Antônio
Gonçalves Sobral, de alcunha Nelson Gonçalves, foi o segundo maior
vendedor de discos do Brasil, com quase 80 milhões de cópias vendidas,
perdendo apenas para o Rei Roberto, que já bateu a cifra dos 120
milhões.
Nelson
Gonçalves, porém, foi o cantor que mais gravou discos em sua carreira.
Foram 183 discos de 78 rpm e 128 álbuns entre LPs, compactos e CDs, nos
quais registrou mais de duas mil canções com sua inconfundível voz,
elogiada em certa feita até por, ninguém mais ninguém menos, que Francis
Albert Sinatra.
Apesar da imensa quantidade e variedade de canções, ritmos e compositores gravados, A Volta do Boêmio é, indiscutivelmente, sua obra mais notória, conhecida por todos, a sua marca registrada.
Mas
uma coisa não tinha me ocorrido até hoje. Se o boêmio voltou é porque
um dia ele partiu. Será que existe uma Ida do Boêmio, uma Despedida do
Boêmio, ou coisa que o valha? Sério que essa questão nunca havia me
afluído até então.
Então,
ouvindo músicas do Metralha (apelido que ganhou, dizem, pelo fato dele
ser gago, embora outros digam que era por conta de um "berro" que ele
portava em sua época mais barra-pesada) no Spotify, de forma aleatória,
caiu-me aos ouvidos esta pérola, que logo replicarei ao fim da postagem :
Última Seresta.
É
não é que existe mesmo a ida do que voltou? Nunca ouvira sequer
referência a esta canção. Relativo conhecedor da obra de Nelson
Gonçalves, arrisco-me em dizer que deve ser de suas gravações menos
conhecidas.
Na
pungente letra da canção, ele se despede dos amigos leais, de seus
rios, seus montes, cascatas e diz que não se lançará a novas serenatas.
A letra de A Volta do Boêmio ainda é melhor, mas compensa muito escutar a Última Seresta.
Que fossa, hein, meu chapa, que fossa...
Última Seresta
(Adelino Moreira/Sebastião Santos)
Nesta última seresta
Tenho o coração em festa
Quando devia chorar
Sigo triste por deixar a boêmia
Porém, cheio de alegria
Por ela me acompanhar
Digo adeus às serenatas
Aos montes, rios, cascatas
E às noites de luar
Adeus, adeus minha gente!
Uma canção diferente
Vai o boêmio cantar
Adeus, amigos leais
Que não deixaram jamais
Fazer-me qualquer traição
Vosso amigo vai partir
Mas vai feliz a sorrir
Com ela no coração
Adeus, seresta de amor
Adeus, boêmio cantor
Perdoa a ingratidão
Pois, para meu novo abrigo
Eu levo apenas comigo
Ela e o meu violão.
Eu levo apenas comigo
Ela e o meu violão.
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