O
João Bobo é um antigo brinquedo infantil que, embora comercializado nas
mais diferentes versões, consiste basicamente de um boneco inflável
(nada a ver com bonecas infláveis, ó, punheteiros de plantão) com a
forma aproximada de um "8", cerca de um metro de altura, semblante
palhacesco sempre sorridente e com uma base circular cheia de um
material pesado, areia, em geral.
A
brincadeira se limita em dar um tapão nas fuças do João Bobo, fazer o
seu corpo leve e inflado descer até o chão, bater a cabeça e ser trazido
de volta à posição ereta por sua base pesada e sólida. O moleque dá um
tapão no João Bobo, ele se deita, bate a cabeça no chão e volta, outro
tapão, cabeça no chão e volta, outro tapão... Difícil saber quem é mais
bobo, se o João ou a criança.
O
fato é que o João Bobo não se cansa de apanhar. Sempre se levanta para
mais. Nasceu para isso. É de sua natureza. E volta sempre sorridente.
Apanha, levanta e sorri. Apanha, levanta e sorri.
Ocorreu-me
hoje, em meu périplo a pé a caminho do trabalho, que os Joões Bobos -
aos quais daqui em diante e até o fim do texto, abreviarei por JBs, para
efeito de agilizar a escrita -, são a metáfora mais acertada e
fidedigna dos eleitores de Lula.
Os
JBs deste Brasil dantes muito mais varonil votam em Lula e na sua
organização criminosa há 20 anos. Há 20 anos que os JBs veem (mas fingem
que não) o país mais e mais se afundar em mazelas, miséria, pobreza e
derrocada da economia. Ah, mas a culpa é dos governos anteriores...
dirão os JBs, sempre dóceis e submissos.
Acontece
- preferem se esquecer, os JBs - que o PT é o partido que por mais
tempo "governou" o país. O PT é os governos anteriores. A continuadas e
sempre em expansão pobreza e miséria de grande parte da população já é
obra e responsabilidade do PT. Não há mais como creditá-las a "governos
anteriores", a "heranças malditas". Lula e o PT são a maldição que
recaiu sobre o Brasil. Lula e o PT e, lógico, os JBs que ainda os
elegem.
Vinte
anos de tapas na cara, vinte anos de impostos cada vez mais extorsivos,
vinte anos de serviços públicos cada vez mais precários e sucateados,
vinte anos de uma corrupção e de uma roubalheira de fazer inveja e de
matar de vergonha a Ali Babá e Paulo Maluf, juntos. Vinte anos a
transformar uma nação quase trabalhadora em um país de vagabundos, de
indolentes, de mendicantes profissionais, de parasitas dos "benefícios"
governamentais, do assistencialismo fajuto que é vampiro do verdadeiro
trabalhador.
Vinte
anos de tapas dados com rola nas caras dos JBs. E eles tornam a votar
em Lula. Sorridentes. Gostam de apanhar. Nasceram pra isso. É de suas
naturezas.
Dentre
as suas multifatoriais burrices e obtusidades, os JBs seguem a votar em
Lula porque se deixaram enfiar nas cabeças a falácia de que qualquer um
que faça oposição política a Lula é um ditador em potencial, é um
antidemocrata. Não importa o posicionamento do adversário dentro do
espectro ideológico, se opõe-se a Lula, é inimigo da democracia. A
esquerda conseguiu convencer aos JBs que Lula é sinônimo de democracia, o
único sinônimo.
Quando a verdade é bem outra, quando a verdade é que Lula e sua quadrilha é que sempre almejaram - e ainda almejam, desesperadamente - tal condição, a de ditadores, desde a década de 1960, quando, por sorte, ainda tínhamos militares de valor que lhes deram o merecido.
É uma das máximas mais manjadas da esquerda, comumente atribuída a Lênin : acuse seus adversários do que você faz, chame-os do que você é.
Mas
os JBs seguem a levar na cara e a se reerguerem felizes, sempre com o
sorriso estampado. Seguem a crer que qualquer um que queira o "lugar" do
Lulinha é um déspota. Insistem, desconexa, deslavada e descaradamente,
em dizer que Lula, se não o ideal, e alguns dizem até nem gostar dele, é
a melhor opção disponível, a "nossa" última chance de manter a
democracia.
Mesmo
em face de aberrantes e ululantes fatos que demonstram o exato
contrário. Mesmo que provas cabais das claras intenções de Lula em se
tornar um Maduro tupiniquim e das evidentes manobras que ele vem
executando para realizar seu sonho sejam esfregadas nas caras dos JBs,
eles seguem a considerar o Nove-Dedos um democrata, um conciliador, um
apaziguador.
E
nem vou dizer aqui do já antigo e ferrenho empenho do Seboso de Caetés
em censurar a internet. E nem vou dizer aqui das dezenas de pessoas,
idosas em sua maioria e não portando sequer uma lixa de unha, que
permanecem encarceradas sem julgamento e direito a ampla defesa.
