sábado, 28 de agosto de 2021

Se Eleito em 2022, Lula Promete Ser o Que Sempre Prometeu : um Ditador

A censura à imprensa, vestida em pele de cordeiro semântica de "regulamentação", sempre foi uma sombra a pairar sobre as cabeças dos jornalistas durante os quatro mandatos presidenciais da organização criminosa, vestida em pele de cordeiro semântica de partido político, que atende pelo nome de PT.
Amordaçar a imprensa sempre foi um dos sonhos de absolutismo comunista de Lula. Não foram nem uma nem duas as vezes em que Lula manifestou tal intenção. Lula sempre teve ganas de costurar a boca da imprensa que lhe é contrária.
Egomaníaco feito um czar ou um faraó, Lula exige ser adorado e bajulado por todos. Os que se recusam em lhe prestar idolatria e lamber as bolas sebosas do seu saco, mandaria todos, se pudesse, a um paredão de fuzilamento. Ah!, quantas punhetas Lula já não deve ter tocado imaginando ser o titio Fidel à frente de um pelotão de fuzilamento. Mandaria, se pudesse, cortar as cabeças de todos os que se negam a lhe prestar submissão e vassalagem. Feito a Rainha de Copas, de Lewis Carroll. Pinguço que só ele, Lula é o nosso Rei de Copos.
Mais que um delírio de consumo de Lula, censurar veículos de comunicação é uma das primeiras - se não a primeira - lições da cartilha comunista, o be-a-bá, a aula inaugural da semialfabetização do companheirinho comunista. Vide URSS, China, Cuba, Coreia do Norte.
Bolsonaro briga com os repórteres, ofende-os verbalmente, manda que eles enfiem latas de leite condensado no cu, mas que eu saiba, que a mim tenha chegado a notícia, nunca se debruçou seriamente e de fato sobre um projeto de "regulamentação" de imprensa. Lula já.
Em declarações feitas nesta quinta-feira (26/08), Lula disse que anda lendo muito (o que deve ser um sacrifício para ele) e tem notado que muitos setores da imprensa não querem a sua volta, também que tem ouvido muito desaforo por aí.
Solução democrática para o problema encontrada pelo Sapo Barbudo : cortar as línguas desses setores, "regulamentar" a imprensa.
Antes, abro um parêntese. É bem sabido que político faz de tudo quando em campanha eleitoral. Abraça o povo, toma café em botequim pé-sujo, pega no colo e beija criança remelenta e cagada, come até buchada de bode. Pois Lula foi além nesse território do autossuplício : está lendo! E muito. Pãããããããta que o pariu!!!! Fecho o parêntese.
Algumas falas de 26/08 do Sapo Barbudo :
"Estou conversando com muita gente, leio muita coisa, estou ouvindo muito desaforo. Tem setores da imprensa que não querem que eu seja candidato, porque, se eu voltar, vou regular os meios de comunicação deste país";
"Se a gente voltar a governar esse país, a gente vai fazer, sim, a regulamentação dos meios de comunicação",
"Nós vamos, definitivamente, regular a comunicação nesse país, porque vai ser bom para o país, para a economia e vai ser muito melhor e  mais saudável para a democracia";
"Não vou discutir por que não deram entrada" (sobre o projeto de censura à imprensa, de coautoria com Franklin Martins, que deixou engatilhado para que Dilma Rousseff levasse à apreciação do Congresso Nacional, o que não foi feito).
A "proposta" atual do Seboso de Caetés se estende também à internet.
É sério mesmo que Bolsonaro seja tão pior do que isso? Ou mesmo tão ruim quanto isso? Não acho.
Até acredito que ambos queiram se tornar ditadores da República do Bananistão. Diferença básica entre eles : Bolsonaro não tem a menor ideia de como fazer isso; Lula, sim. Lula tem plano de longa data já traçado para se perpetuar, e à sua corja, no poder. Diferença que torna Lula muito pior, muito mais perigoso que Bolsonaro. 
Bolsonaro quer ser um ditador, mas nem sabe por onde começar. Lula já deu início ao processo, e agora pretende dar sequência ao seu plano, caso seja elegível e eleito em 2022. Bolsonaro não tem plano nenhum. Para nada.
Bolsonaro querer ser ditador é igual ao aluno criado sob a Progressão Continuada e sob a LDB canalhopaulofreirista querer cursar medicina na USP. Ele quer, diz que quer, mas nem sabe direito o que é medicina, muito menos como ter acesso a ela, menos ainda o quanto teria de se esforçar para isso, menos, menos ainda, mesmo que soubesse o quanto esforço teria que despender, estaria disposto a empreendê-lo. Ele quer, ele ouviu dizer que ser médico é legal, que ganha bem. Quer, mas ficará só nisso. Bolsonaro ouviu dizer que ser ditador é legal, mas também não me parece disposto a arregaçar as mangas para isso.
Lula, não. Lula, pelo contrário. Lula é dedicado a isso. Já fez décadas de cursinhos particulares e cursos preparatórios. Tem e sabe de cor todo o material apostilado e em DVD e em Blu-ray do aspirante a ditador.
Bolsonaro é um projeto de ditador. Lula, um ditador com um projeto.
Fontes : Poder 360 , Pleno News.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

