comunista? (Ou : e Depois Ainda Dizem que o Capeta é que é Vermelho)

Marca registrada e inequívoca de Deus - do implacável e iracundo Deus do Velho Testamento - um ultravoltaico raio cisalhou os céus do Distrito Federal e acertou em cheio : fulminou um acampamento bolsonarista montado em frente a um quartel em Brasília, em 18/12/22.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Eu, Você e a Praça

Logo pela manhã
(o sol nem fazia ainda sombra nos pinheiros e nas estátuas)
Sento-me à praça 
Para entornar um latão.
Praça Allan Kardec, 
O codificador do espiritismo.
E os fantasmas do local
Me acolhem em visita.
Nunca tive medo de fantasmas.
Acompanham-me desde sempre.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

O Sorriso da Cleonice

Tenho um móvel na sala.
De madeira
Retangular
1,5 m x 0,8 m.
Uma espécie de estante.
Dividida não em prateleiras horizontais,
Sim em quadriculados,
Feito aqueles escaninhos antigos,
4 x 2.
Em cima dela,
Um porta-retratos
Um vaso de cristal
Dois elefantes com as bundas viradas para a porta de entrada.
Nos quadriculados,
Enfio ali
Meus cadernos
Rascunhos
Estojo de canetas
Fios de extensões
Minha bolsa de lona cáqui  
Cartelas de Dipirona
Livros já lidos
Em andamento,
À espera.

Minha gata Cleonice
Também costuma se meter
E hibernar por ali.
Escolhe sempre a célula mais abarrotada.
Podem estar todos os quadrados vazios
E apenas um ocupado :
É para esse que ela pula.
E com sua pata almofadada
E movimentos de tai chi chuan de que só os gatos são capazes,
Vai empurrando para fora,
Para o chão,
O que julga necessário para ali se enrodilhar :
Às vezes, um livro
Às vezes, o estojo de canetas
Às vezes, meus óculos.
Horas depois,
Pula para o chão.
Franze e ajusta os olhos
Alfinetados pela luz.
Boceja,
Espreguiça.
Sai, belisca uns grãos de ração,
Alivia-se na caixa de areia.
Volta
Arranha o tapete
E vai se encaixar na caixa de sapatos
Ao pé da árvore de Natal.

E passa o dia nisso,
Nessa rotina
Nesse vai e vem
De lugar nenhum pra nenhum lugar.
Sem nenhum problema
Sem nenhum exaspero
Sem nenhum drama de consciência
Sem nenhum tipo de frustração
Pela mesmice
Sem culpa nenhuma pelo ócio.

Gatos,
Mais que qualquer outro ser vivo,
Coexistem tranquilamente
Com o inexistente sentido da existência.
A Cleonice não pensa na vida.
Ela só vive.
Só é.
Cleonice não precisa de álcool,
De antidepressivos, 
De religiões.

Sem contar que,
De madrugada, 
Amiúde,
Desperto com ela
Sobre o meu peito,
Acocorada em esfinge.
A me observar
A me guardar
A me proteger de meus demônios
Com seus olhos de topázio.
Mais lindos que os de qualquer mulher
Que já tive a chance de vislumbrar.
De uma serenidade
Que eu já tive
E há muito perdi.
De quem era capaz
De reler Alice no País das Maravilhas
Numa única tarde
Sentado ao banco 
De uma umbrosa praça.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Argentina X Croácia

A musa croata, a peitudíssima Ivana Knoll, foi banida dos estádios da Copa por autoridades cataris após o jogo em que a Croácia arrebentou as pregas da selecinha do Neymar. Suas vestimentas atentam contra os costumes locais. O banimento já é válido para a partida de hoje, logo mais às 16 horas, contra a Argentina.
Diante do que só me resta a opção de retomar a minha tradição de todas as Copas : torcer para a Argentina.
Valha-me São Dieguito Maradona!!!

domingo, 11 de dezembro de 2022

A Croácia Bate um Bolão - Dois Bolões!!!

