domingo, 2 de abril de 2023

A Anvisa Que Se Foda (Ou : Eu, o Parceiro dos Fungos e das Bactérias)

Podem me chamar de negacionista!!!
Não acredito nos prazos de validade impressos nas embalagens dos alimentos. Não nego que alimentos estraguem : nego de pés juntos a veracidade daquelas datas de seus supostos falecimentos.
O pacote de sal tem lá estampado um prazo de validade. O sal, caralho!!! O mais antigo e mais difundido agente conservante de alimentos. Qualquer alimento conservado em sal dura ad eternum. Quem apanhou e guarda até hoje o bacalhau jogado pelo Chacrinha enquanto o Silvinho Blau Blau cantava o Ursinho Blau Blau pode comê-lo agora, nesse momento, nessa próxima sexta-feira santa, sem medo, sem risco algum à sua saúde. E vem a porra da vigilância sanitária e põe um prazo de validade no sal? Idem para o açúcar.
Mais desidratados que os desidratados, mais secos que cu de camelo, os produtos liofilizados também tem datas de validade impressas. Misturas instantâneas para sopas são alimentos liofilizados, por exemplo. Preparados em pó para gelatina, são outro exemplo. Aquela mistureba indecifrável de substâncias químicas não estraga nunca. Não estraga porque não existe nelas o que estragar. Não estraga porque não tem nada ali que possa interessar sequer ao pessoal da limpeza pública da Natureza, os fungos e as bactérias.
A depender desses microgaris, alimentos conservados em sal ou salmoura, em caldas açucaradas, desidratados, liofilizados etc jamais sumiriam da face da Terra. Ficariam a entulhar o planeta feito embalagens de plástico e pneus velhos. Seriam, esses alimentos, carcaças imperecíveis nos armários e nas despensas de quem crê piamente nos prazos de validade.
E é então que, pelo menos aqui em casa, eu entro em ação. Na Natureza, cabe aos fungos e às bactérias o consumo dos seres vivos que estouraram suas datas de validade; sou eu, aqui em casa, o incumbido de tal nobre tarefa, de fazer sumir os alimentos vencidos. Eu, o parceiro dos fungos e das bactérias.
Eu não olho a data de validade. Olho para o alimento. Não há alteração na aparência, no cheiro e no gosto? Não há tentáculos brotando dele e se mexendo? Eu traço!!!
De vez em quando, muito de vez em quando, eu faço um patê de cebola bem macho das antigas para comer com torradas junto com a cerveja; rápido, fácil de fazer, barato, sem frescura, sem nada de gourmet : uma embalagem de preparado para sopa de cebola misturada a uma caixinha de creme de leite - com lactose, com glúten e muito colesterol, que minha cozinha é bruta.
Numa dessas vezes, para aproveitar o bom preço, comprei dois pacotes de sopa de cebola e usei apenas um. O outro ficou lá, esquecido, sendo empurrado mais e mais para o fundo do armário pelos produtos de uso mais cotidiano. Quando um amigo veio aqui em casa para tomar umas, pensei no patê e lembrei da sopa em pó. Estava vencida já há oito meses. Fiz o patê. Comemos e nada aconteceu.
Mais recentemente, há nem um mês, desenterrei duas caixas de gelatina debaixo de pacotes de macarrão, arroz e embalagens de óleo. Vencidas em 11/2021. Preparei-as, comi-as e nada aconteceu. Comi tudo sozinho. Que minha esposa e meu filho não confiam muito no meu feeling para alimentos consumíveis.
Em outra ocasião, queimei uma carne numa pequena churrasqueira que há na sacada do apartamento e a guarneci com uma dessas farofas temperadas compradas prontas. Cinco meses além da data de validade.
Queijo é artigo que raramente estraga aqui em casa. Não sobra lasca nem pro Jerry. Mas, vez ou outra, a muçarela cria aquela película branca na superfície, um fungo meio amargo. Aí é que eu como com gosto.
Quando eu não era ainda pai nem marido, o leite usado apenas para dar uma pingada na caneca matutina de café, não raro, azedava na geladeira. Vertia-o ralo da pia abaixo? O caralho! Acrescentava uma colher de açúcar a ele, uma pitada de canela em pó e pronto : estava feita uma coalhada probiótica.
Bolor em pão de forma? Vira torrada! Pra ser comida com aquele patê de cebola!
Todo esse blá-blá-blá, todo esse prolegômeno, porque a ANVISA, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, nesta semana, vetou a produção e a venda da minha marca de molho de tomate pronto preferida, a Fugini, a boa e barata do segmento. Melhor que essas mais tradicionais - PomarolaTarantela etc - e mais barata.  A Fugini também produz maioneses, mostardas e alimentos em conserva.
Segundo a Anvisa, o esseteéfico veto é devido ao uso de matérias-primas vencidas pela empresa. Disse a Anvisa : "houve a identificação de falhas de boas práticas de fabricação relacionadas à higiene dos produtos, controle de qualidade e segurança das matérias-primas, controle de pragas e rastreabilidade, entre outros problemas. Alimentos vencidos, incluindo suas matérias-primas, são considerados impróprios para o consumo, conforme Código de Defesa do Consumidor, e a sua exposição à venda ou ao consumo é considerada infração sanitária ".
Matéria-prima vencida? Como assim? Tinha lá um tomatinho meio amassado? Um funguinho aqui, um bolorzinho ali, um podrinho acolá? Quando essa merda toda é moída, triturada em escala industrial e acrescida de tudo quanto é "antes", conservantes, aromatizantes, antioxidantes, tudo o que for vivo ali, vai pro saco. Ainda que reste algo, quando esse molho de tomate for ao fogo para abrilhantar a macarronada do domingo, ou ao forno para umedecer a massa daquela pizza marguerita, esse algo será cremado.
Quer dizer, então, que a mesma Anvisa que aprovou a vacina chinesa contra o vírus chinês, agora veta o molho de tomate da Fugini? A Anvisa que se foda! Para mim, isso está a parecer uma ação para denegrir a marca, para jogá-la ao descrédito da população. A Fugini é das marcas que mais cresce no setor e, claro, deve estar a incomodar as mais tradicionais, as gigantes do segmento.
Não devem ser consumidos por quem já os comprou nem comercializados pelos estabelecimentos que os têm em seus estoques os produtos Fugini com datas de validade previstas para dezembro de 2023, janeiro, fevereiro e março de 2024 e/ou todos os lotes com numeração iniciada por 354.
Vejam só essas duas embalagens de molho Fugini que ainda tenho em casa.


Os dois com vencimento para fevereiro de 2024. Os dois a integrarem a lista negra da Anvisa.
Vou consumi-los? Claro que vou. Vou abrir, cheirar e provar. Se tudo estiver nos conformes, faço um bom molho para cachorro-quente com eles.
A Anvisa está a orientar que a empresa proceda no recall dos itens.
Recall é a puta que o pariu!!!
O único recall que eu preciso é o recall da minha rola, que entortou há quase três anos e não há o que a desempene. Mas essa solicitação de devolução, Deus, esse velho safado, ainda não emitiu.

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