PSDB, de Tucano a Pássaro-Palito

Dentre as diversas modalidades de interações e associações entre os seres vivos, harmônicas ou desarmônicas, há a chamada protocooperação. Ela é definida como uma relação que, caso aconteça, beneficia mutuamente as duas espécies cooperadas; caso não ocorra, ou seja desfeita, não acarreta graves e definitivos prejuízos para os envolvidos, não é obstáculo para suas sobrevivência e reprodução. Ou seja, a protocooperação é uma associação facultativa e transitória, de conveniência, digamos assim.O exemplo mais corriqueiro e caseiro que temos é o do anu, ave insetívora negra que pousa no dorso de um boi, de um cavalo, e se alimenta dos piolhos e dos carrapatos desses animais. O anu enche o bucho e o boi se vê livre de seus parasitas. No entanto, se o anu não achar um boi empesteado para lhe comer os carrapatos, não morrerá de fome, os caçará em outras plagas; assim como o boi não irá definhar e morrer exangue se não encontrar um anu que o faça de pasto.
Outro exemplo clássico e didático de protocooperação, esse alheio ao nosso território e à nossa fauna, é o caso do pássaro-palito, que se alimenta dos restos de carne presos aos dentes do crocodilo, carne que, se ali permanecesse e apodrecesse, poderia eventualmente causar alguma infecção ao temido réptil.
Então, entra em ação o pássaro-palito, o periodontista da natureza. O crocodilo escancara a bocarra e o pássaro-palito passeia por todo o seu interior, retirando e comendo os restos da refeição do crocodilo. O pássaro-palito se farta e o crocodilo economiza uma visita ao dentista para uma limpeza de dentes e gengivas. Igualmente ao caso do anu e do boi, caso esse toma lá, dá cá não ocorra, crocodilo e pássaro-palito não morrerão nem passarão grandes apuros por isso.
Daí eu ter achado das mais bem sacadas a charge do cartunista Benett. Nela, ele traça um paralelo entre a protocooperação e as coligações e conchavos de nossos políticos, relações de conveniência por excelência : se acontecem, beneficiam os dois partidos mancomunados; caso contrário, os partidos sobrevivem muito bem e obrigado.
O tucano do PSDB, rebaixado (ou promovido, a depender do ponto de vista) a pássaro-palito, se alimenta tranquilamente dos restos do governo Bolsonaro, representado por um crocodilo de quepe. Convenientemente, o tucano-palito se aproveita das sobras e limpa as sujeiras do crocodilo.
Achei genial.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Um Dia na Vida (9)

