domingo, 30 de outubro de 2022

A Nação-Quadrilha Chamada Brasil

Mim, Aladim; You, Jeannie

A pé
A entornar uma garrafa,
Atravesso a avenida engarrafada
E através das lentes
Do meu ray-ban verde-garrafa,
Procuro pela tua garrafa de gênio.

Onde repousas,
Onde me esperas,
A fazer palavras cruzadas
E a tecer teias de Penélope
Entre almofadas de paina e cetim,
Entre taças de bebida púrpura,
Entre véus e vermelhidões, bules de café e lingotes de chocolate branco.

Odalisca carnuda e sobeja
Com calcinha de algodão 
E sutiã inexistente.
E peitos que reúnem,
Que unificam
Os três desejos que tenho por direito.

sábado, 29 de outubro de 2022

Você Decide

Vermelho Que Te Abomino , Vermelho

Esta, tristemente, é a imagem mais representativa, mais emblemática das eleições de 2022.
Esse é o vermelho com o qual a organização criminosa em pele de partido político que atende pelo nome de PT quer embostear a nossa bandeira. Esse é o verdadeiro vermelho da esquerda.
A adolescente Ivy Souto, de apenas 13 anos de idade, que acompanhava sua mãe em uma carreta ordeira pró-Bolsonaro, em Fortaleza (CE), no dia de ontem (28/10), teve o azar de passar por perto de uma gangue de marginais petistas. Foi apedrejada na testa pelos - e me desculpo aqui pela redundância, pelo pleonasmo - vagabundos petistas.
– Perto de terminar, passamos por um lugar q só tinha “cidadão do Lula” e simplesmente jogaram um pedra que pegou na minha filha. Uma criança de 13 anos! Minha filha jorrando em sangue…o meu desespero! – disse a mãe, Flávia Souto.
Quem é mesmo a turma do ódio?
E antes que algum - alerta de outro pleonasmo - petista de merda venha perguntar sobre o tiroteio travado entre o bolsonarista Jorge Garanho e o lulista Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), com a morte do segundo, digo que também foi um evento lamentável, com pequenas diferenças : eram dois homens barbados, afeitos à violência, um agente penitenciário e o outro um guarda municipal, e ambos armados com revólveres.
Ivy nada entendia de violência, até ontem. E estava armada apenas com a esperança.

Uma Ode à Pretinha

Vendo-te assim
Ainda tão ágil
E serelepe
A andares aristogata pela casa,
A saltares sobre o sofá,
Sobre a mesa quando estou a escrever,
A ficares a me observar feito estátua egípcia,
A me acordar quando durmo além do nascer do sol
E da algazarra dos pardais,
Quando bato o ponto atrasado da tua ração,
A miares a me pedir rebarbas
Quando estou a limpar frango, peixes e acéns,
A mijares fora da caixa de areia
Quando a TPM te ataca,
A dormires e a ronronares
Na minha cabeça,
No meu travesseiro,
Teus pelos embaraçados ao meu cabelo
E à minha barba,
É difícil imaginar
- e mais ainda crer -
Que a vida,
O pior dos patrões,
Depois de 15 anos
De total dedicação
E inestimáveis afetos prestados,
Deste-te aviso prévio.
Revoltante crer
Que a Morte está a te comeres por dentro,
A instalar minas tumorais no teu fígado.
Logo em ti,
Que tantas madrugadas passaste em meu colo
A vermos constelações e a ouvirmos estrelas,
A escutares comigo Chico, Raul, Oswaldo, Baleiro, Rô Rô, Cazuza, Legião, Ira, Lobão, Belchior, Taiguara
Com a sobriedade de uma coruja.
Logo em ti,
Que nunca deste
Sequer uma lambida
Na cerveja que sempre te ofereci.

(deixarás órfãos a tua irmã e o Raul)

