domingo, 29 de abril de 2018

"Coisa Horrorosa!"

Agildo Ribeiro
(1932 - 2018)

E me contou, há pouco, um querubim pinguço, que sempre passa por aqui para filar minha cerveja nos fins de madrugada, que Agildo foi recebido no céu pelo amigo Paulo Silvino, já convertido em um anjo barroco, trajado só com aquela faixa de tecido esvoaçante a lhe cobrir as "partes", semblante de uma ingenuidade sacana, asas douradas e farfalhantes e a dedilhar uma grande harpa. Ai, como era grande a harpa dele, confessou-me o querubim embriagado, matando mais um latão dos meus.
Agildo olhou para o Silvino/anjo e disse : "Coisa horrorosa! Mas isso é uma bichona!" Caíram na gargalhada, os dois. 
Abraçaram-se e Agildo perguntou : "e, agora, o que a gente fica fazendo por aqui"? 
"Esperando pelo Jô!", respondeu Silvino.
Mais gargalhadas.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Eu Bebo, Sim, e Vou Vivendo...

Nasci outono. Na vida, fui tardio em tudo - a primeira punheta, o nascer dos pelos e da barba, o primeiro beijo, a primeira trepada, a conclusão da faculdade, o único filho -, toda a minha bagagem sempre me chegou no último vagão do trem. 
Assim sendo, o meu contato com a sacrossanta água benta que coroinha não bebe também se deu, para os padrões atuais e mesmo para os da época, tardiamente, ainda que de forma intensa, como já relatado em minúcias aqui no Marreta em A Origem do Azarão. Mas o fato é que depois de minha bombástica estreia, depois de minha apoteose do rum, passei quase dois anos sem pôr novamente gota de álcool na boca, quando, então, lentamente, comecei a tornar à prática, sempre que ia a uma das já lendárias festas na já mítica república do Fernandão. Não tive coragem de encarar o rum; reiniciei de forma leve, só na cerveja.
Durante muito tempo, bebi pouco e muito esporadicamente, só mesmo nessas festas, só em ocasiões sociais, o que - bicho do mato que sempre fui - fazia de mim, praticamente, um abstêmio; no máximo, um diletante, um ºGLS, um simpatizante de Gay Lussac (essa, só os com certa cultura sacarão, só os com erudição de palavra cruzada nível difícil).
O tempo, porém, passou; morei sozinho em outra cidade, voltei, casei, a profissão que escolhi foi transformada em merda, os TOCs aumentaram, assim como as obrigações, falta-me, hoje, o ócio, nasceu o filho etc. A cerveja foi meio que sendo o plástico bolha de todas essas mudanças, um amortecedor para que eu não me quebrasse em meio aos inevitáveis solavancos do percurso. A cerveja foi cada vez mais se aconchegando ao meu sofá, assistiu às dez temporadas de Friends comigo, e às oito de House, foi se tornando cada vez mais em um animalzinho de estimação a dormir enrodilhado em meus pés no tapete da sala. 
De tal maneira que, de uns 6, 7, 8 anos para cá, a loira gelada se fez em presença constante de meus fins de noite - uma inquilina, uma agregada da família -, duas ou três latinhas, nunca mais do que isso, mas uma presença constante. Vez ou outra, ficava até quarta, quinta-feira, sem beber, mas apenas vez ou outra.
Até que, há quase quatro semanas, resolvi dar um basta nessa putaria. Decidi que beberia cerveja em apenas um dia da semana, e elegi o domingo, o dia do Senhor; quatro ou cinco latinhas depois do Domingão do Faustão ajudam a dar uma apaziguada na tensão pré-segundona.
E tenho passado bem assim. É bem verdade que as noites ficaram um pouco mais sem graças, mas não chego a sentir falta real do álcool, aquilo de síndrome de abstinência, de delirium tremens e coisa e tal.
Até que, ontem, caiu-me a seguinte manchete aos olhos : "Uso diário de álcool reduz expectativa de vida". Primeiro, pensei em quantos de meus anos já teriam sido reduzidos, mas, depois, me felicitei por ter tomado a decisão de restringir minha bebedeira aos domingos. Resolvi ler o artigo, até como uma maneira de reforçar minha decisão e, sobretudo, de fortalecer a minha fraca e desavergonhada força de vontade.
O estudo, conduzido por uma equipe de investigadores liderada por Angela Wood, docente na Universidade de Cambridge, Inglaterra, associou o consumo superior a 12,5 unidades de álcool por semana, a um maior risco de acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, aneurisma fatal e morte. 
As tais 12,5 unidades de álcool equivalem a cinco taças de vinho por semana, ou a sete latas de cerveja. Acima desse patamar, a expectativa de vida se reduz. A questão é, em quanto? Continuei a ler. Segundo a equipe de pesquisadores, que investigou 599.912 consumidores atuais, oriundos de 19 países, aqueles que consomem de 10 a 18 taças de vinho semanais, ou de 14 a 25 latas de cerveja, o que era o meu caso há um mês, terão o seu tempo de vida esvaziado em - rufem os tambores - um ano!
Pããããta que o pariu!!! Isso quer dizer que, ao invés de eu viver 80 anos todo sóbrio, cheio de siso e sisudo, carrancudo, rabugento, cuspindo marimbondo, eu vou viver 79 em um leve estado de graça e embriaguez. Compensa! Compensa pra caralho! Ou, ao invés de 70 anos, 69! Ou, ao invés de 60, 59! Ainda que tivesse sido, ao invés de 20, 19, teria compensado. Para os que excedem o limite das 18 taças semanais, a vida se encurta em até 5 anos. Ainda assim.
A fé religiosa de que praticar bons hábitos e me abster dos ruins vá me proporcionar um lugarzinho no Céu, eu não tenho. A pouca crença que ainda conservo, e que a cada dia também está a se esmaecer, é na Ciência. E nessa hora de tão difícil transição, até ela me falta, nem ela me conforta! Um ano a menos de vida? Vê se isso é coisa de se dizer a um bebum? Oh, Ciência, onde estás que não responde?
Por isso, não se surpreendam - estou me segurando desde ontem, desde que li o tal artigo - se, ainda hoje, daqui a pouco, antes do mercado fechar, eu não faça lá uma incursão e saia com uma meia dúzia de latinhas.
E vou parando por aqui, que, hoje, salvo engano, o mercado fecha às 19 horas.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Tempore Mortis