05:23h da manhã. Ele sai da loja de conveniência com um latão de cerveja, o seu pão líquido de cada dia, e o vai tomando pelo caminho.
Só a dose elefantina de café - tomada em casa - não basta para ele encarar o nascer do novo mesmo dia e do mesmo velho sol, ambos plenos de estupidez.
O café o desperta; o álcool dá-lhe certa dose de conformismo para que possa seguir com o inútil porquê de ter despertado. O café bate; o álcool assopra.
Começa a atravessar a velha ponte metálica por sobre o rio emparedado pelos lados da avenida. À sua frente, quase ao meio da ponte, um sujeito de meia idade, semicalvo, de burguesa barriga e vestido como quem se encaminha para uma partida de tênis leva pelas coleiras dois simulacros de cachorros; numa das mãos do sujeito, um saquinho plástico a conter a merda recolhida por ele do chão de um dos cachorros, ou dos dois; um saquinho plástico, pelo jeitão do sujeito, biodegradável.
Saem, Ele e o sujeito, praticamente juntos da ponte e ficam lado a lado na calçada por alguns instantes, aguardando uma folga no fluxo do tráfego para atravessarem a rua.
O sujeito olha para Ele e nota a cerveja em sua mão.
- Já tomando uma? Tá animado, hein… começando cedo”, diz o sujeito, com um risinho de cu no canto de boca, num tom não de simples observação, sim de ironia barata, reprovação e pretensa superioridade moral; coisa de cara que tem o pinto pequeno.
- Pois é - diz Ele - eu, cinco e pouco da manhã, já tomando “uma”; você passeando com dois animais com caras de bobo, ainda que mais vivazes que a sua, que muito vagamente lembram dois cachorros e catando a merda que eles espalham pelo chão. De fato, nós dois temos sérios problemas.
Como também os têm, ele segue pensando em seu caminho, o velho viúvo que levantou às quatro da manhã para varrer e lavar a calçada; como também os têm os frequentadores matutinos das academias, correndo quilômetros em esteiras e, depois, indo de carro à padaria a alguns quarteirões de suas casas; como também os têm o catador de latinhas, a vasculhar as lixeiras de bares e restaurantes na esperança de que a noite tenha lhe deixado alguma gorjeta; como também os têm a velha de cabeleira desgrenhada e psicodélica que serve o café da manhã para o seu orfanato de gatos baldios; como também os têm a gorda que salta da van intermunicipal para ir passar o seu dia atrás do balcão de uma loja de tintas, a sua rotina sem nenhuma cor.
Só não os têm a puta. Alquebrada pelo duro expediente, abrindo e passando pelo estreito portão de ferro de acesso à casa de fundos em que mora. Que toma um banho, que faz uma ducha higiênica, que faz um gargarejo com antisséptico. Que vai dormir o justo sono dos injustiçados.

domingo, 22 de agosto de 2021

Aceitas uma Cartola de Chá? De Camomila ou de Psilocybe? Ou, ainda, de Bebida Púrpura?

Lembro do seu aniversário,
Sei que você se lembra do meu.
 
Mas são os nossos desaniversários,
Festejados sem festa juntos,
As datas que mais comemoro.
 
São as fotografias não tiradas
Do não soprar de nossas velinhas
Que ocupam
E que se aninham
Nos porta-retratos que não tenho
Sobre a mesa de centro,
Sobre o criado-mudo,
Na estante, ao lado de um Bukowski.
Porém,
Inevitavelmente
Registradas internamente em minhas pálpebras,
Reveladas sempre que fecho os olhos para dormir,
Ou para sonhar
(E ai daquele que pensa que uma coisa é sinônimo da outra, ou mesmo, até, aparentadas e consanguíneas).
 
São os presentes nunca dados ou recebidos
Que guardo ocultos
Nos fundos falsos das minhas gavetas;
E que as perfumam de café e de cacau albino
E que espantam as traças e as baratas
E os meus remorsos por toda a beleza que deixei ser roubada de mim.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Equipe "Educadora" do Governo Doria Calcinha Apertada Garante : Acabou a Pandemia Chinesa no Estado de São Paulo

Do ano passado para cá, nós, os professores da rede estadual de São Paulo, fomos encurralados, colocados em quatro diferentes currais :  o das Linguagens, códigos e suas tecnologias, o das Ciências Humanas e suas tecnologias; o da Matemática e suas tecnologias e o das Ciências da Natureza e suas tecnologias.
A cada gado distinto foi reservado um dia da semana (uma manhã ou uma tarde inteiras) no qual a Equipe de Educação do Governo Doria Calcinha Apertada - pedagogos, sociólogos e outros picaretas e impostores contratados a peso de ouro (enquanto que nós, os professores, a peso de ouro de tolo) -  passa-nos "valiosas" informações e diretrizes a respeito de nossas áreas e, sobretudo, orienta-nos em estratégias de como retomarmos com segurança as aulas presenciais, já postas em prática desde 02/08/21, com as turmas separadas em dois grupos, que se revezam semanalmente. 
As transmissões da Equipe de Educação são transmitidas remotamente, através do Centro de Mídias de São Paulo, o já famigerado CMSP.
No caso do meu curral, o das ciências da natureza e suas tecnologias (seja lá que porra for essa), o tão  ansiado dia de sermos agraciados com tanta sabedoria é a quinta-feira.
Claro que eu não assisto a esta merda, a mais esta empulhação peidagógica. Não fico lá, batendo palma pra louco dançar. Eu me conecto, sim, ao CMSP nos horários devidos, para registrar a minha presença e a minha frequência frente ao Grande Irmão, mas deixo aquilo rodando no mudo e vou cuidar da vida. Se na escola, vou tomar um café, bater um papo, colocar diário de classe em dia etc. Se em casa, vou à quitanda, vou preparar o almoço.
Dou uma olhada só de vez em quando, só pra ver se a conexão não caiu. E hoje, numa dessas olhadas, eis o que vi, eis com o que eu fui abençoado (e, depois, ainda tem quem não entenda a alcunha de Azarão)  : uma preciosíssima estratégia de como conectar o aluno à disciplina Projeto de Vida, instituída também no ano passado. Uma dica imprescindível para o meu currículo e para o meu crescimento, tanto como profissional quanto como "pessoa humana".
Mas antes da tal pérola, do que trata tal disciplina?, algum de vocês poderia me perguntar. Respondo : não faço a menor ideia. Parece que professor e aluno ficam conversando e debatendo sobre seus sonhos e aspirações. 
Pois é, enquanto o chinesinho está lá, estudando matemática e mandarim por doze diárias e ininterruptas horas, o brasileirinho aqui fica devaneando em sala de aula.
O professor, além do falacioso título de "educador", atribuído-lhe na década passada, o qual abraçou de muito bom grado (eu não), agora, também está se metendo a ser um projetista de vida, um designer de destinos e de sonhos.
E conseguem imaginar qual foi  a tal da estratégia, não só proposta como também fortemente recomendada, para criar essa conexão inicial do estudante com o seu projeto de vida? Para estabelecer vínculos e fomentar a empatia e a gratidão? Simples : organizar os alunos em dupla!!! Pãããããããta que o pariu!!! 
Os professores, coordenadores e equipes de limpeza das escolas têm o maior trabalho e cuidado para manter as carteiras da sala de aula com o necessário distanciamento, e aí vem a Equipe de Ouro do Doria Calcinha Apertada e manda juntar todo mundo! Acabou a pandemia chinesa no estado de São Paulo!!!!
Meninos, eu vi!!! 
E, agora, azar o de vocês, vocês também verão. Fiz, como dizem os afrescalhados de plantão, um print da tela e abaixo reproduzo a abominação. Grifei em vermelho a recomendação da formação de duplas, mas leiam tudo, para sentirem a "dinâmica" do tal projeto de vida, para verem o que se anda fazendo (ou não fazendo) pelas salas de aula deste nosso Brasil, dantes muito mais varonil.

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Um Dia na Vida (8)

Apenas dez ou doze alunos na sala (de aula? há sérias controvérsias). Contingências da pandemia chinesa. Dez ou doze alunos, apenas. Estudantes, nenhum.
Ele - padre tornado sem fé pela ímpia realidade - recita os mesmos salmos e versículos de uma bíblia escrita e sacramentada há séculos. E, há tanto tempo quanto, destituída de sentido e de verdade.
Três ou quatro alunos ainda lhe prestam atenção. Como quem assiste a um filme russo. Sem legendas. Os outros acarinham e masturbam os seus telefones celulares. Ele não tem mais forças para lhes proibir o uso e fazer com que os guardem. Já são os seus cérebros doentes e suas almas tristes.
Ele aproveita que está de máscara. E chora. Sobre os canteiros de ervilhas de Mendel. Quer voltar a ser piolhento e feliz macaco de Darwin.

domingo, 15 de agosto de 2021

Compatíveis

Eu te amo, caralho!!!! Tu sabes disso!!!

