Eis outro grande nome que não poderia faltar na seção Cerveja-feira, neste meu tributo àqueles que, durante suas criativas vidas, prestaram tributo à cerveja : o desconhecido João Rubinato, o célebre e eterno Adoniran Barbosa.
Adoniran Barbosa, amigo do Arnesto, do Charutinho, do Panela de Pressão, do João Saracura, do Joca e do Matogrosso, sempre foi um grande apreciador do líquido dourado. Tanto que, lá pela década de 1970, lá em priscas eras, foi véio-propaganda da Antarctica; na época em que a Antarctica era cerveja de macho das antigas, "cerveja de pedreiro", como se dizia então, de forma elogiosa, não depreciativa.
Adoniran não só gostava de cerveja : Adoniran e suas composições continuam sendo até hoje um dos melhores acompanhamentos para se tomar uma cerveja; Adoniran é tira-gosto que melhor combina - ou harmoniza, como diriam os viadinhos degustadores de cervejas artesanais - com a loura gelada.
Eu mesmo não dispenso um Adoniran a tocar baixinho no meu velho toca-CDs, enquanto tomo a(s) última(s) da noite, de madrugada, a casa dormindo, o mundo esquecido de me aporrinhar.
Nóis viemos aqui pra beber ou pra conversar?
(Adoniran Barbosa)
"Silêncio, charóp,
Afinal de contas finarmente,
Nóis viemos aqui pra beber ou pra conversar".
Não me amole rapaz
Não me amole
Não me amole
Deixa de conversa mole
Agora não é hora de falá
Nóis viemos aqui
Prá beber ou prá conversá?
Quem gosta de discurso
É orador (é isso aí bixo)
Quem gosta de conversa
É camelô (falou psiu)
Agora não é hora de falá! (o home tá pagando, vamo aproveitá)
Nóis viemos aqui
Prá beber ou prá conversá?
(o que eu combinei foi o seguinte: nóis viemos aqui pra beber e não conversar)
Com aquela voz de lixa grossa raspando madeira!
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