Quando um paciente,
Um ex-vivente,
Depois de anos a respirar e a pulsar por aparelhos,
A mijar e a cagar por sondas e canaletas,
Depois de safras e mais safras em estado vegetativo,
Finalmente,
Obtém o perdão de seu bondoso Deus
E é agraciado com a morte cerebral,
Chamam o dr. House para atestar o seu óbito
E sua passagem é publicada no Diário Oficial.

Quando decretar, então,
A bem da verossimilhança, da isonomia e da piedade,
A morte de um blog
Que há anos é mantido vivo 
Apenas pelo hábito e pelo vício?
Que emana apenas a luz débil do velório de estrelas há muito extintas e exumadas de seus buracos negros?
Quando chamar o dr. House
Para desligar o roteador e o wifi
E registrar a hora da morte de um blog
Que,
Hoje,
Constatei,
Acaba de sofrer morte cerebral?
Que só recebe as visitas das enfermeiras e dos faxineiros de plantão?

terça-feira, 24 de abril de 2018

Uma Ode às Aleluias e aos Pirilampos

Cadê as aleluias
A anunciar a chuva,
A enxurrada dos barquinhos de papel,
As varizes elétricas a cisalhar os céus?
Cadê os dançantes arautos da tormenta,
Os elegantes carteiros de Thor?
Cadê os pirilampos,
Os sinalizadores das horas escuras,
Os batedores da noite,
Os faroleiros do breu,
Os lampiões a alumiar os bailes das corujas, dos sacis e das fadas?
Pergunto, 
Eu, 
Num ganido mudo,
A um crepúsculo sem vermelhos, dourados e lilases.
A um lusco-fusco sem um "Além da Imaginação".