É notório que o Leste Europeu foi agraciado com as mais belas mulheres do planeta. E as mais peitudas, também. Com vocês, Ivana Knoll, musa e amuleto da sorte da seleção croata.


E vocês querendo que eu torcesse mesmo para quem? Pro Brasil? Romperei até com a mais antiga das minhas tradições futebolísticas : nem para a Argentina, vou torcer mais nessa Copa!!!
E vejam o nível não só de acefalamento e lobotomia causado pelo uso dos celulares, mas também o de emasculação. Uma gostosa dessa bem à frente e ao lado e os homens da foto estão com as vistas fixas em seus celulares. Eu só os perdoaria em uma situação : se eles já tivessem tirado um monte de fotos do bundão e das jabulanis da musa e as estivessem enviando, no momento do registro, para os amigos, para fazer-lhes inveja.
Com uma musa dessa, na idade em que estou, eu não garanto um hexa, não. Mas que um tricampeoanato, eu abiscoito, isso eu abiscoito. Pããããâãããta que o pariu!!!!

Aos Que Votaram em Lula (6)

Lula, o apóstolo dos descondenados; um texto de Lawrence Maximo, analista político, professor universitário e escritor. Mestrando em Ciências Políticas Internacionais: Cooperação Internacional, Mestre em Missiologia, Pós-graduado em Ciência Política: Cidadania e Governação e Pós-graduado em Antropologia da Religião. Historiador e Teólogo. Escreve artigos para o jornal Gazeta do Povo e Revista Esmeril.

"Semana difícil para a turma do “Foro de São Paulo”. Em mais um exemplo da corrupção sistêmica da esquerda na América Latina, temos a condenação de Christina Kirchner e a prisão do presidente peruano Pedro Castillo, após tentar um golpe de estado para impedir o Congresso de votar o seu impeachment – ambos amicíssimos de Lula.
Sobretudo, gostaria de destacar a vice-presidente, Christina Kirchner, condenada a seis anos de prisão. A decisão do Tribunal Federal de Buenos Aires é um marco para o país – pela primeira vez na sua história condenou um vice-presidente no exercício do cargo.
Entre as dezenas de acusações contra Kirchner, a Justiça a considerou culpada pelo crime de administração fraudulenta, por favorecer o seu amigo e empresário Lázaro Báez, na concessão de obras públicas na província patagônica de Santa Cruz (tive o imenso prazer de conhecer essa belíssima região), uma das bases eleitorais do Kirchnerismo.
A acusação reuniu provas concretas do esquema de corrupção, incluindo mensagens entre Báez e José López, ex-secretário de Kirchner que continham um plano para esconder as evidências do favorecimento ilícito nos últimos dias do governo de Christina, citada pelo codinome “La Señora”.
Além da condenação de seis anos, o Tribunal ordenou a apreensão de 848.352.273,00 pesos – cerca de 26 milhões de reais – em forma de ressarcimento aos cofres públicos.
A decisão ainda prevê que “La Señora” torne-se inelegível para toda a vida, a qualquer cargo público.
Entretanto, é pouco provável que a figura política mais influente do país pague pelos seus crimes. Aproveitando-se do foro privilegiado, que existe na Argentina aos mesmos moldes brasileiros – La Señora pode concorrer às eleições presidenciais em 2023 – como seu grande companheiro, o descondenado Lula.
Além do partido dos trabalhadores (PT), o apóstolo dos descondenados, manifestou sua compaixão à criminosa Cristina Kirchner: “Vinde a mim, condenados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.
Portanto, sua compaixão por criminosos é extensa, investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) indicam que 18 ministros dos governos Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016) são suspeitos ou já foram condenados por envolvimento em esquemas que movimentaram pelo menos R$ 1,25 bilhão de forma ilegal – por meio de irregularidades no uso do dinheiro público e propinas pagas por empresas privadas durante o exercício do cargo – ou outras irregularidades.
O fetiche por terroristas – Cesare Battisi, terrorista italiano, um dos episódios mais controversos e obscuros da política externa do governo Lula.
Por fim, além do homem mais santo do Brasil, ao menos 67 integrantes da nova equipe de transição foram alvo de investigações na Justiça! Amém!"

