segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Tatuando O Toba (Ou : As Malditas Retrospectivas De Fim De Ano)

Existe um blog, Page Not Found, o qual leio costumeiramente. Seu autor, Fernando Moreira, posta notícias verdadeiras, de todos os lugares do mundo, dos mais inusitados e bizarros comportamentos do ser humano, a expor o quão ridícula é nossa espécie e o quão pouco viável ela é, deixando-me sempre com uma questão : como chegamos aos 7 bilhões?
Fim de ano é tempo de retrospectivas. Todo mundo cai nessa de listar os mais mais do ano que finda. É bem o que diz Humberto Gessinger : Todo mundo tá revendo/O que nunca foi visto/Todomundo tá comprando/Os mais vendidos/Todo mundo tá relendo/O que nunca foi lido.
E o Page Not Found fez também seu TOP TEN das escabrosidades mais acessadas de 2012. Em primeiríssimo lugar, muito à frente dos outros concorrentes, ficou Maria Louise del Rosario, uma latina mucho loca da Flórida, EUA. 
Marie Louise desbancou candidatos fortíssimos como Hazel Jones, a britânica com duas vaginas, Nadya Suleman, a mãe de óctuplos que virou atriz pornô, e Jonah Falcon, americano barrado em um aeroporto por suspeita de porte de arma, arma que nada mais era que sua própria benga, considerada hoje a maior do mundo.
Marie Louise, de 22 anos, deixou boquiabertos os visitantes de uma exposição de tatuagens ao tatuar o ânus, o brioco, o roscofe. E garantiu aos que a assistiam : tatuar o ânus é "muito, muito bom".
Tem mais : a tatuagem que a tornou famosa em toda a web nem foi a primeira a ser gravada em seu toba, duas outras já ocupavam o espaço nada virgem da moça, dois nomes já estavam escritos lá onde o sol não bate. 
Os nomes de dois ex-namorados : Vince, que a deixou por não se ver constituindo uma família com Maria Louise, e Rockwood, o namorado seguinte, que se sentia incomodado em ver o nome do outro quando comia o jilózinho da moça, mas que também não foi leal a ela, "envolveu-a" num furto que resultou na prisão dos dois.
Gente finíssima, a moça.
Isso de tatuar o cu, me fez lembrar uma piada.
Duas bichinhas - como diria o eterno Costinha -, duas bichinhas, estavam a comemorar 10 anos de união estável. Bruno, a bichinha passiva, resolve fazer uma surpresa para Bernardo, seu macho. Vai a um tatuador e pede que duas letras "B"s bem grandes sejam tatuadas em sua bunda, um "B" em cada nádega, Bruno e Bernado. Sai do tatuador com a bunda doendo, mas felicíssima com o resultado e já antevendo a surpresa que fará a seu consorte.
Bernardo chega do trabalho e o ambiente já está todo preparado, mesa posta para dois, velas aromáticas em lugares estratégicos da casa, o vinho branco a gelar, o salmão no forno. Bruno diz a Bernardo que vá tomar um banho no banheiro do quarto do casal, e que terá uma grande surpresa ao sair. Bernardo inicia seu banho e Bruno fica peladão no quarto, ouvido colado à porta do banheiro, atento ao fim do barulho da água do chuveiro.
Bernardo fecha o chuveiro e Bruno corre pra cama. Põe-se de quatro, bem arreganhado, com a bunda voltada para a porta do banheiro, para que Bernardo veja a tatuagem em sua homenagem assim que sair. Bernardo sai e dá de cara com Bruno. O sangue lhe sobe à cabeça, enfurece-se, e, num misto de ira e indignação, pergunta : "Quem é o desgraçado desse BOB?".
Animada com o sucesso repentino, a moça pretende alçar voos mais altos. Cheia de histórias como essas para contar, ela pretende escrever um livro.
Aí, eu pergunto : no cu?

Em tempo : antes que alguém pergunte pelas mais mais do Marreta em 2012, adianto que aqui não tem Top 10, Top 5, nem Top One. Aqui só tem TOP, TOP, que é a onomatopeia que representa o som produzido por uma mão, espalmada, a bater repetidamente sobre a outra, fechada em forma de copinho.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Vibro-Pendrive (Ou : Se Meu Consolo Falasse)

Mais uma nobilíssima aplicação da ciência e tecnologia no bem-estar e no conforto do ser humano.
É bem sabido que o trabalho de um grande executivo empresarial é tarefa das mais estressantes, a pessoa não tem hora certa de almoço, tem hora para entrar mas não tem para sair e, com o advento dos computadores, celulares e outras parafernálias, ela acaba trabalhando quase que 24 horas por dia, o trabalho a segue por onde ela vai.
E se é fatigante para o homem, muito mais para a mulher. Que, apesar de intelectualmente equivalente, é realmente mais frágil no aspecto físico, é mais sensível, mais suscetível a se ofender e se emocionar com a pressão, no mais das vezes cruel, posta sobre ela. Mulher se esgota mais fácil, desmorona e chora mais fácil, é mais dada a melindres, e ainda bem que seja assim. Ou não seria mulher, ou não seríamos homens e mulheres.
Para o homem é fácil desestressar; ele grita, xinga, manda à puta que o pariu, e toma um bom dum porre. A mulher é mais sutil, e assim também se mostram as suas formas de relaxar e jogar fora o lixo de um dia de merda. A mulher prefere relaxar dando uma gozadinha, tendo o bom e velho orgasmo. E nem precisa do homem, não.
No Brasil, segundo dados da Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual), a venda dos brinquedinhos eróticos teve aumento de 18%; e de 52% nos EUA, de acordo com pesquisa do Instituto Kinskey. As duas pesquisas revelam o mesmo público preferencial : mulheres que trabalham em funções administrativas e burocráticas.
Muitas dessas mulheres confessaram que, muitas vezes, no intervalo entre uma reunião e outra, naqueles 15 minutos para o café e o cigarro, elas se recolhem às suas salas, acionam seus brinquedinhos, dão uma gozadinha e depois, obviamente, fumam um cigarrinho.
Em tempos de politicamente correto, tempos em que desgraçadamente nos encontramos, tudo o que é natural é considerado errado, feio e de mau gosto. Com o famoso caralho, não poderia ser diferente. O formato do pau não é considerado muito estético, é um produto mal acabado do ponto de vista artístico, um esboço grosseiro, garantem os politicamente corretos, que, no entanto, não ficam sem um bom tarugo entalado em seu rabo.
Além disso, não fica bem a moça abrir a bolsa para retocar a maquilagem e dela cair ao chão um pau de 20 cm de comprimento, todo cheio de nervuras e veias, é constrangedor. Assim, com vistas a esse pudico público consumidor, vários designers viadinhos vêm promovendo nos EUA e Europa o que chamam de "descaretização" do pênis. Para eles, pênis com forma de pênis é careta, é cafona, é démodé.
Que outra forma pode ter um substituto do pau, que não a de um pau? Mas os designers garantem que é possível dar aspecto mais comportado à benga, eles se esmeram em dar "caras" mais apresentáveis ao famoso consolo.
Existem vibradores em forma de ovo, de coelhinho, de batom... Tem até uma série de vibradores disfarçados de bonequinhos, dentre eles, um daqueles soldados ingleses que fazem a guarda do Palácio de Buckingham, aqueles que ficam parados e eretos o tempo todo, corpo trajado de vermelho e aquele chapéu bem grosso e cabeçudo. É verdade.
A série traz também marinheiros e policiais. Segundo seus idealizadores, a discrição é o fator diferencial de seus produtos, os bonequinhos, quando não em seu uso primeiro, podem até ser integrados ao ambiente, servindo de enfeites, de bibelôs, e ficarem sobre uma prateleira, sobre a mesa de trabalho, em cima do computador, emprestando um ar descontraído e informal ao sisudo recinto de trabalho - e também um leve cheirinho de peixe.
Porém, em todos os exemplos citados - e nos inúmeros que deixei de - havia um sério problema : o fim da bateria. Como recarregar seu vibrador, tenha ele o formato que tenha, fora do seguro e íntimo recôndito do seu lar sem despertar suspeitas? O que fazem um batom ou um soldadinho inglês ligados à tomada?, poderiam perguntar alguns?
A matutar sobre essa questão - das mais urgentes, diga-se de passagem -, o engenheiro-designer Michael Topolovac, da Universidade de Stanford, saiu-se com a genial ideia. Nesse nosso tempo de aparelhos multifunções, ele resolveu acoplar um vibrador aos rotineiros pen drives, que todo mundo carrega para lá e para cá, sem despertar a  menor suspeita. A vantagem é que ele pode ser recarregado em qualquer entrada USB.
Enquanto a diretora executiva de uma multinacional está lá, em plena reunião, com o pen drive em seu computador a mostrar as estatísticas da empresa para os sócios, o vibrador embutido no mesmo pen drive está a recarregar tranquila e discretamente suas baterias. E a  diretora está serena, sabe que, ao fim da reunião, o seu amiguinho estará pronto para outra.
Batizado de "Duet", o brinquedinho é feito de silicone adequado ao corpo e metal, sendo desenvolvido especialmente para o corpo feminino (mas tenho certeza de muito viadinho vai querer experimentar).
Ele tem dois motores, que são capazes de produzir uma potente e precisa vibração exatamente no ponto desejado.
O Duet tem quatro modos de vibração e cinco níveis de potência, ajustando-se perfeitamente às necessidades de cada mulher. Além disso, o vibrador ainda é à prova de água - tinha que ser, né? Vejam esquema detalhado do artefato, com descrições precisas de como otimizar seu uso.
O produto está disponível nas versões 8 GB e 16 GB de armazenamento, com preços de, respectivamente, US$ 149,00 e US$ 349,00. Caro? Barato? Sei lá.
Nem faço ideia de quanto custa um pen drive "normal". E muito menos de quanto custa um consolo, ora porra!!! 
Ficaram curiosas para ver o soldadinho inglês e outros inusitados consolos? É só clicar aqui, no meu poderoso MARRETÃO, que, amanhã ou depois, quem sabe?, bem pode ser transformado em mais um modelo moderno de consolo.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Existe Ex-Idiota?