Eu te amo, caralho!!! Nem sei se eu queria tanto te.

Desculpe se achas (se ela se abate assim sobre ti) a minha forma de te amar, um veneno.

Se sim, se, de fato, um veneno, inoculo-o sem saber; 
Sem maldade, sem dolo, sem ser a intencional áspide que beija teus seios de Cleópatra (ô história das mais mal contadas).
Se sim, a te ofereço, a minha forma de te amar, a qual classificas como peçonha, não como uma execução, não como uma pena de morte, não como uma injeção letal.

Sim como um chá de cidreira com camomila, como um travesseiro de macela a te capturar bons sonhos.

Como uma chupada na tua buceta, como uma hemodiálise, a sugar e a cuspir das tuas entranhas as toxinas da tua tristeza, a te abortar das intempéries do dia, a te proporcionar uma pausa da vida, os necessários 15 minutos para um cafezinho na rotina, no expediente, no bater do cartão de ponto da desesperança.

Não pensava que te envenenava; sim que te nutria; que te aquecia.

Minhas palavras, a tua canja de galinha;
Minhas perversões, o teu tacacá.

Não pensava que te instilava veneno;
Sim que te transfundia meu sangue,
O único no planeta
Do mesmo tipo que o teu.

Não pensava que te mirrava,
Sim que te explodia o ventre de gozo.

domingo, 8 de agosto de 2021

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Cerveja-Feira (42)