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Eu Vejo o Futuro Repetir o Passado

Pãããããããta que o pariu!!!! Anteontem mesmo, eu postei aqui sobre minhas reminiscências da Copa do Mundo de 1986! Quando o Brasil levou no toba da francesada, entubaram legal um baguete : nos pênaltis. 5 x 4. Sócrates, Zico, monstros sagrados da pelota, erraram o que até eu acerto, pênaltis. O cara tem um portal de 7,32 m à sua frente e está a uma distância de 11 metros desse buraco para acertar uma bola com um diâmetro de 22 cm dentro dele. E erra! O cara ganha milhões e milhões para chutar bola. E erra um pênalti. Se a seleção de futebol fosse a de basquete, só perderia de zero.
Seria algo como eu dizer que a lei da segregação dos fatores é chamada também de a 1ª Lei de Newton, e não de Mendel. Imperdoável.
A seleção brasileira de futebol sempre se fode nos pênaltis - para a minha alegria, é claro. Acho que os caras são tão arrogantes, tão pernósticos, que nem treinam cobrança de pênalti em seus coletivos. Acham mesmo que são os picas da galáxia e desconsideram a possibilidade de terem que chegar aos pênaltis.
Hoje, diferente de 1986, não subi ao telhado, moro num prédio de 15 andares, assisti ao jogo.
Meu filho, que também não gosta de futebol nem de igrejas - isso eu consegui passar pra ele; agora só falta ele gostar de ler e estudar -, reclamou o tempo todo da chatice do jogo. É que ele ainda não bebe. Noventa minutos de zero a zero. Aos 106 minutos, a desgraça do Neymar faz um gol. Poderia ter sido qualquer outro, eu não ligaria. Mas não ele. No segundo tempo da prorrogação, Santa Kolinda, a santa padroeira e gostosa-mor da Croácia, jogou suas bençãos sobre a seleção xadrez e um cara lá empatou. Urrei de alegria aqui. Até porque eu tinha ainda um latão pra tomar e se o jogo acaba na prorrogação, ia ter que deixá-lo para depois.
Pelo whatsapp, meu amigo e corno Fernandão profetizou : agora eles vão chutar tudo pra fora. Não deu outra. Perderam dois pênaltis em quatro cobranças. A Croácia encaçapou os quatro! No cu! Tudo no cu! 


Sai à sacada e gritei aos quatro ventos : perderam!!! perderam!!!! E dei uma gargalhada alta. De fazer inveja ao Coringa. Ao Mefistófeles.
Aliviado pelo término do jogo, meu filho perguntou se podia mudar de canal, ver lá os desenhos dele, afinal, só estava aparecendo os jogadores chorando, o Galvão se lamentando etc. Falei que não. - Mas o jogo já acabou - ele disse. 
- E você acha que eu vejo o jogo por quê? Por que eu gosto? Vejo pela possibilidade de ver esses cornos chorando, se lamentando pelo talento que julgam ter, só que não. Essa é a melhor parte do jogo pra mim, são os lances mais aguardados por mim - respondi. Assisti a mais uns 10 minutos de chororô e vim pra cá, registrar meu júbilo.
Depenaram o canarinho pistola! E para Neymar e seus seguidores, faço minhas as "palavras" do próprio Neymar, do parça da galera :

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

A Copa do Mundo de 1986

Quem me conhece acha - tem certeza - de que eu não gosto de futebol. Não é verdade.
Como prática meramente desportiva e recreativa, nada tenho contra o ludopédio. É uma atividade física com regras ilógicas como qualquer outra, basquete, vôlei, tênis, handebol, beisebol etc.
Tanto que, em criança, já joguei muita bola em campinhos improvisados em terrenos baldios e mesmo na rua, traves de lata de óleo, ralando o joelho no asfalto. Colocavam-me sempre no gol, é claro. E eu até que era bom, defendia pênaltis e tudo. Que o diga meu amigo Marcellão, que nunca conseguiu penetrar a minha defesa. E nenhuma outra coisa, também. Que calcanhares frouxos, quem tem é o Aquiles. Valha-me São Jotabê!
Também joguei muito futebol de botão. Possuía os times do Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Grêmio, Botafogo de Ribeirão Preto. Na verdade, eu gostava muito mais de confeccionar os goleiros do que a partida em si. Não usávamos o goleiro que acompanhava os botões, uma espécie de escudo plástico acoplado a uma longa haste, para que o mesmo fosse movimentado dentro do gol. Enchíamos caixas de fósforos com areia ou pedras, encapávamos com papel e colávamos o emblema do clube nelas.
Aliás, enchiam de areia e pedras, os outros. Eu pegava (surrupiava, mesmo) aqueles pequenos lingotes de chumbo usados no balanceamento de pneus dos automóveis e, usando a chama de uma lamparina à álcool, item integrante do meu laboratório de química Guaporé, derretia-os em panelinhas de alumínio dos brinquedos de casinha da minha irmã. Vertia o chumbo para a caixinha e pronto.
Porém, o que eu nunca entendi desde criança (na época, eu só não entendia; hoje, incomoda-me profundamente) nem era o gosto popular pelo futebol, sim a devoção aos times, a idolatria aos jogadores. O fanatismo.
Meu pai me arrastava para o estádio de futebol do Comercial F.C. muitas vezes com ele. Eu não via sentido nenhum - e continuo não vendo - naquela gritaria, naquela comoção toda quando uma bola ia para fora, batia na trave, balançava as redes. Só sabia que, naquele exato momento, estava a passar o Festival Jerry Lewis na TV.
Eu, então, encaramujava-me num outro mundo, sublimava o entorno. Distraía-me com uma formiga que andasse pelo cimento rachado da arquibancada, com a habilidade do cara do amendoim, que acertava sempre a mão do cliente, com o quero-quero atrás do gol, com um avião que passasse.
Amigos da escola e vizinhos, todos eles, sabiam as escalações de seus times, a posição de cada jogador, a classificação na tabela. Eu, por outro lado, demorei até pra entender o que significava o time “jogar em casa”. Eles colecionavam álbuns de figurinhas de jogadores, empenhavam-se em fragorosas batalhas de “bater bafo” para conquistar cromos que lhes faltavam. Eu colecionava selos, chaveiros, tampinhas de garrafa e besouros reluzentes e envernizados.
Nunca entendi a paixão por clubes e jogadores; a paixão no significado mais castiço de sua origem etimológica, pathos, doença. Nasci imune ao futebol e às religiões, que são, no fundo, a mesma coisa. E olhem que era uma época em que os ídolos da pelota eram pessoas que, ao menos em público, portavam-se com decência e compostura, podendo servir mesmo de modelos para a meninada. Zico, Falcão, Sócrates, Rivelino, Ademir da Guia, Emérson Leão. Imaginem, então hoje, na era Neymar? Na era da ostentação de riqueza e, sobretudo, de falta de caráter? Aí é que não posso mesmo compactuar.
Lembro-me bem - e, enfim, o motivo da postagem - da Copa do Mundo de 1986, no México. Eu contava com 18 para 19 anos de idade. Foi um tormento. A última conquista de título da seleção fora em 1970, a do tricampeonato, a da Jules Rimet. Para incentivar os atletas e a torcida, não sei se a Globo, ou se a própria CBF, sei lá, lançaram um jingle, uma vinheta musical, a 70 Neles! Interpretada pela finada Gal Costa : Ô, ô, ô,ô, ô,ô,ô,ô, Um grito novo a torcida uniu, 70 neles, 70 neles, 70 neles outra vez Brasil.
A todo momento, em todos os lugares, aquela desgraça tocava. Na televisão, era fácil, eu desligava e pronto, nunca fui muito chegado em televisão. O problema era nas rádios FMs. Na época, sem grana para comprar LPs, eu me abastecia de músicas nas FMs, gravava-as em fitas cassetes. Tenho 42 delas ainda, guardadas numa gaveta. Minha base de operações era um 3 em 1 da Panasonic. Para quem não viveu esse período, o 3 em 1 era um aparelho de som que reunia toca-discos, gravador e rádio AM e FM num único módulo. Punha a fita cassete na posição, abaixava os botões play e rec, acionava a tecla pause e ficava de campana, à espera da música que queria gravar. Quando, depois de muita espera, até de dias, às vezes, a música começava, tinha que estar perto, reconhecer a música logo no início, ser rápido no gatilho e destravar a pausa.
Pois durante a duração da Copa, não consegui gravar uma única música de forma decente, na íntegra. A fita estava lá, registrando a música e, do nada, o filho da puta do locutor soltava a vinheta da Copa, 70 neles, 70 neles, 70 neles outra vez, Brasil. Aguentei quase um mês dessa merda. Mas minha vingança chegaria. Eu nem sabia disso ainda, mas chegaria.