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Túmulos Violados

Há pessoas que vivem por anos, até pelo resto de suas vidas, com fragmentos metálicos alojados em seus corpos, muitas vezes acomodados em regiões vitais, crânio, tórax, coluna cervical, e cujas remoções cirúrgicas oferecem mais riscos do que, simplesmente, deixá-los lá, quietinhos. E eles são deixados lá, quietinhos .
Volta e meia, porém, fazem-se lembrar por seus donos, fazem-se saber que ali ainda fazem morada. Basta um movimento mais brusco, menos cuidadoso, um dia mais frio e chuvoso. E eles voltam a incomodar.
É o mesmo com certos tipos de saudades. Removê-las do miocárdio de seu portador seria matá-lo na mesa cirúrgica. Menos arriscado deixá-lás, quietinhas. Volta e meia, porém, também fazem-se lembrar, fazem-se saber que ainda coexistem ali. Basta um baixar de guarda, um dia mais cinza, um desembestar da memória . E elas voltam a incomodar. E a doer.
Assim, pelas razões expostas, há muito não passava defronte ao local onde um dia foi o Paulistânia Rock Bar. Para não fustigar o estilhaço aconchegado ao peito.
Hoje, porém, não sei por que cargas d'água, na volta do trabalho para casa, tomei uma rota alternativa (tenho várias) e resolvi visitar-lhe o túmulo, depositar-lhe peônias imaginárias ao pé de sua lápide.
Já falei do Paulistânia algumas vezes aqui, mas para compor rápido perfil dele, digo que o Paulistânia não foi somente o último bar de rock de Ribeirão Preto, capital da cultura (de cana-de-açúcar) e do abjeto sertanejo universitário. Digo que ele foi, desde sempre, o único bar de rock que essa cidade já conheceu.
Houve - e talvez até haja ainda - outros bares que tocavam rock em Ribeirão, o passável Bronze, o sofisticado e viadesco Vila Dionísio. Mas uma coisa é um bar tocar rock, outra - muitíssimo diferente, sem nenhum parâmetro plausível de comparação - é o bar ser um bar de rock. Se você não percebe a diferença, nem perderei meu tempo em explicá-la : você não seria capaz de entender.
O Paulistânia foi o único ambiente coletivo e "social", até hoje, no qual me senti à vontade, em casa. Não gosto de sair. Nunca me senti bem - e me sinto cada vez menos - em bares, restaurantes, cinemas lotados, onde quer que houvesse muita gente em volta. Gosto de acender fogueiras, mas em sigilo, não suporto o bando se congregando em volta delas.
Inexplicavelmente, no Paulistânia, o bando não me exasperava. Se não o último, eu era sempre um dos derradeiros a sair, isso já lá pelas três ou quatro da matina.
O Paulistânia operou de 1998 até 2012, 2013. Não estive em seu funeral . Por questões de força maior, deixei de frequentá-lo em 2008, 2009 : minha esposa não apreciava que eu o fosse seu habitué.
Depois disso, em 2015, foi arrendado pelos donos, o velho Durval e o Durvalzinho, para uma meninada mais nova. Mas essa nova encarnação do Paulistânia durou pouco. Só até inícios de 2016.
Hoje, depois de anos sem passar por ele, claro, não esperava vê-lo vivo ou reativado, mas contava com poder chorar um pouco sobre a sua lousa malcuidada e tomada pelo mato e pelas ervas daninhas. Esperava ver o logotipo desbotado a encimar seus grandes portões metálicos, portões sobre os quais, no passado, bem poderia ter sido escrito : "perdei, ó vós que aqui entrais, toda a esperança". Ver a sua casca oca de cigarra, que tanto cantara no passado.
Mas o que vi foi pior. Do Paulistânia, não restara nem a tumba. Sua ossada, exumada e levada sabe-se lá para onde.
O que vi foi.
Riber Balada Mix. Uma casa de swing, de troca de casais e cornagem em geral. Essa casa já funcionava há alguns anos em um local menor, na esquina superior ao Paulistânia e, pelo visto, emendou o seu prédio ao dele, aumentando o conforto de seus clientes.
Da tríade sagrada, sexo, drogas e rock'n'roll, extirparam este último.
Se minha esposa não gostava que eu fosse ao Paulistânia antes, imaginem, então, agora.
Pãããããta que o pariu!!!!!!
Descanse em paz, Paulistânia. Que eu, esta noite, não conseguirei.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

O Novo "Santinho" de Lula

Na Idade Média, a original, não esta atual da Inquisição do politicamente correto e da Fogueira do cancelamento, Deus não havia ainda instalado wi-fi no Universo. Santo Antônio não tinha facebook, São Expedito não tinha instagram, São Pedro não tinha whattsapp nem São Benedito, twitter.
Como divulgar, então, os santos católicos e, claro, lucrar em cima da devoção a eles? Foi quando, lá pelos idos dos anos 1400, surgiram os santinhos católicos, uma espécie de cartão de visitas dos santos, um folder.
Os santinhos católicos trazem a figura do santo na frente, com o nome e respectiva especialidade - se casamenteiro, se das causas impossíveis, se protetor dos motoristas, das crianças, dos animais etc - e uma oração de devoção no verso. Além de divulgarem os santos, as únicas celebridades permitidas à época, os cartões votivos eram vendidos aos fiéis e a renda revertida para as obras de "Deus".
Dando um salto na linha do tempo e aterrissando no Brasil, lá pela década de 1940, os santinhos passaram a ser utilizados para a divulgação de figuras nada santas, os políticos. Os santinhos políticos, inicialmente, eram comercializados na forma de selos e a arrecadação, direcionada para o financiamento da campanha.
O santinho político atual tem dimensão e configuração mais parecidas às dos santos da igreja e são distribuídos de graça - leia-se, suas impressões são pagas com os nossos impostos. Ele traz a foto do candidato, o nome, a legenda, as coligações, o número de urna e o cargo ao qual ele concorre.
Então, ontem, dia 25/10/22, foi divulgado o novo santinho de Lula, o novo impresso de campanha do Sapo Barbudo. Confeccionado por traficantes da Vila Cruzeiro, comunidade do Complexo da Penha, no Rio de Janeiro.
Uma foto do Lula usando o boné do CPX colada a um papelote de crack. O boné foi usado por Lula - e há quem diga que ele vestiu, literalmente, a carapuça - em 12 de outubro próximo, em visita a mais um de seus redutos eleitorais, o Complexo do Alemão, outra comunidade carioca líder do tráfico de drogas.
Na ocasião, Lula disse que o CPX bordado no boné significa, simplesmente, Complexo do Alemão, uma espécie de souvenir pra turista. Porém, pessoas mais ligadas ao métier garantem que CPX significa cupincha, aliado do tráfico.
O TSE, é óbvio, já ordenou a retirada de uma publicação do twitter que relaciona o CPX ao termo cupincha.
Qual será o verdadeiro significado da sigla CPX? Nunca saberemos. E isso pouco importa. Tanto a fé católica quanto a política são cegas.
Pelo milagre da multiplicação do arroz, feijão e farinha na mesa do brasileiro, sem que este tivesse que ter trabalhado um dia sequer, Lula já foi canonizado por esse povinho preguiçoso. Já ascendeu aos Céus. E, tenho certeza, está sentado à direita de Deus. Que Lula sempre foi um pelego em pelego de trabalhador.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

E Se Fosse Bolsonaro Quem Tivesse Dito? (3)

Há anos que escuto os eleitores brasileiros da esquerdalha justificarem a carta assinada em branco que outorgam aos bandidos vermelhos sob as alegações das mais absurdas, uma delas : de que a esquerda é amiguinha e solidária às minorias majoritárias deste nosso Brasil dantes mais varonil, sobretudo à comunidade festiva da turma do arco-íris.
A esquerda, simpatizante de homossexuais e minorias correlatas? Em que planeta, cara-pálida?
Na Rússia, a manjedoura maldita do comunismo, não há leis que protejam os gays contra discriminação, um casal gay que ouse andar de mãos dadas pelas ruas paga pesada multa e, se for estrangeiro, acaba preso e deportado
Abaixo, excerto de uma reportagem do Jornal Sul 21, de 2015.


