Saco vazio
(e é bem verdade)
Como é que
Então
Eu ainda acordo e me levanto
Faço o café
Vou ao trabalho?
Como é que
Então
Eu ainda respiro
Vou ao mercado
Ao banco, à petshop,
Cuido malemal das coisas da casas
E da minha mimese de vida?
Por que
Não desabo de vez,
Aniagem de juta
Rota, puída e mendiga?
Como seria bom
Poder desabar de vez
Desmilinguir-me
Liquefazer-me
Desvertebrar-me
Deixar assumir o meu lugar
O nada que há em mim.
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