Brasil x França. Brasil eliminado nos pênaltis. 4 x 5. Não vi o jogo. Passei a maior parte do tempo em cima do telhado de casa - a última habitação térrea em que morei. Morávamos numa rua paralela e quatro quarteirões acima de uma grande avenida, pela qual, nos dias de jogo do Brasil, uma romaria de carros embandeirados passava em direção aos bares, restaurantes, lojas de conveniência. E eu ficava lá, empoleirado, observando aquela procissão sem sentido e aproveitando o vento frio de julho - sim, eu era estranho (era?). Às vezes, levava até um livro ou um gibi para o meu ninho de águia.
Nesse dia, só desci quando os gritos de desilusão e os lamentos da vizinhança começaram a chegar aos meus ouvidos. Foi quando fiquei ciente da eliminação da seleção pela França. Meu pai e meu irmão mais novo, tristes, inconformados. Minha mãe na cozinha, cuidando da vida, também cagando e andando pra seleção.
Nada fora premeditado. A ideia me veio de estalo. A hora da minha vingança era aquela. Não titubeei : tirei o telefone do gancho e disquei o número da Clube FM. Quando ligava para pedir uma música, em 95% das vezes, dava ocupado. Mas não naquele dia. Ninguém queria ouvir música. Logo me atendeu um locutor sem aquela animação idiota na voz, própria de seu ofício.
- Quero pedir uma música - falei.
- Que música você gostaria de ouvir? - perguntou-me com voz de velório.
- 70 Neles!!!! - gritei exultante.
O filho da mãe desligou na minha cara. O sujeitinho mal-educado.

em tempo : eu me lembrava apenas do refrão da música, então, fui ao Google para achá-la na íntegra e caí no  videoclipe veiculado na TV. É uma pérola. Uma raridade. Um verdadeiro arquivo do que eram aos anos 1980, tempo de machos das antigas e nos quais o patrulhamento politicamente correto das feminazis e outra minorias ainda nem sonhava em nascer, ótimos tempos. O clipe vale a visita. A música, como já deu pra ver, é uma merda, mas as imagens são a cara do Brasil, são a quintessência do tripé de nosso patrimônio cultural : futebol, praia e gostosas! Tem uma gostosa jogando futevôlei em um sumário fio-dental enfiado no rego. E dá-lhe close da câmera na bunda e no bucetão!!! E a voz e o rosto da Gal aparecendo ao fundo. Fosse hoje, fariam com a Gal o que deus acabou de fazer. Cancelariam-na.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Nossa Meia-Noite em Paris

Queria,
Hoje,
Agora,
Com você,
Perambular
Pela noite linda,
Temperamental,
Tempestuosa,
Sem guarda-chuvas,
Capas,
Galochas,
Desprotegidos, 
Encharcados,
De almas e culpas lavadas :
Intempestivos.

Sentarmo-nos 
À escadaria da velha praça
E
Às doze badaladas noturnas
Vermos pousar
E embarcarmos
Num Concorde
Que nos teleportará a Paris.

Por cujas ruas aquosas
Continuaremos a flanar,
A sermos salpicados pela chuva.
Gatos num sonho de mil gatos.