- As aleluias, 
Todas vestidas com galochas,
Continuam a entregar seus telegramas,
A chuva continuar a afogar as ruas
E a atrasar os compromissos.
Foi você quem perdeu o dom de andar sobre as águas,
Foi você quem abandonou,
Covarde,
O timão de seu navio pirata de papel,
Que fica gripado a um simples carinho da garoa,
Que não tem mais virilidade para encarar a ninfomaníaca tempestade.
- Os pirilampos, 
Igualmente, 
Também continuam por aí.
Seguem círios acesos e bruxuleantes
A servir de bússola e de labirinto
Na profana procissão dos insones, dos boêmios e demais palhaços noturnos.
Foi você quem trocou seus óculos de infravermelho
Pelos de velha coroca fazer crochê,
De velho gagá fazer palavras cruzadas,
Foi você quem trocou sua capa de morcego
Pelo pijama listrado de botões e com bolso lateral.

Responde-me, 
O menino enjaulado em minhas catacumbas.
Responde-me,
O menino de quem cortei as asas e quebrei a coluna vertebral.
Ri,
O menino.
Vingativo.
Vingado.

Luiz Felipe Pondé, Magistral!

"O PT é uma praga mesmo. Ele quer fazer do Brasil um circo, já que perdeu a chance de fazer dele seu quintal para pobres coitados ansiosos por suas migalhas. Nascido das bases como o partido de esquerda que dominou o cenário ideológico pós-ditadura, provando que a inteligência americana estava certa quando suspeitava de um processo de hegemonia soviética ou cubana nos quadros intelectuais do país nos anos 1960 e 1970, comportou-se, uma vez no poder, como todo o resto canalha da política fisiológica brasileira. 
Vale lembrar que a ditadura no Brasil foi a Guerra Fria no Brasil. Quando acabou a Guerra Fria, acabou a ditadura aqui. E, de lá pra cá, os EUA não têm nenhum grande interesse geopolítico no Brasil nem na América Latina como um todo (salvo imigração ilegal). Por isso, deixa ditadores como Chávez e Maduro torturarem suas populações, inclusive sob as bênçãos da diplomacia petista de então. 
O PT apenas acrescentou à corrupção endêmica certo tons de populismo mesclado com a vergonha de ter um exército de intelectuais orgânicos acobertando a baixaria. Esses fiéis intelectuais, sem qualquer pudor, prestam um enorme desserviço ao país negando a óbvia relação entre as lideranças do partido e processos ilegítimos de tráfico de influência. Esse exército vergonhoso continua controlando as escolas em que seus filhos estudam, contando a história como querem, criando cursos ridículos do tipo “golpe de 2016”. 
Qualquer um que conheça minimamente os “movimento revolucionários” do século 19 europeu, e que também conheça o pensamento do próprio Karl Marx (1818-1883), sabe que mentir, inventar fatos que não existem ou contá-los como bem entender fazia parte de qualquer cartilha revolucionária. 
Acompanhei de fora do Brasil o “circo do Lula” montado pelo PT e por alguns sacerdotes religiosos orgânicos, na falsa missa. Esses sacerdotes orgânicos do PT envergonharam a população religiosa brasileira, fazendo Deus parecer um idiota. Estando fora do país, pude ver a vergonhosa cobertura que muitos veículos internacionais deram do circo do Lula, fazendo ele parecer um Messias traído por um país cheio de Judas. 
Eis um dos piores papéis que jornalistas orgânicos fazem: mentem sobre um fato, difamando um país inteiro. Esculhambam as instituições como se fôssemos uma “república fascista das bananas”. Nossa mídia é muito superior àquela dita do “primeiro mundo”. 
A intenção de fazer do Lula um Jesus, um Mandela, um Santo Padim Pade Ciço é evidente. Para isso, a falsa missa, com sacerdotes orgânicos rezando para um deus que pensa que somos todos nós cegos, surdos, estúpidos e incapazes de enxergar a palhaçada armada pelo PT foi instrumento essencial para o circo montado. 
A própria afirmação de que Lula não seria mais um mero humano, mas uma ideia, é prova do delírio de uma seita desesperada. Um desinformado pensaria estar diante de um Concílio de Niceia (325) perdido no ABC paulista. Se nesses concílios tentava-se decidir a natureza divina e humana de Jesus, cá no ABC tentava-se criar a natureza divina de Lula. Lula, humano e divino, o redentor. Essa tentativa, sim, é típica de uma república das bananas. 
Penso que em 2018 o país tem a chance de mostrar de uma vez por todas que não vai compactuar com políticos que querem fazer do Brasil um circo para suas “igrejas”. A praga em que se constituiu o PT pode ser jogada na lata de lixo da história neste ano. 
Ninguém aqui é ingênuo de pensar que apenas o PT praticou formas distintas e caras de tráfico de influência. Todas elas são danosas e devem ser recusadas em bloco nas eleições deste ano. Mas há um detalhe muito importante no que se refere ao PT como um tipo específico de agente único de tráfico de influência sistemático no Brasil. Você não sabe qual é? Vou te dizer. 
O PT é o único partido que é objeto de investigação por corrupção a contar com um exército de intelectuais, artistas, professores, diretores de audiovisual, jornalistas, sacerdotes religiosos, instituições internacionais, apoiando-o na sua cruzada de continuar nos fazendo escravos de seus esquemas de corrupção. Esse exército nega frontalmente a corrupção praticada pelo PT e destruirá toda forma de resistência a ele caso venha, de novo, a tomar o poder. 
No ano de 2018 o país pode, de uma vez por todas, lançar o PT à lata de lixo da história e amadurecer politicamente, à esquerda e à direita.