Existe ex-viado? Por mais que a sabedoria popular diga que não, eu acho possível. Com muita força de vontade e uma boa reconstituição plástica das pregas, acho que o cara até que consegue.
Ex-puta? Também não é empreita das mais fáceis, mas não descarto a possibilidade. De repente aparece um cara rico, tira a menina do puteiro (eu vou tirar você desse lugar..., grande Odair José), ela fica grata e apaixonada pelo cara e pode mesmo virar uma boa esposa, uma boa mãe, até uma boa profissional de outra área.
Ex-ateu? Ateu, ateu de verdade, não. O verdadeiro ateu nasce com a incapacidade de acreditar em coisas invisíveis e improváveis, mas aquele ateuzinho de boutique, o agnóstico, o neoateu, esse eu acredito que possa se tornar um ex. E facilmente.
Ex-masturbador? Ex-punheteiro? Aí, não. Aí, não tem jeito, Uma vez punheteiro, sempre punheteiro. Não há conversão possível para esse.
Essa introdução, aparentemente sem pé nem cabeça, que mais parece resto da ressaca de natal, diz respeito a um lançamento empresarial do grupo evangélico norte-americano Passion for Christ Movement, de Los Angeles, Califórnia. O grupo comercializa, via internet, uma série de camisetas com dizeres de conversão estampados, autodeclarações de "cura". E tem para todos os pecados e "vícios". camiseta para ex-homossexual, ex-fornicador, ex-prostituta, ex-ateu, ex-masturbador etc. 
Ver minha descrença incluída nesse rol de "perversões" humanas em muito me alegrou. O que me fez lembrar uma fala do cineasta Claude Chabrol : "A estupidez é infinitamente mais fascinante que a inteligência; a inteligência tem seus limites, a estupidez não!"
É isso aí, pastorada do caralho. A verdade é que só não é possível de existir o ex-idiota. Pior ainda é quem compra e usa uma merda dessa. 
As camisetas saem pela bagatela de 12 dólares, acho que uns 25 reais. Não sei se alguma igreja evangélica do Brasil já copiou a ideia, mas o negócio por aqui seria até mais lucrativo do que por lá, em terras do Tio Sam. Primeiro, porque a evangelicaiada está proliferando mais que rato, e segundo porque o brasileiro, sacana e filho da puta que só ele, iria comprar as camisetas para presentear os amigos.
Eu mesmo compraria umas duas ou três para esse fim. Depois torceria para que meus dois ou três amigos remanescentes ainda me considerassem como tal.
"Ex-corno", frase que não consta do catálogo norte-americano, seria um título que faria muito sucesso no Brasil, ia vender como água, tornaria-se o carro-chefe da confecção. 
Também poderiam ser estampados : ex-corrupto e, por que não?, ex-pastor evangélico. Sim, porque depois que o sujeito toma o vício de ganhar grana com a burrice alheia, não larga mais, fica possuído.

sábado, 22 de dezembro de 2012

De Duas Coisas, Uma Vez Por Ano, Ninguém Escapa : Natal e Exame De Próstata

Não dou importância nem ao meu próprio aniversário, por que cargas d'água, então, eu iria festejar o do Cristo?

Eu sou muito mais de desaniversários do que de parabéns a você, feito o Chapeleiro Louco, de Lewis Carrol, sou muito mais do corriqueiro que do pontual e do momentâneo, sou muito mais os dias que acordam sonolentos, presos às horas e às obrigações do que os festivos, os histericamente festivos, porque nas datas ditas especiais o sujeito tem que demonstrar toda a sua alegria e felicidade aos outros, a todo o custo, inclusive e principalmente o do ridículo.
As datas comemorativas são mais uma enganação do ser humano para consigo mesmo, um autologro, mais um ardil contra si próprio para tentar se convencer de que, nem que seja por poucas vezes, sua vida e sua existência fazem algum sentido. 
Mais que isso, que são especiais, que não só se justificam plenamente como também são de suma importância para o mundo. Não são. As datas especiais levam o cara a pensar que ele faz algum relevo no planeta, que, nesses dias, a órbita da velha Terra um pouco se inclina e pende em sua direção. Não pende.
Eu não tenho data pra comemorar, como bem já disseram Arnaldo Brandão e Cazuza na canção O Tempo Não Pára (à época com acento); da parte de Brandão, não sei, mas da de Cazuza era puro fingimento, a bicha adorava um acontecimento, um holofote.
Inevitavelmente, porém, passo por essas datas; melhor, sou trespassado por elas, mas não as celebro. Sou um fumante passivo de suas cacofonias e de seus fogos de artifício.
Eu não dou, nunca dei, nem quando criança, a mínima importância para o meu aniversário. Lembrar dos aniversários dos outros - pais, irmãos, primos, amigos -, só mesmo por acidente, por alguma dessas armadilnhas da memória.
Não comemoro nem o meu próprio aniversário, por que eu iria, então, comemorar o do Cristo? A porra do Natal? Mas não tem jeito. Todos vão ao aniversário do Cristo, até eu. Mesmo que eu não fosse, mesmo que ficasse trancado em casa, ainda assim eu iria. O tal do Natal é intransigente, onipresente, o filho da puta.
Vou! Mas não visto chapeuzinho, não bato palmas, não canto com quem será que o Cristo vai casar, não como bolo nem brigadeiro e, nem pensar, não saio nas fotos.
Natal é igual àquele parente mala do qual você foge o tempo todo, mas que tem de cumprimentar de vez em quando, para quem você tem de abrir a porta quando, sem avisar, aperta sua campainha ou seu interfone e lhe faz uma surpresa, todo idiota gosta de fazer surpresas.
Melhor (ou pior), Natal é feito exame de próstata. Evitamos, evitamos...mas um dia o dedão velho nos entra. De duas coisas, uma vez por ano, ninguém consegue escapar : Natal e exame de próstata.
Eu prefiro o exame de próstata. É bem mais rápido, e não temos que fingir alegria, nem fazer cara de que estamos a gostar.

