sexta-feira, 3 de maio de 2024

Bacalhau ao Leite de Salmão

Muitas tribos indígenas brasileiras, os poderosos tupinambás entre elas, eram adeptas da prática da antropofagia.
Com a chegada dos portugueses e a pregação goela abaixo dos valores cristãos, tal prática foi sendo abolida até o seu total desuso. Daí para frente, os únicos corpo e sangue consumidos pelos indígenas passou a ser o do Nazareno.

Vulgarmente, antropofagia e canibalismo são tomados como sinônimos. Não são. Canibalismo é um ato puramente predatório do mais forte se alimentando do mais fraco de sua própria espécie, saciando sua fome orgânica. O canibalismo ocorre entre diversas espécies : ratos, piranhas, aranhas, louva-a-deuses.

A antropofagia, que só ocorre entre seres humanos, nada tem a ver com a questão alimentar, com a fome, com a necessidade de nutrientes. A antropofagia é um ritual. De apropriação dos dons do inimigo. E não era qualquer um a ser devorado. Apenas aos guerreiros mais fortes, mais hábeis e mais corajosos era dada a honra de virar churrasco, de ser degustado como tira-gosto de um bom copo de cauim.

Os indígenas acreditavam que, ao ingerirem a carne de um bravo guerreiro, estavam também a adquirir sua força e suas habilidades. Para os indígenas, acostumados ao bem-bom da natureza tudo lhes prover, era só chegar e coletar, a antropofagia era uma espécie de extrativismo de atributos e qualidades.

Ao invés de cada índio suar e treinar suas habilidades de guerreiro e de caçador, ao invés de ralar para se aprimorar, era mais fácil comer a carne do outro e, supostamente, abiscoitar seus dotes. De onde se vê que o tal do jeitinho e da malandragem tupiniquim existem desde sempre.

O que os indígenas faziam é antropofagia; o que os sobreviventes do famoso desastre aéreo nos Andes fizeram, ao se alimentarem dos que sucumbiram na queda, é canibalismo.

Portanto, o homem (e aqui me refiro ao macho da especie) sempre esteve de olho na superioridade física e/ou viril de outros homens, e num jeito de usurpá-la para si.
E não somente nas faculdades superiores de outros humanos. Animais fisicamente fracos que somos, morremos de inveja também dos maiores dotes de outros animais, sobretudo no quesito virilidade.

Há séculos que esses animais são sacrificados para que deles se obtenha uma pequena parte a ser consumida, a dita com os tais poderes paudurescentes, com o propósito de lhes absorver as suas robustezas e pujanças.

A tristes exemplos, temos : a sopa de pinto de tigre e pinto de leão-marinho; sopas e infusões de barbatanas de tubarão; pó de chifre de rinoceronte; tônico fortificante de cavalo-marinho, que é desidratado e, depois, infundido em álcool; a glândula dos cervídeos responsável pela produção do almíscar, do qual se extrai uma essência para ser usada como perfume e atrair as fêmeas; e o pinto do boto amazônico, desidratado e usado como amuleto para trazer a sorte e uma penca de bucetinhas.

Essas atrocidades, no entanto, esses atos hediondos, são fruto da ignorância e da truculência próprias do macho da espécie, certo? Desse ser impiedoso, opressor e patriarcal chamado homem, não é? Talvez fosse... talvez fora...

Hoje, em tempos de justa e inquestionável igualdade de direitos, muitas mulheres, ao invés de aproveitarem sua liberdade, sua independência e seu empoderamento para aprimorarem suas sensibilidades, as suas qualidades inequivocamente superiores às nossas, acabam por mimetizar justamente os piores atributos do macho.

Assim, atualmente, as mulheres também estão atentas e de olho a certos poderes dos animais com a intenção de incorporá-los e, feito o homem, tornarem-se as fodonas, as metelonas, as comedoras. Aumentarem o poderio bélico de suas xavascas e de seus furores uterinos, o famoso calor na bacurinha.

A vítima dessa busca pela igualdade viril feminina é o salmão. 
Muitas mulheres tem pagado o equivalente a R$ 3.200,00 para que sêmen de salmão lhes seja injetado na perseguida, a fim de melhorarem suas vidas sexuais. Sêmen de salmão ?!?!? Como exclamaria um amigo meu : - poooorra!!!

Sim, que melhores qualidades podem ser concedidas a uma xavasca que as características físicas de um salmão, peixe de musculatura rija e robusta, corpo elástico e flexível, capar de transpor as mais íngremes e caudalosas corredeiras?

A terapia, tida como regenerativa, está a ganhar grande espaço na Inglaterra e nos EUA e o procedimento é chamado de O-shot. Que, caso emplaque aqui no Brasil, será livremente traduzido para O-xota. 

A enfermeira estética Amanda Azzopardi garante que depois de duas a quatro sessões os resultados já são sentidos e que as clientes relatam orgasmos mais fortes, aumento da excitação e da lubrificação natural.

Os defensores do O-xota garantem que o método rejuvenesce a pitrica. De acordo com a empresa sul-coreana Peach & Lily, especialista em porra de peixe, "o sêmen de salmão tem potentes qualidades regenerativas, trabalhando não no nível superficial, mas penetrando profundamente na pele para trabalhar de dentro para fora, estimulando a renovação celular que, por sua vez, ajuda a firmar a pele e a manter sua elasticidade".

E a porra do salmão pode ser besuntada em qualquer porção da pele, transferindo a ela seus poderes regenerativos e anti-inflamatórios.
"Um estudo, realizado em 2017, demonstrou que o esperma do salmão ajudou a reparar danos celulares, acelerou a cicatrização de feridas e diminuiu a inflamação. Outros estudos mostraram que as proteínas encontradas no esperma do salmão ajudam a reduzir os sinais de envelhecimento", disse o dermatologista Kenneth Beer, ao NY Post.

Nos EUA, o O-xota ganhou notoriedade através da atriz Jennifer Anniston, a Rachel Green dos Friends, depois dela ter revelado que experimentou um tratamento facial à base de porra de salmão.

Rapaz, o que está a acontecer é que essa mulherada não está encontrando quem saiba lhes dar uma boa pirocada. Estão é com falta de um chá de pau-barbado (e não depiladinho e hidratado com Nívea). Uma surra de pica. Umas chibatadas de rola na cara!!!
Pãããããta que o pariu.

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