Mudei-me, recentemente; há cerca de um ano. Um edifício mais novo, moderno e tal. Há um grupo de três ou quatro moradoras, de três ou quatro senhorinhas, que se ocupa e se dedica voluntariamente a renovar a decoração da entrada do prédio de acordo com as datas comemorativas mais próximas e correntes. Para cada festividade, uma decoração temática. E as velhinhas são talentosas e caprichosas. Fica mesmo um trabalho de gabarito.
Nesta semana, saíram os motivos juninos e assumiram o seu lugar os do Dia dos Pais. Alguns cartazes bem impressos e coloridos com dizeres do tipo "Pai, Herói, Amigo", gravatas, canecas de café, embalagens de barbeadores elétricos, de loção pós-barba, caixas de meias e de lenços. Tudo muito bem distribuído e organizado com muita estética e bom gosto. Desde a portaria até às portas dos elevadores.
E em um item específico da decoração, as velhinhas acertaram em cheio. Foram de uma extrema felicidade. Sobre o tampo de vidro de uma mesa, um arranjo feito com um balde de alumínio todo decorado e cheio de latas de cerveja e garrafas long neck.
Que pai das antigas quer ganhar o que no Dia dos Pais? Pijama, meias, cuecas, perfume, uma lembrancinha "artesanal" feita pelo filho pequeno na escola, na aula de Artes? Porra nenhuma. A gente até sorri e agradece. Mas porra nenhuma.
Pai das antigas quer é ganhar cerveja no "seu" dia. E não só no "seu" dia. Em todos, de preferência.
Uma única falha no arranjo da velhinhas. Das mais perdoáveis, é verdade, mas a respeito da qual não posso me furtar ao registro. Nem chega a ser uma falha, uma vez que - tenho  certeza - não nascida de descuido ou negligência, mas sim de um provável desconhecimento de causa. 
As velhinhas só enfeitaram o balde com cervejas afrescalhadas. Heineken, Stella Artois, Baden Baden, Colorado, Budweiser. Confundiram pai das antigas com pai gourmet! Pais que entornam com pais que "degustam"... 
Talvez, por não entenderem muito do assunto, por não serem do métier, tenham se informado com alguém sobre as marcas de cerveja para bem confeccionarem seu arranjo. E devem ter perguntado para filhos ou netos, essas gerações mais frouxas e embichadas. Tivessem consultado e ouvido seus maridos (se é que ainda os tenham vivos), o arranjo estaria perfeito, só teria Antarctica, Brahma, Niger, Caracu e Malzebier!
Achei o resultado final um tanto quanto pedante, esnobe.
Então, o diabrete que habita o meu ombro esquerdo cutucou-me as ideias com seu tridente. "E se a gente" - começou ele - "desse nosso toque autoral nessa viadagem aí, e se a gente avacalhasse um pouco com toda essa afetação e falso refinamento?".
Ato reflexo, pensei : já sei! Colocarei, ao lado das Stellas, Badens etc, um vistoso, berrante e vermelho latão da Lokal Beer! Genial, disse para mim mesmo! Molecagem de primeira! Uma traquinagem digna de um saci!
Já podia até imaginar os viadinhos degustadores passando, olhando e torcendo seus narizes sofisticados para o latão da Lokal. Como se ela fosse um mendigo fedorento e cheio de chagas que adentrasse um baile de gala. O latão de Lokal, uma sórdida nódoa de lama na roupa de brim branco muito bem engomada, que, como assegura o Bandeira, é como a poesia tem de ser.
Porém... como eu disse, é um prédio novo, moderno. Pior que moderno : modernizado, modernoso. Com câmeras de vídeo por todos os lados, em cada canto e reentrância. Mais câmeras que em "1984". Um verdadeiro Grande Irmão, o síndico. Um voyeur orwelliano. Uma, inclusive, bem no canto esquerdo do teto, mirando direto no balde com as cervejas.
A principal graça da molecagem, da traquinagem, é justamente o anonimato de seu autor. As pessoas sofrerem o seu efeito e ficarem se perguntando e ficarem supondo e ficarem sem saber quem a executou.
A câmera acaba com o anonimato. Extermina a graça. Assim, minha ideia não será dada à luz; permanecerá, em eterna incubação, no endométrio da imaginação.
É a merda da tecnologia a serviço do politicamente correto, a serviço de dizimar o humor. De tentar inibir e castrar a criatividade, a travessura, o menino que vive no velho. De anular a imaginação, a travessura e a meninice, até que a tecnologia não é capaz. Nada o é. Quem com elas nasceu, vestirá seu paletó de madeira com elas a lhe servirem de sorridente e colorida mortalha. Mas impede as suas saudáveis práticas. A Terra do Nunca está sob pesada vigilância.
Um balde só com Stellas Artois? Que mundinho mais chato, mais de merda...
Abaixo, uma simulação virtual de como ficaria o arranjo das velhinhas se acrescido de meu luxuoso auxílio.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Hackers Tentam Aplicar o Conto do Vígário no Papa (ou : Ladrão que Rouba Ladrão Tem Prejú de Cinquentão)