Em tempo (e para não perder o trocadilho, porque eu nunca consigo resistir ao trocadilho) : Neste Natal, o Marreta do Azarão vos deseja um peru bem grande. Grosso e cabeçudo.

Não É Carnaval, Mas É Madrugada (11)

Adoniran Barbosa, já disse isto aqui algumas vezes, era visto - e é lembrado pela maioria até hoje - como aquele sujeito engraçado, gaiato, de fala errada, sempre retratado de paletó, gravatinha borboleta e chapéu panamá, sempre de bem com a vida.
Nada disso. Adoniran era triste, porém não era piegas, não nutria nenhum grau de autocomiseração, não que demonstrasse em seus versos, pelo menos. Não culpava a ninguém por seus infortúnios, sabia que uma desgraça aqui, outra ali, fazia parte do jogo. Adoniran não era de bem com a vida, apenas sabia que ficar de mal com ela de nada adiantava. Que a vida está pouco se lixando para os nosso amuos, que a vida não cede às birras de bebês mimados e chorões.
Adoniran era o Pagliacci da postagem anterior, que postei sem nem pensar em Adoniran, Adoniran era um palhaço triste, figura que, recorrentemente, tem se posto à minha frente nas últimas semanas.
Talvez por me saber, eu próprio, um palhaço triste. Apresento-me a meu público apedeuta, faço rir a alguns, dormir a outros, desperto interesse em uma minoria, provoco a raiva de muitos. E entre uma apresentação e outra, a cada cerrar e descerrar de cortinas, em meu íntimo camarim, também choro, uma lágrima seca e hipócrita.
Elis Regina, também outra palhaça triste, já havia identificado, e se identificado com, a tristeza cômica de Adoniran. Em um documentário antigo, em preto-e-branco, da TV Cultura, ela inverte seu papel de entrevistada e pergunta indignada ao seu invisível interlocutor : como alguém pode achar graça em Saudosa Maloca? E é de Elis, na minha opinião, a melhor gravação que há de a Saudosa Maloca.
Elifas Andreato foi outro que percebeu logo de cara a natureza rir-para-não-chorar de Adoniran. Consagrado artista plástico e requisitado capista de LPs, com trabalhos feitos para Toquinho e Vinicius, Chico Buarque, Paulinho da Viola, entre outros - quem não se lembra da capa do LP Nervos de Aço, de Paulinho; ou do Vida, de Chico? -, Elifas havia preparado uma belíssima capa para o terceiro LP de Adoniran Barbosa, em que o retratava como um palhaço lacrimejante.
Elifas apresentou sua arte ao então presidente da gravadora Odeon, Roberto Augusto, que ponderou : "‘Está lindo, mas você acha que ele vai entender esse negócio de palhaço?’. Em uma segunda análise, Elifas pensou que realmente Adoniran pudesse se ofender com a imagem. E preparou um outro desenho, de um Adoniran sóbrio, com a clássica imagem do chapéu e gravata borboleta. Mandou emoldurar o desenho antigo e o entregou de presente ao produtor Fernando Faro, que pendurou o quadro em seu escritório. Depois de alguns meses, uma ligação do produtor chegava ao estúdio do ilustrador: ‘Elifas, tem alguém querendo falar com você aqui’. Era Adoniran, que, de frente para a arte rejeitada, pegou o aparelho e sentenciou: ‘Elifas, eu sou esse palhaço triste aqui, e não o alemão que você pôs na capa do disco’. Do outro lado da linha, o desenhista corou. ‘Nunca senti tanta vergonha. Artista não dá pra subestimar. Subestimar artista é uma merda’."
Adoniran foi mais um dos poucos caras que entendeu a piada que é tudo isso, que é a porra do mundo. Não achava muita graça nela, é verdade. Mas se sabia e se aceitava como parte e personagem da anedota e, principalmente, gostava de tirar sarro, de fazer piada com aqueles que não se sabiam parte da piada.
Adoniran foi o Pagliacci de Jaçanã, o Pierrot do Bexiga.
Como bom Pierrot, é de Adoniran uma das mais belas canções de carnaval a integrar nosso rico cancioneiro. A letra é um primor, nada fica a dever para Chico Buarque, Tom Jobim, ou Vinícius de Moraes. Nem ao Carnaval, de Manuel Bandeira.
Vila Esperança é de arrepiar, de chorar, de sair de casa, de madrugada, para ir buscar mais cerveja na loja de conveniência mais próxima.
Vila Esperança
(Adoniran Barbosa)
Vila Esperança, foi lá que eu passei
O meu primeiro carnaval
Vila Esperança, foi lá que eu conheci
Maria Rosa, meu primeiro amor

Como fui feliz, naquele fevereiro
Pois tudo para mim era primeiro
Primeira rosa, primeira esperança
Primeiro carnaval, primeiro amor, criança

Numa volta no salão ela me olhou
Eu envolvi seu corpo em serpentina
E tive a alegria que tem todo Pierrô
Ao ver que descobriu sua Colombina

O carnaval passou, levou a minha rosa
Levou minha esperança, levou o amor criança
Levou minha Maria, levou minha alegria
Levou a fantasia, só deixou uma lembrança.
  
Para ouvir Vila Esperança, com a participação do Quarteto Fantástico MPB-4, é só clicar aqui, no meu poderoso MARRETÃO.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pagliacci, Por Alan Moore

Ouvi uma piada uma vez: Um homem vai ao médico, diz que está deprimido. Diz que a vida parece-lhe dura e cruel. Conta que se sente só em um mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto.
O médico diz: "O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo."
O homem se desfaz em lágrimas. E diz: "Mas, doutor... Eu sou o Pagliacci."
Boa piada. Todo mundo ri. Rufam os tambores. Desce o pano.
(Alan Moore, Watchmen)

Pequeno Conto Noturno (32)