Na Copa do Mundo de Futebol de 2018, embaixadas e órgãos diplomáticos de várias das delegações alertaram os torcedores gays quanto às manifestações de afeto público, inclusive em um manual do Itamaraty, como no trecho abaixo, do portal Terra, de 2018


Em 2022, a Rússia endureceu ainda mais a perseguição à comunidade LGBT, como publicado na revista Veja, em agosto do citado ano : 


Na China; do portal G1, de 2021


Em Cuba, do portal G1, de 2010.

Sobre a situação dos gays na Coreia do Norte, não achei nada oficial, mas acredito que a vida de um gay por lá deva ser ainda pior. Se bobear, o Kim Jong-un manda enfiar uma ogiva nuclear no cu!
Essa é a verdadeira visão e "estima" que a esquerda tem pelos homossexuais, pelas minorias.
Essa é a ideologia vermelha original, raiz.
Engana-se quem pensa que a esquerda no Brasil é diferente, que abraça verdadeiramente as causas gays, ou quaisquer outras que não sejam as suas próprias. Se assim parece, é que a esquerda brasileira, além do milhares de vícios e defeitos da esquerda tradicional, adicionou mais um à sua nefanda lista : é falsa, é fingida, é dissimulada.
Tendo detectado um nicho ocioso de votos dentro da comunidade LGBT, declarou-se amiguinha deles. Criou para si um outro curral eleitoral, um curral de gazelas.
Mas a real concepção que a esquerda brasileira tem dos gays é a mesma que a dos países supracitados. Como fica claro nas falas de Lula que reproduzirei abaixo.
Primeiro, uma dita à revista de mulher pelada Homem, em fins da década de 80.


Sobre a cidade de Pelotas (RS), em 2000.

Quando é Lula que fala contra os gays, ele apenas disse em tom de brincadeira, cometeu uma gafe.

Sobre as feministas do "sapato grande" de seu próprio partido, o PT (Jornal Opção, 2016)


E, mais recentemente, na semana passada, em 19/10/2022, sobre os transgêneros (Revista Oeste).


Antes da entrevista da fala anterior, Lula também se manifestou sobre os banheiros "sem gênero".


Esse é o Lulinha amigo da bicharada!!!
E, é claro, a pergunta que jamais se calará : e se fosse Bolsonaro quem tivesse dito?

sábado, 22 de outubro de 2022

Nunca Te Encontro

O que fazes perdida por essas plagas?
O que fazes por essas plagas, perdida?

Nunca te encontro
E se percebo
Suspeito
Prevejo
Que quase me encontras,
Em autodefesa,
Camuflo-me
Exalo cheiro fétido
De gordura
De ranço de burrice
De analfabetismo
De gengivas desmatadas e de celulares de último tipo nas mãos
E misturo-me.

Misturo-me à multidão amorfa e boba alegre
(desculpe-me, Vinicius, mas é pobre que ri à toa)
Para fugir da tua piedade
Da tua reprovação
Dos teus peitões,
Que são o queijo
Na ratoeira
Que me espera
Em guilhotina
Em cadafalso
Em cruel sentença de vida.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Cerveja-Feira (59)

Por muitos anos, que talvez tenham chegado a uma década, a Bavaria, a cerveja dos amigos, foi minha amiga muito chegada, íntima. Sempre teve lugar de honra na minha geladeira e cadeira cativa no meu congelador.
Mas, nessas voltas que a vida dá, a Bavaria sumiu. Sem deixar bilhete nem o novo endereço. Nunca mais lhe encontrei pelos supermercados da vida.
Então, um dia desses, num desses encontros casuais, lá estava ela. Na geladeira de uma loja de conveniência.
Ela voltou... a Bavaria voltou novamente... partiu, me deixou descontente, que bom ver ela voltar...
E o melhor : por R$ 2,09 a latinha de 350 ml.
Esse fim de semana, só vai dar Bavaria no meu canecão. Eu e minha amiga temos muito assunto pra pôr em dia.

É o Samba do Judiciário Doido

É tão descarada a armação para recolocar o ladrão no Palácio do Planalto que a cobra começou a morder o próprio rabo. É tão tendencioso e descarado o favorecimento dado a Lula pela camarilha do TSE que até fala de juiz do STF, eles estão proibindo. É juiz censurando juiz. 
Quando Lula foi descondenado por seus capangas do STF, o juiz Marco Aurélio, um dos que votou contra a soltura do ladrão, em entrevista ao Jornal da Band, explicou que o processo fora anulado, mas que Lula não fora inocentado. Nunca ninguém disse que Lula foi inocentado, que o processo não trazia provas de seus atos de rapina, só fizeram uma maracutaia jurídica e decretaram que Lula não poderia ter sido julgado onde foi, em Curitiba.
Para esclarecer os eleitores a respeito da mentira de Lula a dizer que foi inocentado até pela ONU, a equipe de Bolsonaro colocou o vídeo de Marco Aurélio em algum material da campanha do Mito.
Adivinhem só o que aconteceu?
O careca, que não é o véio da Havan, o cabeça de ovo Alexandre Moraes acatou o pedido da quadrilha de Lula para a remoção do trecho em que Marco Aurélio diz que Lula não foi inocentado. Alexandre de Moraes, é claro, atendeu à máfia vermelha e vetou o trecho sob a alegação de que “conduz o eleitor à falsa informação de que Lula não é inocente”.
Falsa informação de que Lula não é inocente? Uma condenação judicial, agora, segundo um juiz, é fake news? Se Lula não foi inocentado - e ele não foi -, ele é inocente? 
A cara de pau e a canalhice desse povinho desconhece fronteiras.
Não é um jornalista quem está a dizer que Lula não foi inocentado, não é um blogueiro, não é um youtuber. É de um sujeito que foi ministro da instância jurídica máxima do país, o STF.
Sobre veto, Marco Aurélio disse : – Tempos estranhos! Onde vamos parar? Já se disse: censura nunca mais.
Se depois dessa, Lula for eleito e você acreditar que as urnas não foram fraudadas, que houve lisura no pleito, você é de uma burrice irreversível!
O mesmo Marco Aurélio, em uma entrevista à CNN disse :
– Como ex-juiz, não poderia votar, jamais, em alguém que, primeiro, foi presidente durante oito anos, deu as cartas durantes seis anos no governo Dilma e que foi condenado, se não me falha a memória, em quatro processos por delito contra a administração pública. Os processos foram anulados, mas ele não foi absolvido pelo Supremo.
Existe algo mais óbvio que isso?  Mas não no país de bandidos que somos.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

