quarta-feira, 24 de maio de 2023

Coca sem Rum, Vida Sem Música, Sem Musa

A caneta,
Abúlica;
O caderno,
"quanto branco, oh, quanta anedonia, nem um só garrancho em seus salões...";
No copo,
A recém-solteirice da Coca com gelo,
Abandonada pelo Rum,
Que disse que ia à esquina
Comprar mais rum
E nunca mais voltou;
No toca-CD,
Nélson Gonçalves
É-me um farrapo de voz;
No banco circular de madeira de bordas lascadas,
No escuro da sacada,
Eu,
Sóbrio,
Tentando trocar a depressão pela tristeza
E sorrir para isso;
Eu, 
Pedaço de vida no mundo a rolar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário