É
prática comum - e das mais canalhas - tentar desqualificar um oponente
quando nos faltam contra-argumentos para refutá-lo num embate
intelectual ou ideológico. Nosso antagonista pode ser uma sumidade na
questão debatida, pode ser impecável e irretocável em suas colocações,
mas quando diante de seu ponto de vista contrário ao nosso e da nossa
falta de recursos para desmontá-lo, jogá-lo à lona, não titubeamos,
partimos para tentar desqualificá-lo, invocamos supostas imperfeições
dele, que nada têm a ver com o assunto tratado, no qual ele é perfeito.
Ah, mas o sujeito é corno... ah, mas ele é viado... é um bêbado... e assim por diante.
Como
se um possível defeito ou falha (ou o que julgamos ser um defeito ou
falha) em um aspecto de sua vida desmerecesse e anulasse suas grandes
virtudes e capacidades em outros.
Todos
nós, em maior ou menor grau, fazemos ou já fizemos isso uma ou mais
vezes durante a vida. É nosso último e desesperado recurso, quando
definitivamente acuados, quando colocados em inescapável xeque-mate,
quase que uma tática de sobrevivência.
É
uma prática canalha, como eu disse. Mas a canalhice é própria do ser
humano. Sobremaneira, porém, aos da esquerda. Enquanto que, para a
maioria, a canalhice de desqualificar o inimigo é, digamos assim, um
bote salva-vidas, uma saída de emergência, uma triste eventualidade,
para os da esquerda é regra, é seu modus operandi.
O
mestre Olavo de Carvalho era alvo (mas nunca vítima) constante de
tentativa de desqualificação por parte da esquerda, que não tinha como
contestar intelectual e honestamente as suas duras e mais que
verdadeiras críticas ao comunismo. O Velho era dos mais proeminentes no
assunto comunismo. Imbatível.
Olavo
de Carvalho, abusando do privilégio que a juventude nos concede de
sermos imbecis, foi simpatizante das ideias comunistas em tenra idade,
chegou a ser filiado ao Partido Comunista Brasileiro, o PCB. Olavo
estudou a fundo o comunismo. Entendeu-lhe perfeitamente e como poucos.
Por isso, tornou-se anticomunista ferrenho até o fim de seus dias. Se
todo comunista lesse um dízimo do que Olavo de Carvalho leu sobre o
comunismo, imediatamente lhe tomaria ojeriza, profunda aversão.
Olavo
de Carvalho possuía um acervo de livros de autores comunistas maior que
o da Biblioteca do Kremlin - e leu a todos. Um conhecimento sobre o
comunismo maior que o de todos os membros do PCB, PC do B, PT, PSOL etc
somados. Por isso, incomodava tanto. O conhecimento sólido e profundo
incomoda. Olavo sabia de todos os subterrâneos, de todos os podres, de
todos os esgoto da doutrina comunista.
Incapazes
de contradizê-lo, nossos vermelhoides semianalfabetos faziam o quê? Ah,
intelectual que nada, filósofo porra nenhuma, o cara é um astrólogo.
O cara é um astrólogo! Esse sempre foi o principal "argumento" da esquerda contra o Velho.
É
bem verdade que Olavo interessava-se e estudava muito o assunto
astrologia, ministrava até cursos a respeito. A astrologia é um conjunto
de conhecimentos que, a rigor cartesiano, não é considerado uma
ciência. Mas até aí a Pedagogia, a Sociologia e outras "ogias" também
não.
Admitamos
que, de fato, a Astrologia seja um amontoado de bobagens. Isso invalida
o conhecimento que Olavo de Carvalho tinha em assunto totalmente
diverso, a doutrina comunista?
Claro que não.
Chico
Buarque é, se não o maior, um dos maiores letristas de todos os tempos
da MPB, está entre os top 5, certamente. No entanto, desgraçadamente,
vota no PT, é um chupador de rola de Lula. Isso invalida a qualidade de
suas letras? Claro que não. Adoro o letrista Chico, ainda que abomine o
homem político Chico.
Mas essa é a tática da esquerda. Olavo era astrólogo. E estava tudo resolvido.
E
não é que agora a pseudointelectualidade brasileira, formada
basicamente por atores e atrizes de Malhação, cantores(as) de axé e,
sobretudo, universitários e professores universitários, está se rendendo
à "ciência" de Olavo, á Astrologia?
Universidades
públicas, que de valoroso, em comparação ao passado, só lhes resta o
nome hoje em dia, estão trazendo a Astrologia para as suas salas de
aula, tornando-a em objeto de palestras e de aulas abertas. Universidade
públicas, redutos nojentos e infectos de esquerdistas, estão a avalizar
a Astrologia, a mesma "ciência" de que se valiam para tentar
desqualificar Olavo de Carvalho.
Abaixo,
o cartaz promocional de uma aula aberta promovida pela Escola de
Enfermagem da USP com os PhDs em Astrologia Renata Godoy e Oscar
Quiroga. Aula que acabou por ser cancelada em virtude de ferrenhas
críticas nas redes sociais.
A Enfermagem, a Astrologia e o Desenvolvimento Humano. Era o que faltava.
São as Astromeiras. Pããããããããta que o pariu!!!!
O
doente puxa lá a cordinha ou aperta o interruptor pra chamar a
enfermeira e aparece no quarto o João Bidu, o Walter Mercado, a Cláudia
Lisboa (essa, eu tive que pesquisar), a Márcia Sensitiva (idem).
A
enfermeira, ops, a astromeira entra no quarto e, ao invés, de
administrar a prescrição do médico, lê o horóscopo do dia pro paciente.
O médico pede o prontuário do doente pra astromeira e ela entrega o mapa astral do sujeito.
A
astromeira chega para o doente terminal e lhe diz que tem duas
notícias, uma ruim e outra boa. A ruim é que ele está com cancêr, a boa é
que o ascendente é em sagitário.
Pããããããta que o pariu!!!!
Os
cursos de Astrologia do Olavo de Carvalho, pagavam-nos do próprio bolso
os que interessados estivessem; a aula aberta de Astrologia para
enfermeiras, não fossem as críticas, teria saído dos nossos bolsos,
trabalhadores pagadores de impostos.
Eis no que se tornaram nossas grandes universidades de outrora, a tão incensada USP.
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