sábado, 21 de abril de 2018

Pai de Scott Purdy Diz : "Meu Filho Sempre Foi Viado".

O Azarão já havia elucidado, desmascarado e concluído aqui que o estranho caso de Scott Purdy, o britânico que disse ter virado boiola depois de ser submetido a um tratamento com o analgésico Pregabalina, era tudo mentira da bichona enrustida, pura desculpa pra dar o cu, o maior 171 para queimar a rosca sem culpa, ou, como eu disse, a maior desculpa despregueada que já ouvi.
E não deu outra. Ontem, o pai de Scott Purdy, em entrevista ao tabloide britânico "Daily Mail", contou outra versão da história do boiola que tomou Doril e suas pregas "sumiu".
Com a palavra Nigel Purdy, pai do boiola : "Ele sempre gostou de homens. Eu e a mãe dele acreditávamos que Scott fosse bissexual, pois ele nos confessou que, certa vez, aos 17 anos, havia "experimentado" um rapaz. Agora ele diz que é gay. Eu não sei por que ele esperou tanto para sair do armário. Toda a sua vida foi uma mentira".
A declaração do genitor, porém, não pôs um ponto final no caso do boiola do cu anestesiado, mas sim, ao que parece, fez-se em estopim de uma grande celeuma familiar, um assunto para brigas e arranca-rabos no almoço dominical em nome e glória do Senhor.
Scott desmente o pai e insiste na versão de sua viadagem quimicamente adquirida : "Nunca dormi com um homem. Eu pretendo, mas ainda não aconteceu. Se eu fosse gay a essa época não seria possível contar ao meu pai, que há anos nada faz a não ser criticar gays e chamá-los de bichas".
E agora, o pai vai passar a chamar Scott de quê? De machão? De Jesse Valadão? De Zé Mayer?
Para encerrar esse controverso assunto aqui no Marreta, clamo pelo julgamento técnico de um especialista no assunto, rogo pelo parecer de um perito nessas questões, pela opinião abalisada e imparcial de quem já viveu o drama na pele e nas pregas, aliás, de um não, de dois ases no assunto, o ex-boiola e seu macho, o Renatão : e, então, meu caros ex-boiola e Renatão, o que você tem a nos dizer? O que o vosso laudo pericial concluiu sobre esse estranho caso?

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Tomou Doril, as Pregas "Sumiu"

De desculpas esfarrapadas, todo mundo não só já ouviu falar como também já se valeu de um punhado delas ao longo da vida, já as aplicou às mancheias como subterfúgio para tentar justificar os pequenos deslizes, tropeços e cagadas cotidianos.
E de desculpadas despregueadas? Arrombadas? Arregaçadas? Pois essa modalidade de desculpa - inédita até então, ao menos para mim - foi inaugurada pelo boiola britânico Scott Purdy, 23 anos, mas com um rostinho indisfarçável de 24, se é que vocês me entendem.
Scott Purdy se define como um ex-hetero, um ex-macho, e um atual e satisfeito boiola. Balela. Conversa pra gazela dormir. Da mesma forma que não há a figura mítica do ex-boiola, não existe, na natureza, a condição de ex-macho; o cara sempre teve comichão no brioco, sempre sentiu cosquinha na argola, mas a vai contendo, represando, até o dia em que a natureza biológica cervídea do cidadão se faz imperativa e ele sai do closet.
E nesse momento de tão difícil transição, ele precisa - se vê na obrigação de - se justificar para os amigos, para os familiares, para a namorada etc. Precisa arrumar um bambi expiatório, pôr a culpa em alguém pela sua "transformação". No Universo? Em Deus? Nos insondáveis desígnios do Destino? Na criação repressora e castradora dos pais, que nunca o deixaram usar um sutiã, nem concorrer ao posto de Paquita ou ao de a nova loira do Tchan, que não lhe proporcionaram, ao completar de seus 15 anos, um baile de debutante? Para cima de quem Scott Purdy jogou a responsabilidade pelo desabrochar de seu "butão?
Para cima de um remédio! De um analgésico receitado por um médico para mitigar as dores de um pé quebrado quando dirigia um kart. Segundo o boiola súdito de Sua Majestade, o ANALgésico provocou um estranho - e não relatado na bula - efeito CUlateral. O remédio, conta Scott Purdy, o fez perder toda e qualquer atração física por mulheres, desviou a sua libido da nobre trilha da buceta, passou a fazer o seu terceiro olho piscar à visão ou proximidade de qualquer vergalhão, a famosa rola, o famigerado cacete.
Puta desculpa despregueada!!! É como naquele antigo e icônico comercial de TV de um famoso analgésico cujo slogan era, Tomou Doril, a dor sumiu. No caso do britânico, Tomou Doril, as pregas "sumiu".
E vejam só o nome do remédio : Pregabalina! Pãããããããta que o pariu!!! É para acabar mesmo com todas as pregas, à bala, exterminá-las do cu!
Scott Purdy terminou um namoro de seis meses com uma mulher e explicou ao tabloide britânico Metro : "Nunca tive interesse em homens. Mas percebi que a minha libido por mulheres tinha desaparecido e que eu estava querendo só a atenção masculina. Na juventude eu fui até um pouco curioso, mas semanas após tomar o analgésico, eu mudei e não a achei mais atraente".
Um pouco curioso na juventude, né?  Ou seja, se acabava no troca-troca! Era a alegria da molecada!
Depois de algumas semanas, fratura já curada, o tratamento com Pregabalina foi suspenso pelo médico e Scott Purdy voltou ao normal, passou a gostar de mulher de novo, porém, começou a sentir que algo lhe faltava, que algum pedaço lhe havia sido arrancado, que voltara a sentir aquele velho vazio interior, e se saiu com a segunda e definitiva desculpa despregueada. Disse que o remédio também aliviara e o ajudara a controlar sua ansiedade e tendência a paranoia. E voltou a tomar a Pregabalina. E no cu! "Estou feliz. Vou continuar tomando porque o remédio de deixa feliz sobre a minha sexualidade. Foi libertador", afirmou Scott
O que aliviou a ansiedade do boiola não foi o remédio, foi a rola. A paranoia, a mania de perseguição, a sensação de que existe sempre alguém atrás de nós, também se esvaiu, porque, realmente, depois do Pregabalina, passou sempre a ter mesmo alguém atrás de Scott. A única coisa que a Pregabalina de fato fez foi anestesiar o buraco do cu.
Puta desculpa despregueada, repito! Mas como seguro morreu de velho, deixo aqui, aos leitores machos do Marreta, uma imagem de tão poderoso e controverso fármaco. Até porque uma dorzinha de um pé quebrado não mata ninguém, até ajuda o cabra a ficar mais macho, purifica a alma.
Abaixo uma foto de Scott com a ex-namorada. Observem e me digam : teve culpa a Pregabalina?
No momento, Scott está em início de relacionamento com um rapaz de Londres.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Movimento dos "Trabalhadores" Sem Triplex Invade a Casa do Lula