E se Fosse Bolsonaro Quem Tivesse Censurado a Globonews?

Que me desculpem, ou não, as pessoas, inclusive, aquelas a quem quero bem, que ainda acreditam que o Lula é um democrata. Vocês são burras pra caralho! Ou isso, ou simpatizantes e coniventes com a tirania do Sapo Barbudo.
Falo isso há 12, 13 anos aqui no Marreta. Lula e seus cupinchas nada têm de democratas. Nunca tiveram. O PT é oriundo de células terroristas que barbarizavam o país nas décadas de 1960 e 1970. Agremiações de pessoas da mais alta estirpe, aristocratas, fidalgos. Tudo gente do bem que sequestrava embaixadores, assaltava bancos, praticava atentados à bomba. Grupos como Ação Libertadora Nacional (ALN), o Comando de Libertação Nacional (COLINA), o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Dos quais emergiram vultos distintíssimos de nossa História, verdadeiros celeiros de integridade de caráteres : Dilma Roussef, José Dirceu, José Genoíno, Franklin Martins et caterva.
Gente que nunca quis instalar a democracia por aqui. Antes pelo contrário, nas correspondências trocadas, à epoca, pelos terroristas, a palavra democracia inexistia. O ideal dos canalhas, e essa sim era uma expressão recorrente, era estabelecer a "ditadura do proletariado".
Ah... mas eram outros tempos... o mundo mudou... as pessoas podem mudar... - poderão me dizer e me aporrinhar os mais moderados. Mudar é o caralho! Como já disse o grande filósogo Gregory House : people don´t change.
O sonho da esquerda sempre foi instalar uma ditadura vermelha em terras verdes-amarelas. Como diz Márcio Borges : sonhos não envelhecem. Sonhos de canalhas, menos ainda.
E o ocorrido ontem, e que todo mundo já deve estar ciente, só vem a corroborar de forma cabal as minhas falas.
Lula e sua curriola do TSE lascaram uma censura descarada e pesadíssima para cima da rede de rádio e TV Jovem Pan. Divulgação de fake news sobre Lula? Porra nenhuma. Que fake news sobre Lula é dizer que ele é honesto, que é um democrata, e essas lhe favorecem.
A Jovem Pan foi amordaçada por noticiar e comentar fatos. Está proibida de reportar fatos sobre o Nove-Dedos. O TSE a proibiu, por exemplo, de se referir a Lula como ex-presidiário, o que é um fato, uma verdade. De se referir a ele como chefe de organização criminosa, o que também é um fato; Joaquim Barbosa declarou que o PT é uma Orcrim e mandou um punhado de sua alta cúpula para o xilindró. E quem é o chefe do PT? O Papa? Não, né? O Sumo Pontífice até é chefe de uma máfia, mas de outra. Proibiu que a Jovem Pan reporte que Lula teve 80% dos votos dos presidiários. Ué? Será mentira? Será que o PT não poupou da fraude nem as urnas dos presídios?
Em e-mail, a direção da Jovem Pan fez um pedido aos seus colaboradores:
"Caros, com base em decisão do TSE proferida nesta segunda-feira, estamos orientados pelo jurídico a não utilizar as seguintes expressões nos programas da casa: "Ex-presidiário", "Descondenado", "Ladrão Corrupto" e "Chefe de organização criminosa". Além disso, não devemos fazer qualquer associação entre o candidato Lula ao crime organizado. E mais: as críticas aos ministros e ao judiciário não são recomendadas pelo nosso jurídico neste momento".
Essa censura, digna de um Fidel, de um Chavez, de um Maduro, de um Ortega, de um Kim Jong-un, vem da Jovem Pan ser a única rede de rádio e TV de grande porte que faz oposição declarada ao Seboso de Caetés, a única que noticia o outro lado da moeda, que faz o contraponto à hegemônica mídia esquerdista que assola  o país, contraponto necessário e saudável a qualquer democracia.
Caso haja excessos (de uma parte e da outra) ambos devem responder judicialmente, isso é inconteste. Que esse ou aquele candidato queira tirar de circulação uma fala ou declaração não comprovadas que lhe ofenda e lese, eu concordo. Mas que apenas aquela fala "duvidosa" seja vetada e o seu emissor, submetido a um inquérito, a uma investigação e, se for o caso, punido dentro do que preconiza a lei.
Uma fala ou uma declaração isoladas, sim. Mas uma rede inteira de rádio e TV que há mais de 80 anos atua no país? Censura! Das brabas. Ataques a sites de direita também foram desferidos por Lula e o TSE. Os sites Brasil Paralelo, Foco Brasil e Folha Política foram desmonetizados por ordem judicial do TSE. O que significa que o Google teve que privá-los de seus anunciantes, suas principais fontes de renda.
Em contraposição ao democrata Lula, nunca ouvi o ditador Bolsonaro pedir censura, por exemplo, para a desavergonhadamente pró-Lula Globo News, ou para desmonetizarem o execrável site de extrema-esquerda Brasil 247. 
Claro que Bolsonaro já pediu para que fossem retirados do ar certos pronunciamentos sem provas a seu respeito, trechos ou matérias de sites e de propagandas políticas de seus opositores, mas nunca exigiu a censura total ao veículo de comunicação que o emitiu.
Bolsonaro pediu, por exemplo, que a afirmação de que ele é um genocida nazista fosse vetada, afirmação da qual não há a menor prova. Nem isso, ele conseguiu. Chamar um de genocida de forma leviana, pode. Dizer que outro, que esteve enjaulado, é um ex-presidiário, é fake news.
Segundo a também safada e pró-Lula Folha de São Paulo, em reportagem de 14/10/22, Lula teve atendidos 37 pedidos de retiradas de fake news pelo TSE; Bolsonaro, apenas 6.
É evidente que a Justiça no Brasil não é cega porra nenhuma. Enxerga até pelo olho do cu! Principalmente pelo olho do cu!
O condenado nem ganhou ainda para presidente e já tem esse poder; imagine se a desgraça dele ser eleito acontecer? Até o Marreta vai ser tirado do ar! Pããããããta que o pariu!!!!
Com a Jovem Pan posta para escanteio, acaba qualquer oposição significativa a Lula nos meios de comunicação. Lula consegue a chamada "hegemonia da comunicação". Outro ideal perseguido e imposto em ditaduras como Venezuela, Cuba, Nicarágua, Coreia do Norte, China.
E tem muito "jornalista" comemorando a censura à Jovem Pan. "Professor", então, nem se fale. Propositalmente, hoje toquei no assunto com um desses defensores da democracia e o cara começou : ah, mas também a Jovem Pan... e vomitou lá toda a cantilena deles. Para essa canalhada, censura a quem diverge deles em opinião, não é censura.
A questão principal, creio eu, é que isso abre um perigoso precedente. Hoje, é a direita que está a ser censurada; amanhã, poderá ser a própria esquerda, e, então, claro, eles dirão estar sob uma ditadura.
Sobre a censura que não nos afeta, não conheço fala melhor que a de Martin Niemöller, pastor luterano e grande opositor do nazismo:
"Primeiro, os nazistas vieram buscar os socialistas, mas, como eu não era socialista, eu me calei. Depois, vieram buscar os judeus, mas, como eu não era judeu, eu não protestei. Então, vieram buscar os sindicalistas, mas, como eu não era sindicalista, eu me calei. Então, eles vieram buscar os católicos e, como eu era protestante, eu me calei. Então, quando vieram me buscar... Já não restava ninguém para protestar". 