E todos saberiam
Por que noites de chuva não têm lua:
Porque Ela - você - 
Está de braços dados,
A caminhar comigo.  

Torre Eiffell,
Champs-Élyssées,
Louvre,
River droite do Sena,
River gauche, 
Jardim de Monet,
Jim Morrison no Père-Lachaise?

Seriam tão-somente figurantes
Desse nosso filme.

De ficção;
Tristemente.

sábado, 3 de dezembro de 2022

Camarão no Cu da Selecinha é Refresco

E continuam as minhas sinceras declarações de amor à selecinha. E continua a minha torcida pelos meninos do Tite. Para que eles se fodam.
Hoje, em homenagem aos valorosos combatentes da pátria descalça de chuteiras, eu vou de Itaipava, latão de 550 ml a R$ 2,89 na rede Assaí e de salgadinho sabor camarão. Com pimenta. Que pimenta no cu da selecinha é refresco. Que eu quero que o cu deles pegue é fogo!!!

Camarão-pistola 1 x 0 Canarinho Pistola

Logo cedo, na escola, os fanáticos pela selecinha já estavam com aquelas piadas de tiozão do churrasco sobre o jogo de ontem, contra a República dos Camarões. Um véio lá, pra todo professor(a) que ia chegando, ele falava : - hoje vai ter camarão na moranga. E se o descuidado perguntasse, onde? Ele respondia rindo, no Qatar, às 4 da tarde
Outro se lembrou da antiga música dos Originais do Samba, Tragédia no Fundo do Mar, popularizada pelo nome O Assassinato do Camarão : assassinaram o camarão, assim começou a tragédia no fundo do mar... vou dar um pau nas piranhas lá fora...  E ficava assoviando a melodia. Valha-me São Mussum!!!
Eu me lembrei da Egotrip, da Blitz, muito mais específica para o caso : ninguém entendeu, quando o dia amanheceu, os dois pelados na Praça da Bandeira cantando um samba da Mangueira, e quando chegaram os camburões, saíram assoviando o Hino da República dos Camarões. Lembrei, mas não fiquei cantando ou falando dela feito um besta. Tenho a decência de manter as minhas lembranças só para mim. E para o blog, claro.
Camarão na moranga é o caralho!!! O que teve foi o canarinho pistola à passarinho. No espeto!
Se fuderam. Os festivos docentes, claro. Os jogadores estão é cagando e andando, estão todos lá, morando na Europa, ganhando seus milhões.
Agora, a Copa do Mundo começou a ficar interessante.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Ela Tem Próstata (Ou : Novembro Azul, Pero no Mucho)

Mulher de tromba, eu já tinha visto, ops, ouvido dizer! Nunca vi nem comi, eu só ouço falar. São as devotas de Santa Rogéria.
Mas mulher com próstata?!?! Pããããta que o pariu!!!!!!
Entupam-se de plasil e de dramin!!!! Vem aí mais um capítulo da novela da hedionda ideologia de gênero. Mais uma ofensiva dos "acadêmicos", dos inteligentinhos deste Brasil dantes mais varonil com o objetivo de normatizar a exceção, o ponto fora da reta. Mais um nobre uso do nosso dinheiro despejado nas universidades públicas para o produção de conhecimentos científicos inestimáveis. Com roteiro, direção e produção (superfaturada, lógico) da esquerdalha, que está a retomar de assalto o país. Literalmente de assalto.
A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), campus da capital, em parceria com a Escola Paulista de Enfermagem, aproveitando o ensejo do Novembro Azul, está promovendo uma campanha de conscientização sobre a necessidade do exame de próstata anual. Para mulheres!!!
Para maiores esclarecimentos, através do Clube do Saber, publicou um folheto informativo : "Ela tem Próstata".


