sábado, 31 de outubro de 2020

O Nome Dele Era Bond, James Bond

Sean Connery. Um dos últimos machos das antigas do cinema. Hoje em dia, colocam até ator boiola para interpretar o Agente a Serviço de Sua Majestade com Licença pra Matar. 
Sean Connery
1930 - 2020

31 de Outubro - O Dia do Saci

Raloim é o caralho! Jack-cabeça-de-abóbora é a cabeça do meu pau! Dia das Bruxas é a puta que os pariu!
Hoje é o Dia do Saci, baby!!!
Sim, o perneta endiabrado tem o seu merecido dia. A data foi instituída em 2003, através do Projeto de Lei Federal n.º 2.762 proposto pelo deputado Aldo Rebelo, com o objetivo de combater o estrangeirismo e a invasão cultural do Halloween e valorizar o nosso folclore.
Bem vemos o quanto funcionou. Louvável, a patriótica intenção do  deputado, porém, inútil. Somos um país de colonizados, gostamos de arremedar os gringos. Somos macacos de imitação com todo o orgulho. Já dizia o cantor Paulinho Soares, lá na década de 1970, na música que foi sucesso na época, O Patrão Mandou. Dizia a letra :
"O patrão mandou cantar com a língua enrolada.
Everybody macacada. Everybody macacada
E também mandou servir uísque na feijoada.
Do you like this, macacada? Do you like this, macacada?
E ainda mandou tirar nosso samba da parada.
Very good macacada. Very good macacada."
O patrão manda e a macacada canta!
Divulgo e apoio o Dia do Saci desde o primeiro ano do Marreta, 2009. Muito já falei, versei e tergiversei sobre o Saci.
Os que quiserem saber mais sobre a lenda, as suas várias versões e a data comemorativa do negrinho de uma perna só, hoje chamado de afrodescendentezinho portador de necessidades físicas especiais e acometido por dependência química de tabagismo, é só clicar em cada uma das figuras abaixo, que elas os levarão (espero) às respectivas postagens sobre o Dia do Saci.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O Dia das Buças

O Dia das Bruxas e outros estrangeirismos que se fodam! Que aqui no Marreta o que tem é o Dia das Buças! E não é dia único no calendário, não. É data celebrada nos 365 dias do ano; nos 366, nos bissextos! No Marreta, todo dia é o Dia das Buças! 
Halloween é o caralho! Aqui é o rala-e-rolaween! Valha-me São Jotabê, padroeiro dos trocadilhistas sem noção! E cabeça de abóbora é a cabeça do meu pau!
E que porra é essa de "travessuras OU gostosuras"? Pois aqui é o Reino Gozoso do Azarão. Aqui, vos tendes "travessuras E gostosuras"! Que uma coisa é indissociável e intrínseca à outra. Não há travessura que não seja uma gostosura; nem gostosura que não advenha de uma travessura.
Vem, minha filha, senta na minha piaçava, senta...

Trinta Dias no Deserto da Abstinência

Iniciei meu jejum alcoólico, meu mês sabático de cerveja, no domingo (25/10), um dia antes do programado. E até ontem, quinta-feira, cinco exatos dias sem álcool, a não ser aquele absorvido pela pele, quando passo álcool gel nas mãos ao adentrar algum estabelecimento comercial, estava tudo bem, nenhuma falta ou vontade havia me acometido.
Até ontem... Ontem, o Demônio resolveu me tentar nesses meus trinta dias no deserto da continência. Não veio em pessoa, o Demo. Não deve achar que eu valha tanto. Enviou um reles diabrete de quinto escalão, para começar a testar, mais que a minha resistência, as minhas fraquezas.
Ontem, o bicho começou a pegar. Mas não "O" bicho! Não uma fera famélica e sanguinolenta, um mastim dos infernos. Um chihuahua, um pinscher, um desses pernilongos em forma de cachorro a mordiscar meus calcanhares.
A vontade de cerveja veio quando fui lavar os banheiros da casa. Tarefa para a qual sempre me muno de : balde, sabão em pó, sabão em pedra, água sanitária, esponja de espuma, bombril, limpa-vidros, pano de chão, rodo, o toca-CDs posto à janela e uma lata de cerveja; uma lata para cada banheiro..
Ontem, todo o arsenal pronto, faltava alguma coisa. A cerveja. Teria trocado, fácil, naquela hora, o limpa-vidros por uma latinha; a água sanitária por um latão. Mesmo desfalcado, comecei a limpeza do primeiro banheiro.
Não chegou a ser uma vontade incontrolável por cerveja, um desejo imperativo, uma ânsia a ser aplacada a todo custo. Foi mais uma ausência, como um espaço vazio deixado por um quadro que foi retirado da parede, por uma foto retirada de um álbum, por um amigo que não pode vir à festa.
Cinco ou dez minutos de iniciada a faina, a vontade foi embora, desvaneceu-se.
Não sei se a limpeza dos banheiros ficou igual, melhor ou pior que a de costume. Mas que foi tarefa muito mais chata de se cumprir, isso foi, pããããããta que o pariu se foi.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Soprando Velinhas

Não sou - nunca fui - de celebrar datas que, teoricamente, deveriam ser "importantes" para mim. Nem datas que são importantes para os outros. Se eu fosse disso, outubro seria mês dos mais festivos.
Quatro das pouquíssimas pessoas que me são muito caras, que me são de grande significância, fazem aniversário neste mês dez.
Por ordem crescente de idade e também, coincidentemente, por ordem crescente de datas, são elas : meu filho, com 11 anos completos no dia 05; o Fernandão, com 49 anos completos no dia 12 e amigo de copo há 31 anos; o Marcelo, o famoso Leitinho, meu primo, com 52 anos completos ontem, dia 26, amigo há sei lá quanto tempo, acho que desde sempre; e o Marcellão, a completar 54 anos neste dia 30, amigão de barcas furadas há 37 anos.
Fora o meu filho, não falei com nenhum deles para parabenizá-los pelos "seus dias", nem falarei com o Marcellão na sexta-feira. Eles sabem disso e entendem. Duvido muito que algum deles espere por um parabéns de minha parte; não pelos seus aniversários, pelo menos. Duvido até que eles saibam que eu traga essas datas comigo em silenciosa lembrança.
Pois neste ano, sem avisá-los de nada, deixarei-lhes uma lembrancinha aqui no Marreta, uns bolos de aniversário virtuais, para caso eles passem por aqui.
Nos casos do meu filho, do Leitinho e do Marcellão, apreciadores de quadrinhos que são, deitarei três coelhos de uma só cajadada:
No caso do Fernandão, os buracos são mais embaixo, os motivos decorativos são de natureza bem diversa :
E o bolo acompanha até docinhos relacionados, beijinhos e brigadeiros temáticos.