A Rubens, o paladar e o cheiro lhe remetem à infância, ao gosto e ao odor da terra que invadia abruptamente seus sentidos, quando do sopetão de seus tombos, inepto que sempre fora para os folguedos infantis - andar de bicicleta, carrinho de rolemã, futebol -, ao sabor ferruginoso da água dos bebedouros corroídos das escolas primárias, das enxurradas barrentas que lhe tomavam em pilhagem a boca, as narinas, os olhos e os ouvidos.
Valentina, pela primeira vez exposta em seus dias impróprios, sente como se um parasita estivesse com a boca entre suas pernas, uma boca cheia de tentáculos, ganchos e ventosas. Parece-lhe exagerada submissão prestar-se dessa forma, assim de antepasto, uma violação de seus ideais feministas, sente grande vergonha e um denso esmagamento; porém, ao mesmo tempo e até com maior intensidade, experimenta um regozijo inédito, um poder arrebatador em se saber um manancial restaurativo, um êxtase insuspeitado de se descobrir cornucópia, de mãe que aleita a cria.
Valentina manda seu feminismo à merda, um corisco eletrifica sua medula espinal e uma secreção de outra natureza se junta ao seu sangue, fazendo transbordar a boca de Rubens.
Carrapato saciado, Rubens enche a boca do precioso maná e se desacopla dos baixos lábios de Valentina, sobe pelo corpo dela, arrasta-se, rasteja : virilha, umbigo, baixo ventre, costelas, entrepeitos, peitos, pescoço, embaixo do queixo, orelhas. Em cada milímetro percorrido, Rubens regurgita frações do sangue armazenado em sua boca, marca sua passagem, deixa um rastro ferroluminescente.
E sem aviso, mesmo porque era o esperado, o ansiosamente aguardado por ambos, Rubens entra em Valentina, duramente, que arfa, joga a cabeça para trás, abre a boca, como que à procura de mais ar, mas o que encontra é a boca de Rubens, que lhe impõe o último trago de sangue guardado, espalha-o com sua língua pelos lábios, dentes e céu da boca de Valentina, obriga que ela engula.
Muito mais que um novo corisco, muito mais que uma nova fagulha, agora é um arco voltaico que faz sacudir a medula de Valentina, e também a de Rubens. Os dois se fundem, evaporam, volatilizam, mesclam-se numa névoa carmim, numa rubra neblina que umidifica e satura todo o quarto : uma aurora boreal infravermelha.
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Rubens contempla Valentina, vermelha, a dormir, letárgica, coagulada. Sabe que ela ficará por mais tempo que as outras, que a maioria delas. Sente vontade, ganas, até, de lhe pedir que fique; sorvendo uma derradeira gota de sangue que se mistura à baba do sono e escorre do canto da boca de Valentina, Rubens seria capaz de pedi-la em casamento.
Mas se contém. Tudo passa, tudo se exaure e se esgota, sabe Rubens. Mesmo a vitalidade do sangue.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Os Papas E O Sexo

Não é à toa que a pedofilia é vista pela Igrjea Católica como um comportamento a não ser punido, quase que normativo. A história da Santa Igreja é mais suja e sórdida do que se pensa.
Há décadas que um tio meu, em reuniões e festejos familiares, já dizia das podridões da alta cúpula do Vaticano. Com exceção desse que vos fala e de um primo, ninguém mais dava muita atenção a ele, ele era tido como uma figura divertida, o rebelde meio louco da família, mas nunca lhe foi dada a devida credibilidade.
O bem informado tio Sérgio garantia que rolava muita putaria no Vaticano, e que o palco da surubada era em Castelgandolfo, numa luxuosa casa de veraneio papal; a bem da verdade, um castelo de campo. Lá, segundo ele, o Papa se sentava pelado em seu trono e era servido por menininhas novas, na flor da idade, igualmente nuas. Porém, nem o sábio tio Sérgio poderia sequer imaginar a que grau chegavam a depravação e a degradação moral dos papas. 
Essa putaria ao longo de séculos da história da igreja é o tema do livro "Os Papas e o Sexo", do jornalista peruano Eric Frattini.
Abaixo, uma resenha feita por Rosa Ramos, do site português Ionline.  

Livro conta a vida sexual de papas: pedofilia, incesto e zoofilia 
por Rosa Ramos, do site português Ionline

São mais de 300 páginas com centenas de histórias pouco santas sobre a vida sexual dos papas da Igreja Católica. O livro do jornalista peruano Eric Frattini, recém-chegado às livrarias portuguesas e editado pela Bertrand, percorre, ao longo dos séculos, a intimidade secreta de papas e antipapas, mas não pretende causar "escândalo". Apenas "promover uma reflexão sobre a necessária reforma da Igreja ao longo dos tempos".
O escritor admite, aliás, que alguns dos relatos possam ter sido inventados, nas diferentes épocas, por inimigos políticos dos sumos pontífices. Lendas ou verdades consumadas, no livro "Os papas e o sexo" há de tudo. Desde papas violadores e zoofílicos a papas homossexuais e fetichistas, além de Santos Padres incestuosos, pedófilos ou sádicos, passando por papas filhos de papas e papas filhos de padres.
Alguns morreram assassinados pelos maridos das amantes em pleno ato sexual. Outros foram depostos do cargo, julgados pelas suas bizarrias sexuais e banidos da história da Igreja. Outros morreram com sífilis, como o papa Júlio II, eleito em 1503, que ficou na história por ter inventado o primeiro bordel gay de que há memória. 
Bonifácio IX deixou 34 filhos, a que chamava, carinhosamente, de "adoráveis sobrinhos". Martinho V encomendava contos eróticos, que gostava de ler no recolhimento do seu quarto.
Paulo II era homossexual e Listo IV, que cometeu incesto com os sobrinhos, bissexual. Inocêncio VIII reconheceu todos os filhos que fez e levou-os para a Santa Sé. Um deles tornou-se violador. João XI (931-936) cometeu incesto com a própria mãe, violava fiéis e organizava orgias com rapazes.
Sérgio III teve o infortúnio de se apaixonar por mãe e filha e não esteve com meias medidas: rendeu-se à prática da ménage à trois. Bento V só esteve no Governo da Igreja 29 dias, por ter desonrado uma adolescente de 14 anos durante a confissão. Depois de ser considerado culpado, fugiu e levou boa parte do tesouro papal consigo.
João XIII era servido por um batalhão de virgens, desonrou a concubina do pai e uma sobrinha e comia em pratos de ouro enquanto assistia a danças de bailarinas orientais. Os bailes acabaram quando foi assassinado pelo marido de uma amante em pleno ato sexual. Silvestre II fez um pacto com o diabo. Era ateu convicto e praticava magia. Acabou envenenado.
Dâmaso I, que a Igreja canonizou, promovia homens no ciclo eclesiástico, sendo a moeda de troca poder dormir com as respectivas mulheres. Já o Papa Anastácio, que tinha escravas, teve um filho com uma nobre romana, que se viria a tornar no Papa Inocêncio I (famoso pelo seu séquito de adolescentes). Pai e filho acabaram canonizados.
Leão I era convidado para as orgias do Imperador, mas sempre se defendeu, dizendo que ficava só para ver. Mesmo assim engravidou uma adolescente de 14 anos, que mandou encerrar num convento para o resto da vida. Bento VIII morreu com sífilis e Bento IX era zoófilo. Urbano II criou uma lei que permitia aos padres terem amantes, desde que pagassem um imposto.
Alexandre III fazia sexo com as fiéis a troco de perdões e deixou 62 filhos. Foi expulso, mas a Igreja teve de lhe conceder uma pensão vitalícia, para poder sustentar a criançada.
Gregório I gostava de punir as mulheres pecadoras, despindo-as e dando-lhes açoites. Bonifácio VI rezava missas privadas só para mulheres e João XI violou, durante quatro dias, uma mãe e duas filhas. Ao mesmo tempo.