A quadrilha disfarçada de "movimento social" que atende por e se autointitula MTST, o Movimento dos "Trabalhadores" Sem Teto, liderada por Guilherme Boulos, um girino do sapo barbudo, aspirante a tomar o lugar do maior facínora da história do Brasil, invadiu às 08:30h de hoje o famoso triplex do Guarujá e lá montou seu acampamento de favelados.
"Se é do Lula, é nosso!", diz uma das faixas penduradas na sacada do triplex. Não deixa de fazer algum sentido. Só não é verdade porque comunista não divide com outro comunista o que é seu, divide o que é dos outros, invade e toma o que outros trabalharam duro para conseguir.
O que está faltando nesse país são aqueles atiradores de elite, os famosos snippers americanos, soldados que acertam o cu de uma mosca a 300 metros de distância, que dirá, então, o cabeção de um comunista safado. O que está faltando nesse país é substituir a bala de borracha e o gás lacrimogênio, respectivamente, pela bala dundum e pelo gás mostarda. O que está faltando nesse país são campos de trabalho forçado para enjaular essa corja vermelha, que vive a confrontar, fazer pouco caso e debochar da Lei e da Justiça do país.
Fonte : O Antagonista.

domingo, 15 de abril de 2018

A Dactiloscopia do Sapo Barbudo

É a dactiloscopia do Lula! Não a datilografia! Que analfabeto não sabe nem escrever à mão, que dirá à máquina, ou a computador! 
Daticloscopia é o processo de identificação de bandidos e safados por meio das impressões digitais, normalmente utilizado para fins judiciários. Esta área do conhecimento estuda as papilas dérmicas (saliências da pele) existentes na palma das mãos e na planta dos pés.
O filho da puta chega na delegacia, na frente do doutor delegado, tem seus dedos lambuzados de tinta e é obrigado a carimbá-los numa ficha, um a um, um após o outro, cadenciadamente.
É o famoso "tocar o piano". E nesse quesito, de tocar o piano para a Justiça, Lula, visto que é um hepta-réu (fora o caso do triplex em que já foi condenado), está para se tornar o Mozart brasileiro.
Abaixo, o registro das digitais do seboso de Caetés.

sábado, 14 de abril de 2018

Vida, Minha Vida, Olha o Que é Que Eu Fiz...

Gosto de ouvir meus ansiolíticos velhos LPs do começo ao fim,
Da faixa 1 a 12, sem paradas,
Sem tirar a agulha de dentro.
Mas quem tem, hoje, o tempo dos velhos gramofones, dos velhos festivais?
Deixo-os, os LPs, então,
Com suas pisadas terras de massapé preto sulcadas,
Mas sem receberem semeadura,
Minifúndios improdutivos e calados.
Encalabouço-os em ordem alfabética em armários escuros,
E o diamante que lhes dá voz
Em cofre cuja chave me caiu do bolso sempre furado em alguma de minhas andanças e cuja combinação me esqueci ao fugir de alguma tempestade que se anunciou mas não se fez.

Gosto de assistir ao meus colagogos filmes antigos do começo ao fim,
Do título aos créditos finais,
Sem intervalo nem pra banheiro
Nem pra pipoca.
Mas quem tem, hoje, o tempo das velhas férias escolares de janeiro, das velhas Sessões da Tarde?
Deixo-as, as minhas velhas fitas VHS, então,
Em gavetões arqueológicos,
Em mausoléus de animação suspensa,
Adormecidas e anestesiadas em naftalina.
O controle remoto, enveneno com o vazamento tóxico das pilhas de mercúrio,
O videocassete, algemo em eterno estado de pausa, de coma induzido.

Gosto de ler meus tônicos e fortificantes livros do começo ao fim,
De uma só sentada,
De uma só madrugada,
Sem ter de lembrar da página em que parei,
Sem ter que lhes enfiar um marca-livros goela adentro.
Mas quem tem, hoje, o tempo das cadeiras colocadas à noite às calçadas, o tempo de telescópio de observar a dança dos girinos das estrelas?
Deixo-os, os livros, então,
Feito troféus de caça nas estantes de minhas paredes
- cabeças de leões, de antílopes, de gnus e de pássaros Dodôs empalhadas -,
Feito tiras de carne abandonadas de sol a sal no varal,
Santos mumificados em altares esquecidos.

Dizia-me, a Vida,
Nos tempos em que eu tinha tempo de tomar com ela um café de coador com chocolate branco,
Que gostava muito de me ouvir do começo ao fim,
Minha voz monocórdica,
Meus circunlóquios em 33 RPM,
Me ouvir da premissa ao veredicto.
Não entrecortado feito hoje, ela reclama.
Não fatiado entre ela e o trabalho, e a faxina, e o supermercado, e o banco, e o cansaço.
Não quer mais ser para mim
Um lazer de meus raros ócios,
Uma revista de palavras cruzadas que levo para o banheiro nos rápidos momentos de alívio.
Põe-me, então, a Vida
Em seus calabouços de 50 anos de profundidade
Em seus cofres de cuja combinação já se esqueceu.