Pããããããããta que o pariu!!!!!!!

domingo, 25 de outubro de 2020

Bruxualumiar

Lâmpada
Pirilâmpada
Lamparafina
Relampião.
 
Eletricidade
Luciferina
Zeus
E querosene.
 
E o meu quarto continua escuro
E o meu quarto continua escuro.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Campanha Outubro Mamilo Rosa (2)

E depois e ainda, rotulam-nos, as feministas suvacudas, de machistas, sexistas, porcos chauvinistas et calunium. Oh, injustiça, que não sei como suportamos! Só não viramos todos viados pelo grande amor, apreço e apego que temos às nossas pregas do cu! E porque amamos as mulheres.
Não somos misóginos. Somos ginecófilos. Vulvófilos. E, claro, mamófilos! Nossos elogios são loas, preces, hinos de louvor; não assédio sexual.
Só não sabe nem se apercebe disso aquela que nunca os inspirou e os recebeu. Mesmo nesse caso, nós, os machos das antigas, não temos culpa nem dolo. Elogiar o que em uma feminista com pelos nos suvacos, muxibas chegando ao umbigo e tatuagem da Frida Kahlo na batata da perna? A inteligência dela, a sua beleza interior? Se eu gostasse de beleza interior, tocava punheta com a revista Casa & Jardim e não com a Playboy. Socava uma bronha olhando pra uma radiografia.
Nós amamos as mulheres. E quanto mais independentes, melhor. Quanto mais ganharem mais que nós, melhor. Mas que continuem... mulheres. Passamos o tempo inteiro preocupados com o bem-estar e a satisfação delas. Queremos vê-las com saúde e sempre de bom humor e de boa vontade.
Prova disso é a Campanha do Outubro Mamilo Rosa, que mantenho há anos aqui no Marreta, e também a adesão imediata a ela, nesse ano, de mais dois machos de respeito, o Inominável Ser, do blog O Mundo Inominável, e o Ozy, do blog Ozymandias Realista. Sendo que este último, ávido em contribuir, mandou sua prestativa colaboração, a abençoada por Deus e bonita por natureza Gabbie Carter.
Previnam-se, meninas! Toquem-se, toquem-se. Apalpem-se.

Cerveja-Feira (31)

Há muito que eu não sei o que é ficar mais do que dois ou três dias sem dar uma bebericada. A última grande estiagem de cerveja se deu há uns sete ou oito anos, quando uma tendinite braba no joelho me fez passar três semanas à base de um anti-inflamatório pesadíssimo, e totalmente incompatível, avesso e beligerante ao álcool.
Com a pandemia, então, aumentei ainda mais a frequência de ingestão da loira gelada; porém e longe disso, não frígida. Há semanas em que, nem que sejam duas ou três latinhas, eu bebo todos os dias. É bom para assistir a um filme. É bom para ouvir uma música. É bom para escrever. É bom para, simplesmente, só beber.
Sinto de verdade, e claro que pode ser apenas mais um dos enganos do álcool, que penso melhor e mais claramente sob os eflúvios de uns latões. Tem o bêbado que fica mais emotivo, tem o que fica mais falante, tem o que fica mais chato, tem o que fica mais valente. Eu sou do tipo que pensa que pensa melhor.
Será, de fato? Muito já se relatou e se escreveu sobre os efeitos das drogas na criatividade e no pensamento humanos. Álcool, maconha, ópio, absinto, Jesus, LSD e demais psicodélicos (os quais, tenho enorme vontade de experimentar, mas, ao mesmo tempo, um medo, um cagaço ainda maior do que eu poderia "ver").
Há uma droga, no entanto, sobre a qual acredito não haver relatos de sua influência no pensamento e na criação. A pior de todas as drogas : a abstinência.
Resolvi, depois de matutar a questão por uns meses, fazer um experimento com tal droga. Tentarei passar um mês sem colocar uma única gota de álcool no organismo. Nem álcool em gel na torrada, eu passarei mais. E ver o efeito sobre o que eu penso, sobre as ideias que tenho e na maneira que eu as desenvolvo e escrevo.
Não, não é autopunição nem autoflagelo. Nenhum tipo de culpa ou de arrependimento (ponderei muito a respeito dessa possibilidade inconsciente) me levou a essa decisão. Curiosidade, apenas a boa e velha curiosidade. Como funcionarei sem o álcool? Funcionarei?
Pensei em começar hoje, sexta-feira, mas seria até sacrílego. Poderia ser amanhã, mas irei para a casa da minha sogra, que mora em outra cidade. Passar o fim de semana na casa da sogra, e a seco, é castigo que não sei se ninguém merece, mas tenho certeza de que eu não, e como eu disse, a intenção do experimento não é a de punição ou purgação. Além disso, a véia também é chegada num litrão. Antes um pacto com o Tinhoso que fazer desfeita pra sogra.
Começarei, pois, feito todas as dietas e regimes fracassados, o meu jejum alcoólico na segunda-feira, 26/10.
À guisa de despedida temporária, hoje irei de uma boa e barata que descobri recentemente, a cerveja Malta.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Campanha Outubro Mamilo Rosa