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Lula e os Fragmentados Brasis

Acompanho o Blogson Crusoe, a caverna do ermitão Jotabê, acredito, desde o seu início. Jotabê pode nem acreditar, mas embora nem sempre eu comente, leio todos os seus textos, de cabo a rabo (no bom sentido, claro). Admiro muito a maneira de escrever de Jotabê, o seu estilo. O que não impede, é claro, que vez ou outra discordemos um do outro nesse ou naquele assunto. Creio que, no básico, eu e Jotabê acreditemos nas mesmas coisas, nos mesmos valores; discordamos, às vezes, talvez, na maneira de se preservar ou de resgatar esses valores. Mas o fundamental é que essas divergências sempre são colocadas com muito respeito. Isso posto e parando com a babação de ovo, vamos ao motivo desta postagem. 
Jotabê começou uma postagem - intitulada Sem Título - da seguinte maneira : "Você venceu, preciso admitir. Qualquer que seja o resultado - tão esperado, tão temido, tão celebrado, tão pré-contestado -, você venceu, pois conseguiu dividir 230 milhões de pessoas". Como quem fala ou escreve uma carta a um destinatário que julgo ser Bolsonaro. Fui aos comentários para dizer que não concordava, que essa fragmentação da sociedade, que esse país do Fla Flu, foi planejado e levado a cabo pela esquerda. Mas outro chegara antes de mim, um tal de O Andarilho, que escreveu um comentário muito parecido ao que iria escrever : "Quem dividiu, ou melhor, pulverizou a população em "n" segmentos sociais e os antagonizou, preto contra branco, rico contra pobre, mulher contra homem, gay contra hetero, foi a esquerda em seus dois mandatos de FHC e quatro de Lula. É para eles que você diz : Você venceu, preciso admitir ? Bolsonaro só trouxe a repulsa a essa hiperfragmentação, só trouxe o grito daqueles que não aguentam mais bancar essa orgia "social" da escória".
No que Jotabê respondeu-lhe, em meia concordância : "Concordo com você que quem começou esse "fla flu", esse "nós contra eles" foi o Lula. Mas o Bolsonaro amplificou esse sentimento e o temperou com sentimentos de ódio e muito radicalismo, ele piorou o que era ruim".
Comecei, então, a escrever um comentário, que foi se tornando muito grande. Como o próprio Jotabê diz, comentário (ou resposta) grande vira postagem. E virou o que vem a seguir.
Já disse vária vezes : Bolsonaro não é a causa de nada, ele é o efeito. Bolsonaro é um boçal, um borra-botas, não tem capacidade de ser a a causa de nada, e ainda que tivesse, não teve tempo hábil para isso, teve, praticamente, meio mandato, contra quatro do PT. Bolsonaro não é nada. É um objeto que veio a ocupar um espaço livre, um vácuo na política, um anseio de parte da população. Poderia ter sido qualquer outro assemelhado. Por acaso, foi Bolsonaro.
A esquerda, é claro, foi quem hiperfragmentou a sociedade, é uma de suas táticas mais manjadas, concordo com O Andarilho. Sempre houve, óbvio, o contraste entre os diversos segmentos da população. A esquerda estabeleceu o conflito entre eles. E não concordo que Bolsonaro tenha intensificado essa fragmentação, como ele disse ao Andarilho. Repito : ele não tem capacidade, estratégia e nem teve tempo suficiente para isso.
Bolsonaro, concordo de novo com O Andarilho, foi a resposta, foi o grito daqueles que, na divisão feita pela esquerda, foram colocados do lado do "mal". Pretos e brancos? O branco é sempre o opressor, todo branco é racista. O rico e o pobre? Todo rico tem a sua fortuna advinda da exploração do pobre, do sangue do proletário, todo rico é mau patrão. Mulher e homem? O homem é sempre um predador sexual, um potencial estuprador só por ter nascido com um pau entre as pernas, misógino e feminicida. Gay e hétero? Todo hétero é homofóbico, é um serial killer de gazelas. Não foi assim que as coisas ficaram definidas pela esquerda?
Bolsonaro foi a reação - a inescapável terceira lei de Newton - dos que foram demonizados pela esquerda. Uma resposta extrema, ao ver de Jotabê. Tímida, ao meu ver. Bolsonaro foi eleito pelo instinto de sobrevivência dos odiados da esquerda. Autopreservação. Legítima defesa.