No site da "universidade", pode-se ler : "O Clube do Saber trará pérolas de conhecimento neste mês. Vamos começar com uma edição do Novembro Azul : 'Ela tem próstata', quer saber mais sobre isso?".
Depois, a esquerdalha é quem fica acusando os outros de fake news, de desinformação.
Mulher não tem próstata!!!
O cara pode até se sentir uma mulher, isso é uma questão dele e tem até que ser respeitado. Mas ele se sentir uma mulher não faz com que a próstata migre de sexo, não faz com que as informações para a formação do órgão sejam incorporadas ao cromossomo X da espécie.
A esquerda sempre caiu de pau em Bolsonaro e seus seguidores, acusando-os de serem negacionistas e anti-ciência. A mesma esquerda, tão amante da ciência, seguindo o mais cartesiano rigor científico, agora diz :"ela tem próstata". Nega a incontestável determinação cromossômica do sexo. O que é mais ridículo, dizer que a terra é plana ou que a mulher tem próstata? A terra plana, ao menos, um dia, chegou a ser defendida pela ciência de sua época. São uns filhos das putas.
O folheto até diz que as informações são direcionadas a homens travestidos de mulheres, a mulheres trans, mas em nenhum momento diz que elas são homens biológicos, e que, esses sim, tem próstata.
Imagine só, e agora não estou ironizando de forma alguma, se uma mulher de uma certa idade, uma senhora com pouca instrução, lê uma merda dessa e, na sua próxima visita ao médico, pede-lhe um exame de próstata? Pode parecer brincadeira, mas se uma ideia dessa acabar por ser tomada como verdade, uma situação vexatória dessa é plenamente possível.
E se preparem. Que um próximo lançamento de mesma magnitude já está nos planos do Clube do Saber, uma outra pérola de conhecimento : "Ele tem ovários".
Apesar de que, por outro lado, a publicação pode abrir uma possibilidade para os maridos, namorados etc cujas mulheres não lhes liberam a segunda via. Busquem obter o tal folheto, ou procurem baixá-lo em PDF, e tentem convencer suas adversárias de que elas também têm a necessidade de regulares exames de próstata, de minuciosos, demorados e profundos toques retais.
Se alguém conseguir convencer sua esposa, me conte. Pra cima da minha, a história não colou!
Pããããããta que o pariu!!!

E os canalhas ainda são analfabetos!!! Colocaram acento circunflexo no "tem", cujo uso só é correto no plural, elas têm próstata. Aliás, o caralho que tem!!! Literalmente.

Cerveja-Feira (60)

Muito já foi dito e cantado em prosa e verso que o boteco é o mais democrático dos ambientes. Nele, convive, quase sempre pacificamente, toda a fauna humana; todos os credos, estratos sociais, faixas etárias, raças, orientações sexuais. Nele, todos têm o direito de manifestar abertamente suas opiniões sobre tudo; o bebum é doutor e especialista em todas as áreas do conhecimento.
O bar é o verdadeiro Senado do povo.
Qual teria sido o resultado da eleição presidencial de 2022 caso a apuração tivesse sido feita só nos botecos? Seria possível colocar Bolsonaro e Lula numa mesma mesa de bar e submetê-los ao voto popular?
Do Lula se sentar a uma mesa para tomar uma com o Mito, eu não duvido em absoluto, desde que ele veja alguma conveniência política nisso. Lula já abraçou seu outrora arqui-inimigo ideológico Paulo Maluf para fortalecer a candidatura de Haddad, o homem-poste, à prefeitura da capital paulista em 2012.
Lula só não abraçou o Capeta até hoje porque o Capeta achou muita baixeza coligar com o Seboso de Caetés, porque tem muito mais integridade e reputação a perder que o Nine Fingers. Perderia a moral frente aos condenados ao Inferno e ao baixo clero dos demônios.
Da parte do Cavalão, sem chance nenhuma. Jamais o imbrochável Bolsonaro se sentaria em ágape com Lula para entornar uma gelada. Nesse ponto, Bolsonaro é superior e muito mais confiável que a grande maioria da politicalha tupiniquim : se um cara é inimigo dele, esse é um status imutável e eterno. Quem vota em Bolsonaro tem a garantia de jamais ver políticos de outras ideologias a ocuparem pastas e ministérios .
Porém, mesmo não sendo possível reunir os políticos Bolsonaro e Lula no mesmo pé sujo, é possível juntar seus dois avatares etílicos na mesma mesa e pô-los à prova da preferência popular.
No boteco, não tem pesquisa comprada nem urnas fraudáveis. Ali, o voto é aberto, não secreto, coletado in loco. Na boca da urna, ou no gargalo da urna, nesse caso.
Vox ebrius, vox Dei.
São as cervejas Bolsonaro e Lula Livre.