Pããããããããta que o pariu!!! Não foi por desleixo. Menos ainda por descaso. Foi puro esquecimento, mesmo. 
Outubro a findar e eu, inocentemente, a prevaricar do compromisso de utilidade pública assumido pelo Marreta desde a sua fundação. Do compromisso de conscientizar a população em relação aos cuidados para com a saúde e o bem-estar físico, mental e sexual.
E, de todas as campanhas de conscientização, a minha preferida, a que ensina a mulherada a zelar pelas e a cuidar das próprias tetas : o Outubro Rosa.
Ao longo do resto deste mês, não me furtarei à função socioeducativa do Marreta : incentivarei a mulherada ao autoexame das mamadeiras, ao toque, ao massagear. 
E sem mais delongas, que é para correr atrás do prejuízo, e como peitaria pouca é bobagem, inauguro a seção com a avantajada Bella Brewer.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O Céu Pode Ser um Inferno

Dia desses, Jotabê, o Mito do Blogson Crusoe, usando-o como um paralelo à propaganda enganosa que se faz da velhice, contou um "causo" de um sujeito a quem o Capeta iludiu e convenceu a ir pro Inferno. Pintou o Inferno como "um ambiente descoladíssimo, com uma iluminação feérica, cheio de luxo e luxúria, belas mulheres, com todos os antigos companheiros de esbórnia e putaria ali reunidos, se divertindo horrores. Depois de assinado o "contrato", a cenografia muda instantaneamente e o inferno se transforma no que realmente é"
Quando chegou às profundas, o Inferno era o que tinha de ser, era aquilo para o qual foi criado : um local de autopunição e de autoexpiação da culpa cristã inculcada em todos nós desde a mais tenra infância. E tenho cá pra mim que esse seja o grande pecado original do cristianismo : dizer a uma criança que ela já nasce culpada e que seus atos e comportamento durante a vida poderão ou não redimi-la. Claro que a pessoa cresce e morre acreditando que ela merece o inferno. Nessa patifaria toda, o Diabo é só um pobre-diabo, um bode expiatório (não surpreende que seja retratado com chifres, rabo, cascos e barbicha) para a praga da culpa rogada por Deus aos peladões do Jardim do Éden e a todos os seus descendentes.
Na visão do Jotabê, aliás, visão, não, conhecimento de causa, o atual enfoque politicamente correto dado à velhice e, por que não dizer, à senilidade é tão canalha e mal-intencionado quanto o engodo do Capeta no "causo" por ele narrado. Na porta de entrada da velhice, colocam lá um grande outdoor, um festivo letreiro de neon : Melhor Idade, Feliz Idade, e outras pataquadas. Quando atravessamos a soleira e os batentes da porta, vemos que não é nada daquilo : dores nas juntas e articulações, cabelo ficando branco e/ou caindo, pele perdendo o viço, a elasticidade e a rapidez de regenaração, os olhos perdendo a acuidade, tendinites, artrites, artroses e reumatismos, hipertensão, diabetes, azia, refluxo, ganho de peso, baixa da resposta imune, redução da potência sexual etc etc.
E concordo com o Jotabê.
Mas conheço um "causo" melhor que o do cara que foi iludido para entrar no Inferno, conheço o do sujeito que, mesmo tendo a chance de ficar no Céu, escolheu e exigiu ser mandado ao Inferno. Vamos a ele.

"O cara morreu e acordou de cara para os Portões Celestiais. Ficou meio desconfiado, ressabiado, pensou que podia ser uma "pegadinha" do Capeta, afinal, não fora lá aquelas coisas em vida. Resolveu arriscar. Tocou a campainha do Céu. Atendeu-lhe São Pedro, perguntou-lhe o nome, abriu o Livro Divino, correu os dedos e as vistas por suas páginas e confirmou :
- Sim, meu filho, seu lugar é aqui, parabéns. Agora, eu lhe conduzirei ao seu local de repouso, à sua morada eterna e, no caminho, já vou lhe mostrando as dependências e áreas comuns do Céu. O cara foi seguindo São Pedro e o Porteiro do Céu foi lhe indicando onde ficava o refeitório, o salão de jogos, a barbearia, um pequeno comércio local de artesanato de imagens sacras e relíquias... quando, do nada, ouviu terríveis  gritos de agonia e sofrimento saídos de uma pequena oficina.
- São Pedro, que gritos são esses? Parece que alguém está sendo torturado, não esperava ouvir isso por aqui.
- Isso não é nada, meu filho, não é tortura, não. É que essa pessoa foi muito boa em vida, muito boa mesmo, magnânima, tão boa que vai virar santo. Esses gritos são porque estão furando a cabeça dela para ser colocado aquele halo luminoso da santidade.
- Ah, então tão certo, São Pedro.
Continuaram em direção ao novo lar do recém-chegado e com o tour pelo Céu. São Pedro mostrou o clube, a piscina, a padaria, a academia, a biblioteca do Céu... e novos gritos saídos de outra pequena oficina, ainda mais lancinantes que os anteriores.
- O que é isso, agora, São Pedro? Esse tá sofrendo mais ainda que o outro.
- É que esse, meu filho, foi ainda melhor que o outro, mais caridoso e benevolente ainda para com seus semelhantes, tão melhor que o outro que vai virar anjo e se sentar ao lado do Senhor. Esses gritos são porque estão furando as costas dele para serem encaixadas as asas. Entendeu, meu filho?
- Entendi, São Pedro, entendi, sim. Olha, Pedrão, agradeço a boa acolhida, a reserva de quarto feita em meu nome e tudo, não quero parecer mal-agradecido nem que me leve a mal ou tome o meu pedido como uma ofensa, mas não dá pra me enviar pro Inferno, não?
- Que pedido é esse, meu filho? Jeito tem, eu tenho essa autonomia, mas por que este desatino de sua parte?
- Ó, São Pedro, eu não quero fazer o senhor perder mais de seu tempo comigo, só me manda pro Inferno e pronto. 
- Meu filho, aquilo é um lugar de sofrimento eterno.
- Eu sei, São Pedro, eu já pensei que fosse mesmo pra lá. Me manda, vai.
- Um local de martírio...
- Sei, São Pedro, se precisar eu assino um termo de responsabilidade ou coisa parecida. Só me manda pra lá.
Disposto a não desistir daquela alma confusa e conturbada, São Pedro jogou a sua última cartada.
- Meu filho, quando você chegar no Inferno, a primeira coisa que o Capeta vai fazer é comer o seu cu!
- Eu sei, São Pedro, mas pelo menos o buraco já tá pronto!"

Pãããããããta que o pariu!!!!!!

terça-feira, 20 de outubro de 2020

A Democracia é Uma Merda (4)

Agora é oficial! Foi dada a largada para a corrida ao ouro eleitoral de 2020. A busca pela urna milionária ao fim do arco-íris da corrupção, da propina e das maracutaias em geral. Todo mundo querendo uma boquinha, uma sinecura, uma teta pra mamar sem ter que se preocupar com a chifrada do boi. Me ajeita que eu te ajeito, é a ideologia vigente entre os candidatos, independente de partido. E, com ela, a divulgação da lista oficial dos candidatos pelo TSE, dos nossos pretensos futuros legisladores.
Vai começar o circo de horrores, meus amigos. Preparem-se, o estandarte do sanatório geral vai começar a passar.
A candidata, assim como seu fármaco correlato, não tem nenhuma eficiência comprovada nas urnas e na política.

O Homem do Cofrinho de Ouro

Dinheiro na cueca já é lugar-comum na política brasileira. É figurinha carimbada do vergonhoso álbum da corrupção tupiniquim.
Um homem, porém, cuja identidade vem sido mantida em segredo, inaugurou um novo e muito mais elevado patamar no quesito sonegação de impostos e evasão de divisas : foi detido no Aeroporto Kannur, de Kerala, Índia, com quatro barras de ouro enfiadas no cu! Eis, meus caros, o legítimo e literal cofrinho! Aliás, cofrinho porra nenhuma! Com quatro barras de ouro atoladas, o cu do sujeito é o Fort Knox!
Segundo os guardas do aeroporto que o detiveram, o homem chamava a atenção por andar de "uma forma estranha pelo terminal aeroviário". Detido, foi submetido a revista íntima, com direito a dedada no cu e tudo, e o conteúdo encontrado foi esse aí abaixo.
Das três, uma : ou o cara estava tentando entrar ilegalmente com ouro no país, ou é a reencarnação antropomórfica da Galinha dos Ovos de Ouro, ou o guarda que fez o exame de toque é o Rei Midas!
As quatros barras somam um peso em ouro de duas libras, o equivalente a mais ou menos novecentos gramas do vil metal, avaliadas em 60 mil dólares, ou trezentos e tantos mil reais.
Acredita-se que o homem, vindo de Dubai, tenha agasalhado os croquetes de ouro para sair daquele país sem pagar os 18% de impostos devidos sobre o montante total.
Dezoito por cento. Quase um quinto em impostos sobre o ouro. O mesmo tributo que as Casas de Fundição da Coroa Portuguesa extorquiam dos mineradores brasileiros nos tempos coloniais, para fundir o ouro extraído, autenticá-lo com o selo da Coroa e o tornar legal para ser comercializado. Tal achaque contra os mineradores fez com que eles criassem o ardil do Santo do Pau Oco. Os garimpeiros encomendavam imagens de santos esculpidas em madeira totalmente oca aos artesãos, que depois eram preenchidas com ouro em pó, com o intuito de escaparem dos controles de fiscalização portugueses instalados nas áreas de mineração. Temos agora o Contrabandista do Cu Oco.
Durante o interrogatório, ao ser perguntado por que enfiara ouro no cu, o homem suspirou profundamente, deu uma desmunhecada e falou : porque meu cu é alérgico a bijuteria!
Pãããããããããta que o pariu!!!!!!

domingo, 18 de outubro de 2020

Segue-luas

Pra você,
Eu não plantei
Canteiros de girassóis.
 
Por você,
Pensando em você,
Eu, 
Gato velho mestiço de lobo,
Idealizei,
Cruzei,
Enxertei, 
Hibridizei, 
Polinizei
E semei e amamentei
Crateras e mais crateras
De segue-luas.

sábado, 17 de outubro de 2020

Pequeno Conto Noturno (83)