Resumo de algumas histórias :
1. João Paulo II: acusado de ter um filha secreta
Em 1995, o norte-americano Leon Hayblum escrevia um livro polêmico, em que dizia ser pai da neta de João Paulo II. Durante a ocupação nazi da Polônia, Wojtyla teria casado, secretamente, com uma judia. Do enlace nasceu uma garota que o próprio pai entregou, com seis semanas, a um convento local. No seu pontificado especulou-se muito sobre as namoradas que teve antes do sacerdócio. O papa admitiu algumas, mas garantiu nunca ter tido sexo. No Vaticano, fazia-se acompanhar por uma filósofa norte-americana, Anna Teresa Tymieniecka, com quem escreveu a sua maior obra filosófica. Romperam o relacionamento supostamente por ciúmes.
2. Paulo VI: homossexual?
Assim que chegou ao Vaticano, Paulo VI mostrou-se muito conservador em relação às matérias ligadas à sexualidade. Em 1976, indignado com as declarações homofobias de Paulo VI, um historiador e diplomata francês, Roger Peyrefitte, contou ao mundo que, afinal, o papa era homossexual e manteve uma relação com um ator conhecido. O escândalo foi tremendo: Paulo VI negou tudo e o Vaticano chegou a pedir orações ao fiéis do mundo inteiro pelas injúrias proferidas contra o papa. Paulo VI morreu em 1978, aos 81 anos, depois de 15 pontificado, vítima de um edema pulmonar causado, em boa parte parte, pelos dois maços de cigarros que fumava por dia.
3. Inocêncio X: amante da cunhada
Eleito no conclave de 1644, Inocêncio X manteve uma relação com Olímpia Maidalchini, viúva do seu irmão mais velho – fato que lhe rendeu o escárnio das cortes da Europa. Inocêncio X não era, aliás, grande defensor do celibato. Olímpia exercia grande influência na Santa Sé e chegou a assinar decretos papais. A dada altura, o papa apaixonou-se por outra nobre, Cornélia, o que enfureceu Olímpia. Mesmo assim, foi a cunhada quem lhe valeu na hora da morte e quem assegurou o funcionamento do Vaticano quando Inocêncio estava moribundo. Quando morreu, em 1655, Olímpia levou tudo o que pôde da Santa Sé para o seu palácio em Roma, com medo de que o novo papa não a deixasse ficar com nada.
4. Leão X: morreu de sífilis
Foi de maca para a própria coroação, por causa dos seus excessos sexuais. Depois de Júlio II ter morrido de sífilis, em 1513 chega a papa Leão X, que gostava de organizar bailes, onde os convidados eram somente cardeais e onde jovens de ambos os sexos apareciam com a cara coberta e o corpo despido. O papa gostava de rapazes novos, às vezes vestia-se de mulher e adorava álcool. “Quando foi eleito tinha dificuldade em sentar-se no trono, devido às graves úlceras anais de que sofria, após longos anos de sodomia”, escreve Frattini. Estes e outros excessos levaram Lutero a afixar as suas 95 teses – que lhe garantiram a excomunhão em 1521. Leão X morreu com sífilis aos 46 anos.
5. Alexandre VI: o insaciável
Gostava de orgias e obrigou um jovem de 15 anos a ter sexo com ele sete vezes no espaço de uma hora, até o rapaz morrer de cansaço. Teve vários filhos, que nomeou cardeais. Assim que chegou ao papado, em 1431, trocou a amante por uma mais nova, Giulia. Ela tinha 15 anos, ele 58. Foi Alexandre VI quem criou a célebre “Competição das Rameiras”. No concurso, o papa oferecia um prêmio em moedas de ouro ao participante que conseguisse ter o maior número de relações sexuais com prostitutas numa só noite. Depois de morrer, o Vaticano ordenou que o nome de Alexandre VI fosse banido da história da Igreja e os seus aposentos no Vaticano foram selados até meados do século XIX.
6. Bento IX: sodomizava animais
Chegou a papa em 1032 com 11 anos. Bissexual, sodomizava animais e foi acusado de feitiçaria, satanismo e violações. Invocava espíritos malignos e sacrificava virgens. Tinha um harém e praticava sexo com a irmã de 15 anos. Gostava, aliás, de a ver na cama com outros homens. “Gostava de a observar quando praticava sexo com até nove companheiros, enquanto abençoava a união”, escreve Eric Frattini. Convidava nobres, soldados e vagabundos para orgias. Dante Alighieri considerou que o pontificado de Bento IX foi a época em que o papado atingiu o nível mais baixo de degradação. Bento IX cansou-se de tanta missa e renunciou ao cargo para casar com uma prima – que o abandonaria mais tarde.
7. Clemente VI: comprou bordel
Em 1342, com Clemente VI chega também à Igreja Joana de Nápoles, a sua amante favorita. O papa comprou um “bordel respeitável” só para os membros da cúria – um negócio, segundo os documentos da época, feito “por bem de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Tornou-se proxeneta das prostitutas de Avinhão (a quem cobrava um imposto especial) e teve a ideia de conceder, duas vezes por semana, audiências exclusivamente a mulheres. Recebia as amantes numa sala a poucos metros dos espaços em que os verdugos da Inquisição faziam o seu trabalho. No seu funeral, em Avinhão, foi distribuído um panfleto em que o diabo em pessoa agradecia ao papa Clemente VI porque, com o seu mau exemplo, “povoara o inferno de almas”.
8. Xisto III: violou freira e foi canonizado
Obcecado por mulheres mais novas, foi acusado de violar uma freira numa visita a um convento próximo de Roma. Enquanto orava na capela, o papa, eleito em 432, pediu assistência a duas noviças. Violou uma, mas a segunda escapou e denunciou-o. Em tribunal, Xisto III defendeu-se, recordando a história bíblica da mulher que foi apanhada em adultério. Perante isso, os altos membros eclesiásticos reunidos para condenar o papa-violador não se atreveram a “atirar a primeira pedra” e o assunto foi encerrado. Xisto III foi, aliás, canonizado depois de morrer. Seguiu-se-lhe Leão I, que também gostava de mulheres mais novas e que mandou encarcerar uma adolescente de 14 anos num convento, depois de a engravidar.
9. João XII: morto pelo marido da amante
Nos conventos rezava-se para que morresse. João XII era bissexual e obrigava jovens a ter sexo à frente de toda a gente. Gozava ao ver cães e burros atacar jovens prostitutas. Organizou um bordel e cometeu incesto com a meia-irmã de 14 anos. Raptava peregrinas no caminho para lugares sagrados e ordenou um bispo num estábulo. Quando um cardeal o recriminou, mandou-o castrar. Um grupo de prelados italianos, alemães e franceses julgaram-no por sodomia com a própria mãe e por ter um pacto com o diabo para ser seu representante na Terra. Foi considerado culpado de incesto e adultério e deposto do cargo, em 964. Foi
assassinado – esfaqueado e à martelada – em pleno ato sexual pelo marido de uma das suas várias amantes.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Confissão Na Base Da Vara