Dizia-me, a Vida,
Nos tempos em que eu tinha tempo de me sentar com ela à esquina de um buteco e tomar cerveja com porção de lambari frito,
Que apreciava muito me assistir do começo ao fim,
Do conforto de uma sala escura,
Do afundar em uma poltrona acolchoada,
Do luxo de uma tarde de chuva mansa.
Gostava de meus enredos, dos meus suspenses, de minhas poucas cenas de ação, de minhas edições e enquadramentos,
Mas não picado e vendido a quilo feito hoje, ela reclama.
Não esquartejado por intervalos comerciais,
Reuniões, convocações, viagens de negócios.
Não quer mais ser para mim
A amante que se leva a motel barato na hora do almoço.
Põe-me, então, a Vida,
Feito velhos filmes de rolo e películas em super 8,
Em suas gavetas frigoríficas,
Em seus mausoléus de formol.

Dizia-me, a Vida,
Nos tempos em que eu tinha tempo de tirar breves cochilos com ela nos sofás silenciosos de desertas bibliotecas,
Que adorava me ler do começo ao fim,
À luz da Lua, à luz de velas,
Lentamente, 
Com seus óculos de leitura de armação de casco de tartaruga,
Minhas frases, minhas vírgulas duvidosas, meus capítulos curtos
(ficava de mamilos eriçados só de tocar no meu papel enrugado e amarelado pelo tempo, confessou-me um dia),
Minhas entrelinhas, do prefácio ao epílogo.
Mas não fracionado em apressados parágrafos feito hoje, ela reclama.
Não se tiver que me ler feito twitters ou mensagens de texto,
Não se em minha versão ausente e distante baixada em PDF.
Não quer mais, a Vida,
A mim como seu biógrafo fantasma
Nem a ela mesma, minha musa bissexta.
Põe, então, a Vida,
A minha cabeça empalhada e envernizada
(oca de tudo)
Sobre a lareira de sua sala de estar,
Põe-me em estátua de feições agônicas de gesso e de sal
Em um lugar de honra de seu relicário de extintas mitologias.

em tempo : o título é um verso da belíssima canção Vida, de Chico Buarque.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Todo Castigo Pra Corno é Pouco (29)

Trago-vos, chifrudos e chifrudas, cornos e cornas desse país, onde a traição não só é a regra, como também, muitas vezes, é a necessidade, é um estojo de primeiros socorros, é a dipirona, o boldo e sal de frutas da alma e da sanidade, uma pérola, um clássico, um faz-me-chorar dos galhudos e galhudas desse país outrora mais varonil.
Trago-vos um dueto que, embora possa parecer inusitado, fez-se em inevitável.
Nélson Gonçalves, boêmio, corno e corneador das antigas, e Roberta Miranda, idem. Para, mais uma vez, corroborar o axioma de que o bom e velho chifre é a instituição mais democrática do mundo. Contempla a todas as idades, raças, credos, religiões e estilos musicais.
Trago-vos a canção "De Igual Pra Igual". É o Estatuto do Corno! É a luta pela igualdade do chifre!
Na canção, o corno se queixa da dissimulação da amada - "você diz a verdade, e a verdade é o seu dom de iludir, como pode querer que a mulher vá viver sem mentir?" -, que jurava fidelidade e buceta molhada só para ele, e que, no entanto, se encharcava e dava para Deus e o mundo.
E, então, o que faz o corno? Revida na mesma moeda - como se a biscate estivesse preocupada com isso. O corno, em sua vingança inócua, diz : mas aprendi fazer amor pra te ferir sem sentir nada...
E quem disse, corno, que, quando ela te punha um boné de alce, ela não sentia nada? Sentia, sim, chifrudo! Ela gozava e se derretia em pica alheia.
É o corno vingativo! É o corno que, para revidar a injúria sofrida pela mulher, sai pra rua e se vinga dela. É o corno que não só paga, como eu já disse, com mesma moeda, mas também com o mesmo "cofrinho". A mulher deu o cu para outro? O corno sai e dá o cu, também. É o corno lusitano! Ai, cachopa se tu queres ser bonita, arrebita, arrebita, arrebita!
Com (e para) vocês, "De Igual pra Igual". A isonomia do chifre! Porque chifre trocado não dói. A composição é da própria Roberta Miranda e de Matogrosso, não o Ney, o da dupla Matogrosso e Mathias.

