Cadê os menestréis e os trovadores,
Suas rimadas e sulcadas dores,
Suas canções e LPs?
Que me eriçavam os pelos do braço, da nuca e da alma?
Cadê os escritores,
Suas iras certas grafadas em linhas tortas,
Seus rascunhos de vida
E edições de bolso de seus remorsos ?
Que me tiravam o sono,
Que injetavam café e pó de guaraná
Nas minhas retinas e pupilas?
Cadê você,
Dublê dos meus problemas,
Tradutora dos meus poemas?
Que me trazia bouquets de cafunés,
Que punha hélio nos meus passos
E mantinha viva,
Respirando por aparelhos,
A minha fé?
Respirando por aparelhos,
A minha fé?
Que me fazia rir
Até dos programas dominicais da TV?
Que bonito e comovente isso ficou, caro Marreta!
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