O homem de deus da foto ao lado é o frei Paulo Back, que estava prestes a completar 44 anos de sacerdócio na pequena cidade de Forquilinha (SC), onde iria até ser realizada uma festa em sua homenagem pelos ingênuos párocos. O frei era considerado pessoa ilustre na cidade, realizara centenas de casamentos, batizados e primeiras comunhões, era o padrinho espiritual quase que da localidade inteira.
Mas o que o filho da puta mais gostava era de ministrar o catecismo, um catecismo que faria corar os famosos "catecismos" do grande Carlos Zéfiro. Era na catequese, era na revelação da palavra de deus, um deus tão canalha quanto o frei, é que ele se esbaldava. Era no catecismo que o frei tentava aliciar menores com idades entre 11 e 13 anos para fins sexuais.
Agora, numa rara demonstração de honestidade e coragem, o juiz Fellipi Ambrósio condenou o frei a 20 anos de xilindró, em regime fechado. Sim, de coragem. Muitas vezes, ainda mais em cidades pequenas, fazer o óbvio demanda muita coragem. Aposto que existem batalhões de beatas que deporiam a favor do frei e que, nesse momento, estão a excomungar o juiz pela condenação do homem santo, estão a rezar para que o juiz queime no inferno, a rogar pragas, como boas cristãs que são.
A condenação se deu pela violação de dois menores, de 14 anos de idade, abusados pelo frei justamente na confissão que antecedeu a primeira comunhão dos dois. Os meninos deviam ser pecadores terríveis, e, bem aos moldes da idade média, pecador tem que confessar sob tortura, na base da vara, da vara do filho da puta do frei. E deve haver muito mais jovens violentados pelo frei, jovens que nunca o denunciaram, por vergonha e por sentimento de culpa. 
Sim, muitas vezes o abusado se sente culpado pela violência que sofreu. A religião católica é de tal forma escrota que transfere a culpa do "pecado" para a vítima , e isenta dela o desgraçado do "pecador". Se um sacerdote age como um canalha, se ele cai em tentação, a culpa não é dele, é daquele adolescente, no viço da idade, cheio de feromônios, a quem o doente mental do padre não consegue resistir.
O adolescente é que, às vistas da igreja, é uma espécie de enviado do demônio, uma provação para os fracos espíritos dos pulhas dos sacerdotes.
Tanto que a Justiça ouviu mais de 30 pessoas durante a tramitação do processo - vítimas, testemunha e o frei - e um dos depoimentos que mais chamou a atenção partiu de um dos meninos, violentado pelo frei na casa paroquial, quando foi até lá para pagar o dízimo. Depois do estupro, o frei disse ao menino que rezasse muito, para que os pecados dele, do menino, fossem perdoados. A igreja católica é especialista nisso, em pôr a culpa na vítima.
Como a Justiça desse país prioriza o vagabundo, cabe ainda recurso contra a sentença de condenação, que o advogado do frei solicitou que fosse cumprido em liberdade. O juiz Ambrósio negou, o frei continuará  trancafiado. Decisão das mais acertadas, diga-se de passagem. Uma vez em liberdade, não custa nada que a igreja suma com ele da paróquia de Forquilinha, que o esconda em outra diocese, talvez até em outro Estado.
Agora só resta derrubar o recurso e enjaular o frei. E na mesma cela que o já famoso Ditão Pé-de-Mesa. Daqui em diante, é o frei Back quem vai confessar na base da vara.
Em tempo : vejam como os tais dos fiéis são criaturas das mais tapadas, e nem digo isso pelo fato de acreditarem num deus invisível e improvável, mas por acreditarem que um suposto deus com tamanhos poderes nomeie representantes aqui na Terra, delegue poderes a ridículos humanos. O frei passou 44 anos a enrabar gerações e gerações de meninos, ia ser homenageado e havia uma comunidade de fiéis no Orkut que agradecia ao frei por ensinar que "o amor de deus é o mais importante para nós". Meninos foram e são violentados simplesmente porque um pulha veste uma batina e se diz representante de deus, e as pessoas acreditam, deixam seus filhos aos seus cuidados, e às suas perversões.
Fonte : Paulopes

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Estudantes Em Greve Da PUC - SP Decidem Tirar Férias

O empossamento da reitora Anna Cintra deflagrou uma greve dos estudantes da PUC-SP, iniciada em 13/11/2012. Os alunos questionam a nomeação de Anna Cintra porque ela ficou em terceiro lugar na votação entre alunos, professores e funcionários da Universidade; não obstante, ela foi nomeada pelo cardeal Dom Odilo Scherer, grão-chanceler da instituição e presidente do Conselho Superior da Fundação São Paulo, órgão que administra a instituição. 
No que o cardeal fez muito certo, democracia à brasileira e à católica é isso : o sujeito tem o direito ao voto, se o resultado vai ser acatado, já é outra história. De mais a mais, a PUC não é uma instituição pública, ela tem dono, e o dono nomeia quem ele quiser, quem ele julgar melhor ao cargo e às suas conveniências.
Acontece que "estudante" é aquela merda, reclama, esperneia e faz birra sem se informar minimamente do estatuto que rege a instituição de ensino a que pertence. Acha que democracia é a vontade dele. Não é.
Pelo que entendi, a escolha do reitor na PUC se dá em 3 etapas. Na primeira etapa, há a votação dos alunos, professores e funcionários, os três nomes mais votados comporão uma lista tríplice; num segundo momento, essa lista tríplice é submetida à apreciação do arcebispo de São Paulo e grão-chanceler da PUC, atualmente Dom Odilo Scherer; na fase final, a escolha do reitor cabe ao arcebispo, que tem que se decidir por um dos nomes da lista tríplice, normalmente o mais votado pelos alunos, professores e funcionários. 
Normalmente, não obrigatoriamente. Portanto, Dom Odilo Scherer não infringiu nenhuma norma estatutária. Acontece que só o que o "estudante" espera da vida é uma chance para matar aula, e que melhor pretexto para tal que uma greve em defesa de seus "direitos", que melhor escaramuça para dar uma boa de uma coçada no saco que se lançar à luta pela cidadania?
Os grevistas querem que o candidato mais votado por eles assuma a reitoria, para que "a vontade da comunidade universitária seja respeitada". Quando o sujeito começa a dizer em nome de uma "comunidade", passo a desconfiar dele, rápida e profundamente.
Mas agora é fim de ano, e com ele, o recesso dos professores. Nada é mais sagrado que o recesso professoral, nem o natal, nem o cristo, nem Rodolfo, a rena do nariz vermelho. 
No recesso, para-se com tudo, inclusive com a paralisação. Em apoio ao recesso docente, os alunos também resolveram parar com a paralisação. Dar um tempinho com a greve para poderem curtir as merecidas férias. Estão pensando o quê? Ficar parado é foda. Fazer paralisação, ficar o dia todo discutindo Marx, a falência do capitalismo, a sustentabilidade do planeta e fumando maconha cansa pra caralho.
Com vistas a tanta fadiga, professores e alunos decidiram suspender a greve até janeiro de 2013, quando retornarão de seu merecido descanso para continuarem a ... ficar parados, a não fazer nada. Greve nas férias? Ninguém é de ferro, não é? E nem honesto o suficiente.
Estudar que é bom, ninguém quer.
Dou meu apoio a Dom Odilo Scherer, não se pode dar moleza a professores e, sobretudo, a estudantes.

Instantâneos De Um Remoto e Saudoso Passado

Propaganda da cerveja Schlitz, década de 1950.
A devotada esposa chora por ter falhado na sagrada missão de alimentar o marido; ele, sempre compreensivo e cavalheiro, tranquiliza-a e consola : não se preocupe, querida, você não queimou a cerveja.