Dentre as diversas explicações oferecidas para a expressão "o conto do vigário", a que eu acho mais legal é aquela nascida da disputa de dois vigários portugueses,  um da paróquia de Pilar, outro da de Conceição, ambas na cidade de Ouro Preto (MG), no século XVIII, pela posse da mesma imagem de uma Nossa Senhora.
Para resolver o impasse, o vigário da paróquia de Pilar propôs, então, que a imagem da santa fosse amarrada ao lombo de um burrico que, "por acaso" e "inocentemente", quase que por providência divina, pastava por ali, e que o animal fosse solto no ponto médio de uma estrada que, para um lado, chegava na paróquia de Pilar, e que, para o outro, ia dar na de Conceição. O caminho que o burrico tomasse decidiria de quem seria a posse definitiva da imagem. O burrico optou pela paróquia de Pilar. Tempos depois, descobriu-se que o burrico era de propriedade e criação do vigário de Pilar, que o burrico sabia de cor o caminho das pedras.
Desde então, todo estratagema fraudulento e com intenção de causar prejuízo a outrem vem sido chamado genericamente de "o conto do vigário".  
Na sexta-feira passada (30/07), e a notícia só veio à tona agora, criminosos cibernéticos tentaram aplicar um conto do vigário para cima do deputado Luis Miranda (DEM - DF), parlamentar que coleciona processos desde 2011, entre eles, um por estelionato, de 2019. Ou seja, vigários querendo ensinar o Pai-Nosso ao Papa; a um dos 513 de nossa nada católica política. Tentaram dar o pulo do gato para cima do leão.
Inicialmente, os hackers invadiram a conta do Telegram do também deputado Rodrigo "Nhonho" Maia, e, depois, se fazendo passar por ele, entraram em contato com Luis Miranda pedindo que este lhe emprestasse a quantia de R$ 20 mil.
Na mesma hora, escolado que só ele, Luis Miranda farejou o golpe e foi enrolando e levando na conversa o pretenso ladrão, disse que o banco exigia uma taxa de R$ 50,00 para fazer a transferência e que, por isso, só conseguiria efetuar a transação na segunda-feira.
O hacker se dispôs, então, a pagar a taxa de cinquenta reais para agilizar o processo, para meter a mão nos vinte mil reais. Luis Miranda forneceu o número de sua conta bancária e o ladrão depositou os cinquenta reais. Sacrificou cinquentão com vistas aos 20 mil.
Declarou Miranda : “Sou muito tranquilo e frio. O cara pediu R$20 mil, fui levando ele, dizendo que por causa dos R$ 50 não conseguiria, só na segunda. Estava tentando me livrar dele, aí ele pressionou e mandei depositar. Aí ele depositou”.
Pãããããta que o pariu!!!! Luis Miranda aplicou o contragolpe do vigário!!! Aplicou o golpe do bilhete premiado para cima do hacker! Eu tenho aqui um bilhete premiado da loteria que vale vinte mil reais, e eu só tô pedindo cinquentão por ele. E os hackers deram!
Ladrão que rouba ladrão tem prejú de cinquentão!
Logo após o cinquentão ter caído na sua conta, o deputado mandou uma mensagem de áudio tirando a maior chinfra com a cara do hacker : “Bandido, comigo não!".
Valha-me São Francisco Buarque de Holanda!  
"Agora já não é normal, o que dá de malandro regular, profissional, malandro com aparato de malandro oficial, malandro candidato a malandro federal...".
Deputado Luis Miranda exibindo o celular com as conversas com os hackers.
 
Fontes sobre os processos contra o deputado : 

domingo, 1 de agosto de 2021

O Estatuto do Armamento das Feminazis

Um texto dos mais interessantes e esclarecedores sobre o complô mundial para a castração em definitivo do macho heterossexual, sobre a grande maquinação (que há muito denuncio aqui) para o embichamento planetário. Depois dessa, o mais saudável e sensato que o macho das antigas tem a fazer é manter segura distância do bicho mulher. Depois da aprovação dessa lei, para o solteiro das antigas do futuro, só restarão as prostitutas, as mais honestas das mulheres nos dias atuais. Uma prostituta sai muitíssimo mais barato que uma namorada ou esposa rancorosas. E o sexo é garantido. No mais, deixemos estar. Cu, pra gente, nunca vai faltar. Que falte rola pra elas. Do Blog do Neófito.
 
"Há algum tempo eu vinha acompanhando a tramitação da hoje Lei nº 14.188 de 28 de julho de 2021 (então Projeto de Lei n° 741/21), que previa a tipificação de violência psicológica contra mulher. Acreditei até os instantes finais que algo assim não passaria. Seria a punhalada decisiva da agenda feminista contra a família e os relacionamentos heterossexuais. Ao jogar homens contra mulheres - e o contrário também -, divide-se para conquistar. No caso, a conquista é o fim das relações tradicionais entre macho e fêmea.
Agora, nosso Código Penal conta com o tipo mais vago, abstrato e aberrante que conheço. É sem dúvidas uma anomalia jurídica, em todos os aspectos de fundo e boa técnica de redação de norma jurídica, ainda mais quando envolve pena restritiva de liberdade. A redação é a seguinte:


Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.