Direi
apenas do mais recente. Do viral e virulentíssimo vídeo do deputado
Nikolas Ferreira sobre o imbróglio do Pix, que conta (até a última
atualização) com quase 300 milhões de visualizações. Nikolas Ferreira
foi até bem comedido em sua fala, não cometeu nenhuma mentira, não
propagou nenhuma fake news. Disse claramente que o Pix não seria de fato
taxado. Por ora. Mas que era uma possibilidade futura. E deu exemplos
de outras primeiramente negativas do governo que acabaram por acontecer,
de outros desmentidos que viraram verdade : a comprinha da China não
seria taxada, e foi; quem ganha até dois salários mínimos não iria pagar
imposto de renda, e hoje paga; o sigilo acabaria, e não acabou.
A suposta taxação do Pix é bem como diz o ditado italiano : se non è vero, è molto ben trovato. Ou seja, se não é verdade, foi muito bem inventado. É algo de alta plausibilidade.
A
colossal repercussão do vídeo de Nikolas Ferreira fez o governo recuar e
revogar o decreto que intensificaria o monitoramento das transações via
Pix e acabou por imprimir a mais vergonhosa derrota já experimentada
pelo III Reich de Lula.
Que
fique claro que Lula teve que recuar não ante Nikolas Ferreira, mas
ante a insatisfação e revolta da população, que não suporta mais ser
esfolada viva por nossa campeã mundial carga tributária. Nikolas
Ferreira, cumprindo com a função para a qual foi eleito, a de
representar seus eleitores, foi apenas o avatar, o mensageiro, o arauto
do profundo descontentamento popular para com o governo Lula. Se assim
não fosse, o vídeo não teria sido alçado a tais proporções.
Claro que o democrata Lula não pode aceitar calado tal humilhação, não
pode aceitar ser contrariado em sua megalomania, mesmo que essa
contrariedade parta da vontade popular, parta do povo, que ele tanto diz
amar e zelar pelo bem-estar. Lula nunca gostou ou quis o bem do povo,
dos JBs, só os usa para os seus propósitos.
Assim,
agora, superdemocraticamente, um grupo de advogados ligados a Lula e ao
PT, o Prerrogativas, irá processar o deputado Nikolas Ferreira por
"prejuízos causados à Receita" e requerer a cassação de seu mandato. Na
verdade, repito, cassar e fazer calar a voz não de Nikolas Ferreira, sim
de toda uma população que se manifestou através do deputado, eleito
legitimamente com quase um milhão e meio de votos.
Nikolas
Ferreira não mentiu ou propagou fake news, apenas aventou uma
possibilidade, fez um prognóstico baseado em situações semelhantes. Que
dizer a verdade é crime no Brasil de Lula, já sabemos faz tempo, mas
agora não se pode arriscar nem mesmo numa previsão?
Valha-me Santa Mãe Dináh.
Lula
irá, como já se tornou costume, usar de todo seu aparato jurídico
aparelhado para eliminar seus opositores. Típico de toda e qualquer
ditadura.
Digam-me,
JBs deste Brasil dantes muito mais varonil, quando foi que o
genonazifascista Bolsonaro tomou atitude ao menos parecida contra
qualquer um de seus detratores, fossem eles outros políticos ou
jornalistas? Quando foi que ele quis censurar um veículo de comunicação
(como fez o PT com a Jovem Pan) quando, sem nenhum tipo de prova ou
evidência, chamavam-lhe de nazista, genocida etc, tendo, por vezes,
inclusive, sua figura estampada por cartunistas ao lado de suásticas ou a
reinar imperiosamente sobre montouros de ossos? Quando, ó, JBs? Quando?
Para
terminar (por hoje, é claro), saibam também, ó, JBs, ó, homens da
ciência e da vacina que são, que o atual governo Lula acaba de bater
mais um recorde, corroborando a afirmação da "alma mais honesta do
Brasil" de que seu governo não tem números negativos : o recorde de
descarte e incineração de medicamentos e vacinas. Com prazos vencidos e
não distribuídos ou aplicados pelo governo do amor.
Quase
dois bilhões de reais incinerados em medicamentos, vacinas e insumos.
Um recorde numa série histórica e acumulada de 10 anos. Por falta de uma
estrutura pública de distribuição e aplicação desses medicamentos e
vacinas.
Digam-me,
ó, JBs, quantas pessoas não morreram pela falta desses medicamentos e
vacinas? Quantos e mais quantos o governo do amor não matou pelo descaso
para com a saúde pública? Jamais saberemos, não há estatísticas para
isso. São morte anônimas, desinteressantes para a mídia cooptada.
E
já posso até ouvir os JBs a dizer : sim, somos o país com a maior carga
tributária do mundo, temos os piores índices em todos os exames
internacionais de avaliação de Educação, fomos considerados o segundo
país do mundo com a Justiça mais parcial e partidária (ficamos atrás só
da Venezuela), temos dezenas de presos políticos, tivemos número recorde
de focos de incêndio na Amazônia em 2024, superando a marca de 2007,
também no governo Lula, tivemos o maior surto e a maior mortandade por
dengue de todos os tempos em 2024, mas entendam como isso é bom...
Nenhum comentário:
Postar um comentário