Branca de Neve Azeda - Luiz Felipe Pondé

Publicado na folha de São Paulo, caderno Ilustrada, 17/12/2012

"Fazer a cabeça das crianças sempre foi um dos pratos prediletos do fascismo. Agora, nem a Branca de Neve escapa, coitada, do ódio dos fascistas. O conjunto de "estudos" que se dedica a fazer a cabeça das crianças é parte do que podemos chamar de "oppression studies". Você não sabe o que é?
"Oppression studies" é uma expressão usada pelo jornalista americano Billy O'Reilly, da Fox News, para se referir às "ciências humanas engajadas no controle das mentes". Explico.
Reprovou um aluno? Opressão. É preguiçoso? Não, a sociedade te oprimiu e fez você ficar assim. Um ladrão te assaltou? Ele é o oprimido, você o opressor. Aliás, sobre isso, vale dizer que, com a violência em São Paulo, devemos reescrever a famosa frase do Che: "Hay que enfiar la faca em la cavera, pero sin perder la ternura jamás".
A frase dele, assinatura de camisetas revolucionárias, é: "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás". Essa camiseta é a verdadeira arma contra gente como ele. Os americanos deveriam afogar o Irã em Coca-Colas, Big Macs e pílulas anticoncepcionais para as iranianas transarem adoidado com seus amantes.
Convidou uma colega de trabalho para jantar? Opressão! Você é um opressor por excelência, deveria ter vergonha disso. Não é um amante espiritual do Obama? Opressor! Come picanha? Opressor! Não acha que a África é pobre por culpa sua? Opressor! Suspeita de que o sistema de cotas vai destruir a universidade pública criando um novo espaço de corrupção via reserva tribal de mercado e compra de diplomas de escolas públicas? Se você suspeita disso, é um opressor! Acha que uma pessoa deve ser julgada pelos seus méritos e não pelo que o tataravô do vizinho fez? Opressor! Anda de carro? Opressor! Ganhou dinheiro porque trabalha mais do que os outros? Opressor!
Os "oppression studies" sonham em fazer leis. Por exemplo, recentemente, um comitê de gênero (isto é, o povo que diz que sexo não existe e que tudo é uma "construção social", claro, opressora) desses países em que o "mundo é perfeito" teve uma nova ideia. Esses caras (ou seriam car@s?) querem proibir qualquer propaganda ou programação infantil que reproduza imagens de mulher sendo mulher e homem sendo homem. Não entendeu? É meio confuso mesmo. Vamos lá.
Imagine uma propaganda na qual existe uma família. Segundo os especialistas em "oppression studies", para a marca não ser opressora, a família não pode ser heterossexual, porque se assim o for, o "espelho social" (a imagem que a mídia reproduz de algo) fará os não heterossexuais se sentirem oprimidos.
O problema aqui não é que as pessoas devem ser isso ou aquilo (melhor esclarecer, se não eu viro objeto de estudo dos "oppression studies"), mas sim por qual razão esses cem car@s (não são muito mais do que isso), que não têm o que fazer na vida a não ser se meter na vida, na família e na escola dos outros, têm o direito de dizer o que meus filhos ou os seus devem ver na TV? Até quando vamos aturar essa invasão da vida alheia em nome dos "oppression studies"?
Contos de fadas como Branca de Neve, Cinderela e Gata Borralheira são grandes objetos de atenção dos "oppression studies". Claro, as três são oprimidas, por isso gostam dos príncipes. Se fossem livres, a Branca de Neve pegaria a Cinderela. Humm... não seria uma má ideia....
Veja o lixo que ficou a releitura da Branca de Neve no filme que tem a atriz da série "Crepúsculo", a bela Kristen Stewart, como a Branca de Neve. Coitada...
A coitada tem que terminar sozinha para sustentar sua posição de rainha "empoderada", apesar de amar o caçador (passo essencial para libertar nossa heroína da opressão de amar alguém da nobreza, o que seria ainda mais opressor).
Os "oppression studies", na sua face feminista, revelam aqui o ridículo de sua intenção: fazer de toda mulher uma mulher sem homem porque ela mesma é o homem. Todo mundo sabe que isto é a prova mais banal da chamada inveja do falo da qual falam os freudianos. Fizeram da pobre Branca de Neve uma futura rainha velha e sem homem. Ficará azeda como todas que envelhecem assim."  

Nota do Azarão : confesso que nunca tinha pensado na Branca de Neve e na Cinderela se pegando, mas agora...

domingo, 16 de dezembro de 2012

Partido Militar Brasileiro

Um novo partido está em vias de ser criado no Brasil. A boa notícia, porém, é que não será mais um desses P-isso, P-aquilo, P-aquiloutro quaisquer. Não será mais um Partido Humanista da Solidariedade, um Partido Pátria Livre, ou um Partido Ecológico Nacional - sim, essas merdas existem, eu seria incapaz de inventar.
O novo partido, ainda embrionário, mas já com vistas a lançar candidatos nas próximas eleições, será nada mais nada menos que o PMB, Partido Militar Brasileiro. Será, finalmente, uma chance para a volta da Ordem, quiçá do Progresso? Tomara que sim.
José Augusto Rosa, o capitão Augusto, idealizador do partido, defende a construção de um partido que busque "endurecimento da segurança" e construção de um "Estado mais eficiente". "Precisamos mudar esse regime assistencialista. Nós somos um partido de direita. E vamos manter o foco mais em ensinar a pescar do que dar peixe. Hoje os partidos de esquerda têm como suas pilastras dar o peixe e manter o cabresto eleitoral", diz o capitão.
Alguém em sã consciência, honesto e trabalhador, com família e filhos a zelar, consegue discordar do capitão? Eu não.
Mas é claro que a criação do PMB já está enfrentando oposição do Ministério Público Eleitoral, composto que é, em grande parte, por advogados, promotores e juízes de rabos presos com o atual governo, com o PT, que só quer mesmo é promover a desordem, bandalha e a erradicação dos bons valores, que incentiva a vagabundagem como meio de vida.
Algumas das objeções dos canalhas vermelhos, dos petralhas :
1) São necessárias 500 mil assinaturas de eleitores de todo o país para que um partido possa ser fundado. Caso alcancem o número necessário de assinaturas, e o partido seja fundado, uma festa de comemoração será dada aos membros e simpatizantes do PMB, com direito a sorteio de TVs, smartphones, motos e até um carro. Para Luciano Santos, especialista em direito eleitoral, a iniciativa do sorteio não é ética : " "Pode não ser ilegal, mas é imoral"
Moral é o quê, então? O mensalão do PT, as privatizações do PSDB? Moral é o país ter sido comandado por um analfabeto durante oito anos, e, já há quatro anos, por uma ex-guerrilheira? Moral é o Tiririca na Câmara cantando Clementina junto com o Eduardo Suplicy? Moral, puta que o pariu, é o José Sarney, de novo, ainda que interinamente, Presidente da República? Moral é permitir a criação de dezenas partidos (até onde conseguir apurar já são 30 legendas) e depois autorizar a coligação deles para fins eleitoreiros? Exemplificando com o que, desgraçadamente, sei : a atual, e reeleita, prefeita de Ribeirão Preto, centro de uma das regiões mais prósperas do estado de SP, venceu o segundo turno após se aliar a 16 partidos. Sim, dezesseis partidos que, teoricamente, uma vez que se "partiram", nada teriam ideologicamente em comum, ficam amiguinhos com um único objetivo, devorar mais avidamente o bolo do dinheiro público, não deixar migalha restar.
Se criado, o partido não irá fazer coligações, para evitar os candidatos fichas-sujas. Para ser candidato, não se pode ter pendências com a Justiça. "Nossa triagem é rigorosa, também mandamos pessoas [até a cidade do candidato] para ver se não tem nada que desabone a conduta deles. Não podemos correr o risco de lançar um candidato que não represente esses valores", diz o capitão. 
2) A lei eleitoral veda aos partidos que ministrem instrução militar ou paramilitar, e mesmo o uso de uniformes. O PMB não dará instruções militares a ninguém, seus membros já tiveram tal treinamento em suas respectivas academias e quartéis. E uniforme por uniforme, o que são os caríssimos ternos e gravatas usados por nossos parlamentares, pagos, inclusive com dinheiro público, no vergonhoso auxílio-paletó? Sim, a lei do país julga que com seus "parcos" vencimentos, nossos pobres políticos não têm como comprar suas roupas.
3) Até agora, toda a organização para a fundação do PMB foi feita em ambiente virtual, as convenções para a aprovação do estatuto do partido foram realizadas pela internet, via videoconferências. Pela lei, as convenções dos partidos precisam ser presenciais e os participantes devem assinar a ata da reunião. Nesse aspecto, eu até concordo. Mas também não é nada que possa causar grande óbice à fundação do PMB. Uma vez que tudo já está escrito, pronto e acordado, basta reunir idealizadores, membros, afiliados e botar tudo nos conformes. Lavrar atas, aprontar a papelada de que nossa tão burocrática lei tanto gosta, selar, registrar e carimbar tudo.
O Marreta do Azarão aprova incondicionalmente a fundação do PMB, apesar de não acreditar que seus candidatos consigam atingir posições políticas de maior relevância em nossa dita democracia. Infelizmente, caros militares, na minha opinião, essa oposição legalista sofrida por vocês na fundação de vosso partido não será nada frente à rejeição que grande parte da população manifestará contra vocês nas urnas.
Hoje, milhões e milhões de brasileiros comem e bebem sem trabalhar, sem nada produzir, na vida mansa. Milhões de encostados vivem às custas dos impostos de alguns milhares de trabalhadores, e o recado que eles recebem em época de eleição é bem claro : vote em outro e perca tudo, cesta básica, vale-isso, vale-aquilo, vale-aputaqueopariu. Vocês acham que essa turba indolente vai querer a volta de um país decente e regrado, onde todos têm que trabalhar para viver, onde as leis privilegiam o honesto e são inflexíveis, sem brechas para o vagabundo?
Infelizmente, caros militares, não os vejo de novo na presidência do país. Infelizmente.
Para mais informações sobre o PMB, acessem o site : Partido Militar Brasileiro
Compensa dar uma olhada, contém muita informação e artigos interessantes acerca da atual situação do país sob a óptica dos militares, ponto de vista ausente em nossos "democráticos" meios de comunicação.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Creme Hidratante e Condicionador Para Presidiário? Valha-nos, Jair Bolsonaro, Mais Uma Vez