A cerveja do Capitão é fabricada na cidade de Bom Retiro do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, um dos grandes redutos bolsonaristas do país, uma das últimas reservas nacionais de preservação do macho das antigas. É uma puro malte com teor alcoólico de 4,3%. Fora do Rio Grande do Sul, está à venda apenas pela internet.
A sebosa cerveja do Seboso de Caetés é uma pilsen com 5% de teor alcoólico, produzida no Rio de Janeiro e pode ser facilmente encontrada em alguns bares da Zona Norte e do Centro, e também pela internet.
A carioca Dona Jurema, dona do boteco O Gogó da Ema, promoveu o grande debate presidencial do ano. Chamou quatro amigos, profundos conhecedores de cerveja, para avaliarem a Bolsonaro e a Lula Livre. Só quatro pessoas, Azarão? Muitos poderão pensar. Não é um espaço amostral insignificante e desprezível do ponto de vista estatístico? Respondo-vos : não é tão diferente assim do usado pelo Datafolha.
Vamos ao veredito dos entendidos.
A gerente comercial Leila Santos : - A cerveja do presidente é forte. Não é muito o meu tipo de cerveja, mas como que gosto de coisas fortes, vou aprender a gostar dela. A do Lula, embora o teor alcoólico seja maior do que a outra, ela tem menos sabor .
Um voto para o Mito.
A designer Amanda Barbosa : - Eu achei a cerveja do Lula com um sabor mais leve, mais fraquinho. É uma cerveja que eu poderia tomar várias sem problemas pela leveza. A do Bolsonaro é uma cerveja bem amarga e condiz bem com o presidente, que tem uma personalidade forte.
Um voto pro Seboso.
O também gerente comercial Rodrigo Leal : Amarga quando tem que ser amarga e encorpada quando tem que ser encorpada. Dá o prazer na medida certa igual ao presidente. A do Lula acho que passou um pouco do ponto, parece uma cerveja que foi descongelada e depois congelada de novo.
Outro voto pro Mito. E uma definição das mais precisas sobre Lula : foi congelado e descongelado de novo.
O advogado Fábio Vieira : - O meu gosto pessoal é por cervejas leves, e a do Lula é uma cerveja que parece ter menos concentração, com menos lúpulo. A do Bolsonaro é mais encorpada, é um sabor um pouco diferente. Não é o meu tipo de cerveja, eu gosto de uma mais leve.
Mais um voto pro Seboso.
E a eleição acabou em empate.
Mas - sempre tem um "mas" - a eleição parece não ter sido, pra variar, exatamente justa e honesta. Cabo Cruz, policial militar reformado que faz "bico" de segurança no O Gogó da Ema, em entrevista exclusiva e em off ao Marreta, declarou que Dona Jurema, carioca e petista da gema, pagou aos eleitores de Lula uns bons pixulecos, serviu-lhes, antes do pleito, umas fartas porções de mortadela em cubinhos, tudo na faixa.
Perguntada por mim sobre a possibilidade de fraude, Dona Jurema respondeu : - esse cabo Cruz é um golpista!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Lippia alba

Chás,
Infusões...
Capturar, extrair e concentrar a alma
E deixar a matéria vazia
À decomposição
À entropia.

Da melissa,
Só me vale a Lippia alba,
Os lábios brancos que beijei.
E cuja lembrança, 
Quando eu lembro de me lembrar, 
Me põe num sono quase tranquilo.

Da Lua Cheia,
Só me vale o lunae lumen,
Os túrgidos Mons Blanc que nunca beijei.
E cuja lembrança, 
Quando eu esqueço de me esquecer,
Ainda me tira o sono.