Quase meia-noite. Quase uma hora esperando por Rubens na entrada do velho prédio dele. Calil sabe que só tem um jeito de encontrar Rubens sem ser por acaso, ficar de campana na porta dele. Rubens não tem telefone, de nenhum tipo. Também, há anos, cortou o fio que ligava o interfone do seu apartamento ao painel numérico da portaria do prédio.
- Puta que o pariu! Chego em casa, cansado pra caralho, louco pra tomar uma no sossego e dou de cara logo com quem! Uma gostosa me esperando, que é bom, nada!
- E quando a gostosa vem, você não come, né, Rubão?
- Tá falando do estrupício daquela tua prima, que você empurrou pra cima de mim, né? Grande barca furada, aquela tua prima. E é melhor ir tocar em outra freguesia que hoje eu só tenho cerveja suficiente pra mim, isso se eu não tiver que sair de madrugada pra comprar mais, agora que vi a tua cara.
- É bom te ver também, Rubão. E eu trouxe cerveja, porra. E da boa - e Calil ergue dois fardos do chão, de trás de suas pernas, ingressos para subir ao apartamento de Rubens.
- O que aconteceu - pergunta Rubens -, participou da pilhagem da carga de algum caminhão de cerveja que tombou na estrada?
- Nada, Rubão. Cerveja comprada com dinheiro suado.
- E quem foi que suou pra ganhar esse dinheiro?
- Voltei a comer aquela evangélica montada na grana, lembra dela?
- Sei, aquela que teve câncer nos peitos e, quando ela foi colocar as próteses mamárias, você pediu pra ela colocar uma com uns manequins acima das que tinham sido extirpadas, né? Um poço de sensibilidade,você, Calil.
- Vamos subir ou não, porra?
- Que remédio...
Rubens abre uma lata para cada um e se sentam à pequena sacada.
- Juro que essa eu não entendi, Rubão, a gente se encontrou aquele dia no mercado e você reclamou que tava precisando de uma buceta nova, um cuzinho sem compromisso, só pra espairecer. Aí eu falei com aquela minha prima biscate, a Jéssica, elogiei você pra ela, fiz tua propaganda, armei a ponta pra você e ela me falou que você não virou nada. Enviadou, porra? Vai dizer que ela não é gostosa pra caralho?
- É, gostosa, ela é.
- O que foi, então, porra?
- Ela chegou, subiu e eu até fiquei entesado quando vi aqueles peitões, silicone, né?, mas uns putas duns peitões, não gostei muito da coxa inteira tatuada, com um peixe e uma gueixa olhando pra mim, mas vá lá...
Os dois acabam as latas e Calil busca mais duas.
- Sabe qual foi a primeira coisa que ela falou, Calil? 
    "Onde tem uma tomada pra eu carregar meu smart?".
- Um celular gigante, com uma capa cravejada de "brilhantes".
- Bem coisa de puta mesmo, né, Rubão?
- Pois é. Se ela tivesse chegado e eu tivesse levado ela direto pro quarto, te garanto que teria dado umas boas metidas nela, teria comido até o cu, mas não dava pra ir direto pro crime.
- É, ela é puta, Rubão, dadeira que só ela, mas gosta de fazer um cu doce, fazer uma cena, como se o cara tivesse que conquistar ela, mesmo ela sabendo que o cara sabe que ela é bola na caçapa na certa.
- Ela sentou bem ai onde você está, sainha bem curta, cruzou os pernões, dava pra ver a entrada da caverna. Falou que até que eu não era tão velho e acabado como você tinha dito.
- Quis te dar essa força, Rubão, é o velho truque da gente baixar as expectativas da mina, ela acha que vai encontrar uma coisa pavorosa e quando vê que é ruim, mas nem tanto, acaba ficando mais animada.
- Tá certo. Aí perguntei se ela queria uma cerveja.
    "Só tomo se for Heineken ou Stella".
-Hà, há, há! Que puta, Rubão, que puta! Deu Stella pra ela?
- Falei que tinha da Heineken, fui na cozinha, derramei uma lata de Lokal numa caneca e ela bebeu sem perceber a diferença.
- Lokal? Rubão, você pode não ter fodido a Jéssica, mas que sacaneou legal com ela, você sacaneou. Aliás, Rubão, que pai e mãe põe a porra de um nome desse na filha, Jéssica? É garantia de ser biscate.
- Aí começou a jogar um pouco de conversa fora, perguntou o que eu fazia, se eu te conhecia há muito tempo, que tava concluindo um curso de esteticista com especialização em arquitetura de sobrancelha; aí o pau já foi se retraindo. Perguntou se podia ligar a televisão.
- Aquela porra de tubo ali? Essa merda ainda funciona?
- Não. Foi o que respondi. 
    "Então por que você não joga fora e compra outra".
- Falei pra ela que a televisão sem som e sem imagem já é uma bonita escultura.
- Puta que o pariu!!!
Calil foi e voltou com mais duas latas.
- Ela ficou me olhando sem saber que reação devia ter. Não sabia se ria, se concordava, se eu tava doido.
    "Como você faz pra acompanhar a Fazenda, você tá torcendo pro Caíque ou pro Rafael Ilha?".
- Há, há, há! Imagino a tua cara de cu, Rubão.
- Falei que eu tava torcendo pra Vaca Estrela e pro Boi Fubá. Fui na cozinha e voltei com mais duas canecas cheias de Lokal. Ela puxou a cadeira pro meu lado, eu pus a mão na coxa dela e ela chegou a boca cheia de espuma perto da minha. Lasquei um beijo, um beijo bom.
    " 'Cê não tem uma musiquinha pra gente ouvir?".
- Dei mais um beijo nela, peguei o toca-cd e coloquei um pen drive...
- Pen drive, Rubão, pen drive?
- Vai tomar no cu! Coloquei um pen drive com um monte de álbuns lá, o Raul, o Chico, o Caetano, Oswaldo Montenegro, Tom Jobim, Engenheiros, Barão, Adoniran... pus no modo aleatório e deixei tocando. Ela continuou jogando conversa fora e eu, beijando e já dandos uns apertos naqueles peitos, tentando me animar, não escutar o que ela falava. Pega mais duas lá, Calil.
- Tó, Rubão, essa tá trincando. Até ai parece que tava tudo certo.
- Certo o caralho. Depois de umas três ou quatro músicas, outra bomba.
    " 'Cê tem João Bosco e Vinicius?".
- Falei que eu tinha João Bosco e também Vinícius, mas que não sabia que eles tinham feito algum trabalho juntos. Santa ingenuidade, a minha, Calil. Ou tentativa de me enganar, de ver se ainda salvava a noite.
    " 'Fizeram sim, vou cantar e você vai lembrar".
- E começou a cantar uma porra dum chora e me liga e a sacolejar no que acho que devia ser a coreografia dos caralhos que gravaram aquela merda.
    "Sertanejo universitário, Rubens, tá bombando".
- E falou mais uma porrada de nomes escrotos dessas duplas de viados. Tentei ainda salvar a noite, falei que eu tinha Fábio Jr, se podia ser.
- Tacada de mestre, Rubão. Fábio Jr. não tem erro, a mulherada se mela.
- Ela falou que podia e, em pé que já estava, levantou os braços, começou a balançá-los de um lado para o outro e cantar, carne e unha, alma  gêmea, bate coração... puta que o pariu!
- Melhor que o Meteoro da Paixão, Rubão.
- O quê? Ai ela veio e sentou no meu colo de frente pra mim, pernas abertas, me puxou bem pra perto, encostou a buceta na minha barriga.
- E o Fábio Jr. mandando ver no pen drive, Rubão.
- O Fábio Jr.mandando ver. Beijei ela de novo, desci as alças da blusa dela e mamei aqueles peitões, dava pra sentir o cheiro da buceta dela, Calil.
- Peraí que já volto.
- Não vai bater punheta no meu banheiro, não, né, filho da puta?
Calil volta com mais duas latas.
- Só que tava estranho, Calil, o tempo todo que eu tava beijando ela, mamando os peitões, parecia que ela tava se sentindo filmada ou fotografada por alguma câmera escondida, ficava fazendo caras e bocas, umas poses meio que ensaiadas, como se estivesse participando de alguma dessas porras de reality shows, ou fazendo um vídeo para ganhar milhões de curtidas no youtube, como se ela fosse ficar fazendo um monte de selfies durante a foda. Cheguei a enfiar o dedo, três dedos, na buceta dela, ela gozou duas vezes, mas quando ela pediu pra ir pro quarto, que ela queria me mostrar como é que se senta num pau, eu falei que era melhor ela ir embora, que eu tava achando que aquilo não ia rolar.
- E ela, Rubão?
- Não falou nada, só ficou me olhando sem entender porra nenhuma. Só segurou forte a minha mão que ainda tava com os três dedos enfiados nela, ficou metendo e tirando eles mais um pouco, se esfregando e rebolando, gozou mais uma vez, ajeitou a calcinha, recolocou as alças da blusa nos ombros e foi embora.
- Mas que merda foi essa, Rubão?
- Sei lá, aquele monte de futilidades, uma puta duma falta de assunto, aquele monte de nada com nada... sei lá, não deu liga, o santo não bateu, sabe?, não teve nenhum envolvimento... perdi o tesão.
- Envolvimento, Rubão, sei...
- É, seu porra. De qualquer maneira, eu consegui falar com a Yrina e ela vem aqui amanhã, passar a noite, talvez.
- Yrina? Aquele seu veeeeeeelho caso  mal resolvido, Rubão?
- É, mas pelo menos dá pra conversar com ela, rir com ela, sentir proximidade...
- Envolvimento, conexão, né, Rubão?
- É.
Rubens vai e volta com mais duas latas.
- É... não é à toa o que andam dizendo por aí, Rubão.
- O quê?
- Que você virou demissexual.
- Seu cu!!!   