Tramita na Câmara o projeto que, caso aprovado, irá transformar, definitivamente, as penitenciárias em autênticas colônias de férias, ou flats com completo serviço de hotelaria.
É o PL-2230/2011, de autoria do deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), que pretende redefinir o Estatuto Penitenciário Nacional.
Fora todas as regalias que os vagabundos já possuem, o projeto prevê, entre outras coisas, alimentação preparada por nutricionistas (igualzinho ao trabalhador, que já se dá por muito satisfeito quando tem pro arroz e feijão no fim do mês), alojamento individual (igualzinho ao trabalhador, que tem que se apertar com a filharada nos cubículos que são as casas populares), produtos de higiene que incluem até creme hidratante para a pele e condicionador para os cabelos, salão de beleza para as presas, e uma equipe de médicos, dentistas, psicólogos e professores de fazer inveja a muito convênio privado e escola particular.
E, para finalizar com chave de ouro, o projeto cria o Dia Nacional do Encarcerado, a ser comemorado a cada 25 de junho. Criar o dia do bandido, é só mesmo aqui.
Só para se ter uma ideia, há uma razão de 2,44 médicos para cada mil habitantes do estado de São Paulo; caso o projeto seja aprovado haverá uma proporção de 12,5 médicos para cada vagabundo encarcerado.
Usarei algo que conheço como exemplo para a comparação, O IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), o convênio médico dos funcionários de SP, não oferece atendimento de emergência em várias cidades, a pessoa tem que, muitas vezes, dirigir-se a cidades vizinhas, mas é uma situação de emergência, né? Raras são as cidades em que o IAMSPE oferece psicólogos aos servidores, especialidade das mais necessárias, hoje em dia, aos desvalorizados servidores públicos, sobretudo os das áreas de educação, da segurança e da saúde. Não há fonaudiólogos para os mais de 200 mil professores, não há dentistas inclusos no convênio do IAMSPE, e coisa segue por aí afora.
O projeto só poderia vir de quem veio, do PT, partido do qual podemos dizer tudo de negativo, menos que não corre sempre em defesa dos seus, bandido defende bandido, e quem está a dizer isso nem sou eu, é o STF nos julgamentos do mensalão.
E desafortunado do carcereiro que não fornecer o sabonetinho, o xampuzinho e o condicionador ao preso; ele poderá ser denunciado por maus-tratos, pegar pena de 3 a 6 anos de reclusão, multa e exoneração do cargo a bem do serviço público.
Tudo em nome da tal ressocialização do vagabundo. Ressocialização é o cacete! Tratar traste a pão de ló não funciona, ele só irá ficar mais indolente, e achando que possui mesmo direito a tudo sem o menor esforço. 
Para bandidos que cometem crimes como assalto à mão armada, latrocínio, sequestro, estupro, homicidio, corrupção e desvio de dinheiro público, entre outros, a cadeia tem que ser pior que o inferno, tem que ser um local para o qual ele trema só de pensar em voltar, um local que povoe para sempre todas as fobias e pesadelos do sujeito.
E por que esse PL-2230/2011 nem toca no tema "trabalho", em serviços executados pelos presidiários para que, no mínimo, paguem os custos de sua carceragem? Simples. Porque trabalho é palavra proibida em se tratando do PT.
O Brasil é um país pródigo em terras devolutas, aqui nem deveriam existir penitenciárias em áreas urbanas. Todas deveriam ser colônias penais agrícolas. O negócio seria pegar a bandidagem e jogar, por exemplo, lá em algum cafundó da amazônia, dar umas enxadas e uns sacos de sementes pro cara e mandar ele plantar, se quiser comer, se não quiser, que se foda. E nem precisa de grades, muros altos ou guardas a vigiar. Deixa o cara tentar fugir. A onça pega, a malária mata, o índio come o seu apito, o boto lhe enraba, o candiru lhe entra pela rima, a selva dá conta dele.
Mas há uma esperança. O projeto será votado por uma comissão de deputados estaduais e federais, da qual, felizmente, faz parte o intrépido, e sempre atento, Jair Bolsonaro. O valoroso deputado já pôs a boca no trombone, alertando a população contra mais esse absurdo. Bolsonaro, Espiridião Amin e aliados tentarão barrar essa excrescência.
Vejam um quadro comparativo entre os dados fornecidos pelo Conselho Federal de Medicina das razões nº de médicos/1000 mil habitantes de alguns estados brasileiros e das proporções que passarão a existir nos presídios caso o projeto seja aprovado. E abaixo do quadro alguns artigos do PL-2230/2001 selecionados por Jair Bolsonaro em sua brava denúncia.
 PL 2230/2011 – ESTATUTO PENITENCIÁRIO NACIONAL 

Autor: Dep. Domingos Dutra – PT-MA 

DOS DIREITOS DOS PRESOS 

Art. 8 – Alimentação preparada por nutricionistas. 
Art. 13 – Alojamento individual. Vedado celas metálicas. 
Art. 24 – A liberdade de contratar médico de sua confiança pessoal. 
Art. 26 – Exame preventivo anual de câncer ginecológico para as mulheres com mais de 35 anos. 
Art. 57 – Visita íntima do cônjuge, companheiro ou pessoa designada pelo preso. 
Art. 68 – A não divulgação de sua fotografia ou imagem. 
Art. 72 – Para cada grupo de 400 presos será obrigatório: 
- 5 médicos, sendo 1 psiquiatra e um oftalmologista: 
- 3 enfermeiros: 
- 6 auxiliares de enfermagem: 
- 3 odontológicos: 
- 6 técnicos em higiene dental: 
- 3 psicólogos: 
- 3 assistentes sociais: 
- 3 nutricionistas: 
- 12 professores: 
- 24 instrutores técnicos profissionalizantes. 

Art. 88 – Salão de beleza para presas. 
Art. 99 – Indenização por acidente de trabalho e doenças profissionais. 
Art. 104 – Assegurado todos os direitos políticos aos que não tenham sentença transitada e julgado. 

DOS CRIMES CONTRA OS PRESOS 
Art.105 – Deixar o agente penitenciário de fornecer ao preso, entre outros, xampu, creme hidratante, condicionador, sabonete. 
- Pena: 3 a 6 anos de reclusão, multa e perda do cargo. 
Art. 108 - Manter o preso em delegacia de policia civil, federal ou superintendência da PF, após lavratura do flagrante. 
- Pena: 3 a 6 anos de reclusão, multa e perda de cargo. 
Art. 113 – Alojar o preso além da capacidade máxima do estabelecimento. 
- Pena: 3 a 6 anos de reclusão, multa e perda do cargo. 
Art. 117 - É instituído o dia 25 de junho como o DIA NACIONAL DO ENCARCERADO.

Deixo aqui, mais uma vez, meus parabéns ao deputado Bolsonaro, poucos são os políticos brasileiros que fazem valer tanto o voto de seus eleitores.
Fonte : blog Família Bolsonaro