Todos
os dias, a caminho do trabalho, passo pela Praça Allan Kardec, o
codificador do Espiritismo, que dá de frente para uma igreja católica e
cuja umas das esquinas, há tempos, virou um ponto de trabalhos de
macumba, um lugar de depósito de despachos e oferendas. Talvez seja a
praça mais ecumênica do mundo.
Até já falei desses trabalhos aqui, na postagem Macumba On The Rocks; ora feitos com cachaça Marafo do Exu, ora com whisky Old Eight, e sempre com farofa amarela, charuto e pimenta dedo-de-moça.
Sempre
que passo e vejo um desses ebós, fico a imaginar a quais entidades ou
orixás eles são dirigidos. Se a um Preto Velho, se ao Exu Caveira, se ao
Oxóssi, se ao Oxumaré... Valham-me São Caetano Veloso e Santa Maria
Bethânia.
Então, hoje, descobri a entidade recebedora dos ebós. Como?
Eu vi. Meninos, eu vi.
Logo eu, que jamais suspeitei possuir o dom da vidência, vi.
Degustando a farofa amarela, dando um tapa no charuto, lascando uma beiçada na cachaça.
Quando
se deram por descobertas, foram fugindo, mas não suficientemente
rápidas para escaparem do clique de minha câmera. Câmera que, pelo
visto, também é capaz de registrar imagens espirituais e ectoplásmicas.
Eis a entidade destinatária das oferendas : a Pomba Gira, meus amigos.
Essa é a verdadeira Pomba Gira. Duas.
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