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Pode Ser Numa Canção, Pode Ser No Coração, Eu Só Quero Ter Você Por Perto (13)

"Que faço força pra resistir a toda essa tentação, na sombra da Lua cheia..."
 
Canção da Meia-Noite
(Kleiton e Kledir)
Quando a meia-noite, me encontrar
Junto à você
Algo diferente vou sentir
Vou precisar me esconder

Na sombra da Lua cheia
Esse medo de ser
Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Quando a meia-noite, me encontrar
Junto à você
Algo diferente vou sentir
Vou precisar me esconder

Na sombra da Lua cheia
Esse medo de ser
Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Dona senhora, meia-noite, eu canto
Essa canção anormal
Dona senhora, essa Lua cheia
Meu corpo treme
Que será de mim?

Que faço força pra resistir
A toda essa tentação
Na sombra da Lua cheia
Esse medo de ser
Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Quando a meia-noite, me encontrar
Junto à você
Algo diferente vou sentir
Vou precisar me esconder

Na sombra da Lua cheia
Esse medo de ser
Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê

Um vampiro, um lobisomem
Um saci-pererê.
Para ouvir a canção, é só clicar aqui, no meu soturno MARRETÃO.

Travessuras de Menina Má (33)

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Boi-Bumbá ou Boi-Bombeiro? Será Mais Uma Conversa Pra Boi Dormir?

Do boi-bumbá, este folclórico ruminante, embora, mea culpa, mea maxima culpa, eu nada saiba da lenda que o circunda e, muito menos, conheça os elementos de sua encenação, de seu bailado, eu já ouvi muito falar. E do boi-bombeiro? E deste novo bovídeo que vem ocupando os noticiários dos últimos dias e que tem tudo para se tornar (acho até que já se tornou) também folclórico? 
Valha-me São Luís da Câmara Cascudo!!! Do boi-bombeiro, até então, eu nunca tinha escutado sequer uma menção!
Ele surgiu numa fala da ministra Tereza Cristina, da Agricultura. Inquirida sobre ações práticas do governo para o combate dos recentes incêndios no Pantanal Mato-grossense e, talvez, sem nenhuma ação a propor, a ministra disse que a solução é ampliar as áreas de pecuária extensiva no Pantanal, pois "o boi é o bombeiro do Pantanal". A fala da ministra : 
 
Falo uma coisa que às vezes as pessoas criticam. Mas, o boi, ele ajuda. Ele é o bombeiro do pantanal, porque ele é quem come aquela massa do capim, seja o nativo ou plantado. É ele que come essa massa para não deixar como este ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou os níveis. Essa massa virou um material altamente combustível. Aconteceu o desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca que, talvez, se tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, isso teria sido um desastre até menor do que nós tivemos este ano. Mas isso tem de servir como reflexão do que temos de fazer”.
 
Foi o que bastou para o chilique dos ambientalistas e das Ongs, essas máfias verdes que os congregam. Acusaram a ministra de fraude.
Mas boi-bombeiro? Defender, ainda que nas entrelinhas, que mais seja desmatado para que mais se proteja o bioma? Será mais uma conversa pra boi dormir, ou uma canção para fazer ninar bezerro? Estaremos diante da gênese e da ascensão de uma Dilma II? Porque um boi-bombeiro, convenhamos, parece mais um dos costumeiros delírios da Dilma Rousseff. 
Mas não. Dilma é uma só. Dilma Roussef I e única, a Estocadora de Vento, que, tenho certeza, uma profunda análise de sua genealogia, a relacionaria como contraparente de D. Maria I, a Louca.
A tese do boi-bombeiro não é uma invenção tresloucada e descabida da ministra Tereza Cristina. Ela foi proposta pelo ex-pesquisador da Embrapa e hoje professor na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Arnildo Pott, há mais de 30 anos. Em recente entrevista à Revista DBO, edição de outubro de 2020, Arnildo disse o seguinte: "Esta expressão surgiu a partir de uma experiência que nós, então na Embrapa, fizemos na Fazenda Nhumirim, nos idos dos anos 1980. Fechamos 600 hectares para verificar como seria o Pantanal sem o gado, animal que está no bioma desde a época colonial. Um peão experiente logo comentou: 'Doutor, isso aqui vai dar um fogaréu!'. Havia um aceiro largo. A área estava bem protegida. No primeiro ano o capim atingiu um metro de altura. No terceiro ano o fogo apareceu, não se sabe de onde. Caso houvesse pastejo certamente seria um fogo normal de capim, mas ganhou proporções florestais. Uma coisa maluca! O fogo se dá onde existe combustível e o ruminante é um especialista em digerir grande parte deste material".
E a coisa procede. Trocando em miúdos, a tese do boi-bombeiro apregoa que grandes áreas de pastagem - de vegetação rasteira, portanto -, entremeadas à vegetação nativa, possam atuar como corredores de segurança contra a propagação de grandes incêndios. O fogo vem se alastrando pela vegetação nativa e dá de cara com um descampado, com uma área de pouca matéria orgânica para alimentar a sua fúria elemental, e ele, o fogo, morre ali, ou se torna mais fraco, mais fácil de ser combatido, não conseguindo, assim, afetar as outras áreas nativas para além do pasto. Usar o pasto para o boi gordo como boi de piranha para estancar o fogo? 
Que infartem das bolas do saco, os ecologistas! Que tenha AVC das pregas do cu (se ainda as possuírem), os ambientalistas, Ongueiros e outros encostados! Mas, sim, procede. Tecnicamente, procede.
Assim como uma outra prática muita antiga, proibida por conta de pressões da viadada verde do toba autossustentável : as queimadas preventivas, também conhecidas por aceiros negros. Que consistem em delimitar e queimar, controladamente, trechos de vegetação de modo a criar zonas de segurança contra o alastramento de fogo na mata, uma espécie de fosso, de fosso seco a dificultar a livre propagação das chamas. Conheci um pequeno sitiante que, juntamente a três de seus outros vizinhos, se valia dessa prática, o que, algumas vezes, salvou as suas pequenas lavouras, bem como as áreas de preservação que mantinha.
Combater fogo com fogo? Sim, procede. Tecnicamente, procede.
Mas o ideal não seria deixar o Pantanal - ou qualquer outro bioma - à sua própria sorte, aos desígnios da Natureza e de Deus, uma vez que incêndios naturais, sim, ocorrem, porém, indubitavelmente, são em muito aumentados pela presença humana, de forma proposital ou inadvertida?
Sim, isso seria o ideal, o mundo ideal. Não posso deixar de fazer notar e sublinhar, no entanto, que, entre os inúmeros requisitos para um mundo ideal, é condição sine qua non que o ser humano deixe em paz não só o Pantanal, mas o planeta inteiro. Um mundo ideal, ou perto disso, tem o desaparecimento do ser humano como premissa inicial. O mundo tão sonhado pelos ambientalistas só pode começar a ser possível com a extinção humana. Alguém se habilita a dar o exemplo? Algum "verdinho" disposto a se oferecer em sacrifício?
Então, não me venham com chorumelas, Então, ora porra, vão à merda! 
Seja para "plantar" gado ou para "criar" lavouras, o bicho homem estraga e provoca grandes catástrofes no ambiente do qual se apossa. Introduzimos elementos estranhos aos ambientes nativos, retiramos elementos naturais aos mesmos : os desastres são inevitáveis, meramente questão de tempo ou de (falta de) sorte.
Agora, se for viável nos utilizarmos de um desses elementos estranhos de uma forma a evitar ou a reduzir os eventuais estragos por ele mesmo causados, por que não?
Confiramos, pois, a patente de bombeiro ao boi do Pantanal.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Demissexual? Que Viadagem é (mais) Essa?

Ontem, em um comentário feito  no primeiro conto da série mais longeva do Marreta, a Pequeno Conto Noturno, foi levantada a suspeita de que Rubens possa ser um demissexual. Aliás, suspeita, não : calúnia, injúria, aleivosia!
Não fazia a mínima ideia de que porra fosse isso, demissexual. Nunca ouvira sequer falar. Mas, com certeza, Rubens não o é. Rubens é machossexual. E ponto. Rubens não apara a barba, não depila o saco, não faz as unhas, não tira cutícula, não passa creminho na cara, não se deita em divã de terapia. Dúvidas e dilemas existenciais? Rubens resolve com bebida e/ou com buceta. 
No entanto, mesmo sabendo da impossibilidade total e absoluta de Rubens o ser, fiquei curioso sobre o que seria o tal do demissexual, sobre o novo tipo de viado que seria aquele. Antes de me lançar ao Google e àlguma wikipedia da vida, tentei inferir sobre o significado do termo, tentei buscar indícios em sua etimologia. 
O prefixo demi, eu só vira antes em rótulos de vinho, demi-sec. Que é o vinho "meio seco", nem rascante nem licoroso, com um teor moderado de açúcar. Por extrapolação, demissexual seria o cara "meio sexual"? Como assim "meio"? Algo entre o tarado e o assexual? O "meia-bomba"?
E pããããããta que o pariu como eu cheguei perto em minha análise. Fui conferir e encontrei : "A demissexualidade, também chamada vulgarmente de "assexualidade cinza" é a atração que se situa entre a alossexualidade comum (atração sexual aleatória a pessoas de um ou outro gênero, simplificadamente não condicionada, como se presume ocorrer com a maioria das pessoas púberes) e a assexualidade propriamente dita (ausência total de desejo/atração sexual). É alguém cuja atração sexual para outro tende a manifestar-se ativamente somente quando existe envolvimento ou laço emocional, afetivo ou intelectual para essa outra pessoa".
Confesso que demorei uns tantos segundos para atinar a que espécime da variada e bizarra fauna da sexualidade humana a definição se referia. Então, caiu a ficha. O demissexual é o "sensível"...  É o sujeito que não transa nem trepa : faz amor! 
É o cara que se não estiver com a data de casamento marcada, com as decorações da igreja e do salão de festas já escolhidas (escolhidas por ele, é claro) e reservas para lua de mel confirmadas, mais brocha que pauduresce. É o cara que, se não estiver arrulhando feito um pombinho apaixonado, fica sempre meia-bomba, com o pau al dente. Ou seja, é o brocha!
Brocha, hoje, não é mais brocha, é demissexual!!! Pããããããta que o pariu!!!! Como diria o José Simão, tucanaram a brochada!!!
Quem me dera saber disso em meus tempos de safári (o demissexual, acho, pratica pesca esportiva, pega, mas não come), tempos em que o álcool, às vezes, muito às vezes, se por um lado ajudava na desibinição e na abordagem para a conquista, por outro lado, dificultava a paudurescência. Como eu teria me saído muito melhor se soubesse disso à época. À presa recém-capturada, eu não precisaria dizer o clássico, isso nunca aconteceu comigo. Diria : é que essa é a nossa primeira vez e eu sou demissexual, só consigo ir para cama com quem eu amo. A moçoila ia achar uma fofura! Ficaria emocionada por ter um brocha tão sensível ao seu lado! Apaixonaria-se, até.
E Rubens, definitivamente, não é um demissexual.