De Igual Pra Igual
(Roberta Miranda/Matogrosso)
Você mentiu,
Quando jurava para mim fidelidade,
Fui apenas um escravo da maldade,
Você quis, você lutou, você conseguiu.

Você feriu,
Os sentimentos que a ti eu dediquei,
Quantas vezes o seu pranto enxuguei,
Por pensar que era por mim que choravas.

Você fingiu,
Você brincou com a minha sensibilidade,
Ah é o fim do nosso caso, na verdade,
Só nos restam recordações.

Não toque em mim,
Hoje eu descobri que você não é nada,
Não podemos seguir juntos nesta estrada,
É o fim do amor sincero que senti.

Mas aprendi,
Fazer amor pra te ferir sem sentir nada,
Enquanto eu amava você me enganava,
De igual para igual quem sabe a gente pode ser feliz.

Em tempo : para ouvir e ver o Nélson e a Miranda se secando , é só clicar aqui, no meu poderoso MARRETÃO.

Que Fossa, Hein, Meu Chapa, Que Fossa...(45)

Manuel Bandeira, o meu modernista preferido.

DESENCANTO 
Eu faço versos como quem chora 
De desalento… de desencanto… 
Fecha o meu livro, se por agora 
Não tens motivo nenhum de pranto. 

Meu verso é sangue. Volúpia ardente… 
Tristeza esparsa… remorso vão… 
Dói-me nas veias. Amargo e quente, 
Cai, gota a gota, do coração. 

E nestes versos de angústia rouca 
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca :
 - Eu faço versos como quem morre.

Ainda Falta Muita Mandioca no Toba

quinta-feira, 5 de abril de 2018

O Céu das Mil Bucetas

Cumpri com minha cota diária de responsabilidade,
Cumpri com meus 15 minutos cotidianos de ética profissional :
Acabei de preparar todas as minhas aulas de amanhã,
Os scripts de meu stand up de mentiras,
Cladogramas, organelas,
Lineus, Watsons e Cricks,
y = sen x, y = 2 + cotg  x.

Tomo banho.
Coloco o filho
As gatas
E a esposa
Para dormir :
Anoiteço a casa.

Vou para a sacada,
Abro a primeira lata de cerveja,
Ponho uma seresta no toca-CD.
E espero...
E espero...

Bebo dois Altemares Dutra,
Ouço três latões.
E espero...
E espero...

Bebo um rabo de galo de Nélson Gonçalves,
Ouço a coda do fardo.
E espero... 
E espero...

Cadê a inspiração,
Cadê a poesia a me fazer a dança do ventre,
Cadê a ereção da minha caneta?

Cadê o Céu das mil bucetas,
Tão prometido ao poeta morto?

CÚMPLICES

terça-feira, 3 de abril de 2018

E São Apenas 8 da Noite...

Olho para o Céu,
Que troca de pele,
De roupa,
Que se veste de gala
Para o baile das corujas,
Dos morcegos,
Dos sacis.
Ele ri de minhas asas flácidas e impotentes;
São apenas 8 da noite, todas as obrigações do dia já foram cumpridas.

Olho para as ruas,
Apagando seus neons comerciais,
Botando seus chineses para dormir,
E acendendo seus vaga-lumes de vapor de sódio,
Convocando curupiras e mariposas
Para uma procissão em seus asfaltos esburacados,
Em seus paralelepípedos imperiais.
Elas riem de meus pés artríticos,
De minhas sandálias de Hermes depenadas,
De minha sombra de bengala;
São apenas 8 da noite, todas as providências e todos os preparativos para o dia seguinte já estão planejados.

Olho para uma velha foto - não minha - de mim,
De muitos preto-e-brancos atrás.
O moleque nela,
Já de sorriso trancado
E de olhos embaciados,
Me pergunta :
"Que merda você aprontou comigo"?;
São apenas 8 da noite, e não há mais nada a ser feito,
São apenas 8 da noite, e não há nada mais que eu possa fazer.