Sou homem. Nunca agredi, sequer verbalmente, uma mulher, sequer com uma rosa. Não sou santo, é claro. Tive rusgas com várias mulheres ao longo da vida, sobretudo no meu ambiente profissional, mas nenhuma delas que tivesse relação com o seu gênero; nas vezes em que ocorreu, discordei delas da mesma forma com que discordaria de um homem.
Sou branco. Idem para o negro o que eu disse das mulheres. Sou hétero. Ibidem para os gays o que eu disse das mulheres. Inclusive, sou um cara caseiro e recluso, fora as casas dos meus pais e dos meus sogros, frequento apenas - e muito esporadicamente - mais quatro casas. Dessas, duas são de casais gays, caras casados, "normais", gays que não se valem de um estereótipo que todos dizem rejeitar, mas do qual muitos se valem como meio de vida.
Homem, branco e hétero (só não sou rico). Às vistas canalhas da esquerda, sou a Tríplice Fronteira do Mal. Só que não. E se Bolsonaro, no atual e tenebroso momento político, for a única voz que pode clamar isso à Nação, se for a única voz oficial a fazer eco à minha, voto nele, sim. De novo.
Quem é homem, branco, hétero e rico e vota Lula, não bastasse estar dando, novamente, as chaves do cofre ao ladrão, está também a preparar o seu cadafalso.
Fosse só por mim, estaria cagando e andando para os rótulos que possam me impingir, já estou com a vida passada da metade, bem ou mal, encaminhada. Mas tenho um filho de 13 anos. Também homem, branco e, ao que tudo indica por enquanto, hétero. Não quero que ele viva em um país em que essas características, per si, sejam presunção de crime, ou indicadores de mau-caratismo.
A esquerda dividiu. Somos, sim, Jotabê, como bem disse, o país do Fla Flu. Bolsonaro não intensificou a divisão. É um contragolpe a ela.
E acrescentarei mais uma divisão feita por Lula à lista d'O Andarilho, uma que ele parece ter esquecido, ou mesmo não ter se dado conta dela. A cissão mais canalha e imperdoável : trabalhadores x vagabundos profissionais, os sanguessugas sociais, as tênias dos nossos impostos.
Para Lula, o cara que pega diariamente no batente é um privilegiado, um cara que tirou a sorte grande na vida e não um sujeito que, minimamente, estudou, preparou-se, capacitou-se, tem disciplina, cumpre horário e com suas obrigações, uma pessoa que se esforçou para ter um emprego. E o encostado, também para Lula, é um coitadinho, um cara para quem o mundo nunca deu oportunidades, para quem a vida nunca sorriu, e não, no mais das vezes, um preguiçoso.
E tão abençoado e cheio de luz deve se sentir o trabalhador que ele tem, inclusive, que ficar contente de ganhar para pagar imposto de renda - Lula disse algo parecido a isso uma vez.  Tão agradecido aos céus ele deve se sentir que há de ser um prazer ele dividir, através de seus impostos, parte de sua renda com o "desfavorecido".
Divisão de renda no cu do trabalhador é refresco. Divisão de renda pressupõe que os "n" envolvidos na tal partilha gerem e tenham alguma renda. Quando não, quando é só uma parte que entra com a grana, não é divisão, é saque, rapinagem, é confisco, expropriação. Nem são mais os filhos dos improdutivos que nossos impostos alimentam (e que nos priva de recebermos, para nós mesmos, os serviços públicos de qualidade que nos são devidos), já são os netos. Quiçá, os bisnetos. Afinal, quem coça o saco o dia todo, acaba por começar a procriar cedo e em série.
Bolsonaro não intensificou a divisão. É uma tentativa desesperada de oposição a ela.
E que, enquanto a esquerda estiver por aqui a nos assombrar, que mais Bolsonaros apareçam, que mais Cavalões nos venham.

sábado, 15 de outubro de 2022

PETs

Não são apenas
Os pássaros
Os peixinhos dourados
As borboletas monarca
E as amadas que envelheceram sem maldade
Que podem ser
Engaiolados
Postos em vidros de conserva
Empaladas em éter
Imoladas em matrimônio.
 