Como sou pai de menina, me preocupo com isto. Se algo assim prosperar no mundo forense (e creio que prosperará, pois será plenamente constitucional na Justiça "mangina"), ainda mais dependendo da maneira como será aplicada a lei, antevejo a total ruína dos relacionamentos de qualquer ordem no longo prazo. Não vale a pena namorar uma garota que pode te levar ao xilindró porque ficou triste no relacionamento ou te acusar de ser a causa de sua falta de "autodeterminação" (que raios seria isso?). E tudo com reflexos financeiros na esfera cível. E se você for dono de algum empreendimento, fica complicado oferecer à mulher determinado posto onde ela ficará sujeita às suas ordens, pois ela poderia conseguir sua prisão acaso associe sua cobrança profissional a eventual "dano psicológico". 
A vida é dura. O mundo é cruel. Mas, agora, é crime não impedir que alguma mulher fique triste. Homens evitarão mulheres. E, por isso, me preocupo com o futuro amoroso de minha filha. Por sorte, o mundo possui muitos imbecis que ainda se arriscarão. Mas por quanto tempo haverá gado feministo abundante no mercado?
A previsão de feminicídio com pena superior ao de homicídio elevou as mulheres a um nível supremo. Com este novo tipo penal, elas agora são deusas e merecem ser reverenciadas três vezes ao dia. Prefiro pular fora e me manter com poucos contatos femininos.
Tenho bastante pena dos atuais meninos que estarão enrascados a partir de agora, em seus futuros relacionamentos e descobertas amorosas. Obviamente, tenho pena até de mim. Se amanhã eu discutir com alguma mulher, mesmo se provocado (no trabalho, na vizinhança etc.), poderei ser preso se ela alegar "dano psicológico". Falando por mim, tentarei manter distância máxima de mulheres em meu cotidiano.
Imagine o caso. Numa rusga na fila do supermercado, uma garota empoderada lhe cospe a cara. Então você a chama de porca. Mas ela é gordinha. Então daqui a uns meses ela alegará depressão devido ao xingamento, pois foi um pesado gatilho à sua gordura corporal (ui, os gatilhos!). Ela não sofrerá nada devido à injúria real da cusparada e você será condenado por violência psicológica. Logo após, ela pedirá reparação por danos moral e material, alegando que não trabalhou durante alguns meses por estar tristonha em casa.
Possivelmente, esta norma também será aplicada às mulheres trans (vulgo "travestis") mais à frente. Então, cuidado quando olhar para uma transexual, pois ela pode pedir sua prisão por sentir-se ofendida. E mais: pode ser que esta ação penal pública seja incondicionada. Ainda não estudei a respeito. Mas é possível. Logo, se uma amiga de sua amiga de trabalho não for com a sua cara, poderia - em tese - bater à polícia ou ao Ministério Público para notícia-crime de que você é um criminoso, pois repararia tristeza na amiga quando está perto de você.
Penso que está norma será aplicada até entre mulheres (amigas, parentes, vizinhas, empregadas etc.). Veremos...
Esta norma tramitou tranquilamente no Congresso e foi sancionada pelo Presidente da República, o qual vem fazendo inúmeros desserviços à filosofia liberal-conservadora, ao aceitar descalabros da senhora Damares Alves, enquanto Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Nem o PSOL causaria tantos estragos!
Abraços celibatários e até a próxima."

Our Way

Nos reencontramos
(um hiato de uma Copa do Mundo)
Nos abraçamos
(sem viadagem).
 
Não perguntamos pela família
Pelas esposas
Pelos filhos.
 
Estamos aqui pelo passado
Pelo tempo
Em que tínhamos tempo para jogar fora.
 
E como o jogamos fora...
Feito excesso de bagagem
Para nosso avião seguir albatroz
Para nosso navio pirata não soçobrar.
 
E rimos
E gargalhamos
E desempoeiramos a capa
E desgrudamos as páginas plastificadas
Dos velhos álbuns de fotografia
Que são nossos olhos.
 
E entornamos whisky
Puta que o pariu como entornamos whisky.
 
E amanhecemos
Nos sentindo Frank Sinatra.