domingo, 11 de outubro de 2020

Tuas Palavras : Farol Que Me Obriga a Sonambular Pelo Dia e a Imergir em Ofurô de Café Pela Madrugada

As tuas palavras...
Nem precisam ser as tuas palavras...
Basta o teu vulto
(que não sei se é assombração ou mera saudade),
Basta o fantasma silente
Do que calaste,
Das tuas reticências lolitas,
Para iluminar o meu dia.
 
E me tirar o sono.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Cerveja-Feira (30)

Inúmeros são os exemplos de grandes artistas (músicos, pintores e, sobretudo, escritores), de grandes empreendedores, visionários, estadistas e até de grandes cientistas cujos legados foram edificados paralelamente ao uso contínuo e contumaz que faziam da cerveja. A cerveja, se não como alicerce e fundação de suas obras, ao menos como pano de fundo, como importante elemento coadjuvante e cenográfico.
Mas a cerveja conferiu inteligência, criatividade e arrojo a esses homens ou foi apenas o gatilho a deflagrá-los? Uma catalisadora de algo dormente? Sim, porque a inteligência, muitas vezes, pode ser feito uma mulher bela, recatada e do lar. Precisa relaxar para se desnudar em todas as suas potencialidades.
Afinal, beber cerveja torna o homem mais inteligente ou o homem já inteligente toma mais cerveja?
Dispostos a desvendar este angustiante e tostinesco dilema, cientistas bebuns de Chicago, da Universidade de Illinois, conduziram um experimento em que aplicaram testes de inteligência - como de associação e quebra-cabeças - em dois grupos de homens. Um dos grupos, formado por participantes sóbrios, e o outro, por homens que beberam duas tulipas de cerveja antes dos testes, uma quantidade considerada moderada pelos cientistas. Para mim, é exígua.
O grupo levemente alcoolizado resolveu 40% a mais dos testes propostos, e em menor tempo : os bebuns levaram uma média de 12 segundos para resolver cada uma das charadas ou quebra-cabeças contra os 15,5 segundos gastos pelos sóbrios.
No entanto, segundo a psicóloga Jeniffer Wiley, integrante da equipe de cientistas, houve um efeito colateral : se a cerveja, por um lado, potencializou a inteligência dos participantes, deixando-os mais aptos para tarefas criativas, por outro lado, deixou o grupo menos produtivo com tarefas de trabalho físico.
Óbvio. Nem precisavam ter feito testes de trabalho físico para constatar. E não é porque a cerveja deixa o cara menos habilidoso, não; é porque, justamente, deixa ele mais inteligente. Quanto mais inteligente o sujeito, menos afeito ao trabalho braçal. Quem puxa carroça é o burro!
Abaixo, listarei algumas frases inteligentíssimas ditas por inteligentes das mais diversas áreas da criação humana.
Barão de Itararé (escritor e jornalista brasileiro) : “O fígado faz muito mal à bebida”.
Oscar Wilde (escritor irlandês) “Nunca devemos lamentar que um poeta seja um bêbado, devemos lamentar que nem todos os bêbados sejam poetas”.
Thomas Quincey (escritor inglês) : “É um absurdo dizer, conforme a linguagem popular, que alguém se esconde na bebida; pelo contrário, a maioria se esconde na sobriedade”.
Oscar Levant (pianista): “Detesto beber. Faz com que eu me sinta bem”.
Charles Bukowski (escritor alemão) : “É este o problema com a bebida, pensei enquanto me servia de um copo. Se acontece algo ruim, bebe-se para esquecer; se acontece algo bom, bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa”
Camilo Castello Branco (romancista português): “As bebedeiras são, às vezes, os purgantes da alma”.
Emílio de Menezes (poeta parnasiano e imortal da ABL): “Beber é uma necessidade, saber beber uma ciência, embriagar-se uma infância”.
Ernest Hemingway (escritor norte-americano): “Algumas vezes um homem inteligente é forçado a ficar bêbado para passar um tempo com os burros”.
Dylan Thomas (poeta galês): “Um alcoólatra é alguém de quem você não gosta e que bebe tanto quanto você”.
Willie Nelson (compositor e poeta norte-americano): “Existem mais velhos bêbados do que velhos médicos”.
Groucho Marx (comediante e frasista norte-americano): “Todo homem deve crer em alguma coisa. Eu creio que vou tomar outra cerveja”.
Jânio Quadro (ex-presidente brasileiro) : "Bebo porque é líquido; se sólido fosse, comê-lo-ia".
Paulo Francis (escritor e jornalista brasileiro): “Intelectual não vai à praia, intelectual bebe”.
Platão (filósofo grego) : "Era um homem sábio aquele que inventou a cerveja".
Martinho Lutero (monge e teólogo alemão) : “Quem bebe cerveja, dorme mais rápido; quem dorme muito tempo, não peca; quem não peca, entra no céu. Portanto, vamos beber cerveja”.
Benjamin Franklin (polímata norte-americano) : "Cerveja é a prova que Deus nos ama e quer que sejamos felizes".
Charles Bukowski, de novo : "Fique com a cerveja, ela é um sangue contínuo, uma amante contínua".
Charles Bukowski, de novo e por fim : "Quando a gente bebe, o mundo ainda continua aí, mas por um momento ele não te segura mais pela garganta".
 
E, como hoje, eu acordei me sentindo meio burro, nem esperarei pela noite, começarei meu expediente já agora, à hora do almoço. Logo, logo, estarei alguns pontos de QI acima.
Salud!