Nós
Os morcegos
Também podemos ser capturados
Em arapucas de néon, de leds, de tvs a cabo que nunca saem do ar.
Termos as asas podadas
E anilhas eletrônicas presas aos tornozelos.
Algemados à noite falsa dos quartos fechados
De janelas com cortinas blackout 
E luas cheias vazadas em cúpulas de abajur e projetadas no tetos.
Pegos em iscas de Bloody Mary
A se passarem por sangue humano
Por sangue de buceta nova.

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Cerveja-Feira (58)

O filme dinamarquês Druk (que, no Brasil, ganhou o subtítulo de "Mais uma rodada" e que, se tivesse ficado ao meu encargo, eu teria posto "Mais uma dose? É claro que eu tô afim) foi agraciado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2021 e exaustivamente aclamado por público e crítica.
Deu-me um tanto de trabalho e levou um certo tempo para que conseguisse baixá-lo da internet com uma qualidade de vídeo razoável e encontrar e ajustar boas legendas em português para ele.
Tempo perdido. Assisti. E achei uma merda.
A premissa do filme se baseia num comentário - e não em uma pesquisa, como correu à época de seu lançamento - do psiquiatra norueguês Finn Skarderud na abertura de um de seus livros e onde ele diz que a vida lhe parece melhor depois de dois ou três copos de vinho, que lhe parecia que o ser humano havia  nascido com um déficit de álcool no sangue. Que lhe parecia.
Até aí, nada de novo sob o sol. Humphrey Bogart, macho noir das antigas, vivia a dizer que "a humanidade está sempre duas doses abaixo do normal". E tomava as tais doses logo ao acordar, para dar uma calibrada, para se equalizar ao seu entorno.
No capítulo seguinte, no entanto, o psiquiatra desmente sua impressão, deixa claro que é uma sensação, sem dados concretos que a comprovem. Acontece que o bebum só lê a parte da notícia que lhe interessa.
Assim, quatro professores dinamarqueses de meia-idade, desanimados com o magistério, com o desinteresse das novas gerações, deprimidos e desconsolados pelos rumos que tomaram suas vidas e sua profissão (professores dinamarqueses desanimados? Sabem de nada, esses inocentes nórdicos), resolvem fazer um experimento no qual serão as próprias cobaias, resolvem testar a "teoria" de Skarderud, de que nascemos com o tanque vazio de álcool.
Antes de pegarem no batente, ainda em suas casas, escondidos das esposas, é claro, passam a entornar duas ou três doses de birita, para atingirem o 0,5g de álcool por litro de sangue "preconizado" pelo psiquiatra.
De início, o experimento é um sucesso, as coisas correm às mil maravilhas. O quarteto etílico passa a entrar animadíssimo para as suas respectivas salas. Aumentam a motivação de suas aulas e o interesse dos alunos. Porém, quando tudo corria bem, o filme caga na retranca e descamba para o moralismo fajuto.
Eufóricos com os resultados de suas "pesquisas", os quatro começam, gradativamente, a aumentar o número de doses laborais ingeridas, a fazerem subir mais e mais os seus níveis alcoólicos e, claro, acabam por ser descobertos. E mais não conto. Quem quiser saber o resto que perca também o seu tempo, como eu perdi o meu.
Moralismo fajuto, sim. Na prática, na vida real, os professores poderiam, facilmente, ter mantido suas duas ou três doses matinais, continuado a usufruírem de seus benefícios, e nunca terem sido pegos. Como quem toma um ansiolítico ou um antidepressivo antes de encarar a plebe ignara e ninguém fica sabendo, a não ser que a pessoa conte. Sei do que falo. Nos dois casos.
Talvez inspirado pelo filme Druk, o indiano Shailendra Singh Gautam, professor em uma escola de Hathras (Uttar Pradesh, Índia), foi além da experiência dos bebuns dinamarqueses : passou a entornar un bons latões de cerveja em sala de aula!
Valham-me Santa Krishna e São Ganesh!!!
A bebedeira docente, não se sabe se por um funcionário ou se por um aluno, foi gravada e agora o mestre está afastado e responderá a um inquérito do Departamento de Educação. A qualidade das imagens são sofríveis e, mais ainda, as fotos capturadas delas, mas é possível ver na tirinha abaixo, da esquerda para a direita (que é a única boa direção a ser seguida), primeiro, um latão já aberto embaixo da mesa do professor, segundo, o professor tentando esconder um latão ainda intacto nas costas ao perceber que fora flagrado, e terceiro, o professor com a maior cara de pau a olhar para a câmera, como se nada tivesse acontecido.
Pela coragem, ousadia e por querer dar uma aula diferente e inovadora, o prêmio Cerveja-Feira desta semana vai para ele, o mestre Shailendra Singh Gautam.
Eu tentei descobrir que cerveja é essa que ele estava entornando. Deve ser alguma boa e barata da Índia, pois se professor já ganha mal por aqui, imagine, então, na terra de Gandhi, da espiritualidade, do desapego ao material. Mas minha pesquisa não rendeu frutos. Tentei várias referências no Google : "cervejas indianas", "cervejas fabricadas na Índia", "beer made in Indian" etc. Mas o Google, burro que só ele, ficou a me mostrar apenas cervejas do tipo Indian Pale Ale (IPA), de todas as nacionalidades, menos indianas.
Se alguém conseguir identificar, mande o link aqui pro Marreta. Que, quando eu for à Índia, o que só ocorrerá se, na próxima vida, eu reencarnar como um rato sagrado, procurarei experimentá-la.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Metralha Vota em Petralha

