segunda-feira, 12 de julho de 2010

Previsão do Tempo, Horóscopo e Naves Espaciais

Estou de férias. Ou melhor, de recesso. Duas semanas.
Independente disso, eu sempre acordo cedo. A esposa não está de férias, e tem também o filho pequeno, 9 meses, e criança nessa idade ainda não descobriu como é bom dormir até mais tarde, uma vez que eles dormem na hora em que bem entendem.
Aproveito, então, e dou uma olhada todos os dias no jornal televisivo "Bom Dia, São Paulo"; inicialmente, isso há alguns anos, por causa da apresentadora Mariana Godoy, aliás, sumida do matutino (será que as férias delas coincidem com as minhas?). É um noticiário leve, rápido, gostoso de se assistir.
Hoje, deu na previsão do tempo a ocorrência de chuvas vespertinas seguidas de queda de temperatura. Previsão do tempo é aquela coisa que a gente escuta meio que distraído, como se fosse algo a acontecer longe, bem longe de nós, é algo que ouvimos até como uma espécie de curiosidade, como quem escuta ou lê seu horóscopo. A propósito - parece que tem pesquisa a respeito -, sabem que as pessoas acreditam mais em horóscopo que em metereologia?
Pela hora do almoço, o céu aqui de casa começou a nublar, a ventar, o sol sumiu. Lembrei da moça da previsão do tempo. Nesses casos, eu que sou costumeiramente do contra, gosto que as previsões se concretizem. O tempo anda seco, nível de umidade do ar inferior ao salutar e uma temperatura que começa a se aventurar por regiões de verão do termômetro.
Bom seria se a previsão se concretizasse. O tempo mais friozinho criaria um ambiente para uma espessa e rubrarrosa sopa de tomates com manjericão e raspas de provolone (faço uma muito boa, sem nenhuma modéstia). E daria um bom pretexto para tomar um vinho tinto seco, demi sec se a esposa fosse beber.
O tempo armou, rugiu, tremulou rufos e toldos e botou uma gigantesca nuvem chumbo a pairar no horizonte, uma enorme nave-mãe prestes a invadir o planeta. Como diria um conhecido meu da época da faculdade, viado : "que baita nuvão". Sabiam que as pessoas acreditam mais na existência de naves espaciais extraterrestres que em metereologia?
Eu fechei as janelas e fui para a sacada, esperar a chuva no peito, um magricela e raquítico Thor. Recebi muito vento e poeira, mas nem uma única gota.
A nave cor de chumbo resolveu sondar outras paragens e foi se distanciando lentamente. Nem sinal dela agora, quase 16 horas.
A previsão não se concretizou, outra vez. O tempo continua seco, de ferir narinas e rachar lábios, e as temperaturas retomam suas escaladas pelos termômetros.
Não haverá um ambiente para uma boa sopa de tomates.
Nem pretexto para um bom vinho.

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