Somos um país de bandidos!
Mesmo que a grande maioria da população, na prática, nunca tenha levado a cabo um delito, mesmo que nunca tenha, de fato, cometido um crime, somos um país de bandidos, uma nação de índole criminosa.
Só isso explica a grande simpatia que nutrimos pelo bandido. Temos uma compreensão e uma afeição inatas pelo criminoso. Muitas vezes, os vemos como coitadinhos, vítimas, infelizes que não tiveram outra opção na vida a não ser enveredar pelo crime, quando são indivíduos a ser banidos, extirpados do tecido social. Temos condescendência para com os bandidos, feito a que dedicamos àquele avô já gagá, ou àquele tio bebum chato pra caralho. Podemos, em nossa grande maioria, não ser agentes diretos de um crime. Somos cúmplices.
Toda essa afinidade que o país tem para com o vagabundo, toda essa empatia, eu diria até, hoje é o resultado de centenas e centenas de fatores, de milhares de causas.
Mas sempre há uma causa primeira, um motivo que deu o pontapé inicial e desencadeou todo o processo que resultou em nossa índole facínora. O pecado original do Jardim do Éden da terra de Pindorama : o nosso DNA português de degredados.
Não foi fácil, à época, arrumar voluntários e convencê-los a embarcar no cruzeiro de Cabral em busca do caminho para as Índias, dissuadir a portuguesada de bem a enfrentar serpentes marinhas, krakens, gigantes Adamastores e a correr o risco de despencar pela borda do mundo.
Assim, a Coroa Portuguesa enviou emissários às suas masmorras mais lúgubres e fétidas com a ordem de comutar as penas de bandoleiros, saqueadores, degoladores, estupradores etc que topassem embarcar no Titanic do tio Cabral.
Se sobrevivessem à viagem e às possíveis adversidades do novo território, teriam suas penas de morte anuladas e ali poderiam se instalar e começar uma nova vida. A bandidagem topou, é claro.
Não sei, efetivamente, que percentual deles chegou a sobreviver, mas sei que foi número suficiente para a propagação e o enraizamento de seus DNAs de vagabundos e de suas práticas e seus hábitos espúrios na nova terra.
A simpatia pelo ladrão nos é uma herança mendeliana, uma tradição familiar genética nossa, um caráter atávico de nossa personalidade.
Só esse início catastrófico e amaldiçoado é capaz de explicar coisas que, tenho certeza, só acontecem por aqui. Coisas que, se contadas a um inglês, a um alemão, a um japonês, lhes soariam, na melhor das hipóteses, como algum tipo de piada típica, local. E não deixa de ser. De sermos. Uma piada. Sem graça e de extremo mau gosto. Mas é. Somos.
A primeiro, conhecido e rápido exemplo, digam a um japonês que metade da população votou, de novo, num ladrão condenado (e nunca absolvido) pela Justiça. Temos ou não uma índoles de bandoleiros?
A segundo exemplo, o que originou essa postagem, e do qual só fiquei ciente ontem, experimentem dizer a um alemão que parte de nossa população carcerária mantém o seu direito ao voto, que bandidos sob certas situações podem opinar na vida política do país. Piada, ou não? País de bandidos, gerido por bandidos e para os bandidos.
Para mim, até ontem, vejam como eu sou ingênuo e otimista, o cara enjaulado ficava alijado de todos os seus direitos civis, de cidadão que nunca foi. O de ir e vir, o de votar, entre outros.
Mas não. Não no país da esquerdalha. Não na pátria da Constituição Cidadã do Ulisses Guimarães.
Pela Constituição do Ulissinho, podem votar os presos chamados de provisórios, aqueles que estão engaiolados sem condenação criminal transitada em julgado, que é quando o juiz bate o seu martelo em definitivo, quando não cabem mais recursos, sejam da defesa, sejam da acusação.
Sempre é bom lembrar que, no Brasil, se o sujeito tiver uma certa grana, ou estiver a ser bancado por alguma organização criminosa ou partido político, o tal trânsito em julgado poderá acontecer só depois do processo passar por quatro estâncias, o que pode levar anos, quiçá décadas, e chegando ao STF, é claro, o Gilmar Mendes manda soltar.
Outra "categoria" de vagabundos também com direito a voto é o adolescente infrator, maior de 16 anos e menor que 21, "submetido a medida socioeducativa de internação". Somos ou não um país de bandido? Prisão, agora, virou internação. Cadeia virou centro de ressocialização. A tal medida socioeducativa de internação consiste no assaltante, assassino e estuprador mirim ficar morando numa casa, em bons bairros residenciais, com todas as mordomias que muitos filhos de trabalhadores não têm, sair durante o dia para ir à escola vender droga e voltar à noite para dormir em suas camas macias, limpinhas e quentinhas.
Neste primeiro turno das eleições, aproximadamente 12 mil bandidos votaram, espalhados por 222 unidades carcerárias do país. E sabem quem ganhou estourado entre a bandidagem? Que estourou a boca da urna? Sabem quem venceu entre os metralhas?
O Petralha, é óbvio. Óbvio uLULAnte!
No cômputo geral, segundo apuração do site O Antagonista, dos 11.363 criminosos votantes, 8.883 votaram em Lula e apenas 1.741 em Bolsonaro, o que corresponde, respectivamente, a 80,59% e 15,79% do total. Ou seja, Lula teve quatro em cada cinco votos da marginália.
Em alguns lugares, a votação em Lula foi ainda mais expressiva. Na Paraíba, o Seboso de Caetés teve 90,3% dos votos contra 6,45% de Bolsonaro.
Mulher nem sempre elege mulher, negro nem sempre elege negro, gay nem sempre elege gay. Mas, acreditem, bandido sempre elege bandido. São corporativos, os canalhas.
Primeiro, foi a Justiça de um estado democrático a dizer que Lula é bandido; agora é o bandido a dizer que o Lula é bandido. Você, que pretende votar no Lula por ele ser mais do "bem" que Bolsonaro, precisa ainda de uma terceira opinião? De quem? Do Mefistófeles?
E, então, você ainda vai votar no Lula, ô portuga?